sábado, 3 de janeiro de 2015

A ÁGUA ESTAVA CLARA DO ESCRITOR CARLOS ROSA MOREIRA É O LIVRO INDICADO NO MÊS DE JANEIRO 2015 NA VITRINE DO FOCUS PORTAL CULTURAL.


A VITRINE DO FOCUS PORTAL CULTURAL  RECOMENDA


Capa do livro
A ÁGUA ESTAVA CLARA
do escritor CARLOS ROSA MOREIRA
designer - WILL MARTINS.


Vimos, neste espaço divulgador de obras literárias, indicar a  obra  A água estava clara do escritor, contista e cronista CARLOS ROSA MOREIRA. É um livro tocante que, de forma magistral,  embeleza a VITRINE desta revista eletrônica no mês de janeiro de 2015.

Nos últimos anos, grandes nomes da literatura fluminense publicaram aqui seus escritos. Seguindo a trilha dos intelectuais,  CARLOS ROSA igualmente se destaca por saber, com reflexiva propriedade,  penetrar de forma emocionante no mundo da  expressividade  da crônica.

No  tabernaculum da intelectualidade fluminense, o autor de A água estava clara vem-se sobressaindo  como um dos escritores promissores da nossa cidade. Seu grande tema é o mar, andanças em águas quer claras, quer profundas, embora tangencie outros assuntos com verve e substrato psicológico.

Aos leitores foculistas fica, portanto, o convite para conhecerem a  produção – grande arca de mistérios–,  do  autor de A água estava clara.


“Chamava o mar, as ilhas e os costões de “meu mundo”.
Mas agora se dava conta de que aquele
era o mundo selvagem do mar,
feito para os peixes, não para homens.
O seu estava na praia distante,
mundo de terra e de gente,
dos reflexos fugazes nos vidros dos automóveis.
E percebeu que poderia morrer.
Pensou nas suas coisas em terra,
no carro estacionado à sua espera,
na colcha esticada sobre a cama do seu quarto,
no cheiro do café quente...”

Texto da 4ª capa do livro A água estava clara.




Com a energia envolvente ao abraçar pelo verbo as balouçantes ondas do mar – ondas do inconsciente que se quebram na praia do pensamento coletivo – Carlos Rosa Moreira apresenta ao  seu  já cativo público o seu mais recente livro de crônicas.

Singelo mas  perspicaz, seu olhar, transposto em linguagem escorreita às páginas do livro, logo se encaminha  para paisagens humanas e naturais, nas quais o cotidiano se sobressai.  Entre as  luzes poéticas das narrativas,  mesclam-se memórias tatuadas na alma do artista. São  imagens do mar, da terra, das cidades que traduzem, nas quarenta e três crônicas desta obra, questões essenciais. Numa escrita, por vezes com timbres surrealistas, Carlos Rosa discorre sobre situações vividas por todos os leitores, estabelecendo com eles um elo de efetiva cumplicidade. De fato, muitos igualmente se veem  nas palavras descritas por este autor, hoje homenageado pelo  nosso Focus Portal Cultural.

Por vezes  assuntos  impactantes são abordados – como é frequente  no  cotidiano. Reverberam questões regionais, surgem referências à  família, desenham-se lugares que, de tão visíveis pela adequação das representações literárias,  os leitores logo os distinguem. Sem as poses das frases feitas, a linguagem de Carlos Rosa é espontânea. Semelhante às vagas do mar, as cenas vão  fluindo naquele vaivém ritmado e constante entre a oralidade e a dicção mais artística.  Aliás, tal fato contribui para que o leitor se identifique com o escritor e entre em sintonia também com a sua própria  fantasia poética, deixando seu imaginário voar.

Estampados em seus registros, o cronista igualmente proclama, em vários textos, a amorosa relação com  Niterói, feudo encantado de sua infância. Aqui e ali, vão-se salpicando nomes  diversos dos bairros e das ruas da cidade, dados locais, ocasiões culturais a flutuarem  em sua memória no entrecruzar de  tempos distintos, construindo palimpsestos de memórias sobrepostas. Existem também mulheres que passaram na vida do escritor, assombrando-lhe utopias   em meio a lembranças culturais de cidades europeias. Dentre elas, Paris, um dos motivos recorrentes em outros de seus livros.

Trata-se, portanto, de obra esteticamente bem construída, publicada pela Editora Parthenon - Niterói-RJ. Sem dúvida, são crônicas, que merecem ser apreciadas pelo seu  teor literário.  Já que a obra vale a leitura, amigo foculista,  não se esqueça: procure-a  em todas as livrarias da cidade. Afirmo que não se arrependerá.


Ficha Técnica:
Autor: Carlos Rosa Moreira
Editora: Parthenon Centro de Arte e Cultura
Capa: Will Martins
Revisão: Luiz Antônio Barros
Agradecimentos
Gracinda Rosa e Wanderlino T. Leite Netto.
Edição: 1/ 2014
Idioma: Português
País de Origem: Brasil
Número de Paginas: 190




Escritor, veterinário, bacharel em Direito (aprovado na OAB), professor, analista judiciário, esportista. Nasceu em Niterói, em frente à Praia de Icaraí, em 11-3-1955.

Passou a infância em Teresópolis, onde estudou no Colégio São Paulo (das Irmãs Angélicas) e no Colégio Estadual Edmundo Bittencourt. No início da adolescência retornou a Niterói. Fez seus estudos secundários no Colégio Salesiano de Santa Rosa. Formou-se em Veterinária pela Universidade Federal Fluminense – UFF (quando foi o orador de sua turma) no ano de 1981 e em Direito pelo Instituto Metodista Bennett, em 1998.

Trabalhou na Secretaria Estadual de Agricultura, nas áreas de Zootecnia, Epidemiologia e Informação (Bioestatística) e Educação Sanitária e também na área de Saúde Pública, onde auxiliou a implantação e executou o primeiro serviço de Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro após o advento do Serviço Unificado de Saúde (SUS).Treinou várias equipes de Vigilância Sanitária oriundas de municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro.

Planejou, coordenou e executou diversas campanhas de vacinação, além de trabalhos técnicos nos campos da epidemiologia e do combate às zoonoses. Aprovado no curso de mestrado da - UFF (não concluído), foi professor da Cadeira de Saúde Pública da Faculdade de Veterinária Plínio Leite. Esportista, jogou futebol de areia na adolescência e chegou a participar dos antigos torneios de Icaraí, entre eles, “A Semana de Icaraí”. Mergulhador, caçador submarino, montanhista, tenista, praticante de artes marciais. Foi titular da seleção estadual de caratê em diversos torneios entre estilos e academias, em campeonatos municipais, estaduais, regionais e nacionais. Possui diversos títulos da modalidade caratê esportivo. Exerceu, durante vários anos, a função de diretor cultural da Associação Brasil Japão de Artes Marciais, posterior Jinen Kan.

Praticante de judô, fez parte de uma das primeiras equipes da UFF. É pintor diletante, foi aluno de Roberto Paragó e chegou a participar de exposição do Núcleo Figurativo e Paisagístico de Niterói, criado pelo saudoso artista e professor. Apaixonado pela Literatura e pelo estudo dos idiomas, fala francês, inglês e espanhol. Seu primeiro livro foi publicado em 2002 (esboços de romances escritos desde a década de 70 e 80, transformados em contos), resultado de um concurso literário. Em 2003, publicou Da janela do trem, contos. Em 2005, Brisas, marolas e rajadas de vento Sul, livro onde mistura crônicas e contos. Em 2007, Amanhã de manhã, em frente ao cinema, em Icaraí, também contos e crônicas (a capa e contracapa deste livro foram desenhadas pelo autor).

Em dezembro de 2010 publicou A montanha, o mar, a cidade, livro de crônicas. Obteve primeiras colocações e menções honrosas nos poucos concursos literários de que participou. Está presente em antologias, entre as quais Os Fluminenses – Antologia contemporânea, vol.I , Ed. Nitpress (2007).

Além de integrar os quadros da ANL, é membro do Grupo Mônaco de Cultura, do Cenáculo Fluminense de História e Letras e da Associação Niteroiense de Escritores. Participa do movimento cultural “Escritores ao Ar Livro”, criado pelo poeta Paulo Roberto Cecchetti. É colaborador do jornal Literato.







APOIO CULTURAL









6 comentários:

  1. Carlos Rosa Moreira - escritor e cronista3 de janeiro de 2015 às 11:59

    Obrigado, Alberto, pela postagem e pelos elogios.
    É sempre muito bom ver um "filho" assim em evidência,
    especialmente num blog tão respeitado.
    Um forte abraço.

    Carlos.

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  2. Elenir Teixeira - poetisa premiada.3 de janeiro de 2015 às 12:01

    Caro Alberto, endosso plenamente, suas palavras.
    "A água estava clara", do grande cronista Carlos Moreira Rosa,
    é um excelente livro que, através de suas quarenta e três crônicas,
    nos encanta, levando-nos a apreciar o belo da natureza e a refletir sobre a vida. Leitura imperdível!

    Abraços.

    Elenir

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  3. ANDRÉ SANTA ROSA - ADVOGADO E JORNALISTA3 de janeiro de 2015 às 18:09

    Alberto, obrigado por enviar suas publicações.
    E feliz 2015 pra você e sua esposa!

    André.

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  4. Muito bem! Alberto fez ótimos comentários sobre a vida e a obra do amigo e escritor Carlos Rosa. Realmente ler as obras de Carlos é literalmente mergulhar nas aguas cristalinas de seus brilhantes textos, imagens líricas de quem sabe magistralmente cantar o mar, a cidade e as gentes. Bravo! Meu Abraço Luzia Velloso

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  5. EDEL COSTA -escritora7 de janeiro de 2015 às 17:44

    Caro jornalista Alberto Araújo,
    realmente, A ÁGUA ESTAVA CLARA, de autoria de Carlos Rosa,
    dá início em 2015, a sua página FOCUS PORTAL CULTURAL, esplendorosamente.
    Edel Costa

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  6. Dalma Nascimento - escritora e doutora em Literatura17 de janeiro de 2015 às 13:21

    Prezado editor/poeta Alberto Araújo,


    de forma promissora o seu já conceituado Focus Portal Cultural abriu-se neste 2015 com a água viva das claras crônicas do escritor Carlos Rosa Moreira. Foi, sem dúvida, uma bela escolha de o livro A água estava clara ter sido por você indicado para figurar na vitrine deste janeiro. Embora eu, por estar ausente do país só tenha lido algumas páginas antes de viajar, pretendo munir-me agora de meus escafandros teóricos para mergulhar nas múltiplas ondas poéticas ali narradas.

    Porém, por tudo que já conheço da sensível escrita de Carlos Rosa expressa no seu livro anterior A montanha, o mar, a cidade, tenho a certeza de que este novo tomo irá complementar os flashes memorialísticos da sua sempre bem urdida produção. Numa leitura bem rápida, logo ao folheá-lo assim que o recebi, impressionou-me o conto "Adalgisa", no qual através daquela misteriosa mulher imaginária, o narrador "astucia" literariamente com as palavras e com as imagens, além de passear, de forma surreal, por recordações artísticas e astrológicas. Ainda que a trama seja bem diferente, lembrei-me da Gradiva, de Jensen.

    Felicito, assim, o autor de A água estava clara com a publicação desta obra; realço a expressiva capa de Will Martins que já nos coloca no movimento do texto, apesar de nem todas as crônicas versarem sobre o mar; destaco a correta edição do Parthenon Centro de Arte e Cultura, construída por Mauro Carreiro Nolasco, e cumprimento também você, Alberto Araújo, incansável coordenador do Blog que tanto tem divulgado, em todos os âmbitos, as realizações intelectuais de Niterói.

    Agradecendo seus votos de que este ano traga o melhor para todos nós, retribuo-os com fraternos abraços para Shirley e para você.

    Dalma Nascimento.





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