sábado, 2 de maio de 2015

REALISMO FANTÁSTICO NA OBRA DE J. J. VEIGA - PALESTRA MÁRCIA PESSANHA NA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS. CONFIRA.


(CLICAR NA IMAGEM PARA ASSISTIR AO VÍDEO)




Ou clicar no link do Canal You Tube do Focus Portal Cultural






Aconteceu no dia 29 de abril (quarta-feira) às 17 horas na Academia Niteroiense de Letras, a palestra com a acadêmica Márcia Maria de Jesus Pessanha, sobre  REALISMO FANTÁSTICO na obra do escritor J. J. Veiga autor de Os cavalinhos de platiplanto, A hora dos ruminantes, Sombra de reis barbudos e várias outras obras, por ocasião do centenário de nascimento do referido autor.

Um evento muito importante por marcar o período referente ao nascimento do ficcionista goiano J. J. Veiga (1915-1999), considerado um dos principais escritores brasileiros. Autor do livro de contos Os Cavalinhos de Platiplanto, publicado em 1959  pela hoje extinta editora Nítida, do Rio de Janeiro. Um ano antes, ainda inédito, o livro conquistou o segundo lugar no concurso ao prêmio Monteiro Lobato, promovido pela seção paulista da Associação Brasileira de Escritores. Publicado, obteve no Rio de Janeiro o prêmio Fábio Prado. Em 1997, Os Cavalinhos de Platiplanto chegou à 20ª edição. O ano de 2015 assinala o 100º aniversário de nascimento de J. J. Veiga.

O nome artístico teria sido escolhido com base em estudos numerológicos, pelo amigo João Guimarães Rosa. Segundo essa versão, a letra J do meio, significando Jacinto, não seria nome de batismo, mas um sobrenome da mãe, adotado por ocasião do lançamento do primeiro livro.

Pouco conhecido pelos jovens, mas referência entre os intelectuais, Veiga é considerado um dos responsáveis pela introdução, no Brasil, ao lado do mineiro Murilo Rubião (1916- 1991), do chamado "conto fantástico" ou "realismo mágico",  de inspiração kafkiana.
Foi uma tarde/noite muito importante para todos que apreciam a literatura brasileira e universal. A palestrante Márcia Pessanha assinalou questões sobre o realismo fantástico. Essa grande corrente literária que surgiu na Europa (Espanha) no começo do século XX.  Movimento também dominado de "realismo maravilhoso".

A principal característica desta corrente literária é fundir o universo mágico à realidade, mostrando elementos irreais ou estranhos como algo habitual e corriqueiro. Além desta característica, o realismo fantástico apresenta os ambientes mágicos de forma intuitiva (sem esclarecimento).

Um adequado modelo para um melhor entendimento do "realismo fantástico" é o romance "Cem Anos de Solidão", do escritor colombiano Gabriel García Márquez.

Na obra, determinados personagens ficam surpresos ao se descobrirem com elementos fantásticos, mas atuam como se aquilo pudesse acontecer naturalmente, como se fosse comum.

Algumas descrições mágicas feitas por García Márquez são: a peste de insônia e de esquecimento que atinge as pessoas; a morte e retorno à vida de um cigano, uma mulher que sobe aos céus, entre outros.

Os escritores que representam o "REALISMO FANTÁSTICO" no mundo da intelectualidade são: Arturo Uslar Pietri (venezuelano considerado o pai do realismo fantástico), Gabriel García Márquez (Colômbia), Manuel Scorza (Peru), J.  J. Veiga (Brasil), Murilo Rubião (Brasil), Mario Vargas Llosa (Peru), Julio Cortázar (Argentina), Jorge Luis Borges (Argentina), Alejo Carpentier (Cuba), Miguel Angel Astúrias (Guatemala) e Carlos Fuentes (México).

No contexto histórico, o realismo maravilhoso surgiu em um dos períodos mais conturbados da América Latina. Entre as décadas de 60 e 70, os países latino-americanos passavam por processos ditatoriais. Desta forma, o realismo surge como uma forma de reação, utilizando o elemento mágico como reforço das palavras contrárias aos regimes dos ditadores.

Outro aspecto que influenciou o realismo fantástico foi à aversão entre cultura da tecnologia e cultura da superstição que havia na América Latina naquela época.

O realismo fantástico influenciou até mesmo escritores europeus. Segundo opinião de alguns críticos, a obra do italiano Ítalo Calvino, do tcheco Milan Kundera e do inglês Salman Rushdie sofreram forte influência da corrente latino-americana.

Esta sua revista eletrônica esteve presente ao evento e trouxe as imagens, vejam e comprovem. Para assistir à palestra na íntegra, clique na imagem da Márcia Pessanha no vídeo acima.





ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO






Wanderlino T. Netto, Marcia Pessanha, Alberto Araújo

SEQUENCIAL DE IMAGENS DOS LIVROS DE J.J.VEIGA.












Liane Arêas, Luiz Antônio Barros, Marcia Pessanha,
Bruno Pessanha, Cyana Leahy, Alberto Araújo.


VEJA MAIS IMAGENS QUE FORAM
PRODUZIDAS PELO FOCUS PORTAL CULTURAL,
NO VÍDEO ACIMA.


UM POUCO SOBRE J J VEIGA




José Veiga, conhecido como José J. Veiga, (Corumbá de Goiás, 1915 – Rio de Janeiro, 1999) foi um escritor brasileiro, considerado um dos maiores autores em língua portuguesa do realismo fantástico. A crítica política e social em seus livros é eivada de lirismo, mas não por isso menos incisiva.

Biografia

José J. Vieira tem raízes rurais, ao ter nascido em 1915, numa fazendo situada entre os municípios de Pirenópolis e Corumbá, em Goiás. A região natal, o lugar da infância, deixou marcas indeléveis na obra de Veiga.

Estreou-se na literatura um pouco tarde, aos 45 anos de idade, com o livro ganhador do prêmio, Fábio Prata em 1959, Os cavalinhos de Platiplanto, contendo doze contos.

Teve seus livros publicados nos Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Portugal. Ganhou, pelo conjunto de sua obra, a versão 1997 do Prêmio Machado de Assis, outorgado pela Academia Brasileira de Letras.

Hoje, a rodovia GO-225, que liga sua cidade natal à capital goiana, tem seu nome. Ele faleceu de câncer no pâncreas e complicações causadas por uma anemia.

A 31 de janeiro de 1999, sua obra "A Hora dos Ruminantes" foi incluída, por um júri escolhido pelo jornal mais influente de Goiás, O Popular, na lista dos 20 livros mais importantes de Goiás no século XX, tornando-se assim obra canônica.

Obras
·        Os Cavalinhos de Platiplanto (1959);
·        A Hora dos Ruminantes (1966);
·        A Máquina Extraviada (1967);
·        Sombras de Reis Barbudos (1972);
·        Os Pecados da Tribo (1976);
·        O Professor Burim e as Quatro Calamidades (1978);
·        De Jogos e Festas (1980);
·        Aquele Mundo de Vasabarros (1982);
·        Torvelinho Dia e Noite (1985);
·        A Casca da Serpente (1989);
·        Os melhores contos de J. J. Veiga (1989);
·        O Almanach de Piumhy - Restaurado por José J. Veiga (1989);
·        O Risonho Cavalo do Príncipe (1993);
·        O Relógio Belizário (1995);
·        Tajá e Sua Gente (1997);
·        Objetos Turbulentos (1997);.




APOIO CULTURAL

Alberto Araújo - editor do Focus,
registrando o evento.





FONTE:


2 comentários:

  1. PAULO ROBERTO CECCHETI - poeta e escritor2 de maio de 2015 às 19:06

    Mais uma vez, confrade Alberto, parabéns! Registrando momentos culturais importantíssimos para a Academia Niteroiense de Letras/ANL.

    Att,

    PRC

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  2. Márcia Pessanha - doutora e acadêmica.4 de maio de 2015 às 15:49

    Alberto, o vídeo ficou muito bom.
    Vale o registro para o acervo da
    Academia e também para mim.

    Muito obrigada pela dedicação e gentileza.
    Cordial e atenciosamente.

    Márcia Pessanha.

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