domingo, 4 de março de 2018

TÔNIA CARRERO MAGNÂNIMA ATRIZ BRASILEIRA - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL.







A atriz Tônia Carrero morreu aos 95 anos no final da noite de sábado, 03 de março de 2018, na clínica São Vicente, na Gávea, no Rio de Janeiro. Ela havia sido internada para se submeter a uma cirurgia simples, mas houve complicações e a atriz sofreu uma parada cardíaca.
Uma das atrizes mais consagradas do Brasil, Tônia integrou o elenco de 54 peças, 19 filmes e 15 novelas. Ela teve uma parada cardíaca durante cirurgia, segundo a neta Luísa Thiré. Velório acontece no Theatro Municipal.
Luísa Thiré, neta da atriz, em entrevista à GloboNews disse que o desejo da avó era de ser cremada. A cerimônia deve ser realizada na segunda-feira, 05, aguardam a chegada de familiares que vivem no exterior.
 
 
UM POUCO SOBRE TÔNIA CARRERO
 
Tônia nasceu em 23 de agosto de 1922, no Rio de Janeiro, foi batizada Maria Antonieta Portocarrero Thedim e logo apelidada de Mariinha por seus pais, irmãos e amigos. Lutou para tornar-se Tonia Carrero. “Até bem pouco tempo era feio ser atriz. Era pobre, triste ter na família uma mulher se exibindo no palco, na tela de cinema ou de TV”, contou em seu livro de memória "O Monstro dos Olhos Azuis" (LPM). Seu pai era militar e alcançou a patente de general. Seus irmãos seguiram a mesma carreira. Só ela, contrariando toda a família, inclusive a mãe, optou pela arte.
 
 
 
 
Ainda bem jovem, aos 14 anos, conheceu o artista plástico Carlos Arthur Thiré com quem se casaria três anos depois e teria seu único filho, o ator Cecil Thiré. Ao completar 80 anos Tonia Carrero contou parte de sua vida no palco, no solo Amigas para Sempre, dirigido pelo gaúcho Luiz Arthur Nunes, autor do roteiro criado a partir de entrevistas .
No palco, revelou então nunca ter abandonado a ‘persona’ Mariinha – como continuou sendo chamada pelos íntimos – e relembrou com leveza e bom humor a festa que se tornara sua vida, já casada, na Ipanema da década de 40. Nessa época passou a conviver com intelectuais e artistas sobretudo na casa do escritor Aníbal Machado, pai da autora de Pluft, o Fantasminha, Maria Clara Machado. “Hoje não existe mais uma casa assim, ponto de encontro até para estrangeiros de passagem pelo Brasil”, relembrava em cena. Ali conhecera os poetas Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes, o maestro Tom Jobim, o músico Ronaldo Bôscoli e o cronista Rubem Braga. Muitos caíram de amores por aquela mulher de rara beleza, bronzeada pelo frescobol na praia.
 
No mesmo solo narrou, para delícia do público, a paixão do escritor de Rubem Braga por ela, ‘resolvida’ num namoro meteórico. E contou ainda que mesmo Drummond, o mineiro reservadíssimo, não resistiu ao galenteio ao conhecê-la na ‘casa do Aníbal’. Mas nem tudo era festa. Tonia tinha ambições. Formada em Educação Física, queria ser atriz, mas ninguém levava tal projeto a sério. Em uma época de raras escolas de teatro, deixou o filho pequeno com a babá e partiu para a França, onde fez um curso livre de iniciação teatral com Jean Louis Barrault.
 
 
Em 2005 volta a ser dirigida por Fauzi Arap, também autor, na peça "Chega de História!". na qual, curiosamente, retoma não só a parceria bem-sucedida em Navalha na Carne, mas também uma atitude. Como fizera para viver Neusa Suely, mais uma vez se despoja de sua natural vaidade para encarnar a professora Dona Filó, vestida de forma muito simples. “Ela não tem nada a ver comigo e isso foi o que me motivou”, disse em entrevista ao Estado.
 
 
 
A carreira no cinema foi menos intensa, mas só em 1988 participaria de três filmes: A Bela Palomera, de Ruy Guerra; Fogo e Paixão, de Isay Weinfeld e Marcio Kogan e Sonhos de Menina Moça, de Tereza Trautman. O papel de Dona Alice, em Chega de Saudade, de Laís Bodansky foi o mais recente nas telas do cinema. Já na telinha participou de 15 novelas, desde sucessos como Pigmaleão 70, Uma Rosa com Amor, Água Viva, Sassaricando e Senhora do Destino. Título, aliás, que bem poderia defini-la.
Depois de 60 anos de trajetória em palcos e telas, do cinema e da TV, Tônia Carrero tinha motivos para se orgulhar da atitude corajosa e da persistência de Mariinha. Só lamentava, em entrevistas, o inevitável envelhecimento. Saudade, só da beleza estonteante da juventude.
 
 
  
 
 
 
 
 
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