sexta-feira, 17 de maio de 2019

A 17ª FLIP - FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY ESTÁ CHEGANDO: O EVENTO ACONTECERÁ DE 10 A 14 DE JULHO DE 2019 E SUA PROGRAMAÇÃO OFICIAL ACABA DE SER DIVULGADA. O ESCRITOR HOMENAGEADO PELA FLIP ESTE ANO É EUCLIDES DA CUNHA, AUTOR DE OS SERTÕES.


 
 
 
A 17ª FLIP - FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY está chegando: o evento acontecerá de 10 a 14 de julho de 2019 e sua programação oficial acaba de ser divulgada. O escritor homenageado pela Flip este ano é Euclides da Cunha, autor de Os sertões.
No mês de junho, o clássico sobre a rebelião de Canudos chega à Penguin-Companhia com novo estabelecimento de texto, notas, cronologia e textos de apoio de Lilia Moritz Schwarcz, André Botelho e Luiz Costa Lima.
O livro também ganha uma versão em quadrinhos, com os traços sombrios e torturados do desenho de Rodrigo Rosa e a tensão dramática do roteiro de Carlos Ferreira.
 
Relembrando uma ideia do escritor argentino Ricardo Piglia, que só não veio a Paraty por conta de um imprevisto, a literatura é a arte de construir uma memória própria a partir de lembranças alheias. A formação de um leitor e de sua perspectiva crítica, capaz de modificar tudo ao seu redor, passa pela memória dos outros, cujas memórias foram formadas por outras, num processo de infinitas possibilidades. Essa é uma das forças invisíveis mais belas da literatura.

 
A arquitetura, como todas as humanidades, também opera com a dimensão do acúmulo de experiências e linguagens. Somente assim, pela experiência de habitar espaços públicos ativados pela arte, a concepção arquitetônica da Flip pode catalisar intervenções urbanas à altura do legado histórico da cidade.


 
Ano após ano, esses espaços públicos vão ganhando camadas de memória afetiva de moradores e visitantes, contribuindo para a criação da identidade da Flip. A memória de cada um ajuda a redimensionar as estruturas, até mesmo as efêmeras, da Festa, como os auditórios e a Livraria da Flip, que ganham um caráter de permanência num processo de habitar que completa agora dezessete anos.
 
A homenagem a Euclides da Cunha (1866-1909) ajuda a trazer à tona um pouco do método de intersecção entre artes e linguagens, fundamental para a criação de cada Flip. Para escrever com a sensibilidade necessária sobre a paisagem que nos leva ao povoado de Canudos, seus homens e suas mulheres, o escritor precisou valer-se de muitas linguagens – jornalismo, arquitetura, sociologia, história, geografia e várias expressões da literatura, como a épica e a dramática.
 
Em um primeiro momento, levou as lembranças e as memórias do sertão aos leitores de São Paulo. Depois, aos de todo o Brasil. E agora, durante cinco dias, ao público de Paraty, que uma vez mais se encontra nas ruas e praças de uma cidade em festa.
 
 
As Ruas da cidade histórica de Paraty receberão 33 autores de 10 países, sendo nove deles publicados pela editora Companhia das Letras.
José Miguel Wisnik participa da mesa "Sincorá", sobre os temas do seu livro mais recente, Maquinação do mundo. Neste, o professor, músico e escritor percorre a obra de Drummond e a história da mineração naquilo que diz respeito ao poeta, sem nunca perder de vista a potência da poesia como instrumento de percepção alargada e de criação de mundos. O assunto ganha ainda mais atualidade com os recentes desastres humanos e ambientais ocorridos nas cidades mineiras de Mariana e Brumadinho.
Kristen Roupenian, a autora do conto que viralizou em 2017, conversa com Sheila Heti sobre as representações de mulheres na literatura na mesa "Bom Conselho". Seu livro de estreia, Cat Person e outros contos, apresenta uma galeria de personagens profundamente humanos e, por isso mesmo, estranhamente inquietantes, que buscam se relacionar em dias marcados por angústias, contradições, perversões e uma dificuldade intransponível de comunicação.
 
Sheila Heti já publicou oito livros de ficção e não ficção, incluindo o romance How Should a Person Be?, eleito um dos doze novos clássicos do século XXI pela revista Vulture. Seu primeiro livro a sair no Brasil foi Maternidade, um romance que reflete sobre os ganhos e as perdas para uma mulher que decide se tornar mãe, tratando a decisão que mais traz consequências na vida adulta com franqueza, originalidade e humor.
 
Miguel Del Castillo é escritor, tradutor e editor. Depois da sua estreia em livro com os contos de Restinga, o escritor publica Cancún, um extraordinário romance de formação passado entre a Barra da Tijuca e o balneário mexicano. Com uma prosa irretocável, o autor coloca em cena temas como religião e paternidade.
Na Flip, Miguel conversará com a escritora venezuelana Karina Sainz Borgo em uma mesa sobre a escrita como maneira de trabalhar, ao mesmo tempo, questões subjetivas e também a objetividade das realidades sociais em estado de tensão e degradação.
Ailton Krenak é ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas e organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia. Em junho, publica seu primeiro livro pela Companhia das Letras: Ideias para adiar o fim do mundo, uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019.
O pensador indígena participa da mesa "Vaza-Barris [O Irapiranga dos Tapuias]" ao lado do diretor de teatro, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa. Eles conversam sobre liberdade e “re-existência”: terras férteis para arte, valorização da cultura e convivência com a diversidade.
Jarid Arraes, escritora, cordelista e poetisa, falará ao lado de Carmen Maria Machado, sobre as interseções entre a literatura e temas como gênero, origem, raça, deslocamento e pertencimento. A Flip marca também sua estreia como contista, com o livro Redemoinho em dia quente, a ser publicado pela Alfaguara. Focando nas mulheres da região do Cariri, no Ceará, os contos de Jarid desafiam classificações e misturam realismo, fantasia, crítica social e uma capacidade ímpar de identificar e narrar o cotidiano público e privado das mulheres.
Professor e presidente do departamento de ciências biológicas da Universidade Columbia, Stuart Firestein é o destaque da mesa "Massacará". Em conferência seguida de entrevista, o cientista fala sobre os temas de Ignorância, seu primeiro livro a ser publicado no Brasil. Nesta abordagem original sobre a natureza da pesquisa, Firestein faz um elogio aos mistérios científicos e às incertezas que motivam os pesquisadores ao demonstrar que a ignorância é o verdadeiro combustível da busca por conhecimento.
David Wallace-Wells, jornalista da revista New York e membro da fundação Nova América, é autor de A terra inabitável: Uma história do futuro, uma reportagem corajosa e desafiadora sobre os problemas que o século XXI enfrentará por conta do aquecimento global. O encontro entre jornalismo e meio ambiente é justamente o tema da mesa "Cocorobó", que Wallace-Wells divide com a brasileira Cristina Serra.
Encerrando a Flip, a tradicional mesa "Livro de cabeceira", em que os autores da programação oficial leem trechos de seus livros favoritos, recebe um convidado especial: Amyr Klink.
 
 
 
 
Comandante de embarcações e escritor, Klink é autor de, entre outros livros, Cem dias entre o céu e o mar, o relato de uma travessia absolutamente, incomum: mais de 3.500 milhas (cerca de 6500 quilômetros) desde o porto de Lüderitz, no sul da África, até a praia da Espera no litoral baiano, a bordo de um minúsculo barco a remo.
 
 










 
 
 
 
 
 
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