domingo, 28 de fevereiro de 2021

A ESCRITORA CAROLINA MARIA DE JESUS É DOUTORA HONORIS CAUSA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ). O TÍTULO, EM UMA HOMENAGEM PÓSTUMA. A APROVAÇÃO DA HONRARIA FOI UNÂNIME E POR ACLAMAÇÃO.


 


Carolina Maria de Jesus. Uma catadora de papel negra que ganhou o mundo das letras, num feito que para muitos parece impossível, agora é Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É Carolina Maria de Jesus, a mineira que morou na favela do Canindé, em São Paulo, onde catava papel para sobreviver.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro concedeu o título de doutora honoris causa a Carolina Maria de Jesus, escritora mineira falecida em 1977, aos 62 anos. Carolina é a autora do livro Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada, publicado em 1960.

Carolina Maria de Jesus se revelou como escritora após os 30 anos, quando se mudou de Minas Gerais para São Paulo após a morte da mãe.

Filha de analfabetos, Bitita, como era chamada quando criança, estudou apenas até o segundo ano do ensino fundamental. O curto período nos bancos da escola, no entanto, foi suficiente para fazê-la tomar gosto pela escrita e pela leitura.

Em 1937, aos 33 anos e grávida, passou a viver na favela do Canindé, zona norte da capital paulista, e a se sustentar como catadora de papel.

Sem largar de mão a literatura, aproveitava os cadernos usados que recolhia para registrar o cotidiano em que vivia. Foi assim que deixou uma obra literária atualmente reconhecida como de extrema relevância para a luta antirracista.

Seu primeiro e mais famoso livro, "Quarto de Despejo - Diário de Uma Favelada", foi publicado com o apoio do jornalista Audálio Dantas, em 1958, a partir das anotações que fazia em vinte cadernos.

Para Susana Castro, diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, e responsável pela sugestão da honraria, o título veio tardio. A professora destaca a persistência da autora em continuar sua produção literária, mesmo após o jornalista que a revelou ter lhe indicado que seu "papel" já tinha sido cumprido com o primeiro livro publicado.

Com os frutos do seu primeiro trabalho literário, Carolina Maria de Jesus chegou a morar num bairro de classe média de São Paulo. A autora tem ainda outras sete obras, seis publicadas após sua morte, compiladas a partir dos cadernos e materiais deixados por ela.

Novas publicações de manuscritos da autora vão ser publicadas pela editora Companhia da Letras, com a curadoria da escritora Conceição Evaristo. Carolina Maria de Jesus morreu em fevereiro de 1977, aos 62 anos, de insuficiência respiratória.

A honraria Honoris Causa, que significa “por causa de honra”, é concedida independentemente, da instrução educacional a quem se destacou por suas virtudes, méritos ou atitudes.

O agraciado passa a desfrutar dos mesmos privilégios daqueles que concluíram um doutorado acadêmico convencional.

No Brasil, cada instituição de ensino superior define pelo regimento interno quem receberá o título.

 

FONTE E FOTOS:

https://www.cartacapital.com.br/









sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

JORNAL SANTA ROSA - EDIÇÃO 1.495 - SEGUNDA QUINZENA DE FEVEREIRO DE 2021. EDITORA-CHEFE: SÍLVIA TANI.














JORNAL SANTA ROSA - EDIÇÃO 1.495 - SEGUNDA QUINZENA DE FEVEREIRO DE 2021. EDITORA-CHEFE: SÍLVIA TANI.

Olá, Sílvia Tani, acabamos de ver/salvar em nosso computador. Está uma maravilha! Caprichado mesmo, percebemos que tudo que você faz é com carinho e dedicação. A maior prova dessa sua atitude benéfica, é que você, está no panorama jornalístico há mais de 40 anos. Sempre perpetrando história e fazendo a diferença. Isso mesmo. O JORNAL SANTA ROSA é um jornal brilhante em todos os aspectos: Layout, conteúdos. A diagramação é belíssima, pela qual parabenizamos o exímio diagramador Renato Figueiredo. Parabéns, amigo Renato. Creia, temos uma admiração pelo seu excelente trabalho.

Agora falarei sobre a minha página cultural.  Gostei muito da CULTURA expressiva. A COLUNA CULTURA, na página 4 leva a minha assinatura, há cerca de 8 anos. Tenho um ORGULHO imenso de pertencer ao GRUPO SANTA-ROSENSE. Muito Feliz em caminhar ladeado a todos os integrantes/colunistas: Sílvia Tani, André Santa Rosa, Márcia Pessanha, Hilário Francisconi, Flávio Thamsten e deixar as minhas marcas grifadas em filigranas de ouro. Somos assim, como vocês sabem, somente, sabemos fazer essas coisas, cultura, literatura, educação. No entanto, é muito algo agradável para nós. E na vida, a gente tem que fazer o que traz felicidade. É isso, e vamos abraçando o mundo com alegria. E como diz o dito popular: Seguir em Frente. Inspire-se à sempre seguir novos caminhos, é isso? Não lembro. Muito obrigado, prezada Sílvia Tani, editora que faz tudo com amor e carinho. Amigos acreditam que é ela que faz tudo, que seleciona as matérias, que colhe os artigos, revisa e dar a martelada final. "Pronto, esse está PERFEITO". São essas as suas palavras, sempre. Então, o que nos resta a dizer? Muito obrigado pela atenção. E querendo trazer a nossa reverência. Sílvia Tani! É preciso coragem para ser diferente. E muita COMPETÊNCIA para fazer a DIFERENÇA. São essas coisas que fazem de você uma Mulher que AVULTADA perante todos nós. Valeu! Mais uma vez: MUITO OBRIGADO. Abraços do ALBERTO ARAÚJO. 26-02-2021

 


 

ESTREIA, DO PROGRAMA "ELAS POR ELAS", ENTREVISTANDO ELINALVA OLIVEIRA E DINORAH COUTO, EM PARCERIA DO "COLETIVO DE MULHERES ARTISTAS

 




 

ESTREIA, DO PROGRAMA "ELAS POR ELAS", ENTREVISTANDO ELINALVA OLIVEIRA E DINORAH COUTO,  EM PARCERIA DO "COLETIVO DE MULHERES  ARTISTAS", coordenado e organizado por  Angeli Rose e a AJEB MG com Irislene Morato como mediadora! Na próxima terça-feira dia 03/03/2021, às 19 horas, no canal do CMA, Coletivo Mulheres Artistas, do YouTube. Conto com  a presença de todos.

 

LIVE COM JAMES MCSIIL E NOSCILENE SANTOS. UMA CONVERSA ESPECIAL SOBRE ESCRITA CRIATIVA! Imperdível!

 


Vá descobrir como transformar as suas expe riências em uma narrativa para impactar palestras, aulas, sessões de mentoria, coaching. E mais, escrever artigos, posts para as distintas redes sociais, teses e afins.

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James faz parte do seleto grupo de consultores de histórias mundiais que atuam em todos os campos da utilização das ‘teorias de histórias’ (Storytelling): acadêmico, literatura, teatro, TV, cinema, parques temáticos, shows, corporativo, desenvolvimento pessoal, palestras, ensino, neurostorytelling e outros.

Noscilene Santos, autora, coach e mentora, há mais de 15 anos dedica-se a encorajar pessoas a darem um passo adiante em direção aos seus objetivos e a cumprirem o propósito de vida, mantendo o equilíbrio pessoal e profissional. É diretora de eventos, no Brasil, do McSill Story Studio, desde 2012.






MANOEL DE BARROS, POETA BRASILEIRO DO SÉCULO XX, PERTENECENTE À GERAÇÃO DE 45

 

 


Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá, 19 de dezembro de 1916 e faleceu em Campo Grande, 13 de novembro de 2014, foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao pós-modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do século e da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Com 13 anos, ele se mudou para Campo Grande (MS), onde viveu pelo resto da sua vida. Recebeu vários prêmios literários, entre eles, dois Prêmios Jabutis e foi membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. É o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros. Sua obra mais conhecida é o "Livro sobre Nada" de 1996.

 

Um ano depois do nascimento do poeta, sua família foi viver em uma propriedade rural em Corumbá. Mudou-se sozinho quando ele era ainda criança para Campo Grande, onde estudou em colégio interno e, mais tarde, para o Rio de Janeiro, a fim de completar os estudos, onde formou-se bacharel em direito em 1941. Tendo estado 10 anos em um internato, rebelou-se contra a escrita do Padre Antônio Vieira, por lhe parecer que para aquele a frase era mais importante que a verdade. Através da leitura da poesia em prosa de Arthur Rimbaud, Manoel de Barros descobre que "pode misturar todos os sentidos".

 

Seu primeiro livro não era de poesia, e teria se perdido em razão de uma confusão com a polícia. Quando vivia no Rio de Janeiro, aos 18 anos, tendo entrado para a União da Juventude Comunista, grafitou as palavras "Viva o Comunismo" em uma estátua. Quando a polícia foi buscá-lo na pensão onde morava, a dona do estabelecimento pediu para "não prender o menino, tão bom que até teria escrito um livro, chamado "Nossa Senhora de Minha Escuridão'". Tendo o policial que comandava a operação se sensibilizado, o poeta não foi preso, mas a polícia levou o seu livro.

 

Embora a poesia tenha estado presente em sua vida desde os 13 anos de idade, teria escrito o primeiro poema somente aos 19 anos. Seu primeiro livro publicado foi "Poemas concebidos sem pecado" (1937), feito artesanalmente por amigos numa tiragem de 20 exemplares mais um, que ficou com ele.

Rompe com o PCB quando o seu líder, Luís Carlos Prestes, após 10 anos de prisão política durante o regime getulista, resolve declarar apoio ao presidente Getúlio Vargas, que já havia entregue sua esposa Olga Benário ao regime nazista da Alemanha, onde ela morreu.

 

Após sua decepção, viveu na Bolívia, no Peru e também, durante um ano, em Nova York onde fez um curso de cinema e pintura no Museu de Arte Moderna.

Na década de 1960 voltou para Campo Grande, onde passou a viver como criador de gado, sem nunca deixar de trabalhar incansavelmente em seu ofício de poeta.

 

Apesar de ter escrito muitos livros durante toda a sua vida e de ter ganhado vários prêmios literários desde 1960, durante muito tempo sua obra ficou desconhecida do grande público. Possivelmente porque o poeta não frequentava os meios literários e editoriais e, deduzindo-se das palavras do poeta (ele diz "por orgulho"), por não bajular ninguém.

 

Seu trabalho começou a ser valorizado, nacionalmente, a partir da descoberta deste por parte de Millôr Fernandes, já na década de 1980. A partir daí, ganhou reconhecimento através de vários dos maiores prêmios literários do Brasil, como o Jabuti, em 1987, com "O guardador de águas".

 

Foi considerado o maior ou um dos maiores poetas do Brasil, sendo um dos mais aclamados nos círculos literários do seu país. Seu trabalho tem sido publicado em Portugal, onde é um dos poetas contemporâneos brasileiros mais conhecidos, na Espanha e na França.

 

POESIAS MUSICADAS

 

O cantor Márcio de Camillo, antes da morte do poeta, veio com a proposta de musicar as suas poesias, o que resultou no CD Crianceiras com ilustrações feitas por Martha Barros. O espetáculo roda o Brasil inteiro.

 

A POESIA

 

Somente após as suas duas primeiras publicações em livro, as quais expressavam um lirismo mais impessoal e atado às convenções poéticas, a poesia de Manoel de Barros assume as características personalíssimas que marcam a sua obra.

 

Na sua obra de estreia, "Poemas concebidos sem pecado" (1937), apesar do tom autobiográfico de poemas como "Cabeludinho", nota-se claramente a inserção do poeta no Modernismo brasileiro de 1922, através da discussão da tradição literária brasileira (Iracema), do Parnasianismo, e da influência de Macunaíma de Mário de Andrade, admitida e criticada pelo próprio Barros. Algumas construções próximas do primeiro vanguardismo europeu e da oralidade brasileira também são perceptíveis.

 

Após a publicação de "A face imóvel" (1942), sua poesia passa a ter como "plano de fundo" o pantanal, indo sua temática, porém, para muito além do paisagismo inócuo. Nesse universo adâmico em que os poemas se plasmam, por meio de sua natureza e de seu cotidiano, a linguagem poética procura transformar em tátil, olfativo, visual, gustativo e auditivo aquilo que é paradoxalmente abstrato. Não por acaso, o filólogo Antonio Houaiss o compara a São Francisco de Assis, "na sua humildade diante das coisas".

 

Transfigurando poeticamente o universo em suas aparentes e visíveis minudências, Manoel de Barros sublinha, em realidade, a estreita dimensão dos seres humanos diante da natureza, diante da linguagem, diante do cosmos. Esse aspecto do pensamento manoelino observa-se nos títulos dos seus livros, tais como "Compêndio para uso dos pássaros" (1960), "Gramática expositiva do chão" (1966), "Tratado geral das grandezas do ínfimo" (2001). Segundo Leandro Valentin (2013), essa poesia dedica-se, também, à desautomatização do olhar dos desatentos passantes frente ao universo, como no poema "O poeta", publicado em "Ensaios Fotográficos" (2000).[8] Ainda segundo Antonio Houaiss, a poesia de Manoel de Barros, sob aparência surrealista, é de uma enorme racionalidade: "suas visões, oníricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais...".

 

Outras características marcantes da poesia de Manoel de Barros são o uso de vocabulário coloquial-rural e de uma sintaxe que homenageia a oralidade e a oralitura, ampliando as possibilidades expressivas e comunicativas do léxico por meio da formação de palavras novas (neologismos). Assim, pelo uso que Manoel de Barros faz da língua escrita, retomando e desenvolvendo o legado da oralidade em todos os seus planos expressivos, seu trabalho tem sido muitas vezes comparado ao de Guimarães Rosa, muitos se referindo ao poeta como "Guimarães Rosa da poesia", mas talvez coubesse dizer que Rosa é o "Manoel de Barros da prosa". "Desde Guimarães Rosa a nossa língua não se submete a tamanha instabilidade semântica", teria dito o poeta Geraldo Carneiro a seu respeito. Para além de sua complexidade e densidade, a poesia de Manoel de Barros pode induzir os jovens leitores e aprendizes a práticas autônomas de leitura e de decodificação das experiências cotidianas.

 

Pode-se dizer que Manoel de Barros, na poesia, tal como Guimarães Rosa na prosa, teria levado a situações-limite aquilo que Oswald de Andrade expressava, programaticamente, em seu Manifesto Antropófago. Sua forma de conceber as relações entre mundo empírico e literatura muito contribui para renovar as literaturas em línguas neolatinas, uma vez que a obra de Barros supera as dicotomias que operam a cisão entre seres humanos e natureza, que apresentam a natureza como um ente a ser enfrentado e dominado pelos humanos, tal como se observa, de maneira geral, nas obras literárias do ocidente, segundo analisa Marcelo Marinho.

 

Talvez, por todas essa características, o próprio Manoel de Barros recorre a um oxímoro para definir sua arte como "vanguarda primitiva", tendo consciência da sua relação com as vanguardas e o modernismo brasileiro, principalmente o de Oswald de Andrade, no que se refere à expressividade da linguagem em suas relações ambíguas com a natureza. Manoel de Barros nunca se afasta do "vanguardismo primitivista" (ver primitivismo), como se pode notar pelo título "Poesia Rupestre" (2004), ganhador de vários prêmios literários de repercussão em todo o Brasil.

 

MORTE E HOMENAGEM

 

O escritor morreu aos 97 anos. Ele foi internado no dia 24 de outubro de 2014 no Proncor, em Campo Grande (MS), para uma cirurgia de desobstrução do intestino. De acordo com o boletim médico assinado pela doutora Carmelita Vilela, o falecimento ocorreu no dia 13 de novembro, às 8h05min, por falência de múltiplos órgãos. Ele foi sepultado por volta das 18h no cemitério Parque das Primaveras. O escritor completaria 98 anos em 19 de dezembro de 2014.

Foi homenageado em 2016 e 2017 respectivamente pelas escolas de samba Sossego e Império Serrano e em ambas as escolas contando sua vida, sagraram-se campeãs.

 

OBRAS

 

1937 — Poemas concebidos sem Pecado

1942 — Face imóvel

1956 — Poesias

1960 — Compêndio para uso dos pássaros

1966 — Gramática expositiva do chão

1974 — Matéria de poesia

1980 — Arranjos para assobio

1985 — Livro de pré-coisas

1989 — O guardador das águas

1990 — Gramática expositiva do chão: Poesia quase toda

1993 — Concerto a céu aberto para solos de aves

1993 — O livro das ignorãças

1996 — Livro sobre nada

1996 — Das Buch der Unwissenheiten - Edição da revista alemã Akzente

1998 — Retrato do artista quando coisa

2000 — Ensaios fotográficos

2000 — Exercícios de ser criança

2000 — Encantador de palavras - Edição portuguesa

2001 — O fazedor de amanhecer

2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo

2001 — Águas

2003 — Para encontrar o azul eu uso pássaros

2003 — Cantigas para um passarinho à toa

2003 — Les paroles sans limite - Edição francesa

2003 — Todo lo que no invento es falso - Antologia na Espanha

2004 — Poemas Rupestres

2005 — Riba del dessemblat. Antologia poética — Edição catalã (2005, Lleonard Muntaner, Editor)

2005 — Memórias inventadas I

2006 — Memórias inventadas II

2007 — Memórias inventadas III

2010 — Menino do Mato

2010 — Poesia Completa

2011 — Escritos em verbal de ave

2013 — Portas de Pedro Viana



 

PRÊMIOS

 

1960 — Prêmio Orlando Dantas - Diário de Notícias, com o livro Compêndio para uso dos pássaros;

1966 — Prêmio Nacional de poesias, com o livro Gramática expositiva do chão;

1969 — Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, com o livro Gramática expositiva do chão.

1989 — Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Poesia, como o livro O guardador de águas;

1990 — Prêmio Jacaré de Prata da Secretaria de Cultura de Mato Grosso do Sul como melhor escritor do ano;

1996 — Prêmio Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional, com o livro "Livro das ignorãnças";

1997 — Prêmio Nestlé de Poesia, com o livro: "Livro sobre nada";

1998 — Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra;

2000 — Prêmio Odilo Costa Filho - Fundação do Livro Infanto Juvenil, com o livro Exercício de ser criança;

2000 — Prêmio Academia Brasileira de Letras, com o livro Exercício de ser criança;

2002 — Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria livro de ficção, com O fazedor de amanhecer;

2005 — Prêmio APCA 2004 de melhor poesia, com o livro Poemas rupestres;

2006 — Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, com o livro Poemas rupestres.







O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA - MANOEL DE BARROS

 

 

 

 

Tenho um livro sobre águas e meninos.

Gostei mais de um menino

que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira

era o mesmo que roubar um vento e

sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo

que catar espinhos na água.

O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.

Quis montar os alicerces

de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino

gostava mais do vazio, do que do cheio.

Falava que vazios são maiores e até infinitos.

Com o tempo aquele menino

que era cismado e esquisito,

porque gostava de carregar água na peneira.

Com o tempo descobriu que

escrever seria o mesmo

que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu

que era capaz de ser noviça,

monge ou mendigo ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.

Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.

E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.

Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!

Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios

com as suas peraltagens,

e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

 

- Manoel de Barros -








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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

TOM JOBIM IMPORTANTE MÚSICO BRASILEIRO. ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM, COMPOSITOR, VIOLONISTA, PIANISTA, FLAUTISTA, ARRANJADOR E PRODUTOR BRASILEIRO. GRAVOU MAIS DE TRINTA DISCOS, FOI UM DOS INVENTORES DA BOSSA NOVA E É CONSIDERADO UM DOS MAIORES NOMES DA MÚSICA MUNDIAL NO SÉCULO 20




TOM JOBIM IMPORTANTE MÚSICO BRASILEIRO. ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM, COMPOSITOR, VIOLONISTA, PIANISTA, FLAUTISTA, ARRANJADOR E PRODUTOR BRASILEIRO. GRAVOU MAIS DE TRINTA DISCOS, FOI UM DOS INVENTORES DA BOSSA NOVA E É CONSIDERADO UM DOS MAIORES NOMES DA MÚSICA MUNDIAL NO SÉCULO 20.

 

UM POUCO SOBRE TOM JOBIM

 

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu no Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 e faleceu em Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994, mais conhecido pelo seu nome artístico, Tom Jobim, foi compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores do movimento da bossa nova, com sua música e melodia, ao lado da letra e poesia de Vinicius de Moraes e da voz e violão de João Gilberto.

Filho do diplomata gaúcho Jorge de Oliveira Jobim e da dona de casa fluminense Nilza Brasileiro de Almeida, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu na Rua Conde de Bonfim, n.º 634, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro (na época Distrito Federal). Mudou-se com a família no ano seguinte para Ipanema, onde foi criado. A ausência do pai durante a infância e adolescência lhe impôs um contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido peculiarmente, para as construções harmônicas e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano em aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.

O trisavô paterno do compositor, José Martins da Cruz Jobim, era natural de Jovim, Gondomar, Portugal. O sobrenome de Jobim alude a essa localidade. A bisavó do compositor, Maria Joaquina, era meia-irmã do barão de Cambaí, Antônio Martins da Cruz Jobim. Era descendente, também, do bandeirante Fernão Dias Pais.

VIDA PESSOAL

No dia 15 de outubro de 1949, Antonio Carlos Jobim casou-se com Thereza de Otero Hermanny (1930), com quem teve dois filhos, Paulo (1950) e Elizabeth (1957).

Em 1976, Tom conheceu a fotógrafa Ana Beatriz Lontra, então com 19 anos, mesma idade de sua filha Elizabeth. Em 30 de abril de 1986, eles se casaram. Tom e sua segunda esposa tiveram dois filhos juntos, João Francisco (1979-1998) e Maria Luiza Jobim (1987).

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Pensou em trabalhar com arquitetura, chegando a cursar o primeiro ano da faculdade e até a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e decidiu ser pianista. Tocava em bares e boates em Copacabana, como no Beco das Garrafas no início dos anos 1950, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental, onde trabalhou com Sávio Silveira. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Datam dessa época as primeiras composições, sendo a primeira gravada “Incerteza”, uma parceria com Newton Mendonça, na voz de Mauricy Moura.

Depois da Continental, foi para a ODEON. Entretanto, não tinha tanto tempo para se dedicar à composição, que lhe interessava mais. É nessa época que compôs alguns sambas, em parceria de Billy Blanco: Tereza da Praia, gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental (1954), Solidão e a Sinfonia do Rio de Janeiro. Tereza da Praia foi o primeiro sucesso. Depois disso, ocorreram outras parcerias, como com a cantora e compositora Dolores Duran, na canção Se é por Falta de Adeus.

No ano de 1953, as canções Faz uma Semana e Pensando em Você foram gravadas por Ernani Filho. Ainda nos anos 50, com Vinicius de Moraes, Tom Jobim produziu as canções para a peça Orfeu da Conceição e, posteriormente, para o filme Orfeu do Carnaval ou Orfeu Negro, dirigido por Marcel Camus, ao lado de Luiz Bonfá e Antônio Maria.

Dessa peça fez bastante sucesso a canção antológica Se Todos Fossem Iguais a Você, gravada diversas vezes. Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova. O LP Canção do Amor Demais (1958), em parceria com Vinícius e interpretação de Elizeth Cardoso, foi acompanhado pelo violão de um baiano até então desconhecido, João Gilberto. A orquestração é considerada um marco inaugural da bossa nova, pela originalidade das melodias e harmonias. Inclui, entre outras, Canção do Amor Demais, Chega de Saudade e Eu Não Existo sem Você. A consolidação da bossa nova como estilo musical veio logo em seguida com o 78 rotações Chega de Saudade, interpretado por João Gilberto, lançado em 1959, com arranjos e direção musical de Tom, que selou os rumos que a música popular brasileira tomaria dali para frente. No mesmo ano foi a vez de Sílvia Telles gravar Amor de Gente Moça, um disco com doze canções de Tom, entre elas Só em Teus Braços, Dindi (com Aloysio de Oliveira) e A Felicidade (com Vinícius).

Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova Iorque, em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema. Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de “clássicos” produzidos por Tom é impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba (com Vinícius), Ela é Carioca (com Vinícius), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio), Vivo Sonhando. Nos Estados Unidos gravou discos (o primeiro individual foi The Composer of Desafinado, Plays, de 1965), participou de espetáculos e fundou sua própria editora, a Corcovado Music. Em 1964, competindo com os Beatles, os Rolling Stones e Elvis Presley, Tom Jobim ganhou o Grammy de Música do Ano com a "Garota de Ipanema".

O sucesso fora do Brasil o fez voltar aos EUA em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês das canções de Tom (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter. No fim dos anos 1960, depois de lançar o disco Wave (com a faixa-título, Triste, Lamento, entre outras instrumentais), participou de festivais no Brasil, conquistando o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com Sabiá, em parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. Sabiá conquistou o júri, mas não todo o público, que em grande parte preferia que a vencedora fosse "Pra não Dizer que não Falei das Flores" (ou, como ficou mais conhecida popularmente, "Caminhando"), composta e interpretada por Geraldo Vandré, por seu conteúdo de confrontação à ditadura política por que passava o país. Assim, uma grande parte do público vaiou ostensivamente tanto a divulgação do resultado quanto toda a interpretação da vencedora, para constrangimento de seus compositores.

Ao apresentar-se como segundo colocado, Vandré, sentindo o clima pesado do ambiente, até tentou defender os vencedores, dizendo:

"Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. A nossa função é fazer canções; a função de julgar, nesse instante, é do Júri, que ali está" (e ao afrontar assim o público, foi vaiado estrondosamente, também. Ao que ele reagiu esperando o final dos apupos, para deixar uma alerta e lição ao público) (...). Tem mais uma coisa só: pra vocês, que continuam pensando que me apoiam vaiando... (o público inicia um coro de "é marmelada!") (...). Olha, tem uma coisa só: a Vida não se resume em Festivais!".


 


PRINCIPAIS MÚSICAS

01. Wave - Tom Jobim

02. Águas De Março - Tom Jobim

03. Insensatez - Tom Jobim

04. Água de Beber - Tom Jobim

05. Triste - Tom Jobim

06. Desafinado - Tom Jobim

07. Chega de Saudade - Tom Jobim

08. The Girl From Ipanema - Tom Jobim

09. Corcovado - Tom Jobim

10. Garota de Ipanema - Tom Jobim

11. Brazil - Tom Jobim

12. A Felicidade - Tom Jobim

13. Look To The Sky - Tom Jobim

14. Meditation - Tom Jobim

15. O Morro Não Tem Vez - Tom Jobim

 

 

ALGUMAS FRASES

 

“Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.”

― Tom Jobim

 

 “Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.”

― Tom Jobim

 

 “A gente leva da vida a vida que a gente leva.”

― Tom Jobim

 

 “Nada melhor para a saúde do que um amor correspondido.”

― Tom Jobim

 

 “Fez-se uma pausa no tempo, cessou todo meu pensamento, e como acontece uma flor também acontece o amor... Assim, sucedeu assim e foi tão de repente que a cabeça da gente vira só coração...”

― Tom Jobim

 

“A música é o silêncio que existe entre as notas”

― Tom Jobim

           

“O Brasil não é para principiantes.”

― Tom Jobim

           

“Nenhuma situação é tão complicada que uma mulher não possa piorar.”

― Tom Jobim

           

“Este é um país em que as prostitutas gozam, os traficantes cheiram e em que um carro usado vale mais que um carro novo. É ou não é um país de cabeça para baixo ?”

― Tom Jobim

           

“Sei lá, sei lá... A vida é uma grande ilusão, só sei que ela está com a razão.”

― Tom Jobim

           

“Toda música é reflexo de uma época.”

― Tom Jobim

 

“No Brasil, sucesso é ofensa pessoal.”

― Tom Jobim

 

           

“Ah! Se eu pudesse entender o que dizem os seus olhos.”

― Tom Jobim

 

“Sabe o que é melhor que ser bandalho ou galinha? Amar. O amor é a verdadeira sacanagem.”

― Tom Jobim

 

“O dinheiro não é tudo. Não se esqueça também do ouro, os diamantes, da platina e das propriedades.”

― Tom Jobim

 

“Este é um país em que as prostitutas gozam, os traficantes cheiram e em que um carro usado vale mais que um carro novo. É ou não é um país de cabeça para baixo?”

― Tom Jobim

           

“Eu sou apenas um pobre amador apaixonado, um aprendiz do teu amor.”

― Tom Jobim

 

“Grandes mulheres merecem, pelo menos, um pequeno olhar.”

― Tom Jobim

 

“Minha obra é toda um canto de amor ao Brasil, minha terra, povo, flora e fauna. À vista da minha janela ou da janela do avião.”

― Tom Jobim

 

“Ah, Quem Me Dera Ah, quem me dera ser poeta Pra cantar em seu louvor Belas canções, lindos poemas Doces frases de amor”

― Tom Jobim

 

“É preciso sobreviver para atingir a idade da realização, para ser feliz. Não vale sair antes do jogo terminar.”

― Tom Jobim

 

“Mulher chega a um ponto em que quebra garrafa de whisky na pia. Vocês sabem o que elas fazem… É a revolta, né? Mas não adianta, a gente compra mais.”

― Tom Jobim

 

“Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.”

― Tom Jobim

           

“Vem de mansinho à brisa e me diz: É impossível ser feliz sozinho.”

― Tom Jobim