quinta-feira, 29 de abril de 2021

JORNAL "DIZ" EDIÇÃO 258. SEGUNDA QUINZENA DE ABRIL DE 2021. EDITOR GERAL EDGARD FONSECA

 


JORNAL "DIZ" EDIÇÃO 258. SEGUNDA QUINZENA DE ABRIL DE 2021. EDITOR GERAL EDGARD FONSECA.











quarta-feira, 28 de abril de 2021

GRAVAÇÃO DO PROJETO MOSTRA SUA CARA COM BETI ROZEN, ENTREVISTADA ESCRITORA ANA MARIA TOURINHO

 



GRAVAÇÃO DO PROJETO MOSTRA SUA CARA COM BETI ROZEN, ENTREVISTADA ESCRITORA ANA MARIA TOURINHO. 

EM 28 DE ABRIL DE 2021.  

CLICAR NO LINK: https://youtu.be/3HuX-2KnhV0

 






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segunda-feira, 26 de abril de 2021

FILME POESIA PROTESTO DE NEIDE BARROS RÊGO




POESIA PROTESTO DE NEIDE BARROS RÊGO, 

VOZ SYLLA CHAVES. 

CLICAR AQUI: https://youtu.be/58Fk8OmCF1o


PROTESTO

 

Neide Barros Rêgo

 

Enquanto houver fome e frio                    

nos lares pobres, nas ruas

- e tantos nem casa têm -,

eu não vou comemorar.

 

Enquanto a guerra matar

por fanatismo, ambição

- irmão destruindo irmão-,

eu não vou comemorar.

 

Enquanto houver desemprego,

faltar saúde, lazer,

segurança, educação

Eu não vou comemorar.

 

Enquanto houver preconceito

de cor, de crença e de raça,

inveja, ódio, vaidade,

eu não vou comemorar.

 

Enquanto houver desperdício,

egoísmo, indiferença,

sequestros, crime e vício,

eu não vou comemorar.

 

Enquanto houver abandono

de crianças, de idosos,

medo, angústia, sofrimento,

eu não vou comemorar.

 

Enquanto houver miseráveis,

desprezo ao deficiente

e mendigos nas sarjetas,

eu não vou comemorar.

 

Mas não perdi a Esperança

-Sonho louco? Utopia? -

de que chegará o dia

em que tudo vai mudar.

 

E eu irei comemorar.







SÁVIO SOARES DE SOUSA





O SÁBIO SABER DE SÁVIO SOARES DE SOUSA POESIA DE ALBERTO ARAÚJO.


Ao SÁVIO, HOMEM SÁBIO.

Que Sabe o Saber dos frutos da Antiga Grécia e do universo literário do nosso Castro Alves.

 

Sávio, tu tens o sabor do saber da Grécia clássica, e meu ser sabe de tua verdade, Verdadeira!

As paredes e o solo fecundo da sabedoria sabem do teu saber a pastorear imagens antigas.

És um mentor de beleza que conhece o vento e o sol da inteligência.

E como uma borboleta tu adentras na minha alma.

Eis aqui!

Fotografias escritas

da tua história de vida...

Tens a aura do poeta circunspecto

imortal e do mistério das sibilas!

És brisa a espalhar cultura e resplendor na palavra iluminada.

Com o coração ungido de contentamento, teu olhar contempla a grande luz das esferas transcendentes da nossa humana condição.

És sábio, Sávio... Astuto e simples.

Acalentas a modéstia e a essência

da ampla aragem dos antigos gregos.

És chama vibrante dos arcaicos tempos!

Quando sentimental te tornas, preferes a linguagem dos poetas da antiga Grécia que se banham nas águas do sagrado rio de Hipocrene.

Voas, então, no cavalo Pégaso rumo ao infinito das estrelas da Poesia!

Festeja os anos que tu revelas!

E que a harpa do tempo te resguarde!

Enquanto o teu doce viver peregrinar

pela Terra, teus ideais e pensamentos estarão conosco na carruagem estelar...

E todos nós, por certo, seguiremos teus fecundos passos, guiados pelos mares da tua vida e inspiração rumo ao benfazejo Céu da Poesia, onde habita Apolo com seu filho Orfeu.

 

By © Alberto Araújo

25 de abril de 2021

 





UM POUCO DE SÁVIO SOARES DE SOUSA

 

 

SÁVIO SOARES DE SOUSA Poeta, prosador, crítico de cinema, exerceu o jornalismo por mais de trinta anos, principalmente em “O Fluminense”. Nasceu em Niterói no bairro do Fonseca em 18 de setembro de 1924, filho de Oswaldo Soares de Sousa e Vespertina Reis Soares de Sousa. Descende do Visconde do Uruguai. Estudos: alfabetizado em casa, com a tia Nelsina; depois: frequentou o Colégio Brasil, Colégio Universitário da Praia Vermelha, Liceu Nilo Peçanha, Faculdade de Direito de Niterói e Sociedade Dante Alighieri do Rio de Janeiro.

 

VIDA PROFISSIONAL: Bancário (Banco Mercantil de Niterói); Taquígrafo Parlamentar (Assembleia  Legislativa do Estado/RJ (1947/1960); Advogado, Membro do Ministério Público-RJ (Promotor e Procurador de Justiça -1960/1991).

 

VIDA CULTURAL; Cofundador do Grêmio Literário Humberto de Campos (1944); do Clube de Poesia de Niterói (1956); do Clube Fluminense de Cinema (1956); da Associação Niteroiense de Cultura Latino-Americana / ANCLA e do Instituto Latino-Americano de Cultura/ILAC. Colaborador nos jornais: O Estado, Diário do Povo e Letras Fluminenses (de Luís Magalhães). Redator literário de O Fluminense, responsável pelo suplemento “Prosa & Verso” (1962/1972), juntamente, com Marcos Almir Madeira.

 

PARTICIPAÇÃO EM ACADEMIAS: Membro efetivo das Academias Fluminense, Niteroiense, Valenciana, Itaboraiense e Gonçalense de Letras. Membro da União Brasileira de Trovadores/UBT, atual presidente. Orador oficial do centenário do poeta Alberto de Oliveira, em Saquarema, RJ (1957). Fundador do Clube de Poesia de Itaboraí, RJ (1966). Cofundador e primeiro orador oficial do Grupo dos Amigos do Livro, atual Grupo Mônaco de Cultura (Livraria Ideal, Niterói/RJ). Colaborador da revista Bali, da Academia de Letras, com a seção “Nozes e Vozes” há doze anos. Foi crítico de cinema no Diário do Povo (1955).

 

Integrante do movimento “Escritores ao Ar Livro”, instituído pelo poeta e publicitário Paulo Roberto Cecchetti, e o idealizador do folheto “Resenha da Tenda”.

 

Livros publicados: “Mundo número dois”, “O salto e o paraquedas”, “Signo do sapo”, “O canibal arrependido e outros discursos” e “Rapsódia para sanfona”(trovas). Verbete da “Nova Enciclopédia Delta-Larousse” e da “Enciclopédia de Niterói”, de Luís Antônio Pimentel. Noé ou a máquina antediluviana.

 



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CONEXÃO SEM FRONTEIRAS é citado em mídia impressa, com credibilidade de 80 anos, no Estado do Ceará — Nordeste do Brasil.

 




CONEXÃO SEM FRONTEIRAS é citado em mídia impressa, com credibilidade de 80 anos, no Estado do Ceará — Nordeste do Brasil. O Programa de entrevistas Conexão Sem Fronteiras, da Rede Sem Fronteiras, no Instagram, foi tema de matéria, na coluna “Sociedade”. Escreve-a o jornalista Flavio Torres, no jornal impresso cearense, “O Estado”. Agradecemos a deferência e celebramos esse sucesso com nossos escritores parceiros.




 

REDE SEM FRONTEIRAS! Nós somos uma organização cultural que promove, fomenta e divulga a cultura brasileira e lusófona em mais de 20 países pelo mundo. 






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GANHADORES DO OSCAR 2021

 

 

 


"NOMADLAND" foi o grande vencedor do Oscar 2021, domingo, 25 de abril de 2021, com três prêmios. Drama americano sobre nômades da terceira idade sem emprego ou aposentadoria, venceu o principal prêmio da noite: Melhor filme. A 93ª cerimônia dos melhores do cinema aconteceu em dois lugares, devido à pandemia de Covid-19: no Dolby Theatre e no Union Station, em Los Angeles.

 

'NOMADLAND' foi o grande vencedor, com os prêmios de melhor filme, direção e atriz. Longa sobre nômades fez de Chloé Zhao a segunda mulher a ganhar categoria de direção. Anthony Hopkins, Frances McDormand, Daniel Kaluuya e Youn Yuh-jung venceram.

 

FRANCES MCDORMAND (Melhor atriz) é uma das produtoras de "Nomadland" e também ganhou prêmio com a vitória na categoria principal. "Por favor, assistam nosso filme na maior tela que vocês puderem", pediu. Depois, ela ofereceu o Oscar para "os nossos lobos" e terminou o discurso uivando no microfone.

 

Em seu discurso como Melhor Atriz, ela disse que sua voz é "sua espada". "Nossa espada é nosso trabalho. Eu gosto de trabalhar. Muito obrigada por reconhecerem isso".

 

As apresentações musicais do Oscar foram gravadas e exibidas antes da premiação. Assim, sobrou tempo para os vencedores fazerem seus discursos sem interrupção.

 

Um dos mais emocionantes da noite foi do diretor Thomas Vinterberg, que levou o prêmio de Melhor Filme Internacional por "Druk - Mais uma rodada". O dinamarquês se emocionou ao homenagear a filha, que morreu logo antes das filmagens em um acidente de carro.

 

As duas vitórias de atuação coadjuvantes foram para atores não brancos, confirmando um olhar da Academia para mais representatividade na premiação.

 

Daniel Kaluuya venceu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por “Judas e o Messias Negro” e sua interpretação do jovem ativista Fred Hampton. Em seu discurso, ele fez uma homenagem a Hampton e ao partido dos Panteras Negras.

 

"Que homem. Quão abençoados nós somos por termos vivido uma vida onde ele existiu. Obrigado por sua luz. Ele esteve nesta terra por 21 anos e encontrou uma maneira de dar café da manhã às crianças, educar as crianças, dar assistência médica gratuita, contra todas as probabilidades. Ele me mostrou, ele me ensinou, ele, Huey P. Newton, Bobby Seale, os Panteras Negras, eles me mostraram como me amar, e com esse amor, eles transbordaram para a comunidade negra e outras comunidades."

A edição de 2021 foi marcada por alguns recordes e feitos inéditos. Dois deles foram conseguidos pela equipe de "A voz suprema do blues". Ann Roth, de 89 anos, se tornou a mulher mais velha a ganhar um Oscar após vencer como Melhor Figurino.

 

E Mia Neal, Sergio Lopez-Rivera e Jamika Wilson foram os primeiros vencedores negros na categoria de Maquiagem e Cabelo.

 

Veja, abaixo, os vencedores do Oscar 2021

 

MELHOR FILME

Nomadland (vencedor)

 MELHOR ATRIZ

Frances McDormand - "Nomadland" (vencedora)

MELHOR ATOR

Anthony Hopkins - "Meu pai" (vencedor)

MELHOR DIREÇÃO

Chloé Zhao - "Nomadland" (vencedora)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Youn Yuh-jung - "Minari" (vencedora)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Daniel Kaluuya - "Judas e o messias negro" (vencedor)

MELHOR FILME INTERNACIONAL

Druk - Mais uma rodada (Dinamarca) (vencedor)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Meu pai (vencedor)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Bela vingança (vencedor)

MELHOR FIGURINO

A voz suprema do blues (vencedor)

MELHOR TRILHA SONORA

Soul (vencedor)

MELHOR ANIMAÇÃO

Soul (vencedor)

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

If anything happens I love you (vencedor)

MELHOR CURTA-METRAGEM EM LIVE ACTION

Two distant strangers" (vencedor)

MELHOR DOCUMENTÁRIO

My octopus teacher (vencedor)

MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM

Colette (vencedor)

MELHOR SOM

O som do silêncio(vencedor)

CANÇÃO ORIGINAL

Fight for you - Judas e o messias negro (vencedor)

MAQUIAGEM E CABELO

A voz suprema do blues (vencedor)

EFEITOS VISUAIS

Tenet (vencedor)

MELHOR FOTOGRAFIA

Mank (vencedor)

MELHOR EDIÇÃO

O som do silêncio (vencedor)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

Mank (vencedor)


MELHOR DIREÇÃO

Chloé Zhao - "Nomadland" (vencedora)



MELHOR ATOR

Anthony Hopkins - "Meu pai" (vencedor)


MELHOR ATRIZ

Frances McDormand - "Nomadland" (vencedora)



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domingo, 25 de abril de 2021

AOS AMIGOS CINÉFILOS. LINK PARA ASSISTIR A LIVE DA ENTREGA DO OSCAR 2021





AOS  AMIGOS CINÉFILOS. LINK PARA ASSISTIR A LIVE DA ENTREGA DO OSCAR 2021. TNT NO YOU TUBE. 


CLICAR AQUI: 

https://www.youtube.com/watch?v=JbtzNWbGzRM









"O MIO BABBINO CARO" (INSTRUMENTAL) DA ÓPERA GIANNI SCHICCHI DE GIACOMO PUCCINI




"O MIO BABBINO CARO" (INSTRUMENTAL) DA ÓPERA GIANNI SCHICCHI DE GIACOMO PUCCINI. Do álbum "Puccini Without Words." Executado por Andre Kostelanetz e sua orquestra e a Columbia Symphony Orchestra.

 

O MIO BABBINO CARO

 

O mio babbino caro

Mi piace è bello, bello

Vo'andare in porta rossa

A comperar l'anello!

Sì, sì, ci voglio andare!

E se l'amassi indarno

Andrei sul ponte Vecchio

Ma per buttarmi in arno!

Mi struggo e mi tormento!

O, Dio, vorrei morir!

Babbo, pietà, pietà!

 

Ó Meu Querido Pai

Ó meu querido paizinho

Amo-te, és tão belo

Quero ir até Porta vermelha

Para comprar um anel!

Sim, sim, quero ir!

E, se meu amor for em vão,

Irei até ponte velha

E me jogar ao rio Arno!

Caio em prantos e sofro tormentas!

Oh, Deus, preferiria morrer!

Pai, tende piedade, tende piedade!

 

 

Giacomo Puccini nasceu em Lucca, 22 de dezembro de 1858  e faleceu em Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. Suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente, entre essas estão La bohème, Tosca, Madama Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O Mio Babbino Caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La Bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.

 

Descrito pela Encyclopædia Britannica como "um dos maiores expoentes das óperas realistas", ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos.Seu repertório é essencialmente feito pelo verismo, ou pela tradição operística e estilo literário pós-românticos. Enquanto seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de Igor Stravinsky. Os temas mais comuns em suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor.





TROVA DIA 25 DE ABRIL DE 2021. TROVAS NA VOZ DO TROVADOR ANTONIO SOARES-ASO O CONDOREIRO DO AMOR




TROVA DIA 25 DE ABRIL DE 2021. PROJETO TROVAS NA VOZ DO TROVADOR ANTONIO SOARES-ASO, O CONDOREIRO DO AMOR.


 CLICAR AQUI: https://youtu.be/gtdkVjmwDs4

 

Estás no auge da beleza,

cintilante, a vicejar!

Nem reparas, com certeza,

nestes meus cantos de amar...





POEMA O NAVIO NEGREIRO DE CASTRO ALVES COMPLETO

 





 

POEMA O NAVIO NEGREIRO COMPLETO

 

I

 

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço

Brinca o luar — dourada borboleta;

E as vagas após ele correm... cansam

Como turba de infantes inquieta.

 

'Stamos em pleno mar... Do firmamento

Os astros saltam como espumas de ouro...

O mar em troca acende as ardentias,

— Constelações do líquido tesouro...

 

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos

Ali se estreitam num abraço insano,

Azuis, dourados, plácidos, sublimes...

Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

 

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas

Ao quente arfar das virações marinhas,

Veleiro brigue corre à flor dos mares,

Como roçam na vaga as andorinhas...

 

Donde vem? onde vai? Das naus errantes

Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?

Neste saara os corcéis o pó levantam,

Galopam, voam, mas não deixam traço.

 

Bem feliz quem ali pode nest'hora

Sentir deste painel a majestade!

Embaixo — o mar em cima — o firmamento...

E no mar e no céu — a imensidade!

 

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!

Que música suave ao longe soa!

Meu Deus! como é sublime um canto ardente

Pelas vagas sem fim boiando à toa!

 

Homens do mar! ó rudes marinheiros,

Tostados pelo sol dos quatro mundos!

Crianças que a procela acalentara

No berço destes pélagos profundos!

 

Esperai! esperai! deixai que eu beba

Esta selvagem, livre poesia

Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,

E o vento, que nas cordas assobia...

..........................................................

 

Por que foges assim, barco ligeiro?

Por que foges do pávido poeta?

Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira

Que semelha no mar — doudo cometa!

 

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,

Tu que dormes das nuvens entre as gazas,

Sacode as penas, Leviathan do espaço,

Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.

 

II

 

 

Que importa do nauta o berço,

Donde é filho, qual seu lar?

Ama a cadência do verso

Que lhe ensina o velho mar!

Cantai! que a morte é divina!

Resvala o brigue à bolina

Como golfinho veloz.

Presa ao mastro da mezena

Saudosa bandeira acena

As vagas que deixa após.

 

Do Espanhol as cantilenas

Requebradas de langor,

Lembram as moças morenas,

As andaluzas em flor!

Da Itália o filho indolente

Canta Veneza dormente,

— Terra de amor e traição,

Ou do golfo no regaço

Relembra os versos de Tasso,

Junto às lavas do vulcão!

 

O Inglês — marinheiro frio,

Que ao nascer no mar se achou,

(Porque a Inglaterra é um navio,

Que Deus na Mancha ancorou),

Rijo entoa pátrias glórias,

Lembrando, orgulhoso, histórias

De Nelson e de Aboukir.. .

O Francês — predestinado —

Canta os louros do passado

E os loureiros do porvir!

 

Os marinheiros Helenos,

Que a vaga jônia criou,

Belos piratas morenos

Do mar que Ulisses cortou,

Homens que Fídias talhara,

Vão cantando em noite clara

Versos que Homero gemeu ...

Nautas de todas as plagas,

Vós sabeis achar nas vagas

As melodias do céu! ...

 

III

 

 

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!

Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano

Como o teu mergulhar no brigue voador!

Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!

É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...

Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

 

IV

 

 

Era um sonho dantesco... o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite...

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar...

 

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais ...

Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos... o chicote estala.

E voam mais e mais...

 

Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!

 

No entanto o capitão manda a manobra,

E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!..."

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!...

Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás!...

 

V

 

 

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade

Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?...

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!

 

Quem são estes desgraçados

Que não encontram em vós

Mais que o rir calmo da turba

Que excita a fúria do algoz?

Quem são? Se a estrela se cala,

Se a vaga à pressa resvala

Como um cúmplice fugaz,

Perante a noite confusa...

Dize-o tu, severa Musa,

Musa libérrima, audaz!...

 

São os filhos do deserto,

Onde a terra esposa a luz.

Onde vive em campo aberto

A tribo dos homens nus...

São os guerreiros ousados

Que com os tigres mosqueados

Combatem na solidão.

Ontem simples, fortes, bravos.

Hoje míseros escravos,

Sem luz, sem ar, sem razão. . .

 

São mulheres desgraçadas,

Como Agar o foi também.

Que sedentas, alquebradas,

De longe... bem longe vêm...

Trazendo com tíbios passos,

Filhos e algemas nos braços,

N'alma — lágrimas e fel...

Como Agar sofrendo tanto,

Que nem o leite de pranto

Têm que dar para Ismael.

 

Lá nas areias infindas,

Das palmeiras no país,

Nasceram crianças lindas,

Viveram moças gentis...

Passa um dia a caravana,

Quando a virgem na cabana

Cisma da noite nos véus ...

... Adeus, ó choça do monte,

... Adeus, palmeiras da fonte!...

... Adeus, amores... adeus!...

 

Depois, o areal extenso...

Depois, o oceano de pó.

Depois no horizonte imenso

Desertos... desertos só...

E a fome, o cansaço, a sede...

Ai! quanto infeliz que cede,

E cai p'ra não mais s'erguer!...

Vaga um lugar na cadeia,

Mas o chacal sobre a areia

Acha um corpo que roer.

 

Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas d'amplidão!

Hoje... o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar...

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E o baque de um corpo ao mar...

 

Ontem plena liberdade,

A vontade por poder...

Hoje... cúm'lo de maldade,

Nem são livres p'ra morrer. .

Prende-os a mesma corrente

— Férrea, lúgubre serpente —

Nas roscas da escravidão.

E assim zombando da morte,

Dança a lúgubre coorte

Ao som do açoute... Irrisão!...

 

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus,

Se eu deliro... ou se é verdade

Tanto horror perante os céus?!...

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

Do teu manto este borrão?

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão! ...

 

VI

 

 

Existe um povo que a bandeira empresta

P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...

E deixa-a transformar-se nessa festa

Em manto impuro de bacante fria!...

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,

Que impudente na gávea tripudia?

Silêncio. Musa... chora, e chora tanto

Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

 

Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que a luz do sol encerra

E as promessas divinas da esperança...

Tu que, da liberdade após a guerra,

Foste hasteado dos heróis na lança

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servires a um povo de mortalha!...

 

Fatalidade atroz que a mente esmaga!

Extingue nesta hora o brigue imundo

O trilho que Colombo abriu nas vagas,

Como um íris no pélago profundo!

Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga

Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!

Andrada! arranca esse pendão dos ares!

Colombo! fecha a porta dos teus mares!