Sede da Academia
Niteroiense de Letras
(Bico-de-pena – Miguel
Coelho)
Um
dos eventos mais importantes da Academia Niteroiense de Letras acontece na
última quarta feira de cada mês: é o projeto “Conversa Literária”. Na realidade,
um bate-papo legal e descontraído, com escritores, poetas e historiadores. E o
objetivo é deixar que o público conheça mais profundamente o entrevistado, um
dos membros da Casa, com isso colaborando para que o escritor popularize mais a
sua arte literária. Assim sendo, nessa interação, explicitando seu processo
criativo, o escritor pode se familiarizar integralmente com seu público; os
trabalhos têm a mediação do escritor Gilson Rangel Rolim. E neste dia 27 de
março, a Niteroiense trouxe uma das personalidades marcantes do mundo
cultural fluminense, escritor Bruno Marcus Rangel Pessanha. O renomado
escritor, com admirável simplicidade e atenciosamente, respondeu todas as
perguntas que lhe foram dirigidas.
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BRUNO MARCUS RANGEL PESSANHA - Escritor
Embora de origem campista, não só familiar, mas por vivência, pois na tradicional cidade fluminense de Campos dos Goitacazes passou a infância e adolescência, Bruno Marcus Rangel Pessanha, é mineiro, de Belo Horizonte. Profissionalmente, é engenheiro agrônomo, formado pela Escola Nacional de Agronomia, com pós-graduação em administração de empresas na EAE-FGV/SP. Interessou-se pela literatura ainda adolescente, com muita leitura e alguns trabalhos, mantendo tal interesse ao longo de sua vida. Residindo em Niterói já algum tempo, Bruno integrou-se ao movimento literário da cidade tornando-se membro da: Academia de Letras Rio - Cidade Maravilhosa (Cadeira nº 23 – patronímica de Érico Veríssimo) e da Academia Niteroiense de Letras (Cadeira nº 03 – patronímica de. Alberto Torres). É autor de “Contos da Universidade Rural” (2009), livro publicado pela Edur – Seropédica e de “Poemas Redondos e Versos Desencontrados” (2010), publicado pela mesma editora. Em preparo, tem: “Maitê e outros contos” e “O Clarão e outros contos”, que espera publicar brevemente. Entre outros de seus trabalhos, publicados e em vias de publicação, podemos citar: Prefácio de “Puxando Conversa” livro de contos de Gílson Rangel Rolim (2011); Apresentação e depoimento em “Capagatos, Verdureiros e Patioba” - livro de Luiz Ferreira da Silva, Grupo Editorial Scorttecci – São Paulo (SP/ 2012.); Poema “Perguntas”, que obteve o primeiro lugar no Concurso de Poesia Sylvestre Mônaco (ANE/2012) e que será publicada na revista da Academia de Letras - Rio Cidade Maravilhosa (2013); “Primavera” e “Reencontro”, poemas a serem publicados na Antologia Literária da Associação Niteroiense de Escritores (comemorativa de seus 30 anos) - Editora Parthenon (2013); conto “As Vertigens do Sono” (2003) e “A Foto”, publicado em “Todas as Estações” ed. Peirópolis (2003). Vários são os prêmios recebidos por nosso entrevistado, com destaque para: Poema “Momento 5” - 1º prêmio no III Concurso de Poesia Livre (homenagem a Lima Barreto), promoção do jornal de bairro “Germinal”, com apoio da livraria “Só Letrando” – 2001; os referidos contos “As Vertigens do Sono” (premiado no I Concurso de Contos da Prefeitura de Niterói, constando da coletânea) e “A Foto”, premiado no Concurso Talentos da Maturidade; os poemas “Da Inutilidade do Arco-Íris”, 2º lugar no 3º Festival da Poesia “Amélia Pereira de Abreu” - AMORJ – Niterói – 2005 e “A Pipa e a Ave”, 3º lugar no ano subsequente, também na AMORJ.
Gilson Rolim - mediador do Conversa Literária
Márcia Pessanha - Pres. da ANL
Momento em que inicia os trabalhos
Wanderlino T. Netto - Escritor e Sec. da ANL
Momento em que faz perguntas ao entrevistado
Edel Costa - escritora
Momento em que faz perguntas ao entrevistado
Marcia Pessanha - escritora e Pres. da ANL
Momento em que faz perguntas ao entrevistado
Luiz Calheiros - escritor
Momento em que faz perguntas ao entrevistado
Wanderlino Teixeira Netto- Sec. ANL
Lauro Gomes, Alberto Araújo, Bruno Pessanha, Marcia Pessanha
Wanderlino Teixeira, Luiz Calheiros, Edel Costa e Gilson Rolim
Alberto Araújo e Bruno Pessanha
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Resumo da história
Em seu livro de memórias, O boi e o padre, Brígido Tinoco menciona a fundação da Academia Niteroiense de Letras em fins de 1931, o que de fato aconteceu, mas a instituição logo se desestruturou. Seus integrantes dispersaram-se, à medida que se foram formando, casando, assumindo funções e responsabilidades públicas, abrindo caminho em suas carreiras profissionais. A Academia Niteroiense de Letras que vingou foi fundada no dia 11 de junho de 1943, em sessão realizada na sala onde funcionava o gabinete do diretor do Departamento de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Falcão, situado no edifício da Biblioteca do Estado, Praça da República, sem número.
Compareceram à reunião e foram considerados sócios fundadores: Antônio Santa Cruz Lima, Brígido Tinoco, Carlos Alberto Lúcio Bittencourt, Dulcydides de Toledo Piza, Francisco Martins de Almeida, Francisco Pimentel, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, Guaracy de Albuquerque Souto Mayor, Heitor Luiz do Amaral Gurgel, Horácio Pacheco, Jefferson d’Ávila Júnior, José Pinto Nazareth, Lealdino Soares Alcântara, Macário de Lemos Picanço, Marcos Almir Madeira, Myrtharístides de Toledo Piza, Raul de Oliveira Rodrigues, Rubens Falcão, Ruy Buarque de Nazaré, Serafim Silva, Sylvio Lago e Walfredo Martins.
Durante o encontro, elegeu-se uma diretoria provisória, assim constituída: Myrtharístides de Toledo Piza – presidente, Francisco Pimentel – secretário, Lealdino Soares de Alcântara – tesoureiro.
Para elaborar o estatuto, designou-se uma comissão integrada por Myrtharístides de Toledo Piza, Raul de Oliveira Rodrigues e Guaracy de Albuquerque Souto Mayor. O projeto, após amplamente discutido, foi aprovado por unanimidade, em sessão realizada no dia 23 de junho de 1944. O registro em cartório deu-se somente no dia 10 de janeiro de 1957, no Quinto Ofício de Justiça da comarca de Niterói.
No dia 10 de julho de 1943, em reunião mais uma vez realizada no gabinete do diretor do Departamento de Educação, os que a ela compareceram confirmaram os nomes sugeridos pelo presidente Myrtharístides como patronímicos das quarenta cadeiras da Academia. Em assembleia-geral realizada no dia 19 de junho de 1973, 10 novas cadeiras seriam criadas.
Ainda no gabinete do diretor do Departamento de Educação, em 20 de julho de 1943, por aclamação, foi eleita e empossada a primeira diretoria da ANL, em substituição à provisória, composta dos seguintes nomes: Myrtharístides de Toledo Piza – presidente, Rubens Falcão – vice-presidente, Marcos Almir Madeira – secretário, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes – tesoureiro, Horácio Pacheco – bibliotecário.
A solenidade de instalação da Academia aconteceu no dia 27 de abril de 1944, no salão nobre do Instituto de Educação, atual Liceu Nilo Peçanha.
Eleito na assembleia geral realizada no dia 4 de setembro de 1957, o médico e homem de letras José de Araújo Júnior tomou posse na presidência da Academia Niteroiense de Letras no dia 22 de outubro do mesmo ano. Prometeu cuidadosa e dinâmica atuação. Com disposição e euforia, afirmou que sua gestão seria “uma verdadeira maratona intelectual”. Tudo indicava um período áureo para os destinos acadêmicos. Porém, o presidente adoeceu. Na esperança do restabelecimento de Araújo Júnior, no respeito à sua doença sem melhoras, a Academia manteve-se desativada por quinze anos. Em novembro de 1972, por iniciativa de Guaracy de Albuquerque Souto Mayor, a ANL foi reativada.
Se em sua primeira fase (1943/57) a Niteroiense sediou-se aqui e ali, depois de reativada não foi diferente. Após abrigar-se no Museu Antônio Parreiras, onde realizou suas reuniões por especial deferência do acadêmico Jefferson d’Ávila, diretor daquela casa de arte, com o consentimento do arcebispo D. Antônio de Almeida Moraes Júnior teve sede provisória em ampla sala do edifício D. João da Martha, até então utilizada pelo Departamento de Ensino Diocesano. Após o afastamento de D. Antônio, por enfermo, o administrador apostólico apresentou exigências para a continuidade da utilização das dependências da Cúria Diocesana, julgadas inatendíveis.
Houve, então, frustrada tentativa no sentido de a Academia abrigar-se no Palácio Nilo Peçanha, sede do governo estadual antes da fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara.
Acolhida temporariamente numa sala do Serra Clube, iluminaram-se os horizontes da Niteroiense quando, por comodato, no final da gestão do prefeito Ronaldo Fabrício, em meados de 1977, pôde sediar-se num dos salões do prédio da antiga Câmara dos Vereadores, então administrado pela Fundação Atividades Culturais de Niterói (FAC). Com promessas sedutoras de melhores instalações, o que não se concretizou, a FAC transferiu a sede provisória da ANL para uma acanhada salinha na Rua Presidente Pedreira, levando-a, mais adiante, a desistir da ocupação e ao consequente desabrigo.
Em junho de 1979, quando ainda se comprimia no pequeno espaço que a FAC lhe destinara, a Academia encaminhou ofício ao então secretário de Justiça do estado do Rio de Janeiro, Erasmo Martins Pedro. Pleiteou, na oportunidade, instalar-se no sétimo andar do Edifício das Secretarias, onde havia área em disponibilidade. Não foi atendida em suas pretensões. Nova tentativa de obter abrigo no mencionado prédio ocorreu em setembro de 1982, dessa feita no espaço que a Associação Fluminense de Magistrados deixara vago. Arnaldo Niskier, à época secretário de Educação e Cultura, consultado, não se pronunciou. Por fim, em novembro de 1987, o apelo dirigiu-se ao governador Wellington Moreira Franco, mas também não foi atendido.
Enquanto batalhavam pela sede, os acadêmicos velaram-se de uma sala, onde realizaram suas reuniões de diretoria, bem como de um auditório, para suas sessões solenes, dependências cedidas sem qualquer ônus pelo Serviço Social do Comércio (SESC).
Em junho de 1988, ao comemorar quarenta e cinco anos, a ANL finalmente sediou-se, por comodato, no anexo do antigo prédio da Câmara Municipal de Niterói, Rua Visconde do Uruguai, 456, num ato de gestão do então prefeito Waldenir de Bragança.
A data de 27 de dezembro de 1973 é marcante na história da Academia Niteroiense de Letras. Registra o dia em que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decretou e o governador Raymundo Padilha sancionou a Lei 7.349, pela qual a instituição foi considerada de utilidade pública.
Na solenidade comemorativa do seu cinquentenário, ocorrida no dia 11 de junho de 1993, no auditório Amaury Pereira Muniz, pertencente à Fundação Municipal de Educação de Niterói, a A.N.L. desfraldou pela primeira vez sua bandeira, criação do acadêmico Alberto Valle.
A ANL estrutura-se em quatro classes: membros efetivos (50), beneméritos, honorários e correspondentes.
Já presidiram a ANL: Myrtharístides de Toledo Piza, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, Sylvio Lago, Luiz Palmier, Horácio Pacheco, Jorge Picanço Siqueira e Sávio Soares de Sousa. Desde janeiro de 2007, a presidência é exercida por Jorge Fernando Loretti. José de Araújo Júnior, eleito e empossado, não exerceu o mandato, por motivo de doença, ocasionando o grande recesso já mencionado.
Maiores informações sobre a ANL poderão se obtidas no livro Dança das cadeiras: história da Academia Niteroiense de Letras (LEITE NETTO, Wanderlino Teixeira. Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Niterói, 2001. 411p.)
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FONTE: Texto Biográfico de Bruno Pessanha por Gilson Rolim -
- Academia Niteroiense de Letras