Um elenco de 100 mulheres contemporâneas, donas de seus destinos e com voz, foi formado para a realização do projeto literário “A Arte de Ser Mulher – Poesia feminina”.
Com um nível de trabalho altíssimo foi editado um importante documento em forma de livro, que é uma mostra do que as mulheres são capazes e de como são e pensam as Escritoras, Poetisas, Profissionais, Esposas, Mães... Mulheres!
A obra “A Arte de ser Mulher – Poesia Feminina” é promovida pela Rede Mídia de Comunicação e Editora Sem Fronteiras, que neste projeto possui o objetivo da promoção e divulgação da Cultura Brasileira Feminina em todo o território nacional brasileiro e para leitores de línguas lusófonas em vários países do mundo, nos cinco continentes, através do Jornal Sem Fronteiras, do Portal Sem Fronteiras, da Fanpage Rede Sem Fronteiras, da Mala Direta On-line Sem Fronteiras e do Programa de TV-Web Sem Fronteiras em parceria com a TV Búzios.
O lançamento da obra contou com a presença das coautoras vindo de vários estados do Brasil, durante um final de semana recheados de atividades voltadas para as mulheres e em celebração a elas, como city tour na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro.
A ARTE DE SER MULHER –
POESIA FEMININA
A PROGRAMAÇÃO
Há quanto tempo não se
aproveitava um final de semana dedicado à MULHER? Um momento de prazer pessoal,
onde se pode agregar lazer e trabalho, voltado para o que a MULHER DA
CONTEMPORANEIDADE, realmente gosta. Foi exatamente o que a Editora Sem Fronteirase a Rede Mídia de Comunicação propôs.
Um trabalho esplendoroso com
cerca de 100 Mulheres Contemporâneas em um excelente final de semana.
A verdadeira Mulher Moderna
é ativa, capaz e criativa; portanto, não poderia ser um simples lançamento com
noite de autógrafos. Por isso, foi oferecido muito mais às coautoras, sobretudo, porque
a maioria veio de vários lugares do Brasil.
Veja o que foi oferecido às
personalidades femininas nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2016:
Momento
intelectual com debates femininos entre mulheres de importância e destaque
nacional;
Momento
de lazer com passeios turísticos;
Momento
com oportunidades de fazer belos intercâmbios femininos;
Momento
de cuidados pessoais femininos com massagens, dicas de maquiagem e desfile de
modas;
Momento
de homenagens e autógrafos;
Momento
de registros para a mídia e muito mais.
Tudo isso organizado com a
qualidade e o profissionalismo da Rede Sem Fronteiras.
Coautoras posam em fotografia oficial.
A
obra “A Arte de ser Mulher – Poesia
Feminina”, promovida pela Rede Mídia de Comunicação e Editora Sem
Fronteiras, realizou um final de semana em celebração à Mulher, com uma série
de atividades, entre elas, um “Dia de Meninas” com curso de automaquiagem,
massagens na beira da piscina, sarau com declamações, lançamentos,
apresentações de livros, apresentação de artesanato e feijoada com música ao
vivo.
Juçara Valverde, Socorro Cavalcanti, Jane Menezes.
O Focus Portal Cultural repassa o agradecimentoda editoria daColetânea A
Arte de Ser Mulher – Poesia Feminina. Um depoimento agradável de se ler e muito importante para todos os participantes. Leia abaixo alguns trechos.
Acreditando
que o Projeto A Arte de Ser Mulher – Poesia Feminina é mais que apenas uma
coletânea feminina, a Rede Mídia de Comunicação e Editora Sem Fronteiras
começou a jornada de divulgação dos trabalhos dessas 100 Mulheres
Contemporâneas com um final de semana esplendoroso voltado para a verdadeira
Mulher Moderna, que é poderosa, ativa, capaz e criativa.(...)
Passado
uma semana do evento, após organizar todo o pós-evento, agora é hora de
agradecer. Agradecer a cada um que fizeram dessa programação cultural, em
comemoração a Arte de Ser Mulher, um evento inesquecível, que ficará para
sempre na história e corações. Nada teria sido possível sem a participação
ativa de cada um.(...)
(...) A
Equipe da Rede Sem Fronteiras, trabalhou muito para a realização dos eventos
que compuseram nossa programação de final de semana, em celebração a Mulher.
Além da montagem da coletânea literária, com a participação de 100 mulheres
contemporâneas, pensou-se em várias atividades que pudessem, reunidas, dar
partida para esse projeto editorial.
Apresentar
a Poesia Feminina reunida em edição literária formal a todo o Brasil e ao maior
número de países possíveis; Promover a fomentação do debate sobre o universo
feminino e a sua inter-relação com o mundo, com base na experiência pessoal de
cada uma:
Proporcionar
a realização de novas amizades e o aquecimento das antigas: Homenagear
aquelas que merecem destaque em nosso meio cultural; Divulgar
o talento de nossas convidadas, sem fronteiras.(...)
Apesar
de termos uma equipe grande de Colunistas, Representantes Internacionais e
Parceiros Oficiais - que faz nossa publicação e divulgações correrem mundo
afora - nossa equipe técnica de trabalho administrativo é bem pequena. Todavia,
mesmo assim, não deixamos escapar os detalhes, como a echarpe cor de rosa que
as coautoras receberam de presente ao chegarem no evento, as sacolinhas cor de
rosa, as homenagens... Tudo pensando com muito carinho para cada uma das
coautoras, tentando fazer desse, um evento gostoso e diferenciado para elas.
Esperamos sinceramente termos conseguido.(...)
Acreditamos
que mais que recebê-las e homenageá-las, temos que ter respeito a cada uma.
Suas histórias, seus talentos, seus projetos... Cada uma das coautoras é
responsável diretamente pelo desenvolvimento da cultura de nosso país. Elas não
ficam esperando algo extraordinário acontecer ou o governo resolver olhar para
a nossa cultura. Elas, assim como nós da Rede Sem Fronteiras, arregaçam as
mangas e seguem em frente, produzindo e mostrando seus talentos. São Mulheres
que fazem acontecer!!
(...) Muito
obrigada pela presença, pelo apoio e por todo o carinho. As coautoras fizeram a
diferença! A noite de lançamento foi cor-de-rosa e nosso final de semana, foi
um arco-íris que brilhava após a chuva que teimava cair na sexta-feira.
Agradecemos
também as coautoras que não puderam estar presentes, mas que se fizeram
representar por seus talentos e suas produções registradas nesse projeto, que
já começou a rodar o mundo.
Muito
obrigada por participarem conosco deste momento, por terem aceitado o convite
para mais esse projeto.
Um
fortíssimo e fraterno abraço e sejam muito bem-vindos por definitivo à Família
Sem Fronteiras!!!
Dyandreia
Portugal.
ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO
Dyandreia Portugal - Jornalista e escritora.
Coautores em lançamento da Antologia A Arte de ser Mulher.
Fábio Valverde Portugal
Dyandreia Portugal - jornalista e escritora.
(momento em que inicia os trabalhos)
Denise Espiuca
Miriam Halfim
Cerimônia de lançamento
da antologia.
Gilberto Mendonça Teles.
Maria Helena Kuhner
Juçara Valverde - escritora e Pres. da UBE-RJ.
Maria Amélia Palladino.
Coautoras da Antologia A Arte de Ser Mulher.
Socorro Cavalcanti - Vice-Presidente
da ALACE - Academia de Letras e Artes do Ceará.
Dyandreia Portugal, Telma Moreira.
Coautoras em lançamento da Antologia
A ARTE DE SER MULHER.
Coautoras posam para foto oficial.
LOCAL DO EVENTO:
HOTEL VILLA GALÉ - LAPA.
HOTEL VILA GALÉ
Tudo isso aconteceu, magistralmente, em um dos hotéis mais charmosos do Rio de Janeiro, o Hotel Vila Galé – Lapa.
Imagem da entrada do Hotel Villa Galé.
O Hotel Vila Galé é um charme! Quando a pessoa adentra, parece que está entrando em um hotel de filme de época, em uma vila portuguesa do início do século. Muito aconchegante mesmo.
Interior do Hotel Vila Galé.
Totalmente reformado, para seu conforto, mantêm a aparência de antigo, mas é criada uma super infraestrutura, com tudo bastante moderno, elegante e funcional.
Com um centro de convenções espetacular, o Vila Galé está situado no centro da cidade do Rio de Janeiro, na Lapa, é sem dúvida uma excelente opção para hospedagem.
Piscina do Hotel Vila Galé.
Fachada lateral do Hotel Vila Galé.
Dispõe de uma piscina ao ar livre, que valoriza qualquer evento, e você pode desfrutar do bar e restaurante do local, além de quartos modernos e bem equipados. O WiFi é disponível gratuitamente.
Está a 600 metros do Aqueduto da Carioca e do Centro Boêmio da Lapa.
O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão fica a 17,4 km de distância. E se não bastasse tudo isso, a equipe liderada pelo Sr. Vasco Pinheiro, atende a todas as expectativas, fazendo do evento, um acontecimento de sucesso. Faça uma visita e comprove.
Um dos discursos mais lindos e emocionantes de toda
a história do cinema foi feito justamente por uma grande estrela do cinema
mudo: Charles Chaplin. Mas ele fez muito mais do que comédias. Chaplin é
considerado um dos grandes gênios da sétima arte e um dos mais importantes
cineastas de toda a história do cinema. Aqui, você vê o trecho mais emocionante
de 'O Grande Ditador', e vai ver que essas palavras, ditas há mais de 70 anos,
continuam verdadeiras, pulsantes e atuais.
Charles Chaplin
CHARLES CHAPLIN - O ÚLTIMO DISCURSO
Sinto muito, mas não pretendo ser um IMPERADOR. Não é esse o meu ofício. Não
pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se
possível - judeus, o gentio... negros... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim.
Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por
que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para
todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A
cobiça envenenou a alma do homem... Levantou no mundo as muralhas do ódio... E
tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos
a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina,
que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos
fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do
que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos
de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo
será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas
é um apelo eloquente à bondade do homem...
Um apelo à fraternidade universal... à união de
todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo
mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas...
vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que
me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído
sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de
homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam
desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de
retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca
perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam...
que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas ideias
e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem
a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos
utilizam como carne para canhão! Não sois máquina!
Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam
os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos.
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo
capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não
de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós,
o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade!
Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma
aventura maravilhosa.
Portanto - em nome da democracia - usemos desse
poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a
todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à
velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm
subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o
cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para
libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e
à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o
progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia,
unamo-nos.
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O
sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a
luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão
acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do
homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da
esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos.
Marcus Vinicius de
Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de
outubro de 1913, foi um diplomata,
dramaturgo,
jornalista,
poeta, cantor
e compositor
brasileiro.
Vinicius de Moraes nasceu no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira
da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lídia
Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911),
Laetitia (1916) e Helius (1918).
Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou
os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto. Desde então, já demonstrava
interesse em escrever poesias.Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia
permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.
Ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas,
onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos
mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo
Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se
apresentar em festas de amigos.
Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do
Catete, hoje Faculdade Nacional de Direito (UFRJ).
Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista
Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes
graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve o emprego de censorcinematográfico
junto ao Ministério da Educação e Saúde.
Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e
literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao
Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A
Manhã".Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no
Instituto dos Bancários.
No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações
Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado.
Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático
como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de
Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático
em Paris e em Roma, onde costumava
realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido
aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco.
O poeta estava em Portugal, a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico
Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu o
AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o
impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem) pela
Justiça em 1998. A Câmara dos Deputados brasileira
aprovou em fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de
"ministro de primeira classe" do Ministério dos Negócios
Estrangeiros - o equivalente a embaixador,
que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário
Oficial do dia 22 de junho de 2010 e recebeu o número 12.265.
Começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25 de setembro
de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical
começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu o
maestro Tom
Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições
foram gravadas por inúmeros artistas.
Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual
foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias
com compositores como Baden Powell, Carlos
Lyra e Francis Hime.
Na década de 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho,
Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as
canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que
precisava tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte Vinicius foi acordado
pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para
respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido
por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de
Moraes morreu pela manhã.
Carreira artística
No fim da década de 1920, Vinicius de Moraes produziu letras para dez
canções gravadas - nove delas parcerias com os Irmãos Tapajós. Seu primeiro
registro como letrista veio em 1928, quando compôs (com Haroldo) "Loira ou
Morena", gravado em 1932 pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu
primeiro livro de poemas,
O Caminho para a Distância, em 1933,
e lançou outros livros de poemas nessa década.Foram também gravadas outras canções de sua autoria, como "Dor de uma
Saudade" (composta com Joaquim Medina), gravada em 1933 por João Petra de Barros e Joaquim Medina, "O
Beijo Que Você Não Quis Dar" (composta com Haroldo Tapajós) e "Canção
da Noite" (composta com Paulo Tapajós), ambas gravadas em 1933 pelos
Irmãos Tapajós e também "Canção para Alguém" (composta com Haroldo
Tapajós), gravada pelos mesmos um ano depois.
Ainda na década de 1930, Vinicius de Moraes estabeleceu amizade com os
poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald
de Andrade. Em sua fase considerada mística,
ele recebeu o Prêmio Felipe D'Oliveira pelo livroForma e
Exegese, de 1935. No ano seguinte, lançou o livro Ariana, a Mulher.
Vinícius de Moraes - compositor e poeta.
Mudança de fase
Na década de 1940 suas obras literárias foram marcadas por versos em
linguagem mais simples, sensual e excitante, por vezes, carregados de temas
sociais. Vinicius de Moraes publicou os livros Cinco Elegias (1943), que
marcou esta nova fase, e Poemas, Sonetos e Baladas (1946);
obra ilustrada com 22 desenhos de Carlos
Leão. Atuando como jornalista e crítico de cinema em diversos jornais, Vinicius
lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista Filme. Dois anos depois,
publicou em Barcelona
o livro Pátria Minha.
Pierre-Seghers e Vinícius de Moraes.
No início dos anos 1950, após servir ao Itamaraty nos Estados
Unidos, Vinicius começou a trabalhar no jornal Última
Hora, exercendo funções burocráticas na sede do Ministério das Relações
Exteriores.
Em 1953, Aracy de Almeida gravou "Quando Tu Passas Por
Mim", primeiro samba
de sua autoria. Escrita com Antônio Maria, a canção foi dedicado
à esposa Tati de Moraes - e marcava também o fim do seu
casamento. Ainda naquele ano, Vinícius foi para Paris como segundo
secretário da embaixada brasileira. Aracy de Almeida também gravou
"Dobrado de Amor a São Paulo" (outra parceria com Antônio Maria), em
1954.
Orfeu e o amigo Tom
Em 1954, Vinícius publica sua coletânea de poemas, Antologia Poética,mesmo ano que publica sua peça teatral Orfeu da Conceição, premiada no concurso do
IV Centenário de São Paulo e publicada na revista Anhembi.
Dois anos depois, quando Vinicius buscava alguém para musicar a peça, e aceitou
a sugestão do amigo Lúcio Rangel para trabalhar com um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim,
que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos
inferninhos de Copacabana.
Do encontro entre Vinícius e Tom nasceria uma das mais fecundas
parcerias da música brasileira, que a marcaria definitivamente. Os dois
compuseram a trilha sonora, que incluía "Lamento no
Morro", "Se Todos Fossem Iguais A Você", "Um Nome de
Mulher", "Mulher Sempre Mulher" e "Eu e Você" e foram
lançadas em disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra. A peça estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Além destas canções, a dupla Vinicius e Tom compuseram, entre outros clássicos,
"A Felicidade", "Chega de Saudade", "Eu sei que vou te amar",
"Garota de Ipanema", "Insensatez",
entre outras belas canções.
Entre 1957 a 1958, o diretor
de cinemafrancêsMarcel
Camus filmou "Orfeu do Carnaval" no Rio de Janeiro, filme este
que recebeu o nome de Orfeu Negro. Vinicius compôs para o filme "A
Felicidade" e "O Nosso Amor". Um ano depois, o filme seria
contemplado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Em 1957 teve sua carreira diplomática transferida para Montevidéu,
onde permaneceu por três anos.
A Bossa Nova
O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da
música brasileira, a Bossa Nova. A pedra fundamental do movimento veio com o
álbum "Canção do Amor Demais", gravado pela cantora Elizeth
Cardoso.
Além da faixa-título, o antológico LP contava ainda com outras
canções de autoria da dupla Vinicius e Tom, como "Luciana",
"Estrada Branca", "Outra Vez" e "Chega
de Saudade", em interpretações vocais intimistas.
"Chega de Saudade" foi uma canção fundamental daquele novo
movimento, especialmente porque o álbum de Elizeth contou com a participação de
um jovem violonista, que com seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado
por uma nova batida, marcaria definitivamente a bossa nova e a tornaria famosa
no mundo inteiro a partir dali. O nome deste violonista é João
Gilberto.A importância do disco "Canção do Amor Demais" é tamanha que ele é
tido como referência por muitos artistas como Chico
Buarque e Caetano Veloso.
Baden Powell e Vinicius de Moraes.
Várias das composições de Vinicius foram gravadas na metade final
daquela década por outros artistas. Joel
de Almeida gravou "Loura ou Morena" (1956). No ano seguinte,
Aracy de Almeida gravou "Bom Dia, Tristeza" (composta com Adoniran
Barbosa), Tito Madi gravou "Se Todos Fossem Iguais A
Você", Bill
Farr gravou "Eu Não Existo Sem Você", Agnaldo
Rayol gravou "Serenata do Adeus" e Albertinho Fortuna gravou "Eu Sei Que Vou
Te Amar". "O Nosso Amor" e "A Felicidade" foram duas
das canções mais lançadas no final daquela década. A primeira foi gravada por
Lueli Figueiró e Diana Montez, ambas em 1959. Já a segunda foi lançada por
Lueli Figueiró, Lenita Bruno, Agostinho dos Santos e João Gilberto.
Vinícius de Moraes - compositor e poeta.
Servindo ao Itamaraty em Montevidéu
desde 1957, Vinicius de Moraes deixaria a embaixada brasileira no Uruguai somente
em 1960. Suas canções continuaram sendo gravadas por muitos artistas no início
da década de 1960. Foram lançadas "Janelas Abertas" (composta com Tom
Jobim), por Jandira Gonçalves, e "Bate Coração", (composta com
Antônio Maria), por Marianna Porto de Aragão, cantora cultuada na época como
uma das vozes mais poderosas de toda uma geração de cantoras.
Novas parcerias
No ano seguinte, Vinicius registrou pela primeira vez sua voz, em um
álbum contendo os sambas "Água de Beber" e "Lamento no
Morro", novamente parcerias com Tom Jobim. O poeta teria também um
novo parceiro naquele período, o cantor, compositor e violonista Carlos
Lyra. Com ele, Vinicius iria compor clássicos como "Você e Eu",
"Coisa Mais Linda", "A Primeira Namorada" e "Nada Como
Te Amar". Ainda em 1961, o Teatro
Santa Rosa foi inaugurado no Rio de Janeiro com "Procura-se uma
rosa", peça de autoria de Vinicius, Pedro
Bloch e Gláucio Gil - filmada depois pelo cinema italiano com o
nome de "Una Rosa per Tutti" (o longa-metragem
foi rodado no Rio e estrelado por Claudia
Cardinale).
Em 1962, a Banda do Corpo de Bombeiros fluminense gravou "Serenata
do Adeus", um ano após gravarem "Rancho das Flores",
marcha-rancho com versos do poeta sobre tema de Jesus, Alegria dos Homens,
de Johann Sebastian Bach. Ainda naquele ano,
enquanto "Canção da Eterna Despedida" (composta com Tom Jobim)
"Em Noite de Luar" (composta com Ary
Barroso) foram gravadas por Orlando
Silva e Ângela Maria, respectivamente, Vinicius de Moraes
publicou três livros: Antologia Poética, Procura-se Uma Rosa e Para
Viver Um Grande Amor.
Com Pixinguinha, compôs a trilha sonora do filme Sol sobre
a Lama, de Alex Vianny, escrevendo as letras para os chorinhos
"Lamento" e "Mundo Melhor". Também naquele período, nasceu
a parceria com o compositor e violonista Baden
Powell. Desta, resultariam inúmeros sucessos, como "Apelo",
"Canção de Amor", "Canto de Ossanha", "Formosa",
"Mulher Carioca", "Paz", "Pra Que Chorar",
"Samba da Bênção", "Samba Em Prelúdio", "Só Por
Amor", "Tem Dó", "Tempo Feliz", entre outras.
Em agosto de 1962, com Tom Jobim, João Gilberto e o grupo Os
Cariocas, Vinicius de Moraes participou de "Encontro", um dos
mais importantes concertos da bossa nova e realizado na boate "Au Bon
Gourmet", no Rio de Janeiro. Neste show, foram lançadas clássicos da música popular brasileira como "Ela
é Carioca", "Garota de Ipanema", "Insensatez",
"Samba do Avião" e "Só Danço Samba". Naquela mesma casa
noturna foi montada "Pobre Menina Rica", mais uma peça do poeta, cuja
trilha sonora trazia canções como "Sabe Você",
"Primavera" e "Samba do Carioca" (lançando a cantora Nara Leão),
ambas parcerias com Carlos Lyra. Ainda naquele ano, Vinicius comporia com Lyra
"Marcha da Quarta-feira de Cinzas" e "Minha Namorada".
Várias daquelas seriam gravadas em 1963. Jorge
Goulart gravou "Marcha da Quarta-feira de Cinzas", Elizeth
Cardoso gravou "Mulher Carioca" e "Menino Travesso"
(composta com Moacir Santos), Elza
Soares gravou "Só Danço Samba", Pery
Ribeiro e o Tamba Trio gravaram "Garota de Ipanema" e Jair
Rodrigues gravou "O Morro Não Tem Vez" (composta com Tom
Jobim).
Naquele mesmo período, Vinicius de Moraes lançou com a atrizOdete Lara
seu primeiro álbum: Vinicius e Odete Lara. Com arranjos e
regência do poeta Moacir Santos, o LP continha canções da parceria com Baden
Powell, como "Berimbau", "Mulher Carioca", "Samba em
Prelúdio" e "Só por Amor", entre outras. Ainda em 1963, o selo
Copacabana lançou o álbum "Elizeth Interpreta Vinicius",
contendo as parcerias do poetinha com Baden Powell, Moacir Santos (e arranjos
deste), Nilo Queiroz e Vadico.
Retorno ao Brasil
Em 1964, Vinicius retornou ao Brasil e logo se apresentou na boate
"Zum Zum", ao lado de Dorival
Caymmi, Quarteto em Cy e o Conjunto de Oscar Castro Neves. O concerto teve
grande repercussão nos meios artísticos e foi lançado em LP pelo selo Elenco,
contendo composições como "Bom-dia, Amigo" (parceria com Baden
Powell), "Carta ao Tom", "Dia da Criação" e "Minha
Namorada" (parcerias com Carlos Lyra), e "Adalgiza",
"...Das Rosas", "História de Pescadores" e "Saudades
da Bahia" (parcerias com o cantor, compositor e violonista Dorival
Caymmi).
Elis Regina cantando
a música "Arrastão" em 1965.
Duas canções de Vinicius de Moraes concorreram, em 1965, o I Festival
Nacional de Música Popular Brasileira (da extinta TV
Excelsior). "Arrastão" (composta com Edu Lobo),
defendida por Elis Regina, ficou com o primeiro lugar, e "Valsa
do Amor que Não Vem" (parceria com Baden Powell), defendida por Elizeth
Cardoso, ficou com o segundo lugar. Também com o arranjador, cantor e
instrumentista Edu Lobo, Vinicius compôs "Zambi" e "Canção do
Amanhecer" - canções que se engajaram no clima de protesto da época e
foram apresentadas em projetos do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Por um breve período, Vinicius foi designado para trabalhar na delegação do
Brasil junto à UNESCO,
na Europa. O
poeta também trabalhou com o diretor Leon
Hirszman no roteiro do filme Garota de Ipanema, voltou a se
apresentar no Zum Zum com Dorival Caymmi e lançou o livro "Cordélia e o
Peregrino".
Ainda em 1965, o Teatro Municipal de São Paulo foi o
palco de uma homenagem para o poetinha, com o show Vinicius: Poesia e Canção,
espetáculo que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do
Estado de São Paulo (sob a regência do maestro Diogo
Pacheco). As composições apresentadas receberam arranjos dos maestros
Guerra Peixe, Radamés Gnattali, Luís Eça, Gaya e Luís Chaves e contou com
intérpretes com Carlos Lyra, Edu Lobo, Suzana de Morais, Francis
Hime, Paulo Autran, Cyro
Monteiro e Baden Powell. Quando o poeta terminou a apresentação de "Se
Todos Fossem Iguais A Você", a plateia respondeu com dez minutos
ininterruptos de aplausos.
Em 1966, foi lançado o álbum Os Afro-Sambas, com suas composições em
parceria com Baden Powell. Constam do repertório do disco "Canto de
Ossanha", "Canto de Xangô", "Canto de Iemanjá" e
"Lamento de Exu", entre outras, além da participação de Powell
tocando violão. Naquele mesmo período, Vinicius participou do concerto Pois
É, no Teatro Opinião, ao lado de Maria
Bethânia e Gilberto Gil. No espetáculo dirigido pelo arranjador,
compositor, maestro e pianista Francis
Hime, o público carioca conheceu pela primeira vez as canções de Gilberto
Gil. Ainda naquele ano, lançou o livro de crônicas Para Uma Menina Com Uma
Flor e também foi convidado a participar do júri do Festival de Cannes. Na ocasião, descobriu que
sua canção "Samba da Bênção" havia sido utilizada, sem os devidos
créditos, na trilha sonora do filme Um Homem e Uma Mulher, do diretor
francês Claude Lelouch, vencedor do festival. Após uma
ameaça de processo, a obra de Lelouch creditou a canção de Vinicius. O ano de
1967 marcou a estreia do filme Garota de Ipanema, baseado no sucesso
homônimo de Vínicius e Tom Jobim. É a canção brasileira mais conhecida no
mundo depois de "Aquarela do Brasil" (de Ary Barroso). Ainda
naquele período, Vinícius organizou um festival de artes em Ouro Preto
e excursionou para a Argentina e o Uruguai.
Aposentadoria compulsória
Em 1968, Vinicius de Moraes participou de shows em Lisboa, na
companhia de Chico Buarque e Nara Leão. Também naquele ano, a
convite do crítico Ricardo Cravo Albin, Vinicius prestou histórico
depoimento para o Museu da Imagem e do Som
(de onde era membro do Conselho Superior de MPB).
Mas o ano de 1968 marcou o fim da carreira diplomática de Vinicius de
Moraes. Após 26 anos de serviços prestados ao MRE, Vinicius foi aposentado pelo
Ato Institucional 5,
criado pela ditadura militar brasileira, fato que o
magoou profundamente. No dia em que o ato era editado, Vinicius encontrava-se
em Portugal onde realizava um concerto. Após este espetáculo, estudantes salazaristas estavam aglomerados na
porta do teatro para protestar contra o poeta. Avisado disto e aconselhado a se
retirar pelos fundos do teatro, o poetinha preferiu enfrentar os protestos e,
parando diante dos manifestantes, começou a declamar "Poética I"
("De manhã escureço/De dia tardo/De tarde anoiteço/De noite ardo").
Então, um dos jovens tirou a capa do seu traje acadêmico e a colocou no chão
para que Vinicius pudesse passar sobre ela — ato imitado pelos outros
estudantes e que, em Portugal, é uma forma tradicional de homenagem acadêmica.
Segundo entrevista publicada pela Revista
Veja em 12 de janeiro de 2000, o ex-presidente João Figueiredo explicou as reais causas da demissão
do poeta do Itamaraty: "Ele até diz que muita gente do Itamaraty foi cassada
ou por corrupção ou por pederastia. É verdade. Mas no caso dele foi por
vagabundagem mesmo. Eu era o chefe da Agência Central do Serviço e recebíamos constantemente
informes de que ele, servindo no consulado brasileiro de Montevidéu,
ganhando 6 000 dólares por mês, não aparecia por lá havia três meses.
Consultamos o Ministério das Relações Exteriores, que nos confirmou a acusação.
Checamos e verificamos que ele não saía dos botequins do Rio de Janeiro,
tocando violão, se apresentando por aí, com copo de uísque do lado. Nem
pestanejamos. Mandamos brasa."
A reabilitação ao corpo diplomático brasileiro só ocorreu trinta anos
depois de sua morte por meio da Lei 12.265 de 21 de junho de 2010.
Em cerimônia no Palácio do Itamaraty, Vinicius de Moraes foi elevado ao cargo
de ministro de exterior, cargo semelhante ao de embaixador.
Em 1969, Vinicius de Moraes publicou o livro Obra Poética e se
apresentou ao lado de Maria Creuza e Dorival
Caymmi em Punta del Este. O poetinha também fez recital na
Livraria Quadrante, em Lisboa, apresentando, entre outros, os poemas "A Uma
Mulher", "O Falso Mendigo", "Sob o Trópico de Câncer"
(no qual trabalhou durante nove anos) e "Soneto da Intimidade". O
evento foi gravado ao vivo e lançado em LP pelo selo Festa. Ainda naquele ano,
Vinicius fez apresentações em Buenos
Aires, ao lado de Caymmi, Baden Powell, Quarteto em Cy e Oscar Castro Neves.
Vinícius de Moraes e Toquinho.
Parceria com Toquinho
Naquele mesmo período, iniciou suas primeiras composições com um novo
parceiro, o violonista Toquinho. Desta parceria, viriam clássicos como "Como
Dizia o poeta", "Tarde em Itapoã" e "Testamento".
Em 1970, Vinicius se apresentou na casa de espetáculo carioca Canecão,
com o parceiro Tom Jobim, o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O
show, que relembrou a trajetória do poeta, ficou quase um ano em cartaz devido
ao grande sucesso obtido. Outra apresentação marcante de Vinícus de Moraes, ao
lado de Toquinho e da cantora Maria
Creuza, foi na cidade argentina de Mar
del Plata, na boate La Fusa. O concerto resultaria no LP ao vivo Vinicius En La Fusa, uma
das mais belas joias gravadas ao vivo da música brasileira. No repertório,
interpretado de modo espetacular pela cantora baiana, estavam
entre outras "A Felicidade", "Garota de Ipanema",
"Irene", "Lamento no Morro", "Canto de Ossanha"
(canção muito aplaudida pela plateia argentina), "Samba em Prelúdio",
"Eu Sei Que Vou Te Amar" (canção que contou ainda com a declamação do
poetinha de "Soneto da Fidelidade", para delírio do público
argentino), "Minha Namorada" e "Se Todos Fossem Iguais A
Você", que encerrou o magnífico concerto. No ano seguinte, Vinicius voltou
à Fusa para gravar um novo LP ao vivo, também com Toquinho, mas desta vez com a
cantora Maria Bethânia nos vocais. Neste álbum estão
presentes canções com "A Tonga da Mironga do Kabuletê",
"Testamento" e "Tarde em Itapoã". Também em 1971, assinou
com Chico
Buarque, sobre antigo choro de Garoto, a canção "Gente Humilde",
grande sucesso gravada pelo próprio Chico e, pouco depois, por Ângela
Maria.
A parceria Vinicius/Toquinho excursionou por várias cidades brasileiras
e também pelo exterior. Ainda em 1971, a dupla lançou seu primeiro LP de
estúdio, com destaque para "Maria Vai com as Outras", "Morena
Flor", "A Rosa Desfolhada" e "Testamento".
Em 1972, eles lançaram o álbum "São Demais os Perigos Dessa Vida",
contendo - além da faixa-título - grandes sucessos como "Cotidiano nº
2", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra
três". Com Toquinho, também compôs a trilha sonora da telenovela"Nossa Filha Gabriela" (da extinta TV Tupi),
registrada em disco naquele mesmo ano. No ano seguinte, a dupla se apresentou
no show "O Poeta, a Moça e o Violão", com a cantora Clara
Nunes no Teatro Castro Alves, em Salvador.
Em 1974, Vinicius e Toquinho compuseram "As Cores de Abril" e
"Como É Duro Trabalhar", ambas incluídas na trilha sonora da novela Fogo
Sobre Terra, da Rede Globo. Naquele mesmo ano, a parceria lançou o álbum
Toquinho, Vinicius e Amigos. O disco teve as participações de Maria
Bethânia (em "Apelo" e "Viramundo"), Cyro
Monteiro ("Que Martírio" e "Você Errou", últimas
gravações deste cantor), Maria Creuza ("Tomara" e "Lamento no
Morro"), Sergio Endrigo ("Poema Degli Occhi" e
"La Casa")
e Chico Buarque ("Desencontro"). Ainda naquele ano, a dupla lançou
"Vinicius e Toquinho", quarto álbum de estúdio da parceria, que
trazia composições de autoria deles, como "Samba do Jato", "Sem
Medo" e "Tudo Na Mais Santa Paz", e ainda "Samba pra Vinicius",
homenagem ao poetinha de Toquinho e Chico Buarque, que fez uma participação
especial no disco.
Alguns livros de Vinicius de Moraes.
Em 1975, Vinicius de Moraes lançou o álbum "O Poeta e o
Violão". Gravado em Milão, o LP teve a participação especial dos maestros Bacalov e
Bardotti. No mesmo ano, a gravadora Philips lançou o álbum "Vinicius e
Toquinho". Deste LP, destaca-se "Onde Anda Você" - parceria
com Hermano Silva e que alcançou grande sucesso. Ainda naquele ano, Vinicius
lançou o livro de poemas infantis A Arca de Noé. Foram lançados no ano
seguinte os álbuns Ornella Vanoni, Vinicius de Moraes e Toquinho - La
voglia, la pazzia, l'incoscienza e l'allegria e Deus lhe Pague -
este com as composições da parceria Vinicius e Edu Lobo.
Vinicius teve publicado, em 1977, o livro O Breve Momento, com 15
serigrafias
de Carlos
Leão. Naquele ano, o selo Philips lançou o álbum "Antologia
Poética", uma seleção da obra poética do poetinha e que teve a
participação especial de Tom Jobim, Francis Hime e Toquinho. A gravadora Som Livre
disponibilizou no mercado o LP Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha - Ao Vivo no
Canecão. Em 1978 foi lançado o álbum Vinicius e Amália, gravado em
Lisboa com a cantora portuguesa Amália Rodrigues. Naquele mesmo ano, foi editado o
álbum "10 Anos de Toquinho e Vinicius" - uma coletânea de uma
década de trabalhos da dupla. Em 1980 foi lançado o álbum Arca de Noé,
que trouxe diversos intérpretes para as composições infantis do poeta,
musicadas a partir do livro homônimo. O disco gerou um especial infantil na
Rede Globo, naquele mesmo ano.
Vinícius de Moraes - compositor e poeta.
Morte
Na madrugada de 9 de julho de 1980, Vinicius de Moraes começou a se
sentir mal na banheira da casa onde morava, na Gávea, vindo a morrer pouco
depois. O poeta passou o dia anterior com o parceiro e amigo Toquinho, com quem
planejava os últimos detalhes do volume 2 do álbum "Arca de Noé". Foi
sepultado no Cemitério de São João
Batista no Rio de Janeiro.
Em 1981, este LP foi lançado.
Mesmo após a morte, a obra musical de Vinicius manteve-se prestigiada na
música brasileira. Foram lançados os álbuns Toquinho, Vinicius e Maria
Creuza - O Grande Encontro (1988) e A História dos Shows Inesquecíveis -
Poeta, Moça e Violão: Vinicius, Clara e Toquinho (1991), além de terem sido
lançados livros sobre o poeta, como Vinicius de Moraes - Livro de Letras
(1993), de José Castello, Vinicius de Moraes (1995),
também de José Castello, "Vinicius de Moraes"
(1997), de Geraldo Carneiro (uma edição ampliada do livro
publicado em 1984). Ainda em 1993, Almir
Chediak editou os três volumes do Songbook Vinicius de Moraes.
Por ocasião dos vinte anos da morte do poeta, em 2000, a Praia
de Ipanema foi o palco de um show em homenagem a Vinicius, que contou com a
participação da Orquestra Sinfônica Brasileira, Roberto
Menescal, Wanda Sá, Zimbo Trio,
Os
Cariocas, Emílio Santiago e Toquinho,
interpretando composições de sua autoria.
Em 2003, ano em que o poeta completaria seu 90º aniversário, foram
lançados vários projetos em tributo à sua criação artística. Também foi lançado
o website
oficial de Vinicius.
Em 2005, "The Girl from Ipanema", versão em inglês de
"Garota de Ipanema", interpretada por Astrud
Gilberto, Tom Jobim, João Gilberto e Stan Getz
e gravada em 1963, foi escolhida como uma das 50 grandes obras musicais da
Humanidade pela Biblioteca do Congresso Americano.
Ainda em 2005, estreou, na abertura da sétima edição do Festival do Rio, o documentárioVinicius, dirigido por Miguel
Faria Jr. e produzido por Suzana
de Moraes, filha do poeta, com a participação de Chico Buarque, Carlos
Lyra, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Mariana
de Moraes e Olívia Byington, entre outros convidados. A trilha
sonora do filme foi lançada em CD.
Em 2006, foi lançada a caixa "Vinicius de Moraes & Amigos",
com cinco álbuns do poetinha, contendo 70 canções compiladas de fonogramas
gravados por vários intérpretes e pelo próprio Vinicius (solo ou em dueto. A
caixa incluiu ainda um livreto com a biografia do homenageado e as letras de
todas as canções.
Em 2011, a escola Império Serrano falou sobre ele com o
enredo : "A Benção, Vinicius". Faleceu no Rio de Janeiro em 09 de julho de 1980.