Igual
a Sísifo, o mito grego reelaborado no século XX por Marcel Camus, eternamente
condenado a rolar a pedra até o cimo do monte e ela, logo a cair, assim também
eu me encontrava, ao começar ao reunir
meus estudos sobre os "Carmina Burana".
Múltiplos
foram os trajetos percorridos. Quando eu quase chegava ao topo da montanha, a
pedra das minhas pesquisas rolava morro abaixo. Bem mais de vinte anos se
passaram quando comecei a escalar a Montanha Mágica deste livro. Até que
finalmente consegui e, ao receber ontem um exemplar por intermédio de meu filho
Cláudio, meu neto Leon e de minha vizinha Izaura, chorei de alegria.
Mas,
nesses dias, ao assistir pela tevê ao sofrimento de nossos seres irmãos com
seus objetos boiando no fragor da enxurrada; quando ouvi o sibilar das bombas
estraçalhando corpos e quando vi o olhar aparvalhado de uma criança certamente
com fome pela tirania da guerra, senti-me numa dolorosa gangorra. De um lado, a
realização de um sonho: editar o meu livro. De outro, a dor coletiva a sangrar-me.
Mas
diante de tanto sofrimento de meu Outro Irmão, editar um livro, mesmo de há
muito sonhado, é uma poeirinha a voar pelo vento.
Meu
verdadeiro sofrimento foi mais forte. Cessou-me a alegria. Um valor bem mais
alto em mim se "alevantou". Tanta morte, meu Deus.
No
próximo número, contarei detalhes de todos os que me auxiliaram a
Subir
a “sisifiana-pedra.
Por
ora, queridos amigos, AGRADEÇO AS TANTAS E TANTAS MENIFESTAÇÕES CARINHOSAS QUE
ME ENVIARAM. TENHAM A CERTEZA DE QUE LEREI CADA PALAVRINHA, CADA VÍRGULA, CADA
PONTINHO, ENCHARCADO DE AFETO. TODOS
ESTARÃO GUARDADOS NA ALMA DE
SUA AMIGA DALMA.
“VOZES
DA PRIMAVERA” este é o título do
recente CD autoral da soprano Neide Barros Rêgo e da pianista Therezinha de
Maria Carvalho Pinto. Certamente, o expressivo nome, cujo extraído da sublime
inspiração, chegou-lhes a partir da clássica “Voci di Primavera –
Johann Strauss” pela escolha e homenagem ao nobre compositor, a especial faixa
é a audição que inicia a seleção musical. Um tanto genial a ideia de trazer a
todos nós um álbum com o título “Vozes da Primavera”. Talvez, não perguntei
o porquê do título, em conveniência. Pensei
aqui com os meus botões, quiçá devido, claro, ao título da música do compositor
Strauss. Permissão, eu preciso dizer uma observação. Que bom, nessa história, foram
dois coelhos atingidos com uma cajadada. Devido, as gravações e a impressão do
CD tenham sido feitas durante a primavera de 2021, justo, justíssimo, ao tributo
à clássica “Voci di Primavera” e a nossa perfumada primavera. Inteligente ideia!
As
músicas que compõem o magistral trabalho foram muito bem escolhidas pelas autoras.
Diante disso, o que nos resta dizer? Que a preciosidade. O álbum é uma
excelente obra musical, a qual as artistas lançam para todos nós os seus
fãs.Com muita classe, em esperado tempo
de revigoradas forças, renovamentos da alma humana e superações em todos os
sentidos, inclusive, espiritual. Porque a música é a simbologia da alma, e como
tal ela ajuda-nos a libertar os nossos verdadeiros sentidos, até mesmo, os valores
éticos e morais tão ausentes hoje em dia. Segundo o poeta libanês Khalil
Gibran: “A música é a linguagem dos espíritos” A alma da Música nasce
do espírito e sua mensagem brota do Coração. E complementa: “Quando
Deus criou o Homem, deu-lhe a Música como uma linguagem diferente de todas as
outras. Mesmo em seu primarismo, o homem primitivo curvou-se à glória da
música; ela envolveu os corações dos reis e os elevou além de seus tronos.”
Voltando
ao magnífico CD. Diante do maravilhoso trabalho, cabe também dizermos uma “finura”. Acatando ao nosso respeito
glorioso na Fé Católica. Existem 3 músicas que reverenciam à Nossa Mãe
Santíssima, essas deferências à Nossa Senhora, nos deixou enaltecidos com a "excelsitude" da obra. Pulsantes corações em prol do Amor, alegria e devoção.
No
CD “Vozes
da Primavera”, Neide canta em italiano, português, francês, espanhol e
latim. Eu e a “musa” de o meu caminhar, estamos encantados. Enaltecida, a minha
musa, como a maioria de vocês sabem que é artista plástica, ouvindo durante uns
três dias as canções do CD, conseguiu concretizar uma Tela enorme a óleo, a
qual há tempo esperava as suas pinceladas pictóricas. Certamente, vocês
admiradores da soprano ficarão maravilhados. Olhem só as preciosidades
selecionadas: Vissi d’arte – Tosca, Puccini; O, mio babbino caro – Giaccomo
Puccini; Melodia Sentimental – Heitor Villa-Lobos; Ave Maria – Bach/Gounod; Ave
Maria – F. Schubert e outras. Estou preparando uma excelente edição e estará
disponível a todos. São 12h30min, aqui tentando produzir algo que chegue à
altura da obra, espero que gostem. No entanto, o que eu quero mesmo, é que
vocês ouçam/vejam com carinho as preciosidades interpretadas pelas artistas.
Porque a edição é um componente ilustrativo, combinados? Aguardem!
MINUTA
DE ALBERTO ARAÚJO – editor do Focus. 26 de fevereiro de 2022 (dia em que o
editor estava trabalhando na edição do CD e converter em vídeo para ser
publicado no You Tube).
POR MAIS QUE QUEIRAMOS MEDIR A MAGNITUDE DO CD
“VOZES DA PRIMAVERA” com a soprano Neide Barros Rêgo e a pianista Therezinha de
Maria Carvalho Pinto – projeto musicocultural nós não iremos conseguir. Porque
é uma questão de ser uma coisa lendária, algo categoricamente, grandioso.
Claro, sabemos a medida quando no início. É uma emoção tão enlevada que chega
logo no primeiro “track” “Voci di primavera de Strauss” e logo esse sentimento
se incute nos poros e na alma e quando percebemos já tem tomado todo o nosso
ser. Assim, com essa grandeza fica difícil medir a amplitude do esplendoroso
trabalho, porque do início ao fim a gente vai se envolvendo com as faixas
deleitosas e quando percebemos estamos completamente, extasiados. E no final
não sabemos dizer o quão de beleza atingiu a nossa alma. No entanto, o que
podemos fazer e dizer em letras garrafais: É pura Arte, Emoção, Sensibilidade e
Alegria. Alberto Araújo. 05-03-2022.
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Alberto Araújo, bom dia!
Tudo o que eu disser será pouco para expressar
minha alegria e minha gratidão, pela belíssima montagem que você fez das
músicas do CD "Vozes da Primavera", que reuniu 20 composições
musicais, interpretadas por mim, com o magistral acompanhamento da pianista
Therezinha de Maria Carvalho Pinto, minha professora de canto e minha confreira
na Academia Fluminense de Letras. Suas
palavras, enaltecendo nossa produção, nos proporcionaram muita alegria. Certamente,
este foi nosso último CD, por questões de saúde e de idade. Vamos continuar nos deleitando ao assistirmos
ao filme preparado por você, a partir das nossas gravações feitas no Castelo
Studio, por Fábio Motta e Carlos Machado; mixagem e masterização de Marcelo
Frizieiro; arte de Raphael Pereira Rego.
Muito muito obrigada.
Neide Barros Rêgo.
06-03-2022
WhatsApp da ANL
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NEIDE BARROS RÊGO, tudo que eu disse
nas duas mensagens publicadas, ainda é pouco, sobre o valioso trabalho musicocultural,
obra e a sua particularidade. Você tem contribuído muito culturalmente,
literariamente, socialmente, no Estado do Rio de Janeiro. Afinal, são 60 anos
de trabalhos ininterruptos, todos Ilustrando e conduzindo à cultura de nossa
cidade aos patamares do sucesso. Está acontecendo essas pausas, devido ao vírus
chinês. Não é culpa sua. Com os nossos olhos de lince, estamos observamos
tudo. Sobre a edição: Que bom! Você ter
gostado da edição, tentei fazer algo obedecendo ao tema, isto é, a primavera.
Em todas as faixas foram inseridas flores, muitas flores... Apenas ilustrações,
que caíram muito bem e que muitos gostaram, inclusive, você. Você é mesmo uma
DIVA. Tem porte de diva, atitude de diva e o coração de uma Diva. Você além de
todos esses atributos, é bonita interiormente e exteriormente. SIGNIFICADO DE
DIVA: Substantivo feminino. [Etimologia] Origina do latim: diva. Divindade
feminina: Aquela que serve como inspiração; musa. Mulher formosa, bonita,
beldade. [Figurado] Cantora ou atriz notável [Música] Cantora de ópera, música
clássica; prima-dona. Ah! Não são elogios de um amigo, justo, justíssimo é tudo
meritório em vossa pessoa. Abraços do
ALBERTO ARAÚJO-06-03-2022.
CHIQUINHA GONZAGA é a maior compositora brasileira
de todos os tempos. Ela criou a primeira música genuinamente brasileira,
fundindo a polca europeia ao Lundu dos terreiros brasileiros. Este disco traz
clássicos da obra de Chiquinha Gonzaga em uma interpretação vibrante do
afinadíssimo duo formado por Maria Teresa Madeira ao piano e Marcus Viana ao
violino. Os Arranjos para piano e violino são de Marcus Viana a partir dos
originais de Chiquinha Gonzaga. Este duo foi formado durante a exibição da
minissérie homônima em 1999 pela Rede Globo, dirigida por Jayme Monjardim e que
teve Marcus Viana como autor de toda a trilha sonora incidental. Maria Teresa
Madeira é considerada a maior intérprete brasileira da obra de Ernesto Nazareth
e Chiquinha Gonzaga.
Inspirado no Guia do Viajante no Rio de Janeiro, de
Alfredo do Valle Cabral, publicado em 1882 e que integra a coleção de obras
raras do Arquivo Nacional, o vídeo Um passeio pelo Rio de Janeiro do século XIX
apresenta um roteiro de visitação turística à cidade sugerido aos visitantes
que nela aportaram antes que passasse pelas profundas transformações
urbanísticas realizadas no século XX.O
vídeo inclui o que se manteve após as intervenções pelas quais a cidade passou,
assim como o registro daquilo que não pode mais ser visitado. O roteiro pode
surpreender, uma vez que não contempla os afamados atrativos naturais do Rio de
Janeiro, ficando circunscrito ao que hoje é sua região central. Ainda é
possível realizar uma parcela considerável do passeio e depreender o que era
considerado relevante para visitação no século XIX as edificações
administrativas, religiosas e militares da cidade que, à época, era capital do
Império brasileiro. O vídeo integra a exposição virtual O Rio em movimento:
cidade natural, cidade construção, disponível no site de
ARQUIVO CULTURAL. MUSEU ANTONIO
PARREIRAS, NITERÓI, RJ (1977). Documentário produzido pela Agência Nacional
sobre o Museu Antonio Parreiras, em Niterói, Rio de Janeiro. Brasil Hoje n° 192
(1977). Arquivo Nacional. Fundo Agência Nacional.
ROSA DE HIROSHIMA - VINICIUS DE MORAES
– INTERPRETAÇÃO NEY MATOGROSSO
Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
Composição: Gerson Conrad / Vinícius
de Moraes
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Inacreditável que após um poema comovente
de Vinicius de Moraes e a interpretação brilhante de Ney Matogrosso alguém
ainda possa pensar em guerras. É abominável um ser humano assim. Vive em função
dos trabalhos demoníacos.Um ser desprezível.
Caso não consiga abrir aqui. Assista ao vídeo original no link: https://youtu.be/Eql3Ip21GEA
Burke é considerado um especialista na Idade Moderna europeia e também em assuntos da atualidade, enfatizando a relevância de aspectos socioculturais nas suas análises. Foi o historiador equatoriano Juan Maiguashca (professor de História Econômica de América Latina da Universidade de Toronto), discípulo de Chaunú, quem introduziu Peter Burke no mundo dos Annales (Escola dos Annales). Atualmente reside em Cambridge. É autor de mais de trinta livros, muitos deles publicados no Brasil. Em parceria com sua mulher, a brasileira Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke, escreveu "Repensando os Trópicos: um Retrato Intelectual de Gilberto Freyre", obra que se apóia em ampla pesquisa para construir uma narrativa substancial sobre a vida e o trabalho do sociólogo pernambucano. Seu último livro publicado no Brasil é "O Historiador como Colunista" (2009), que reúne uma seleção de seus textos publicados no jornal "Folha de S.Paulo".
PETER BURKE nasceu em, 16 de agosto de
1937 é um historiador inglês. Doutorado na Universidade de Oxford (1957 a
1962), foi professor de História das Ideias na School of European Studies da
Universidade de Essex, por dezesseis anos professor na Universidade de Sussex
(1962) e professor da Universidade de Princeton (1967); atualmente é professor
emérito da Universidade de Cambridge (1979). Foi professor-visitante do
Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA – USP) de
Setembro de 1994 a setembro de 1995, período em que desenvolveu o projeto de
pesquisa chamado Duas Crises de Consciência Histórica. Vive em Cambridge
juntamente com a sua esposa, a historiadora brasileira Maria Lúcia Garcia
Pallares-Burke, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Foi o
historiador equatoriano Juan Maiguashca (professor de História Econômica de América
Latina da Universidade de Toronto), discípulo de Chaunú, quem introduziu Peter
Burke no mundo dos "Annales" (Escola dos Annales).
É também um dos maiores especialistas
mundiais na obra de Gilberto Freyre. Escreveu, com a esposa Maria Lucia
Pallares-Burke, o livro "Repensando os Trópicos". É autor de inúmeros
artigos críticos, inclusive na imprensa, sobre o sociólogo pernambucano.
Costuma indicar a relevância de Giberto Freyre para o estudo da cultura
material - casa, mobílias, roupas, alimentos, etc.
OBRA
Burke é considerado um especialista na
Idade Moderna europeia e também em assuntos da atualidade, enfatizando a
relevância de aspectos socioculturais nas suas análises. É autor de mais de
trinta livros, muitos deles publicados no Brasil. As suas obras mais
importantes são:
Cultura Popular na Idade Moderna:
Europa, 1500-1800 (1978)
O Renascimento Italiano: Cultura e
Sociedade na Itália (1987)
A Revolução Historiográfica Francesa
(1990)
A Escola dos Annales: (1929 - 1989) A
Revolução Francesa da Historiografia (1990)
História e Teoria Social (1991)
Formas de fazer História (1991)
A Escrita da História (1991)
Amsterdã e Veneza: um estudo das
elites dos séculos XVII (1991)
A Arte da Conversação (1993)
A fabricação do rei: a construção da
imagem pública de Luís XIV (1994)
Falar e Calar (1996)
Varieties of cultural history (1997)
Uma história social do conhecimento:
de Gutenberg a Diderot (2000)
New perspectives on historical writing
(2001) (editor e contribuidor)
Testemunha Ocular (2004)
O que é história cultural (2005)
Uma história social do conhecimento
II: da Enciclopédia a Wikipédia (2012)
Para o historiador Peter Burke,
professor emérito da Universidade de Cambridge, Reino Unido, a "República
das Letras" sobrevive até hoje, apesar de seu tamanho, geografia,
estrutura social e modos de comunicação terem mudado ao longo do tempo, "a
ponto de ser útil distinguir quatro períodos diferentes de sua história".
Burke tratou dessa permanência na conferência" Continua Viva a República
das Letras?", no dia 22 de setembro, no IEA.
Segundo Burke, muitos acadêmicos já
discutiram a história da "República Literária" (Respublica Litteraria)
ou comunidade acadêmica internacional, começando na era de Erasmo ou no século
15 e terminando em 1750 ou 1789, "muitas vezes com a explicação de que a
era do nacionalismo, em conjunto com o advento da especialização acadêmica,
anunciava o fim da 'République des Lettres'", tese da qual discorda. O
evento teve coordenação de Renato Janine Ribeiro, da FFLCH-USP e conselheiro do
Instituto.
Entrevista
de Clarice Lispector à professora Dalma Nascimento
“ Não leio você para a Literatura. Leio você para a vida”
Clarice me concedeu uma
entrevista em 1974, publicada no Suplemento Literário do Jornal de Brasília em 23/06/1974, antecipada por longo texto sobre
a vida e obra da escritora. A matéria foi republicada em francês na revista La Parole Métèque em Montréal, no
Canadá, em outono de 1989, edição de nº 11, toda dedicada a Clarice. Na década
seguinte, em meio a outras informações, a entrevista foi mais uma vez
republicada no jornal carioca “Tribuna da Imprensa”, caderno Tribuna Bis em 25
de maio de 1995, quando resenhei o livro da professoraNádia
Battella Gotlib, Clarice, uma vida que se conta, antes mesmo de seu livro ter sido
lançado.
Observem a densidade das
respostas, o jeito introspectivo de Clarice manifestar-se, sintetizando ideias na
serena consciência de que “menos é mais”. Em algumas respostas, existe certo
hermetismo para leitores menos acostumados ao ser tão especial de Clarice. Mas
os que a leem com amor, penetrando em seus meandros, perceberão a profundidade
das asserções, já presente na primeira resposta desta entrevista.
Dalma Nascimento – Que é ser Clarice?
Clarice Lispector – Viver cada instante na fruição do momento. É como se
estivesse em estado de graça, na clara/escura plenitude de meu silêncio.
DN – Uma obra de arte é para ser sentida ou analisada?
CL – Sentida, sobretudo.
DN – Então, as análises feitas pela crítica literária são dispensáveis?
CL – Mas análises também são sentidas. É um co-nascer do próprio crítico para a
grandeza da obra.
DN – A tecnologia atua no escritor? Se verdade, de que maneira?
E a obra literária se sente prejudicada pela era tecnológica?
CL – O ideal seria não atuar. A tecnologia minimiza a potencialidade do próprio
criar. Massifica tanto a sua humanidade...
DN – “Os limites do meu mundo são os limites da minha
linguagem”. Você disse isto em algum lugar, Clarice. Isso se incorporou em nós.
E como você tenta romper os limites? Como e ampliar o mundo?
CL – Deixando a si próprio nascer o que vem.
DN – Seu romance pode ser considerado como novo romance (“le
nouveau roman”)?
CL – Não cabe a mim responder.
DN – Em que obra você se sente mais realizada?
CL – Em nenhuma. A realização é sempre a obra futura. Realizar-se é estagnar.
Se eu já tivesse me realizado, pararia, e assim me desclassificaria, perderia a
minha dimensão, a minha humanidade.
DN – Seu conceito de ser se aproxima de Fernando Pessoa? Porque
nos dois nós sentimos uma busca existencial...
CL – Há identidades, sim, creio. Eu não leio Fernando Pessoa. Porque se lesse,
não mais escreveria. Iria me encontrar tanto com ele que não precisaria
escrever nada mais.
Nunca leu, também, Heidegger – fez questão de frisar. Mas seus
livros, sobre a mesinha da sala, nos falam também por ela. – Talvez estejamos
na consciência do mesmo processo, do mesmo tempo, não sei – afirma Clarice,
olhando, vagamente, o espaço, como se quisesse possuí-lo em respostas.
DN – Você permitiria que seus textos figurassem no Vestibular?
CL – Permitiria, por que não?! E evocadora, completa: inclusive, um texto meu
sobre Brasília já figurou no Vestibular antes de ser unificado.
DN – Gostaria de saber os três maiores elogios que recebeu.
CL – O primeiro de uma moça – disse ela – quando lhe perguntei:
Por que gosta do que escrevo? – Porque, quando a gente lê você, parece que a
gente é que está escrevendo.
O segundo, de uma menininha. A avó leu para a garota que ainda
não sabia ler, um dos meus livros infantis: O
mistério do coelho pensante. Depois, perguntou se a menina gostou e esta
respondeu: – Deus me livre se não tivesse gostado.
O terceiro foi na casa de Pedro Bloch, onde encontrei Guimarães
Rosa. Ele me disse de cor pedaços de um dos meus livros. Reconheci, vagamente,
e perguntei se fui eu que tinha escrito aquilo e como é que ele sabia de cor. E
a resposta veio de manso: – Não leio você para Literatura. Leio você para a
Vida!
Assim,
nós também, “guimarãesrosando” a resposta do grande mestre e autor de Grande sertão: veredas, lemos você,
sedutora Clarice, para a Vida!
Livros de Clarice Lispector
Clarice fala sobre solidão
Excelente
a entrevista de Clarice Lispector. Uma relíquia através dos tempos. O melhor
que foi concedida com exclusividade à Mestra Dalma Nascimento. Somente a
professora tem essa entrevista. Inclusive, está publicada no livro de Dalma
Nascimento "Antígonas da Modernidade", nas páginas 101 a 103. Aplausos. ALBERTO ARAÚJO.
MENSAGEM DE MIMI LÜCK PUBLICADA NA POSTAGEM “O
ORGULHO DE SER NORDESTINO”. Vejam o que a escritora e acadêmica MIMI LÜCK
escreveu: Com meu avô baiano, aprendi, desde menina, a apreciar a poesia e a
literatura de Cordel nordestina. Gente de grande valor, que sabe contar as
coisas versejando com muita graça e inspiração, e encantando a todos nós! Mimi.
RESPOSTA DE ALBERTO ARAÚJO: Estou encantado com a
companheira Mimi Lück. Ser humano incrível e que valoriza as outras culturas.
Muito obrigado adorável amiga!Em nome
de toda a nação nordestina agradeço muito a sua amabilidade e “finesse”.Alberto Araújo.
ALBERTO ARAÚJO escreveu: Tenho ORGULHO de ser
Nordestino. Amo à minha Terra Natal. Amo LUZILÂNDIA-PI o meu Unhal acolhedor.
Amo muito, com o mais expressivo Amor. Tenho orgulho em ser NORDESTINO. Amarei
para sempre Luzilândia - PI a minha cidade natal. Sou fascinado pelas águas do
Velho Monge. Sou apaixonado pela vida da minha terra querida. Alberto Araújo.
O confrade e acadêmico Dr. Levy
Pinto de Castro Filho. Escreveu uma poesia e dedicou a mim. A professora e
declamadora a Gracinha Rego a recitou no dia do Recital Coração Nordestino,
panorama cultural, que foi realizado com minhas poesias, no CCMS, em 30 de
junho de 2018. Inesquecível.ALBERTO
ARAÚJO
“O Sol se põe na terra de Santa Luzia
Na Região Baixo Parnaíba Piauiense
O Astro-rei brilha, esplendoroso e reluzente
E se esconde devagar, saudoso e consciente.
Do filho letrado e querido
Que há muito vive no Estado fluminense
Caro confrade Alberto Araújo,
Homem bom, pessoa amiga
Que todos nós cativa, um ser onipresente,
polivalente,
Sorridente e inteligente.
A ti, todos os louros
De coração, honestamente.
Autor: Levy Pinto de Castro Filho
MATILDE CONTI disse:
Vivaaaaaaaaa
Levy é um companheiro nosso do Cenáculo
e de muitas outras jornadas.
Que bom ver o nosso Levy aqui,
homem de princípios éticos e de grande retidão no mundo jurídico
Grande abraço.
RESPOSTA DE ALBERTO ARAÚJO
Olá, governadora Matilde. Tive a honra de receber uma poesia dele. Realmente, um HOMEM DE MORAL ILIBADA E SABER NOTÓRIO. Um confrade querido. Feliz final de semana. ALBERTO ARAÚJO.