A UNIVERSIDADE DE COIMBRA é uma universidade pública localizada na cidade de Coimbra, em Portugal. A sua história remonta ao século seguinte ao da fundação da nação portuguesa, dado que foi criada a 1 de Março de 1290, quando o rei D. Dinis I assinou na cidade de Leiria o documento Scientiae thesaurus mirabilis, criando a universidade, o qual foi intermediado e confirmado pelo Papa. Fixada definitivamente na cidade de Coimbra em 1537, sete anos depois, todas as suas faculdades se instalam no antigo Paço Real da Alcáçova (denominado Paço das Escolas, após a sua aquisição pela Universidade de Coimbra em 1597).
É uma das universidades mais
antigas do mundo ainda em operação, sendo a mais antiga e uma das maiores do
país. Composta por 3 polos, 8 faculdades e 18 museus, a instituição conta ainda
com o Jardim Botânico e o Estádio Universitário de Coimbra em um espaço com 25.188
alunos em 2020.
Organizada em oito faculdades, de
acordo com uma variedade de campos de conhecimento, a universidade oferece
todos os graus académicos em arquitetura, educação, engenharia, humanidades,
direito, matemática, medicina, ciências naturais, psicologia, ciências sociais
e desporto.
A Universidade de Coimbra possui
aproximadamente 25 mil estudantes, abrangendo uma das maiores comunidades de
estudantes internacionais em Portugal, sendo a sua universidade mais
cosmopolita. Além disso, é o membro-criador do chamado Grupo Coimbra, uma rede
de universidades europeias cujo objetivo é a colaboração académica entre os
elementos do grupo. Em 22 de junho de 2013 foi declarada Património Mundial
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO).
A nível mundial, a Universidade
de Coimbra destaca-se ainda pelo seu alinhamento com os objectivos de
desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, tendo alcançado a 21.º posição
no ranking publicado pela Times Higher Education (THE) o qual inclui mais de
1000 universidades e politécnicos de todo o mundo.
História
A bula do Papa Nicolau IV, datada
de 9 de agosto de 1290, reconheceu o Estudo Geral, com as faculdades de Artes,
Direito Canônico, Direito Civil e Medicina, reservando-se a Teologia aos conventos
Dominicanos e Franciscanos.
A universidade, inicialmente
instalada na zona do atual Largo do Carmo, em Lisboa, foi transferida para
Coimbra, para o Paço Real da Alcáçova, em 1308. Voltou em 1338 para Lisboa,
onde permaneceu até 1354, ano em que regressou para Coimbra. Ficou nesta cidade
até 1377 e voltou de novo para Lisboa neste ano.
Permaneceu em Lisboa até 1537,
data em que foi transferida definitivamente para Coimbra, por ordem de D. João
III. Sete anos mais tarde todas as suas Faculdades se instalam no histórico
Paço Real da Alcáçova. Data de 1597 a aquisição (a Dom Filipe I), pela
Universidade de Coimbra, do Paço da Alcáçova, que a partir daí passou a
designar-se Paço das Escolas (o centro histórico da Universidade).
A universidade recebeu os seus
primeiros estatutos em 1309, com o nome Charta magna privilegiorum. Os segundos
estatutos foram outorgados no ano de 1431, durante o reinado de D. João I, com
disposições sobre a frequência, exames, graus, propinas e ainda sobre o traje
académico. Já no reinado de D. Manuel I, em 1503, a Universidade recebeu os
seus terceiros estatutos, desta vez com considerações sobre o reitor,
disciplinas, salários dos mestres, provas académicas e cerimónia do ato solene
de doutoramento.
Desde o reinado de D. Manuel I,
todos os Reis de Portugal passaram a ter o título de «Protetores» da
Universidade, podendo nomear os professores e emitir estatutos.
O poder real, bastante mais
centralizado a partir de D. João II, criava uma dependência da universidade em
relação ao Estado e à política, pelo que a preponderância dos estudos jurídicos
se estabeleceu em Portugal.
A 27 de Dezembro de 1559, no
reinado de D. Sebastião, Baltazar de Faria fez a entrega dos Quartos Estatutos,
nos quais se determinou que o reitor fosse eleito pelo Claustro, disposição
essa nem sempre foi cumprida pelo poder régio. Nesse mesmo ano, a 1 de
Novembro, tinha sido solenemente aberta a Universidade de Évora, entregue aos
jesuítas.
Em 1591, de Madrid, vieram os
Sextos Estatutos (os quintos foram deixados de lado, nunca tendo entrado em
vigor) e foram apresentados em Claustro no ano seguinte. Determinava-se que a
Universidade indicasse três nomes para o cargo reitoral, escolhendo o rei um
deles.
No reinado de D. João V, João
Frederico Ludovice terá feito o risco para a Torre da Universidade de Coimbra e
portal da Biblioteca. Xavier da Costa ao citar os monumentos da era joanina,
falando da Biblioteca (1716-1725), e da Torre (1728-1733), diz que não será
injustificado atribuírem-se os seus projetos a Ludovice. Aludindo o parentesco
que encontramos entre o Pórtico da mesma Biblioteca e o Portal da Capela
Octogonal do Senhor das Barrocas em Aveiro. As mísulas laterais em que se
apoiam os arcos, as colunas jônicas, os frisos têm um ar de parentesco nos dois
pórticos, muito diferentes, porem no coroamento, pois o de Aveiro, com os seus
frontões, um entrecortado outro partido, reúne uma decoração escultórica que
prova grande influência dos artistas entalhadores e dos lavrantes da pedra e
ourivesaria. Não será despropositado lembrar também o nome ou a influência de
Ludovice, ao citar a porta do Antigo colégio de São Jerônimo, em Coimbra, de
frontão muito ondulado e partido, apoiado sobre “gaines” - uma espécie de
scabellum ou de pedestais esguios que substituem as colunas - esteios que
Borromini já empregara e que o arquiteto de Mafra também aplicou na janela
central do segundo andar do seu palácio de Lisboa em S.Pedro de Alcântara,
concluído em 1747.
A Torre da Universidade de Coimbra, tem 33,5 metros de altura, constitui o emblema tradicional de Coimbra. Começou a construir-se em 1728 e foi terminada em 1733. No topo sobre o relógio, abre-se um miradouro do qual se desfruta uma panorâmica esplendorosa da cidade e do vale do Mondego. Nesta Torre está, entre outros sinos, a célebre «Cabra», que marcava as horas do despertar e do recolher dos estudantes.
FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Coimbra