domingo, 27 de dezembro de 2015

O PAPEL E O MAR - DIREÇÃO DE LUIZ ANTÔNIO PILAR - DIÁLOGO IMAGINÁRIO ENTRE A ESCRITORA E CATADORA DE PAPEL CAROLINA MARIA DE JESUS E O LIDER DA REVOLTA DA CHIBATA, JOÃO CÂNDIDO. CONFIRA.

 





(CLICAR NA IMAGEM PARA ASSISTIR AO VÍDEO)
 




O PAPEL E O MAR 
UM FILME DE LUIZ ANTÔNIO PILAR
 UM DIÁLOGO ENTRE A ESCRITORA
 CAROLINA MARIA DE JESUS
E O LIDER DA REVOLTA DA CHIBATA
O POLÍTICO JOÃO CÂNDIDO.

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O filme narra o encontro imaginário entre João Cândido, líder da Revolta da Chibata, e a catadora de papel e escritora Carolina Maria de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo, em pleno centro do Rio de Janeiro. É uma dupla homenagem ao trabalho de Zózimo Bulbul  e da escritora Carolina Maria de Jesus. Com Zózimo Bulbul e Dirce Thomas. Direção: Luiz Antônio Pilar.
 
 
Sequência de imagens extraídas do vídeo.
 




 
 
Carolina Maria de Jesus - escritora
 


Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento (MG), Carolina mudou-se para a capital paulista em 1947, momento em que surgiam as primeiras favelas na cidade. Apesar do pouco estudo, tendo cursado apenas as séries iniciais do primário, ela reunia em casa mais de 20 cadernos com testemunhos sobre o cotidiano da favela, um dos quais deu origem ao livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Após o lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, tradução para 13 idiomas e vendas em mais de 40 países.

É um documento sobre o que um sociólogo poderia fazer estudos profundos, interpretar, mas não teria condição de ir ao cerne do problema e ela teve, porque vivia a questão, avalia Audálio Dantas, jornalista que descobriu a escritora em 1958. O encontro ocorreu quando o jornalista estava na comunidade para fazer uma reportagem sobre a favela do Canindé. “Pode-se dizer que essa foi a primeira favela que se aproximou do centro da cidade e isso constituía o fato novo”, relembrou. Ele conta que Carolina vivia procurando alguém para mostrar o seu trabalho.

Carolina de Jesus publicou ainda o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios, ambos em 1963. De acordo com Audálio, todos esses títulos foram custeados por ela e não tiveram vendas significativas.
Após a morte da escritora, em 1977, foram publicados o Diário de Bitita, com recordações da infância e da juventude; Um Brasil para Brasileiros (1982); Meu Estranho Diário; e Antologia Pessoal (1996).

 
João Cândido - político.
 
 
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, no dia 24 de Junho de 1880. Seus pais eram escravos, ele desde pequeno ele costumava acompanhar seu pai quando este viajava conduzindo o gado.
João Cândido começou sua participação política cedo, aos 13 anos apenas, quando lutou a serviço do governo na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, no ano de 1893. Com 14 anos se alistou no Arsenal de Guerra do Exército e com 15 entrou para a Escola de Aprendizes Marinheiros de Porto Alegre. Cinco anos depois foi promovido a marinheiro de primeira classe e com 21 anos, em 1903, foi promovido a cabo-de-esquadra, tendo sido depois novamente rebaixado a marinheiro de primeira classe por ter introduzido no navio um jogo de baralho. Serviu na Marinha do Brasil por 15 anos, tempo durante o qual viajou por este e outros países.
Participou e comandou a Revolta dos Marinheiros do Rio de Janeiro (Revolta da Chibata) no ano de 1910, movimento que trouxe benefícios aos marinheiros, com o fim dos castigos corporais na Marinha, mas que trouxe prejuízos a João Cândido, que foi expulso e renegado, vindo a trabalhar como timoneiro e carregador em algumas embarcações particulares, sendo depois demitido definitivamente de todos os serviços da Marinha por intervenção de alguns oficiais.

No ano de 1917, ano em que sua primeira esposa faleceu, começou a trabalhar como pescador para sustentar a família, vivendo na miséria até os seus últimos dias de vida. Casou-se novamente, mas sua segunda esposa cometeu suicídio no ano de 1928. Dez anos depois a tragédia voltaria a acontecer, mas desta vez com uma de suas filhas. Ao todo foram três casamentos, tendo o último durado até o fim de sua vida, dia 06 de Dezembro de 1969.

Atuou na política durante toda a sua vida. Durante o governo de Vargas teve contato com o líder da Ação Integralista Brasileira (AIB) e com o Partido Comunista, chegou a ser preso por suspeita de relacionamento com os integrantes da Aliança Liberal e até o fim da sua vida continuou sendo “vigiado” pelas autoridades, sendo acusado de subversivo.

O “Almirante Negro”, como João Cândido ficou conhecido, morreu aos 89 anos e teve ao todo 11 filhos ao longo dos três casamentos. Faleceu na cidade de São João do Meriti, no Rio de Janeiro.

 

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Carolina Maria de Jesus - escritora, poetisa e sambista brasileira.
(Foto: Eudálio Dantas).


EXPOSIÇÃO “CAROLINA EM NÓS”

HOMENAGEIA ESCRITORA
NO MUSEU AFRO BRASIL.

 

Com patrocínio da CAIXA e Governo Federal e idealizada pelo grupo Ilú Obá de Min, mostra exalta vida e obra de Carolina Maria de Jesus.

A escritora, poetisa e sambista brasileira Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977) está sendo homenageada desde o dia 3 de outubro em  exposição no Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo dirigida por Emanoel Araújo. Ela já dá nome à biblioteca do museu e agora é tema do projeto “Carolina em Nós”, patrocinado pela CAIXA e Governo Federal e idealizado pelo grupo Ilú Obá de Min, que há dez anos ocupa as ruas de São Paulo com atividades para promover a cultura afro-brasileira. Com curadoria de Roberto Okinaka, a exposição é gratuita, vai até o dia 31 de janeiro de 2016 e conta com extensa programação.

Nossa intenção é reconhecer e dar a devida importância à figura de Carolina como escritora, não apenas por ela ser negra e catadora de material reciclável, mas por sua preciosa contribuição para a literatura brasileira”, destaca a produtora Tâmara David que coordena a exposição lado de Ester Dias. O projeto foi selecionado por meio do Programa CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro 2015/2016.

Carolina Maria de Jesus é conhecida principalmente pela obra Quarto de Despejo, que teve a primeira edição publicada em 1960 e já foi traduzido para 13 idiomas. O que poucos sabem, porém, é que apesar de todas as dificuldades, ela escreveu ainda outros livros, alguns que sequer foram publicados, além de centenas de textos, entre poesias, peças de teatro e marchas carnavalescas.

Com realização do grupo Ilú Obá de Min e Museu Afro Brasil, a exposição “Carolina em Nós”, vai contextualizar a vida e obra da escritora em painéis, fotos e cenários montados na lateral do prédio. Não é preciso entrar no museu para conferir a mostra, por isso o acesso é totalmente gratuito. “Essa exposição é uma extensão do trabalho que começamos no Carnaval desse ano, quando o grupo Ilú Obá de Min teve Carolina Maria de Jesus como tema do bloco que todos os anos desfila pelas ruas de São Paulo com cerca de 250 ritmistas, todas participantes das oficinas de percussão afro brasileiras”, revela a produtora Ester Dias.


 

Carolina Maria de Jesus - escritora,
poetisa e sambista brasileira.
(Foto: Eudálio Dantas).


Ao homenagear mulheres negras desde sua criação, o grupo Ilú Obá de Min pretende estimular o empoderamento feminino, o enfrentamento ao sexismo, racismo e à intolerância religiosa por meio das oficinas do toque dos orixás, tradicionalmente mantidos pelas  casas de candomblé, e percussão afro-brasileira. Nesta exposição, a reciclagem também vai ser ressaltada, já que Carolina Maria de Jesus era catadora de papel. O programa da mostra vai contar com um informativo sobre o tempo de decomposição dos produtos e, entre as oficinas que vão ser oferecidas, está a de confecção de cadernos a partir de material de reuso.



SERVIÇO
 
EXPOSIÇÃO
"Carolina em Nós”
Abertura aconteceu em: 03/10/15
e o encerramento: 31/01/16.

As demais atividades acontecem
no decorrer do período de realização da Exposição.
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Realização Ilú Obá de Min | Museu Afro Brasil

Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - 04094 050
Fone: (11) 3320-8900


 

APOIO CULTURAL


 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS
 
 
 

Olá,  Alberto,

Gostei muito do filme e também  da homenagem  do Ronald de Gregório a Horácio Pacheco. Obrigada!

Que o próximo ano que se avizinha, traga para você e Shirley muita paz, saúde e amor.

    

Dulce Rocha de Mattos

 











Dulce Rocha de Mattos
declamadora e membro do Rotary Club de Niterói.




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Grato, Alberto. Um passeio enriquecedor pela história; uma comovente mensagem sobre valores humanos.
Hilário.
 
Hilário Francisconi
jornalista e escritor.
 
 
 
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Caríssimo Alberto, Paz e Bem!


Gostei imensamente do filme O Papel e o Mar. Aportei no Rio de Janeiro em Janeiro de 1958. Conheci todo o cenário do filme. O Filme me trouxe profundas recordações e hoje oportunidade para refletir um pouco sobre a nossa historia. Vejo com enorme carinho a Historia desses dois personagens Carolina Maria de Jesus, negra, favelada, pobre, escritora {...} e de um marinheiro "almirante negro" João Cândido, grande homem, visionário e com profundos sentimentos humanitários.

Na verdade a cultura atual é a de "tentar esquecer o passado" com o desprezo pelas pessoas antigas e suas historias que somadas constituem a Historia de um homem, um povoado, um povo ou uma nação.  O pecado da indiferença e do desprezo pelas pessoas enriquecem o pais com pobreza e a morte de sua cultura.  O ideal seria que tudo isso não se perdesse e como o João cândido disse ou insinuou dizer  no filme as palavras "morrem".  É mais seguro escrevê-las.

Lembremos da frase comentada por estes dias na mídia e que fez parte de uma famosa carta: Verba volant, scripta manent - as palavras voam, mas  o escrito fica.


Lobo José











Lobo José é acólito
na Paróquia São Judas Tadeu-Icaraí-Niterói
e jornalista, escreve no Jornal Unidade.




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