SALA DE CULTURA LEILA DINIZ RECEBE A EXPOSIÇÃO NAIR DE TEFFÉ: A PRIMEIRA-DAMA DA CARICATURA" CURADORIA JOSÉ ROBERTO GRAÚNA E O LANÇAMENTO DO LIVRO: " NAIR DE TEFFÉ: ARTISTA DO LÁPIS E DO RISO", ENTRE OS DIAS 03 E 28 DE MARÇO.
Sala Leila Diniz recebe exposição sobre Nair de Teffé
Obras retratam a vida da brasileira, nossa primeira caricaturista
A Sala de Cultura Leila Diniz inaugura no próximo sábado, a partir das 15 horas, a exposição “Nair de Teffé: A Primeira-Dama da Caricatura". Entre os dias 3 e 28 de março, os frequentadores do espaço cultural da Imprensa Oficial poderão conferir mais de 40 pranchas contando detalhes sobre a visa da homenageada, com desenhos, fotos e textos informativos sobre aquela que é a primeira mulher a publicar caricaturas no mundo. Primeira-dama do país em 1913, ela foi casada com o presidente Marechal Hermes da Fonseca.
Exposição em homenagem à Nair de Teffé, a Rian. O
evento acontecerá em Niterói, na Sala de Cultura Leila Diniz. A Primeira Dama
da Caricatura Em maio de 1969, o jornalista Adolpho Fucs, escreveu para a
revista Manchete um artigo lembrando a trajetória de uma das mulheres mais
interessantes que o Brasil conheceu. A matéria referia-se a Nair de Teffé,
considerada por nossos principais pesquisadores como a primeira mulher a
publicar caricaturas no mundo. Sob o pseudônimo de Rian, a artista casou-se com
o então presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, em 1913, e numa
alusão ao cargo pouco reconhecido na época, o jornalista intitulou seu texto
como “A Primeira-Dama da Caricatura”. Sete anos depois, o pesquisador e também
caricaturista, Álvaro Cotrim, mais conhecido como Álvarus, assinou, também na
revista Manchete, um artigo com título semelhante, registrando “Nair de Teffé –
A Primeira-Dama da Caricatura”. De fato, a artista é, até provem o contrário, a
primeira mulher a publicar caricaturas no Brasil e no mundo. É também a
primeira mulher batizada e registrada no País com o nome “Nair”, e é pioneira
em diversas questões que envolvem a participação das mulheres no meio político
e social. É para homenagear esta mulher fantástica, durante o Mês da Mulher,
que apresentamos esta singela exposição, mostrando por meio de fotos raras e
desenhos antigos, um resumo sobre “Nair de Teffé – A Primeira Dama da
Caricatura”. Zé Roberto Graúna (curador).
Cerca de 20 integrantes do coletivo feminino “Elas por Elas - As Desenhistas Brasileiras”, grupo formado por mulheres desenhistas, se reuniram para compor obras inéditas em homenagem a Nair de Teffé para a exposição. Além disso, a mostra vai exibir um vídeo com depoimentos exclusivos dos pesquisadores José Alberto Lovetro, o Jal, e Gualberto Costa, que realizou evento com Nair de Teffé ainda viva.
Lançamento do livro "Nair de Teffé, artista do lápis e do riso"
Durante a tarde de inauguração da exposição, a professora e escritora Fátima Hanaque Campos marcará presença na Sala de Cultura Leila Diniz, quando lançará seu livro "Nair de Teffé, artista do lápis e do riso". A escritora vem especialmente, de Salvador, Bahia, para participar do evento e estará autografando sua obra.
Contatos:
Sala de Cultura Leila Diniz:
Telefones: (21) 2717-4055,
2717-5299, 2717-4141 (Renata Palmier)
e-mail: saladecultura@ioerj.com.br.
Fátima Hanaque Campos:
Telefone: (71) 9875-14075 WhatsApp
Exposição “Nair de Teffé:
A Primeira-Dama da Caricatura”
Local: Sala de Cultura Leila Diniz
Data: 03/02/2018 a 28/02/2018
Funcionamento: De segunda a sexta, das 10h às 17h
Endereço: Rua Professor Heitor Carrilho, nº 81 –
Centro, Niterói, RJ, Brasil
Entrada Franca
A República do Brasil nunca mais teve uma
primeira-dama como Nair de Teffé! Caricaturista, pintora, atriz, cantora,
pianista, escritora e poliglota (falava seis línguas), Nair exerceu atividades
tidas como pouco convencionais para uma representante feminina da elite
brasileira no início do século XX.
Como se costuma dizer: uma mulher à frente
de seu tempo. E que tempo! Estamos nos referindo à Primeira República, também
conhecida como República Velha (1889-1930).
Época conturbada em todos os
sentidos, apesar de ser designada como a belle époque brasileira. Rebeliões nos
estados, Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, Guerra do Contestado, embates
nas escolhas dos candidatos a presidente...
Nair de Teffé - vestida de noiva.
Na verdade, era uma belle époque
restrita a alguns centros urbanos desenvolvidos, entre os quais a capital, Rio
de Janeiro e a cidade de Belém, no Estado do Pará, esta última em função da
economia da borracha. No momento em que a Europa estava às vésperas da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), o Brasil ainda era um país que buscava uma
identidade como nação e dava os primeiros passos em direção a um processo de
industrialização.
Em 1912, a maior parte da população brasileira,
aproximadamente 24 milhões de habitantes, ainda vivia na zona rural dependente
da economia primária de exportação ou de atividades de subsistência. Era a
época do domínio dos coronéis (grandes fazendeiros), tanto a nível social como
na política. Contudo, nas cidades mais importantes, como o Rio de Janeiro, as
classes populares começavam a ter uma maior notoriedade, sobretudo por meio de
suas manifestações culturais. Inicialmente ignoradas pelas elites sociais, os
novos ritmos musicais, como o samba, o maxixe, modas de viola, entre outros,
rompiam os limites das periferias, dos morros e ganhavam maior aceitação, até
mesmo dentro da residência presidencial. Para que isso ocorresse, algumas
iniciativas foram importantes e sem dúvida uma das mais lembradas foi a da
primeira-dama Nair de Teffé, esposa do presidente e militar, Marechal Hermes da
Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914.
Os pais de Nair de Teffé ( na foto acima, Nair
sendo retratada pelo pintor francês Guiraud de Scevola) só vieram a descobrir a
respeito do talento da filha como caricaturista, quando da visita de uma amiga
da família, conhecida como Madame Carrier. Obrigada a permanecer na sala com a
convidada por quase duas horas, Nair se viu obrigada a conversar sobre cozinha,
algo que a mesma detestava. Segundo o próprio depoimento de Nair:
- Foi
terrível porque a única coisa que eu gosto da cozinha é a comida.
Após a
visita ter ido embora, Nair correu ao quarto para fazer uma caricatura da nobre
senhora e mostrou a mesma aos pais, que não apreciaram muito a indisciplina.
Como castigo ficou sem a sobremesa no jantar!
Nair de Teffé - idosa.
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