Considerada uma obra prima do Renascimento italiano, o Moisés de Michelangelo, abrigada na Basílica de São Pedro in Vincoli, em Roma, é uma obra de grande mestria e de rara perfeição. A estátua é uma figura gigantesca cheia de vitalidade e energia, é caracterizada por uma atitude majestosa e pelo realismo que permeia cada parte. Crônicas da época narram que Moisés foi uma das obras favoritas de Michelangelo, que a considerou absolutamente realista.
Conta-se que após terminar de esculpir a estátua de Moisés, Michelangelo passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura, bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: Por que não falas?
Michelangelo, um dos maiores artistas da história, recebeu, em 1505, a encomenda para realizar a tumba do Papa Júlio II. O Moisés foi uma das primeiras estátuas esculpidas para o projeto da tumba do papa, também foi a única entre as concebidas desde o início a ser utilizada na obra finalizada.
Com cerca de 2,35 metros de altura, no
centro do complexo escultural da tumba do Papa Júlio II, o colossal Moisés é
representado sentado com o rosto virado e zangado, com o pé direito
completamente apoiado no chão, e com a perna esquerda levantada, de modo que
apenas a ponta do pé toca no chão. O braço direito segura as tábuas da lei que,
no entanto, estão de cabeça para baixo e dão a impressão de que poderão cair a
qualquer momento. Com a mão esquerda, Moisés segura a barba, em uma atitude
pensativa. O incrível olhar do profeta é certamente um dos detalhes mais
característicos da obra – muitas vezes foi interpretado como uma expressão do
próprio caráter de Michelangelo, irascível, orgulhoso, melindroso e severo -,
em que é possível captar sua ira e desapontamento (ao observar o detalhe dos
músculos, é possível notar que ele está extremamente tenso, prestes a se
levantar e liberar toda a sua raiva).
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
MOISÉS - Autor Michelangelo Buonarroti
Data - c. 1513 - 1515
Gênero - Escultura
Técnica - Mármore
Dimensões -235 cm × 210 cm
Localização - Basílica de São Pedro Acorrentado, Roma
Segundo Ernesto Fischer, no seu livro
"A necessidade da arte" (capítulo II), esta obra não só personificava
o ideal do homem do Renascimento ("a corporificação em pedra de uma nova
personalidade consciente de si mesma"), como também se apresentava como um
repto para que a sociedade de então encarnasse esse ideal - no fundo, o mesmo
desejo de Moisés, ao trazer as tábuas da lei que deveriam reformar a sociedade
do seu tempo.
Ao observar atentamente a estátua,
pode-se verificar que Moisés possui um par de chifres acima dos seus olhos,
nascendo por baixo dos seus cabelos. Uma explicação para o sucedido poderá ser
a tradução errada de karan (baseado na raiz keren, que geralmente significa
"chifre"; o termo é atualmente interpretado como significando "radiando"
ou "emitindo raios") feita por São Jerônimo para o latim.
Fonte:
https://cenciturismo.com.br/o-moises-de-michelangelo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moisés_%28Michelangelo%29
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