domingo, 5 de março de 2023

“ESCREVER UM ROMANCE É COMO DESCER AO SEGUNDO SUBSOLO ESCURO DA ALMA, CUJAS SAÍDAS VOCÊS DESCONHECE.” HARUKI MURAKAMI


Seus trabalhos mais conhecidos são: Caçando Carneiros, Norwegian Wood, Crônica do Pássaro de Corda, Kafka à Beira-Mar e 1Q84. Ele também traduziu do inglês para o japonês obras de outros escritores como Raymond Carver e J.D. Salinger.

Haruki Murakami nasceu em Quioto em 12 de janeiro de 1949. Seus livros são sucessos de vendas no Japão e internacionalmente. Sua obra foi traduzida para mais de 50 idiomas. Escritor, particularmente, influenciado pela cultura ocidental, Murakami traduziu para o japonês obras de F. Scott Fitzgerald, Truman Capote, John Irving e Raymond Carver. Suas obras, que comumente são criticadas pelo establishment literário do Japão como não japonesas, foram influenciadas por escritores ocidentais, de Chandler a Vonnegut, passando por Richard Brautigan. 

Suas obras são, frequentemente, surrealistas, melancólicas e fatalistas, marcada por um estilo kafkiano com "temas recorrentes como alienação e solidão". Steven Poole, do The Guardian, elogiou Murakami dizendo que se trata de "um dos maiores romancistas vivos" por seus trabalhos e realizações.           

Filho de um sacerdote budista com a filha de um comerciante de Osaka, com os quais aprendeu literatura japonesa. Apesar de nascido em Quioto, passou a maior parte de sua juventude em Shukugawa (Nishinomiya), Ashiya e Kobe.

Frequentou a Universidade de Waseda, em Tóquio, dedicando-se sobretudo aos estudos teatrais. Antes de terminar o curso, abriu um bar de jazz chamado Peter Cat, à frente do qual se manteve entre 1974 e 1982. Em 1986, partiu para a Europa e depois para os EUA, onde acabaria por se fixar.

Escreveu o seu primeiro romance: Ouça a canção do vento, em 1979, mas seria em 1987, com Norwegian Wood, que o seu nome se tornaria famoso no Japão. Em 1995, suas obras começam a se tornar mais socialmente conscientes, tomando a Crônica do Pássaro de Corda (1995) como exemplo, que lida em parte com o tópico da invasão japonesa da Manchúria (Nordeste da China). O romance ganhou o Prêmio Yomiuri, concedido por um dos ex-críticos mais severos de Murakami, Kenzaburō Ōe, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1994.

Processar o trauma coletivo logo se tornou um tema importante na escrita de Murakami, que antes era de natureza mais pessoal. Murakami voltou ao Japão após o terremoto de Kobe e o ataque com gás sarin ao Metrô de Tóquio. Ele chegou a um acordo com esses eventos com seu primeiro trabalho de não ficção, Underground - o Atentado de Tóquio e a Mentalidade Japonesa, e a coleção de contos After the Quake (Depois do Terremoto). Underground consiste principalmente em entrevistas com vítimas dos ataques com gás no sistema de metrô de Tóquio.

O próprio Murakami menciona que mudou sua posição de "desapego" para "compromisso" depois de ficar nos Estados Unidos em 1991. "Seus primeiros livros, disse ele, se originaram em uma escuridão individual, enquanto seus trabalhos posteriores tocam na escuridão encontrada na sociedade e na história ", escreveu Wendy Edelstein em um artigo para a UC Berkeley News.

Murakami é aficionado em esportes de resistência: participa de maratonas e de triatlos, embora só tenha começado a correr depois dos 33 anos. No dia 23 de junho de 1996 completou sua primeira ultramaratona, uma corrida de 100 quilômetros ao redor do lago Saroma em Hokkaido, Japão. Aborda sua relação com o esporte no livro: “Do que eu falo quando eu falo de corrida (2008)”.

 

 

 

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