DIA INTERNACIONAL DA DANÇA OU DIA
MUNDIAL DA DANÇA COMEMORADO NO DIA 29 DE ABRIL, foi instituído pelo CID (Comitê
Internacional da Dança) da UNESCO. A data foi escolhida para recordar o
nascimento do coreógrafo francês Jean-Georges Noverre (1727-1810), um dos
pioneiros da dança moderna, com o objetivo celebrar esta arte e mostrar a sua
universalidade, além das barreiras políticas, éticas e culturais.
Dia 29 de abril é o Dia
Internacional da Dança. E a data foi escolhida em homenagem a Jean-Georges
Noverre, considerado um dos criadores do balé moderno e que completaria 296
anos nessa data.
Filho de um soldado suíço ao
serviço da Coroa Francesa, Jean-Georges nasceu em Paris e estudou dança com
Louis Dupré, estreando nos palcos em 1743, na Opéra-Comique de Paris. Como o
Rei Louis XIV, o rei sol, era louco por dança, não demorou a se tornar mestre
de balé, em Versalhes. Afinal, foi lá que surgiu a primeira escola de dança,
porque o Rei não apenas era um exímio dançarino como queria que todos os nobres
dançassem bem também. Depois da França, Jean-Georges, dançou e ensinou em
Londres, Berlim e Lyon, antes de voltar para Alemanha.
Na corte do duque Eugen de
Württemberg, o coreógrafo estreou seu grande balé de ação, Médée et Jason,
ficando famoso e criando quase uma centena de obras, principalmente em
Stuttgart e Viena.
Jean-Georges Noverre nasceu em 29 de abril de 1727 e faleceu em 19
de outubro de 1810, bailarino e professor de balé francês.
Destaca-se na historia da dança por
ter escrito um conjunto de cartas sobre o balé da sua época. O nome dessa obra
teórica sobre dança se chama “Letters sur la Danse”. A primeira versão foi
editada em 1760 em Stuttgart e Lyon; depois a edição inglesa de 1783 e, quase
meio século mais tarde, as de 1804 e 1807, de São Petersburgo e Paris. Em todas
estas Noverre manteve-se fiel às quinze cartas da primeira edição. Nas novas
edições agregou algumas sobre música e duas cartas a Voltaire, cujo tema
principal era um ator chamado David Garrick junto com um ensaio sobre a dança
na antiguidade, um texto sobre a arquitetura de uma sala de ópera e libretos
onde discute a dança em ação.
Noverre começou na dança ainda
adolescente, como aluno de Louis Dupré, na Académie Royale de Musique et Danse
(futura Opéra de Paris). Estréia como bailarino na Opéra-Comique, mais tarde
graças à indicação de uma bailarina famosa, Marie Sallé, Noverre apresenta-se
na corte de Fontainebleau. Em seguida esteve um tempo em Berlim a serviço de
Federico de Prússia, lá conviveu com famosos bailarinos como Jean Barthélémy
Lany e com Barbarina Campanini, que anteriormente desloca do seu posto a Marie
Sallé.
Ao voltar a Paris assume o posto de
Mestre da Opéra-Comique e organiza em variados gêneros as danças da companhia
para garantir bilheteria (de 1730 a 1745, 25 paródias aproximadamente foram
criadas). Começa a ser reconhecido quando, na Opéra-Comique, cria o Balé
Chinês, seu primeiro balé de sucesso. É convidado pelo ator e empresário inglês
David Garrick, para se apresentar em Londres, então cria fama
internacionalmente. Em 1760 publica a primeira versão de ‘Cartas sobre a
Dança’. De Lyon vai a Stuttgart como mestre de balé do duque Württemberg. Fica
a frente de um grupo de baile de artistas renomados, entre eles o coreógrafo
Servadoni e o figurinista Boquet.
Os balés se tornaram cada vez mais
famosos em toda Europa, expandindo a produção e divulgação da dança. Ao longo
da primeira metade do século XVIII já existia um grande contingente de
bailarinos, compositores de balés, cenógrafos, figurinistas e músicos
circulando na maioria das cidades europeias.
Noverre ultrapassa os princípios
gerais que norteavam a dança do seu tempo para enfrentar problemas relativos à
execução da obra. A sua proposta era atribuir expressividade a dança através da
pantomima, utilizando mãos braços e feições para, segundo ele, sensibilizar e
emocionar. Sugere a simplificação na execução dos passos e sutileza nos
movimentos para uma ideal expressividade na interpretação da dança. Para
Noverre, a dança em ação é a forma de interpretar as ideias escritas na música
com verdade ao executar os gestos na dança.
Noverre sentia-se orgulhoso de ter
simplificado as alegorias na vestimenta e exigir ação, movimentações na cena e
expressão à dança. A grande reforma que distingue o séc. XVIII do XVII e o
aproxima do XIX é a criação do <<ballet-pantomima>> termo dado por
Noverre no século XVII que se conservou sem mudanças até o século XIX.
Para Laban (1990) a mais importante
ação de Noverre foi a busca do gestual de sua época ao levar seus discípulos às
ruas, aos mercados e às oficinas para que estudassem os movimentos de seus
contemporâneos em vez de copiar os modos corteses de príncipes e cortesãos, que
já faltava vinculação com a vida rumorosa das cidades exuberantes do homem
industrial.
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