quarta-feira, 12 de abril de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 160 ANOS, EM 12 DE ABRIL DE 1863 NASCEU RAUL POMPEIA, ESCRITOR BRASILEIRO, AUTOR DE O ATENEU E ANGRA DO REIS. É O PATRONO DA CADEIRA Nº 33, DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, POR ESCOLHA DO FUNDADOR DOMÍCIO DA GAMA.



Raul d’Avila Pompeia nasceu em Jacuecanga, município de Angra dos Reis/RJ, em 12 de abril de 1863 e faleceu no Rio de Janeiro, em 25 de dezembro de 1895 aos 32 anos. 

Filho de Antônio d'Ávila Pompeia, era magistrado e a mãe, Rosa Teixeira Pompeia, era dona-de-casa, herdeira de ricos comerciantes portugueses. Raul Pompeia tinha duas irmãs, cujos nomes não constam nas biografias do autor.

Em 1867, a família se mudou para o Rio de Janeiro. Aos onze anos, Pompeia é matriculado por seu pai no Colégio Abílio, importante internato inaugurado no Rio de Janeiro, pelo Dr. Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas. 

Em 1879, foi transferido para o Imperial Colégio de D. Pedro II, e foi como estudante neste colégio que ele publica em 1880, então com 17 anos, seu primeiro romance, Uma Tragédia no Amazonas, chamado pelo autor de "ensaio literário". Terminados os estudos no Colégio Pedro II.

Pompeia segue para São Paulo, para cursar Direito na Faculdade do Largo São Francisco, escola onde havia estudado seu pai. Em São Paulo, na companhia de outros estudantes, como Luís Murat, Raimundo Correia, Fontoura Xavier, Valentim Magalhães e Teófilo Dias, Pompeia participou da criação de diversas gazetas, as quais sempre tiveram vida efêmera. Também em São Paulo toma contato com a filosofia positivista de Augusto Comte. 

Com sólida formação cultural, leitor em diversas línguas, Pompeia tinha acesso fácil ao pensamento europeu que chegava ao Brasil. A imprensa da época, da qual Pompeia fazia parte e na qual tinha muitos amigos, apoiou os estudantes, ficando contra as atitudes da faculdade. Terminado o curso, Pompeia retorna ao Rio de Janeiro, voltando a morar na casa dos pais. 

Sem exercer a advocacia, Raul Pompeia passou a escrever em vários jornais, dentre os quais o Gazeta de Notícias, jornal pelo qual publicaria O Ateneu, uma crônica de saudades, que lhe deu consagração dentre a crítica. Além de usar o próprio nome, escrevia sob pseudônimos, como Pompeo Stell, Raulino Palma e Rapp. Com a queda do Império em 1889, Pompeia foi empossado Presidente da Academia de Belas Artes. 

O livro que aclamou Raul Pompeia, foi O Ateneu, cuja recepção crítica foi ampla desde o momento de sua publicação em folhetim. Adherbal de Carvalho, redator literário do jornal O Tempo, teceu mais de um artigo crítico, louvando o autor,[6] em junho de 1888. O romance é chamado de "um magistral livro", o "melhor escrito na língua portuguesa", com "descrições minuciosas" e garantindo que o sucesso do livro será o mesmo de Balzac, Zola e Flaubert. Três principais críticos do final do século XIX e início do século XX redigiram críticas muito positivas: Sílvio Romero, José Veríssimo e Araripe Junior. Esse último, no jornal Novidades, no dia 6 de dezembro de 1888, classifica O Ateneu como romance psicológico e que Pompeia seria o precursor de uma nova escola literária, sucessor da família "virgiliana, que produziu Ovídio em Roma e Petrarca na Itália". 

Afrânio Coutinho, um dos grandes estudiosos de Pompeia, afirma em seu livro A Literatura no Brasil que o estilo singular do autor, sua versatilidade artística e seu traço mordaz se sobressaíram, o que contribuiu para a boa aceitação por parte da crítica. Sendo ele um artista nato que escrevia ou desenhava com igual destreza e refinamento. Segundo Coutinho, Pompeia desenhava com as palavras. Outro importante crítico que se ocupou de Pompeia foi Mário de Andrade, que na obra Aspectos da Literatura Brasileira assevera que o romance de Pompeia é autobiográfico e que é muito grande a "insensibilidade de Pompeia ante a idade da adolescência e o sentimento de amizade". O autor fala que Pompeia usa o "estilete do naturalismo de então" para retratar alguns personagens. O crítico diz que "já se disse que o Ateneu é o menos naturalista dos nossos romances do naturalismo", mas ele não pensa assim. Segundo Mário, O Ateneu "representa exatamente os princípios estético-sociológicos, os elementos e processos técnicos do Naturalismo". Isso mostra o quanto Raul Pompeia ficou marcado e vinculado ao Naturalismo.

Interessante a crítica encontrada no livro Cobra de Vidro, de Sérgio Buarque de Holanda, uma crítica pequena, mas bastante significativa. No tópico "Notas sobre o Romance" é afirmado que Raul Pompeia escolheu melhor o seu público, recrutou simpatias entre a mesma gente que exaltava a perfeição laboriosa dos poetas parnasianos. Com tal afirmação, pode-se entender que o estilo de Pompeia realmente foi um fator que contribuiu para ele ser um sucesso entre os críticos. 

Com base no material recolhido, é possível notar que, assim como no século XIX, as críticas ainda exaltam as características singulares do estilo de Pompeia, bem como a constatação de que sua obra foi muito bem aceita no meio intelectual especializado, como fica claro nas palavras de Holanda.

Em 1979, a Rede Globo usou O Ateneu como inspiração para a novela Memórias de Amor. Além disso, o mesmo romance teve duas adaptações em história em quadrinhos, uma lançada pela editora Escala Educacional, roteirizada por Ronaldo Antonelli e ilustrada por Bira Dantas, em 2012. A outra foi publicada pela editora Ática, com roteiro e arte por Marcelo Quintanilha, também em 2012.


MORTE

Pompeia teve um sério atrito com Olavo Bilac e Luís Murat, que escreveu um artigo chamado "Um Louco no Cemitério". Tais perturbações o levaram ao suicídio em 25 de dezembro de 1895, no escritório da casa em que morava com sua mãe, que assistiu à morte. Nunca se casou e nem teve filhos. Suas últimas palavras foram deixadas em um bilhete: "Ao jornal A Notícia, e ao Brasil, declaro que sou um homem de honra". 

OBRAS          

Uma Tragédia no Amazonas, 1880.

A Queda do Governo, 1880.

Um reo perante o futuro – grinalda depositada sobre o esquife do Ministério de 5 de janeiro por um moço do povo, 1880.

Canções sem Metro, 1881.

O Ateneu, 1888.

Alma Morta (esboço de romance), 1888.

Carta ao autor das <<Festas Nacionais>>, 1893.

Agonia, romance não concluído, 1895.

 

EDIÇÕES DAS OBRAS

 

Dentro do período de atividades do autor, houve a publicação de seu primeiro romance, Uma Tragédia no Amazonas, em forma de livro, em 1880. Sua obra mais famosa, O Ateneu, teve duas edições: a primeira em 1888 e a segunda em 1905, dez anos após a morte do autor. Ao longo do século XX e XXI houve outras edições também.

 

POMPEIA, Raul. Uma Tragédia no Amazonas. Rio de Janeiro: Typ. Cosmopolita, 1880, 1ª ed.

 

POMPEIA, Raul. O Atheneu: Chronica de Saudades. Rio de Janeiro: Typ. da <<Gazeta de Notícias>>, 1888, 1ª ed.

 

POMPEIA, Raul. O Ateneu. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1905, 2ª ed. definido conforme os originais e desenhos deixados pelo autor.

 



Cadeira de Pompeia na ABL.


FONTE:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Pompeia

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