Aluísio Azevedo foi um dos fundadores do Prédio do Silogeu, fronteiro ao Passeio Público, esquina com a atual Avenida Beira-Mar, que a Academia Brasileira de Letras ocupou entre os anos de 1905 e 1923, data da transferência para o Petit Trianon. Ali também funcionavam a Academia de Medicina, o Instituto dos Advogados do Brasil e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís - MA, em 14 de abril de 1857 e faleceu em Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913, foi um romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro; além de desenhista e pintor.
Filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo, que, ainda jovem, enviuvara-se em boda anterior, e de Emília Amália Pinto de Magalhães, separada de um rico comerciante português, Antônio Joaquim Branco, assiste Aluísio, em garoto, ao desabono da sociedade maranhense a essa união dos pais contraída sem segundas núpcias, algo que se configurava grande escândalo à época. Foi Aluísio, irmão mais novo do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo, com o qual, em parceria, viria a esboçar peças teatrais.
Ainda em pequeno revela pendores para o desenho e para a pintura, dom que mais tarde lhe auxiliaria na produção literária. Concluindo os preparatórios em São Luís do Maranhão, transfere-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prossegue estudos na Academia Imperial de Belas-Artes, obtendo, a título de subsistência imediata, ofício de colaborador caricaturista de jornais como O Fígaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada.
Com o falecimento do pai em 1878 volta ao Maranhão para sustentar a família. Ali, instigado por dificuldades financeiras, abandona momentaneamente os desenhos e dá início à atividade literária, publicando Uma Lágrima de Mulher no ano seguinte (1879). Em 1881, em período de crescente efervescência abolicionista, publica o romance O Mulato, obra que deixa a sociedade escandalizada pelo modo cru com que desnuda a questão racial e inaugura o Naturalismo na literatura brasileira. Nela, o autor já demonstra ser abolicionista convicto.
Diante da reação hostil da província, obtendo sucesso com a obra na Corte, onde era considerada como exemplo da escola naturalista, volta à capital imperial e aí, incessantemente, produz romances, contos, crônicas e peças de teatro.
Sua obra é tida na conta de irregular
por diversos críticos, uma vez que a produção oscila entre o romantismo de tons
melodramáticos, de cunho comercial para o grande público, e o naturalismo já em
obras mais elaboradas, deixando a marca de precursor do movimento.
Feito diplomata em 1895 deixa definitivamente da pena, indo servir na Espanha, Inglaterra, Itália, Japão (do qual fez apontamentos antevidentes e singulares), Paraguai e Argentina. Em 1910, feito já cônsul de primeira classe, volta a instalar-se em Buenos Aires, onde convive com Pastora Luquez, de quem adotou os dois filhos. Passados quase três anos, vem a falecer, já como fundador da Cadeira nº 04 da Academia Brasileira de Letras.
Em 1918, por iniciativa de Coelho Neto, teve seus restos mortais transladados de Buenos Aires para São Luís, onde repousam definitivamente.
É autor de vários romances de estética naturalista: "O mulato" (1881), "Casa de pensão" (1884), "O cortiço" (1890) e outros.
Tendo por influência escritores naturalistas europeus, dentre eles Émile Zola, por tal ótica capta a mediocridade rotineira, a vida dos sestros, os preconceitos e mesmo taras individuais, opção contrária à dos românticos precedentes.
Fazem-se veementemente presentes em
sua obra certos traços fundamentais do Naturalismo, quais sejam a influência do
meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, também o
fatalismo.
OBRAS
Aos Vinte Anos, conto
Uma Lágrima de Mulher, romance (1880)
O Mulato, romance (1881)
Mistério da Tijuca ou Girândola de
Amores, romance (1882)
Memórias de um Condenado ou A Condessa
Vésper, romance (1882)
Casa de Pensão, romance (1884)
Filomena Borges, romance (1884)
O Homem, romance (1887)
O Cortiço, romance (1890), Editora
moderna, São Paulo, 1991, ISBN 85-16-00149-0
O Coruja, romance (1890)
A Mortalha de Alzira, romance (1894)
Demônios, contos (1895)
O Livro de uma Sogra, romance (1895)
O Japão, publicado, a partir de
manuscritos encontrados na Academia Brasileira de Letras (1894)
O Touro Negro, crônicas e epistolário
Os Doidos, peça
Casa de Orates, peça
Flor de Lis, peça
Em Flagrante, peça
Caboclo, peça
Um Caso de Adultério, peça
Venenos que Curam, peça
República, peça
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