quarta-feira, 24 de maio de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 125 ANOS, EM 24 DE MAIO DE 1898 NASCEU JOSÉ MARIA FERREIRA DE CASTRO ESCRITOR PORTUGUÊS

 


José Maria Ferreira de Castro passou a juventude no Brasil, para onde foi como emigrante depois de completar os estudos primários. Um verdadeiro autodidata, Ferreira de Castro granjeou notoriedade internacional, tendo sido um dos autores portugueses mais traduzidos desde sempre. Quando regressou a Portugal, dedicou-se ao jornalismo, tendo sido redator de 'O Século' e diretor de 'O Diabo'. A exemplo da sua ainda grande atualidade pode referir-se a adaptação ao cinema, com muito sucesso, da obra A Selva. 

José Maria Ferreira de Castro nasceu em Ossela, Oliveira de Azeméis, no dia 24 de maio de 1898 e faleceu no Porto, no dia 29 de junho de 1974. 

Existe uma biblioteca e uma escola secundária com o seu nome em Oliveira de Azeméis e uma escola básica, a qual é sede do agrupamento Ferreira de Castro e um museu em Sintra. 

Filho mais velho de José Eustáquio Ferreira de Castro, natural de Oliveira de Azeméis, e de Maria Rosa Soares de Castro, natural de Vila Chã (Vale de Cambra). Aos 8 anos ficou órfão de pai, um camponês pobre e decide, aos 12 anos, emigrar com a intenção de sustentar a família. Em 07 de janeiro de 1911 embarcou no vapor "Jerôme" com destino a Belém do Pará, no Brasil. Ali viria a publicar o seu primeiro romance “Criminoso por ambição”, em 1916. 

Durante quatro anos viveu no seringal Paraíso, em plena floresta amazônica, junto à margem do rio Madeira. Depois de partir do seringal Paraíso, viveu em precárias condições, tendo de recorrer a trabalhos como, colar cartazes, embarcadiço em navios do Amazonas etc. 

Mais tarde, em Portugal, foi redator do jornal O Século, do jornal A Batalha, diretor do jornal O Diabo e colaborador das revistas O domingo ilustrado (1925-1927), Renovação (1925-1926) e Ilustração (iniciada em 1926). Ao serviço do jornal de Pereira da Rosa, assinou crônicas vibrantes, como o dia em que se deixou prender no Limoeiro para testemunhar a vida dos reclusos nas cadeias portuguesas ou a sua entrevista exclusiva em Dublin com Eamon de Valera, líder do Sinn Fein em 1930. 

Em 1930 publica A Selva, a obra que o tornaria um escritor de dimensão internacional, inclusive candidato a Prêmio Nobel. O livro recebe críticas positivas no The New York Times e abre-lhe caminho em Hollywood e possibilita-lhe o ingresso no PEN Clube francês. Nessa altura perde tragicamente a esposa, Diana de Liz, a quem dedicou o livro. 

Após o falecimento da esposa, Ferreira de Castro partiu para Inglaterra de barco, na companhia do escritor Assis Esperança. Fica doente, com septicemia, mas é tratado pelo médico e historiador de arte Reynaldo dos Santos. Em consequência do estado de luto, em Dezembro de 1931 Ferreira de Castro tenta o suicídio sem sucesso. Para convalescer parte para a Madeira, onde escreve o romance “Eternidade” (1933), cujo tema é a obsessão pela morte.

Ferreira de Castro ordenou a transladação dos ossos de Diana de Liz e erigiu-lhe um mausoléu.

Morreu a 29 de junho de 1974, no Hospital de Santo António, no Porto, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral, em Macieira de Cambra, em 05 de junho, que o deixou em coma. Encontra-se enterrado em Sintra, por sua expressa vontade.

 

OBRAS

 

Emigrantes (1928)

A Selva (1930)

Eternidade (1933)

Terra Fria (1934)

Pequenos Mundos, Velhas Civilizações (1937)

A Tempestade (1940)

A Volta ao Mundo (1940 e 1944)

A Lã e a Neve (1947)

A Curva da Estrada (1950)

A Missão (1954)

As Maravilhas Artísticas do Mundo (Vol. I) (1959)

As Maravilhas Artísticas do Mundo (Vol. II) (1963)

O Instinto Supremo (1968)

Obras da Adolescência e Juventude

Criminoso por Ambição (1916)

Alma Lusitana (1916)

Rugas Sociais (1917)

Mas ... (1921)

Carne Faminta (1922)

O Êxito Fácil (1923)

Sangue Negro (1923)

A Metamorfose (1924)

A Boca da Esfinge (1924)

Sendas de Lirismo e de Amor (1925)

O Drama da Sombra (1926)

A Epopeia do Trabalho (1926)

A Morte Redimida (1925)

A Peregrina do Mundo Novo (1926)

A Casa dos Móveis Dourados (1926)

O voo nas Trevas (1927)

Sim, uma Dúvida Basta (1936)- publicado em 1994

O Intervalo (1936)- publicado em 1974

Os Fragmentos (1974)

 




José Maria Ferreira de Castro e sua esposa Elena, o quarto e a terceira respetivamente, da esquerda para a direita, posam para uma foto de grupo, diante da montra da extinta casa fotográfica "Perestrellos Photographos". PER/1045.2


















FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_de_Castro

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