Santa Rita de Cássia,
nascida Margherita Lotti nasceu em Roccaporena, 1381 e faleceu em Cássia, 22 de
maio de 1457.
Foi uma pessoa de muita fé e
que salvou da peste o cunhado apenas pela oração. Seu marido foi assassinado e
seus filhos desejaram vingar-se de sua morte, mas Rita disse que preferiria ver
morrer seus filhos a ver "o derramar de mais sangue".
Nasceu em 1381 na periferia
de Roccaporena, perto de Cássia, região da Úmbria na Itália. Era filha única, e
foi apelidada de “Rita”. Seus pais eram humildes camponeses, iletrados, mas
ensinaram-lhe a Fé e lhe proporcionaram uma boa educação num colégio dos
agostinianos, em Cássia. Ela ouvia histórias dos santos, e desenvolveu a
devoção à Nossa Senhora, São João Batista, Santo Agostinho e São Tolentino, aos
quais escolheu como protetores.
Criança, manifestou vocação
religiosa, mas obedecendo aos pais casou-se em 1385. Seu marido, Paolo
Ferdinando de Mancino, revelou-se agressivo, violento, alcoólatra e infiel. Mas
sua paciência, resignação, caridade e orações acabaram por convertê-lo ao longo
do tempo, e de tal forma que outras mulheres casadas vinham se aconselhar com
ela.
Mas os desmandos da vida
anterior de Paolo deixaram inimizades sérias, e ele foi assassinado. Rita
perdoou os culpados – chegando a abrigá-los em casa, para que não fossem
presos. Os dois filhos do casal, porém, tinham desejos de vingança. Rita pediu
a Deus que desistissem, mas que se isto fosse impossível, os levasse antes de
matarem alguém. De fato, ambos ficaram gravemente doentes, incuráveis, e neste
período ela conseguiu que se convertessem e perdoassem o assassino paterno.
Dentro de um ano, ambos faleceram, sem cometer o crime.
Viúva, Rita, aos 36 anos,
pediu admissão no Mosteiro de Santa Maria Madalena de Cássia, das agostinianas.
Mas foi recusada, pois as religiosas temiam por sua segurança, sendo Rita viúva
de um homem assassinado, e assim talvez perseguida. Rita rezou aos seus
protetores, e afinal as famílias envolvidas na morte de Paolo fizeram as pazes,
e enfim ela conseguiu entrar na vida consagrada.
Durante o noviciado, a
superiora, testando a humildade de Rita, deu-lhe a incumbência de regar um
tronco seco de videira. Milagrosamente, esta planta, ainda hoje, produz uvas
que de sabor especial, amadurecidas em novembro.
Rita tornou-se uma monja
exemplar, de obediência humilde e total às regras da Ordem, dedicando-se à
oração, penitências, jejuns, e zelo nos trabalhos. E não deixou de cuidar dos
enfermos, assistir aos pobres e visitar os idosos, o que a levou, junto com
algumas outras religiosas, a ser conhecida pela caridade também fora do
mosteiro. D
Durante a Quaresma de 1443,
ouvindo um sermão magnífico sobre a Paixão de Jesus, que enfatizava a Sua
coroação de espinhos, Rita desejou participar dos Seus sofrimentos. Em oração
diante de um crucifixo, um espinho da coroa da imagem desprendeu-se e cravou-se
na sua testa: esta ferida ali permaneceu até a sua morte, 14 anos depois. O
estigma lhe provocava muitas enfermidades e exalava mau odor, de modo que ela
tinha que ficar isolada das irmãs.
Já muito enferma, ela pediu
a Jesus um sinal de que seus filhos estavam no Céu. Recebeu então primeiro uma
rosa, depois um figo, de sua antiga casa em Roccaporana, em pleno e rigoroso
inverno. Por fim, faleceu em 22 de maio de 1457, aos 76 anos, desaparecendo o
estigma na sua testa; os sinos começaram a repicar sozinhos. Uma irmã, Catarina
Mancini, paralítica de um braço, ficou curada ao abraçá-la no leito de morte.
Seu corpo passou a exalar um perfume de rosas, que perdura até hoje, na urna em
que está depositado, incorrupto, na igreja do mosteiro.
Santa Rita de Cássia é
invocada como Advogada dos impossíveis, e protetora das esposas e mães
maltratadas pelos maridos. Também é padroeira das cidades de Cássia, em Minas
Gerais, e de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, Brasil (onde há uma estátua
sua de 56 metros de altura, uma das maiores estátuas católicas do mundo); é
igualmente considerada Madrinha dos Sertões no país.
Reflexão:
Não é importante, nesta
vida, que tenhamos o corpo incorrupto, mas sim a alma. Alma incorrupta é quela
que ama a Deus e ao próximo por amor a Ele. E para isso não há limites, pois,
parafraseando Santo Agostinho, o limite do amor é amar sem limites. Santa Rita
não mediu esforços: para obedecer, uma das mais difíceis virtudes, pois
obediência significa fazer a vontade de outro contrariamente à própria, o que
mortifica a natureza humana que recebeu de Deus a liberdade; perdoou as
violências do marido e contra ele, incluindo o assassinato; preferiu, por
verdadeiro amor, a morte física dos próprios filhos, a que se perdessem no
inferno – e perder um filho é tão grande dor que Nossa Senhora dela não foi
poupada; perseverou diante de todos os obstáculos que o mundo e o diabo
colocaram diante da sua vocação religiosa; praticou de modo iminente a caridade
para com todos os necessitados; e por tudo isso, fez florir o que era estéril,
na Comunhão com Cristo. Não à toa foram uvas de sabor especial que brotaram
“impossivelmente” por seu trabalho, pois é o vinho da parreira que se
transforma, na ação divina, no Sangue Eucarístico de Jesus. A que ponto desejamos
participar, como ela, da Paixão do Senhor? Em cada vocação particular, está a
potencialidade para a santidade, já que esta é a vontade de Deus para cada um
de nós.
Oração:
Senhor Deus, que sacias a
nossa sede de vida infinita através do Vosso próprio Sangue, concedei-nos pela
intercessão de Santa Rita de Cássia transformarmos com a Vossa graça os
espinhos desta vida em frutos de amor e imensa caridade, para que o bom odor
das nossas obras apague o fedor das chagas que produzem os nossos pecados. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
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