Os
primeiros imigrantes italianos começaram a chegar ao Brasil na década de 1870.
Porém, foi entre as décadas de 1880 e 1910 que houve o maior fluxo de italianos
para o território brasileiro, principalmente, para as regiões sul e sudeste do
país.
Grande parte dos italianos que migrou para o Brasil era de origem humilde, principalmente, de regiões rurais da Itália. O Brasil era visto como uma terra nova, repleta de oportunidades. Vale lembrar que a Itália passava por uma crise de emprego na segunda metade do século XIX, gerada, principalmente, pela industrialização do país. O alto crescimento populacional não foi acompanhado pelo crescimento econômico do país e pela geração de novos empregos, fazendo com que muitos italianos optassem pela vida em outros países (Brasil, Estados Unidos, Argentina, França, Suíça, entre outros).
Muitos ítalo-brasileiros já residentes no Brasil, em especial no sul, migrariam para estados do Centro-Oeste, em especial para o Mato Grosso do Sul. No Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, alguns ítalo-brasileiros ainda falam o italiano e outros dialetos regionais da Itália, mas ítalo-brasileiros mais jovens costumam falar o português.
Apenas seis estados brasileiros concentraram a quase totalidade da imigração italiana no Brasil. Eles foram, em ordem de importância, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná. O estado de São Paulo foi, de longe, aquele que mais recebeu imigrantes no Brasil. Dos cerca de 1,5 milhão de italianos que imigraram para o Brasil entre os anos de 1875 e 1935, 1,2 milhão deles foram para São Paulo, 100 mil para o Rio Grande do Sul, 60 mil para Minas Gerais, 25 mil para o Espírito Santo, 25 mil para Santa Catarina e 20 mil para o Paraná.
Não existem dados concretos sobre o número de descendentes de italianos no Brasil, visto que o censo nacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não questiona a ancestralidade do povo brasileiro há várias décadas.
No último censo a questionar a ancestralidade, o de 1940, 1.260.931 brasileiros disseram ser filhos de pai italiano, enquanto que 1.069.862 disseram ser filhos de mãe italiana. Os italianos natos eram 285 mil e os naturalizados brasileiros, 40 mil. Portanto, italianos e filhos eram pouco mais de 3,8% da população do Brasil em 1940. Em 1925, o governo da Itália havia estimado que italianos e descendentes eram 6% da população brasileira e 15% da população branca.
Uma pesquisa de 1999, do sociólogo, ex-presidente do IBGE, Simon Schwartzman, indicou que cerca de 10% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter ancestralidade italiana, percentual que, numa população de cerca de 200 milhões de brasileiros, representaria em torno de 20 milhões de descendentes. Uma fonte italiana, de 1996, cita o número de 22 753 000 descendentes. Segundo pesquisa de 2016 publicada pelo IPEA, em um universo de 46 801 772 nomes de brasileiros analisados, 3 594 043 ou 7,7% deles tinham o último ou o único sobrenome de origem italiana. A embaixada italiana no Brasil, em 2013, divulgou o número de 30 milhões de descendentes de imigrantes italianos (cerca de 15% da população brasileira), metade no estado de São Paulo. Segundo pesquisa do demógrafo Giorgio Mortara, complementada na década de 1980 por Judicael Clevelário, apenas entre 16 e 18% da população brasileira descendia de imigrantes entrados no Brasil após 1840, incluindo italianos e todas as outras nacionalidades. A maioria dos estudos sobre o impacto da imigração tem seguido as conclusões de Giorgio Mortara das décadas de 1940 e 1950. Mortara concluiu que apenas cerca de 15% do crescimento demográfico do Brasil, de 1840 e 1940, deveu-se à imigração, e que a população de origem imigrante (imigrantes e descendentes) era de 16% da população total do Brasil.
Os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália. Eles mantêm os costumes tradicionais italianos, assim como parte da população brasileira, que acabou por absorvê-los por causa do impacto da imigração italiana no Brasil. A contribuição dos italianos é notável em todos os setores da sociedade brasileira, principalmente na mudança socioeconômica que os italianos produziram no campo e nas cidades. Podemos citar desde o modo de vida que mudou profundamente influenciado pelo catolicismo, bem como nas artes, música, arquitetura, alimentação e no empreender italiano na abertura de empresas, e também como trabalhadores especializados. No campo, podemos citar a introdução de novas técnicas agrícolas, e principalmente na mudança do latifúndio para pequenas propriedades agrícolas e na introdução da policultura de produtos.
A imigração italiana no Brasil ficou marcada por ter vindo, sobretudo, do Norte da Itália. A grande corrente migratória veio do Vêneto, no Nordeste italiano, região outrora com grandes problemas nas zonas rurais. Foi notória, porém, a presença de pessoas originárias do Centro e Sul da Itália, sobretudo no início do século XX, nas plantações de café paulistas.
Os italianos do Norte emigravam preferencialmente para outros países da Europa. O Brasil e a Argentina foram os únicos países fora da Europa que conseguiram atrair uma migração significativa oriunda do Norte da Itália. Os italianos do Sul, por sua vez, preferiam a imigração transoceânica, sendo os Estados Unidos o destino principal.
Os vênetos predominaram entre os imigrantes italianos no Brasil, enquanto os toscanos eram os mais numerosos dentre aqueles oriundos do Centro da Itália. Entre os do Sul, destacavam-se os campônios, seguidos dos calabreses e airosinhos. De fato, o Brasil recebeu imigrantes de quase todas as regiões da Itália. Apenas quatro regiões não contribuíram com praticamente nenhuma imigração para o Brasil: Ligúria, Úmbria, Lácio e Sardenha.
As regiões de origem dos imigrantes variaram no decorrer do tempo. Entre 1878 e 1886, praticamente somente chegaram vênetos e lombardos e meridionais ao Brasil. Entre 1887 e 1895 ficou nítida a predominância dos italianos do Norte. A partir de 1893-95 cresceu a participação dos italianos do Sul, que passaram a predominar a partir de 1898. O Brasil foi o destino principal da imigração transoceânica dos habitantes da Emília-Romanha e da Toscana, entre os anos de 1887 e 1902. Também recebeu 80% da imigração transoceânica oriunda do Vêneto e Friul (mas apenas 20% da sua imigração global).
São Paulo e Minas Gerais tiveram uma política imigratória muito semelhante: atrair italianos para substituírem os escravos como mão de obra nas fazendas de café. Os outros estados, por outro lado, atraíam imigrantes visando convertê-los em pequenos proprietários agrícolas. O estado do Rio de Janeiro e, sobretudo, a sua capital, também foi um destino relevante de imigrantes italianos. Mas estes vinham, sobretudo após o ano de 1900, não diretamente da Itália, mas de outros estados brasileiros, atraídos pelas oportunidades de empregos urbanos. Para as outras regiões do Brasil, a imigração italiana foi bastante exígua. Foram feitas tentativas de colonização italiana tanto no Norte como no Nordeste do Brasil, mas todas fracassaram e não tiveram continuidade.
Ao
contrário do que sucedeu no restante do Brasil, no Rio de Janeiro os imigrantes
italianos eram majoritariamente urbanos, trabalhando principalmente na
indústria e no comércio. Em 1900 viviam no estado 35 mil italianos, a maioria
na própria cidade do Rio de Janeiro, e o restante nas colheitas de café.
Os
italianos que foram para o Rio de Janeiro se diferenciavam, pois eram,
sobretudo meridionais, oriundos especialmente das províncias de Cosenza,
Potenza e Salerno e, em número menor, também de Nápoles, Caserta e Reggio
Calábria. Isto porque os italianos do Sul preferiam se dedicar às ocupações
urbanas, sendo que a então capital do Brasil oferecia uma série de profissões
alternativas.
FONTE: https://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/imigracao_italiana.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_italiana_no_Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário