Em julho de 1955 a VARIG começou a operar para os EUA inaugurando sua primeira linha intercontinental com três aviões Lockheed L-1049 G Super Constellation, matriculados no Brasil como PP-VDA, PP-VDB e PP-VDC.
O primeiro voo regular para Nova York decolou em 02 de agosto de 1955. Essa nova rota cobria o seguinte itinerário: Buenos Aires, Montevidéu, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Trujilho e Nova Iorque. Inicialmente com a frequência de dois voos semanais.
A VARIG, com essa aeronaves desenvolveu sua maior experiência em atendimento de bordo e de terra aos seus usuários, estabelecendo um novo marco no progresso da aviação comercial brasileira. Mas nem tudo era glamour e charme. As hélices do Constellation eram muito "temperamentais" e motores reservas eram mantidos nas cidades por onde ele passava, prontos para uma rápida troca em caso de problema. Devido as suas panes frequentes, o Constellation ganhou o apelido de "melhor trimotor do mundo".
No dia 18 de novembro de 1957, a VARIG
recebeu a quarta unidade, o PP-VDD. O PP-VDE chegou em 11 de dezembro de 1957,
o PP-VDF em 17 de janeiro de 1958. Essas três unidades, possuíam o nariz mais
comprido e os "tip-tanks", tanques de combustível extras nas pontas
das asas, permitindo um maior alcance. Sendo assim, os voos para Nova Iorque
passaram a ter somente uma escala em Port of Spain ou em Trujilo, dependendo
dos ventos.
Em 1961, com a compra da Real-Aerovias-Nacional, a frota da VARIG ganhou mais três Super Constellation, dessa vez da versão L1049H. Eles foram convertidos para cargueiros e posteriormente exportados.
Com a chegada dos jatos Caravelle e Boeing 707, os Super G Constellation passaram a operar em rotas domésticas. Em junho de 1967 o PP-VDB, PP-VDC e PP-VDE foram desmontados em Porto Alegre, enquanto o PP-VDD foi desmontado em São Paulo. O PP-VDF foi exportado para Rodésia, passando a operar para companhia Trans África Pty. O PP-VDA foi perdido em um acidente.
“A VARIG FOI CRIADA PARA SERVIR” OTTO MEYER
A criação da uma empresa de transporte aéreo brasileira surgiu na mente de Otto Ernet Meyer Labastille, um alemão nascido em 1897 em Neider-Marschhacht, ex-oficial-aviador da Aviação Real Prussiana. Ele emigrou para o Brasil em 1921, contratado por uma empresa alemã em Recife. Otto Meyer tentou criar uma empresa de transporte aéreo em Recife e depois no Rio de Janeiro, mas só encontrou o apoio necessário em Porto Alegre.
Em 1926 ele partiu para Alemanha em busca de aeronaves e funcionários experientes. Lá ele fez um acordo com a companhia aérea alemã Condor Syndikat: a empresa forneceria um avião e funcionários para operar a aeronave em troca de 21% da futura companhia aérea brasileira.
A Condor Syndikat recebeu autorização para voar no Brasil no dia 26 de janeiro de 1927 e no dia 3 de fevereiro foi inaugurado o primeiro voo comercial do Brasil. No dia 7 de maio de 1927 foi criada oficialmente a Viação Aérea Rio Grandense, ou simplesmente, VARIG. A primeira aeronave da empresa foi o Dornier Wal, batizado de "Atlântico". A primeira rota da VARIG ficou conhecida como a "Linha da Lagoa" e ligava Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. O voo era feito em baixa altitude, entre 20 e 50 metros, sobre a Lagoa dos Patos, numa velocidade de cruzeiro de 160 km/h. O avião tinha capacidade para levar 9 passageiros. No check-in, o passageiro era pesado junto com a sua bagagem, e se passasse de 75 kg era cobrado como excesso. Também eram distribuídos para os passageiros, algodão e chicletes. O algodão servia para colocar nos ouvidos para abafar o barulho dos motores e os chicletes para aliviar o desconforto causado pela mudança de pressão. O voo durava cerca de duas horas e 20 minutos, bem mais rápido do que uma viagem de trem e o bilhete não era muito mais caro. A VARIG construiu uma rampa e algumas oficinas na Ilha Grande dos Marinheiros, na foz do Rio Jacuí, bem em frente a cidade de Porto Alegre, para servir como base de operações.
No final de 1927 a VARIG transportou
um total de 668 passageiros e a empresa recebeu sua segunda aeronave, o Dornier
Merkur, batizado de "Gaúcho". A companhia também adquiriu dois Klemm
L-25, mas estas aeronaves não costumavam levar passageiros, pois só haviam dois
lugares no avião: para um passageiro e outro para o piloto. Essas aeronaves eram utilizadas para o
transporte de malas postais e também faziam propaganda da aviação comercial em
cidades do interior do Rio Grande do Sul.
O voo inaugural da empresa VARIG ocorreu no dia
29 de julho de 1955, levando a bordo várias personalidades brasileiras, além de
artistas, como o cantor Cauby Peixoto.
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