quarta-feira, 20 de setembro de 2023

SOLENIDADE DE CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DO CENÁCULO FLUMINENSE DE HISTÓRIA E LETRAS – PRESIDENTE DRA. MATILDE CARONE SLAIBI CONTI

 



“Que possamos compartilhar 

nossas lembranças e aspirações, 

enquanto celebramos o passado

 e olhamos para o futuro” 

Epígrafe escrita no convite para a festividade.




VÍDEO COM A SOLENIDADE DE CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DO CENÁCULO FLUMINENSE DE HISTÓRIA E LETRAS – Presidente Dra. Matilde Carone Slaibi Conti. Clicar na imagem ou no Link: 

https://www.youtube.com/watch?v=i_slkdaTvPs 


Em 18 de setembro de 2023(segunda-feira) foi celebrado os 100 anos de fundação do Cenáculo Fluminense de História e Letras. A comemoração foi realizada em noite ornamentada de amor, paz e alegria na Casa da Amizade de Niterói sob a coordenação e apresentação da presidente Dra. Matilde Carone Slaibi Conti e secretariada pela Cleide Villela Abib. 

A celebração dos 100 anos de uma instituição é uma conquista de todos os membros titulares e instituições congêneres, que juntos, sustentam esse baluarte de história e letras. Desta forma todos conectados com amizade e compromisso se uniram para fazer do estabelecimento historiográfico e cultural, uma citação em nossa cidade. Uma instituição que celebra 100 anos, certamente, é um Patrimônio Imaterial de nossa Cidade.

Estiveram presentes inúmeras personalidades do mundo da historiografia, educação e cultura. Membros da instituição e seus familiares, parceiros, colaboradores da instituição, escritores, jornalistas, professores e doutores, além, de autoridades locais que se fizeram presentes no importante evento literário e cultural de nossa cidade.



A mesa presidencial foi composta: Dra. Matilde Carone Slaibi Conti – Presidente do IHGN; Dra. Márcia Pessanha – presidente da AFL; Desembargador Dr. Nagib Slaibi Filho; Ricardo Fonseca de Pinto – Governador do DE 4751-RI, Joel Coelho dos Santos – Presidente do Rotary Clube de Niterói; Pedro Gomes de Oliveira Presidente da OAB-Niterói e neoacadêmica Magda Belloti.

 


Primeiro ouvimos a execução do Hino Nacional Brasileiro e em seguida as palavras da Presidente Matilde Carone Slaibi Conti, que disse está muito honrada e feliz em celebrar o Centenário do Cenáculo Fluminense de História e Letras como presidente da Instituição.  A doutora Matilde Carone Slaibi Conti, proferiu palavras alegres, entusiasmadas e comoventes.

 


Em seguida aconteceu a posse da neoacadêmica Magda Belloti, na Cadeira nº 01, patronímica do Almirante Artur Silveira de Mota, o Barão de Jaceguai. A neoacadêmica foi introduzida ao Salão nobre pelos acadêmicos: Nagib Slaibi Filho e Liane Arêas. A secretária do cenáculo a acadêmica Leda Mendes Jorge leu o Termo de Posse.  A Acadêmica Magda Belloti leu o Juramento do Acadêmico. Em seguida a neoacadêmica recebe as insígnias da entidade. A medalha acadêmica foi colocada pela Márcia Pessanha.


E após todo o ritual acadêmico  Márcia Pessanha profere o discurso de saudação. 

O DISCURSO DE SAUDAÇÃO PROFERIDO PELA ACADÊMICA MÁRCIA PESSANHA

Autoridades presentes

Meus cumprimentos à Excelentíssima Presidente do Cenáculo Fluminense de História e Letras, mui digna Professora Doutora Matilde Carone Slaibi Conti

Cenaculistas, Convidados

Ilustre Empossanda  Magda Belloti

            *Sua entrada triunfal no salão da Casa da Amizade, ao som da “ Cavalgada das Valquírias “ do início do Ato III da ópera “ A Valquíria” de Richard  Wagner, em que entram cavalgando as belas e jovens guerreiras, da mitologia nórdica, mensageiras do rei Odin, bem expressa sua trajetória de conquistas, sua cavalgada cultural rumo  a novas vitórias.

Sendo eu a 1ª mulher a presidir essa centenária instituição e hoje, como a única ex-presidente viva, fico honrada e feliz ao receber esta figura expoente.

A pauta da vida de Magda Telles Loureiro Belloti reveste-se nesta data, de um colorido todo especial, com sua entrada no Cenáculo Fluminense de História e Letras, especialmente no mês da celebração do Centenário desta Casa de Cultura. E para nós que temos a alegria de recebê-la é como se uma cortina se abrisse e Magda entrasse gloriosa para nos encantar com sua maviosa voz, quer como Sorella, Flora, Mercedes, Lucy, Giovanna e tantas outras personagens de óperas, interpretadas por ela. E ao ser empossada no CFHL ela difundirá seu brilho e seu saber no cenário cultural desta nobre instituição.

Mas antes de ouvi-la, ao término desta saudação, quero ressaltar alguns acordes de sua vivência familiar e de suas atividades profissionais e artísticas. Vamos então apreciá-la como Magda Belloti par “elle même”. Filha de Dona Coema Telles Loureiro e de Altayr Loureiro da Silva, esposa de Jairo Nogueira Belloti e mãe gloriosa de duas encantadoras filhas: Lorena e Letícia.

Traçar o perfil de uma cantora lírica do nível de Magda, atuando no Teatro Municipal do Rio, incita-nos a penetrar no cosmos musical, envolvidos pela magia dos sons e das emoções. E neste sentido evocamos Snyders, ao declarar que:

Através da música, podemos perceber o universo inteiro como um concerto: cada parte da criação é como uma nota de um acorde, um elemento a tocar dentro de um todo harmonioso- que torna presente o Harmonizador. A música escrita pelos homens liga-se à imensa consonância composta por Deus ao criar o mundo. O artista criador é aquele que consegue tornar manifestas coisas até então fragmentadas, dispersas, indecifráveis.*

É próprio da música transportar-nos para além da alegria e da dor, é uma arte do impulso, que é ao mesmo tempo: apetite, luta, desejo- a mesma arte que dá aos sentimentos força para existir. É uma arte dos horizontes e da expansão, segundo palavras de Henri Michaux.

E foi justamente a paixão pela música que ampliou o universo profissional e artístico de Magda e deu-lhe condições de alçar voos em novos espaços, já que sua 1ª formação universitária foi em fisioterapia. Nota dissonante em sua trajetória profissional? Não. Porque esta experiência serviu para aproximá-la dos seres que sofriam, de crianças que necessitavam de seus cuidados físicos e emocionais e isto a tornou ainda mais solidária com a dor alheia.  É possível que isto tenha influenciado na doçura de sua voz. Com toda a técnica vocal adquirida, percebemos em seu canto algo que vem de dentro e que toca em nossos corações.

Prosseguindo em seus estudos, Magda bacharelou-se em Canto (2000/2004) no Conservatório Brasileiro de Música. A seguir, desenvolveu seus estudos de canto e interpretação com o barítono Nelson Portela. E atualmente desenvolve tais estudos com Miguelangelo Cavalcanti, solista da ópera de Praga. Diplomou-se em Inglês pelo IEOB,(1982), fez curso em nível avançado no Change English Course( 1992?1995) e também concluiu curso de italiano em nível avançado, com a mestra Sara Jonhan.

E à semelhança de quem lê uma bela partitura, assim lemos a vida profissional/artística de Magda Belloti. Eis outros dados de seu currículo:

Formação Universitária:

FRASCE - Curso de Fisioterapia (1982\1986); Bacharelado; bacharelado em Canto no Centro Universitário Conservatório Brasileiro de Música (2000/2004); Pós graduação em canto lírico pelo IBRA (Coletivo das Artes – 2019/2020).

Em destaque sua vasta experiência Profissional:

Concursada pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro como membro efetivo do Coro, desde 2001.

Trabalhos mais relevantes:  Óperas

Le nozzes di Figaro (Cherubino) - Sala Cecília Meirelles – RJ

Carmem (Mercedes) - Metropolitan – RJ

Soror Angelica (Sorella Cercatrice) - Theatro Municipal do Rio de Janeiro

 La Traviata  (Flora)- Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Aida (Sacerdotisa)- Cosi fan tutte (Fiordiligi) Teatro Carlos Gomes -RJ

Bastian e Bastienne (Bastienne) Teatro da Universidade Federal, UFF                                                                                                    Basílica de São José do Rio Preto – SP.

Maria Tudor (Giovanna) FINEP - Espaço Cultural - RJ

A Valquiria (Sigrune)- Theatro Municipal do Rio de Janeiro

João e Maria  (Mãe) - Theatro Municipal do Rio de janeiro

Um amor que o vento não levou  (Maria Helena) - *Primeira audição mundial – Teatro do Palace Cassino – Poços de Caldas (MG).

Artemis (voz) – Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Câmera: 

Participação em diversos festivais internacionais de música no Brasil, como solista da Orquestra Brasileira de Harpas do Rio de Janeiro: Juiz de Fora -MG; Petrópolis -RJ; São José do Rio Preto - SP; Teresópolis -RJ; Campos dos Goytacazes - RJ; Nova Friburgo – RJ

Concertos

Concertos para a Juventude - Teatro Carlos Gomes - RJ

Concerto de Natal da Paz com a Orquestra Sinfônica Nacional

Concerto de Natal com a Orquestra Petrobrás Sinfônica

Missa em Dó Maior com a Orquestra Petrobrás Sinfônica

Concerto na Igreja da Candelária do Rio de Janeiro com a Orquestra do Conservatório Brasileiro de Música

Concerto na Igreja da Candelária do Rio de Janeiro, com a Banda Sinfônica dos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (Rio de Janeiro) – solista.

Concertos Internacionais e recitais

Festival Internacional de Harpas - Caracas, Venezuela

Comemoração do Cinquentenário de Villa- Lobos - Lisboa, Portugal

Turnê com o Recital "Retratos da Música Brasileira":

Academia San Martin in The Fields - Londres, Inglaterra

Palácio Foz - Lisboa, Portugal

 Convento de Santa Mafalda - Arouca, Portugal

 Conservatório Calouste Gulbenkian - Aveiro, Portugal

Turnê com o recital “Portraits of Braziluan Music” - Estados Unidos da América, na cidade de Houston (Texas).

 Recital em Rice University

Recital em University of Houston

Recital no Methodist Hospital -Center for Performing Arts Medicine

Diversos Concertos e Recitais no Brasil

Durante muitos anos Magda desenvolveu um trabalho em duo com a pianista Thalita Peres, pesquisando diversos repertórios da música de câmara brasileira e internacional, realizando recitais nas principais salas de Concerto  e Teatros Brasileiros, tais como: Teatro Municipal de Niterói (RJ), Museu da Imagem e do Som (SP), Teatro Ateneu (SE), Clube dos Fazendeiros de Montes Claros (MG), Teatro Municipal de Macaé (RJ), Teatro Plínio Marcos (DF), Teatro do SESC de Belo Horizonte (MG), Palácio das Artes de Belo Horizonte(MG), Teatro Municipal de Rio das Ostras (RJ),Teatro Isabella Hendrick (Belo Horizonte), Teatro Da Urca  em Poços de Caldas (MG) entre outros.

Idealizadora e autora do Projeto “A Modinha que não sai de moda”. Tendo se apresentado em diversas Salas de Concertos e Teatros brasileiros, como: O Aniversário de 109 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, aniversário de 97 anos da Academia Fluminense de Letras, Projeto Encontros com a Música (Teatro Urca, Poços de Caldas), Festival Vale do Café (Vassouras RJ), Projeto Aprendiz de formação de platéia, com recital aula na Sala Leila Diniz (com Certificado), entre outros.

Trabalhos Diversos em meios de Comunicação:

Rádio MEC - Programa Músicos e Músicas do Brasil

Rádio MEC - Programa Sala de Concerto

Rádio Globo - Programa do Canásio

Rede Globo de Televisão - Gravação da abertura da mini-série "Engraçadinha"

Rede Globo de TV - Gravação da abertura da mini-série "Memorial Maria Moura"

Rede Globo de Televisão - Gravação de programas do Domingão do Faustão

Rede Globo de Televisão - Gravação e execução de cena na mini-série JK, representando a cantora lírica da primeira fase.

CD's: Paisagens Musicais em Duo com a pianista Talitha Peres, com canções brasileiras dos compositores Sergio Bittencourt-Sampaio, Franscisco Braga e Alberto Costa.

Cd Música no Museu-Concerto de Natal com a Orquestra Brasileira de Harpas.

Participação especial no Cd Sem Barreiras, da pianista Miriam Esteves.

Prêmios e distinções:

Condecorada pelo Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito - Consistório de Príncipes do Real Segredo Nº 1, com o título de " Grande Benemérita" (pelo alto corpo maçônico), recebendo medalha e diploma.

Moção da Câmara Municipal de Niterói pelo Dia Internacional da Mulher.

Primeiro Lugar no Concurso Nacional de Canto Villa-Lobos - Vitória, ES.

Terceiro Lugar no Concurso Internacional de Canto Francisco Mignone - RJ.

Prêmio de Melhor Intérprete do compositor Lorenzo Fernandez no concurso Internacional de Canto Francisco Mignone.

Prêmio de Melhor Cantora Lírica do ano de 2010 pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina - Seção Brasil (indicada pelo Conselho de Cultura do Estado do Rio .

Prêmio de Intelectual do ano de 2011 devido aos projetos culturais realizados, concedido pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina - Seção Brasil.

Título de Hors Concours no ano de 2012 pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina - Seção Brasil.

Membro da Academia Fluminense de Letras - Classe Belas Artes.

Moção de Congratulações, Reconhecimento e Honra ao Mérito pela Academia Fluminense de Letras - Classe Belas Artes.

Prêmio “Advento Cultural não Governamental “concedido pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina – Seção Brasil.

Moção De Congratulações e Reconhecimento pelo espetáculo “A modinha que não sai de moda” no 97º aniversário da Academia Fluminense de Letras.

Certificado de Congratulação pelo Projeto artístico” A modinha que não sai de moda” concedido pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina – Seção Brasil.

Moção da Câmara Municipal de Niterói – Moção de Aplausos nº140\19 concedida pelo Vereador Beto Saad.

Atuação pedagógica

Jurada na banca do Concurso Eleazar de Carvalho, na modalidade canto promovido pela Orquestra Sinfônica Nacional -UFF.

Ministrou (junto ao Dr Robson Leitão) o Curso de Extensão –“ Que ópera é essa... -  História da ópera através dos tempos” -  CEIM -UFF Centro de Estudo e Iniciação Musical na UFF

Palestrante do Concerto Comemorativo de 90 anos do Coro do Theatro Municipal do Rio de janeiro – palestra: “Vivendo a Música: A história do Coro do TMRJ”.

Ministrou Oficina de canto  no XVI Festival de Inverno de Domingos Martins (ES).

Ministrou a Masterclass do I Festival da Inverno da CIA Cantate Diem em Niterói (RJ).

E Magda Belloti vai muito além do que apresentamos aqui. Brilha em vários espaços. Por isso, citamos algumas apreciações críticas que coroam sua trajetória:

De Ronaldo Miranda, Jornal do Brasil, RJ , 1994  “A jovem Magda Belloti, cantora de timbre atraente e desembaraço cênico”;

De Carlos Dantas, Tribuna da Imprensa, 1998 “cantora com centro de particular beleza e facilidade nos agudos;” E em 2000 o mesmo jornalista disse : Magda Belloti na posse de bela e bem trabalhada voz atuou admiravelmente, teve nota dez, inclusive em “Essa Negra Fulô”

De Antônio Hernandez, O Globo, 1994 “ A voz de Magda Belloti perorreu como pérolas”...

E de Maria Luíza Nobre, Jornal do Brasil  2012. “ Começamos a falar de Magda Belloti, a Giovanna, belíssima atuação. Assim como o lindo timbre de sua voz, sem dúvida, uma artista com experiência de palco, com marcações muito precisas, uma presença, além de bonita, de muita competência e segurança.”

E nesta sessão festiva, Magda, que marca sua posse no Cenáculo, sentimo-nos gratificados com sua chegada, e esperamos contar sempre com sua presença e participação, como uma ilustre personagem cenaculista.

E finalizo citando Honoré de Balzac, em Lettres à L’Etrangère, quando diz que “ Ouvir música é apreciar melhor aquilo de que se gosta, por aí podemos entrever uma reconciliação entre o amor e o consentimento de todo ser ao amor.” E você, Magda, nos traz essa mensagem poética e musical do amor.

Seja bem-vinda! Entre! Agora a plateia é toda sua.

 

Professora Doutora Márcia Maria de Jesus Pessanha


Convidada à tribuna a acadêmica Magda Belloti proferiu o seu discurso em louvor ao Patrono e antecessores.



Senhora Presidente do Cenáculo Fluminense de História e Letras, Professora Doutora Matilde Carone Slaibi Conti; Professora Doutora Márcia Pessanha, que me recebeu com muita distinção, ilustres componentes da mesa, acadêmicos, parentes, amigos, senhoras e senhores.

  Gostaria de iniciar esse momento agradecendo a Deus pela distinta oportunidade na qual me encontro e à minha família pelo apoio incondicional.

 Ademais, aproveito para agradecer à digna e impressionante Presidente Matilde Conti, generosa mulher que dimensiona a cultura em todos os seus aspectos com uma vida acadêmica admirável, fruto de seis graduações que a tornaram a personalidade que conhecemos. Agradeço também à Professora Doutora Márcia Pessanha, mulher sábia que utiliza de seu tempo para engrandecer nossas instituições e que, generosamente, fez a minha saudação de forma tão nobre.

 Sinto-me muito honrada e grata ao fazer parte desta centenária instituição que sempre promoveu a arte, acreditando no seu potencial e contribuindo para o avanço e valorização das entidades culturais. Reconheço também como um lugar que agrega profissionais de ocupações heterogêneas, os quais usufruem do patrimônio para exercer a arte em sua totalidade através de um espaço de crença e reconhecimento que possibilita a produção cultural.

    Neste sentido, gostaria de declarar algo que me faz muito feliz, pois acredito que nunca decidi, por mim mesma, seguir o caminho musical, mas foi a música que me escolheu. Nunca pensei em ser cantora, já que trabalhava na área da saúde, como fisioterapeuta.

Na época, eu lidava com cenários de grande peso emocional, por isso, decidi fazer música como uma espécie de terapia, um momento de distração na rotina diária. Entretanto, a distração tomou outra forma, e desde o primeiro momento, senti que pertencia àquele mundo. A terapia virou profissão e, atualmente, possuo 32 anos de atuação como cantora e profissional da arte.

Sob este aspecto, a arte musical tem muito a dialogar com as letras e com a história; portanto, hoje tomo posse nesta instituição, acreditando no belo trabalho que posso realizar em conjunto com os demais cenaculistas. Digo isso pois meu papel de artista é o de pesquisar, interpretar histórias, óperas, poesias, relatos históricos relacionados com as músicas de diferentes culturas e línguas.

    Sabendo disso, me candidatei a fazer parte do Cenáculo, com a crença de que, através do canto e da música, eu consiga dar minha contribuição à Instituição como intérprete que sou, de cidade em cidade, de país em país, levando a música, transformando histórias e poesias em vida para quem quer ouvir.

         Ocuparei a Cadeira número 1, Patronímica de Barão de Jaceguai, militar da marinha brasileira, cujo perfil diplomático resultou em significativos benefícios para nosso país. Descrevo também brevemente sobre meus antecessores na Cadeira: Etacyr Guimarães de Campos, jornalista, pintor, escultor e escritor de poesias tocantes à alma, e Antônio Veloso, geólogo, professor da UFF, que, com seu rico conhecimento geográfico, auxiliou nas pesquisas sobre os aspectos físicos do nosso meio natural.  

       Através disso, é possível notar que há uma distinção de época entre eles, mas todos possuem uma história de vida intensa, com feitos importantes que podem ser conhecidos no opúsculo que preparei.

      Meu objetivo, portanto, é dar continuidade às ações dessas três grandes personalidades que me antecederam nesta Instituição, local onde hoje sou acolhida com tamanho respeito e, pela qual estou extremamente agradecida e honrada em fazer parte.

Finalizando, sinto, mais do que nunca, que minha missão com a música foi sempre o caminho traçado para eu seguir.

Vamos em frente porque ainda há muita história a ser contada, quer dizer, cantada! Muito obrigada.

 

 

E na continuidade ouvimos a saudação ao centenário da instituição pelo escritor, jornalista e acadêmico Célio Erthal Rocha, que falou uma síntese da história do Cenáculo Fluminense de História e Letras. 


SAUDAÇÃO PELOS 100 ANOS 

DO CENÁCULO FLUMINENSE DE HISTÓRIA E LETRAS

18/09/2023

 

Exma. Sra. Matilde Carone Slaibi Conti, que preside esta solenidade

Minhas senhoras e meus senhores

Tenho a honra de aqui estar, a convite da ilustre Presidente Matilde, para proferir esta saudação ao Cenáculo Fluminense de História e Letras, um dos bastiões da Cultura no Estado do Rio de Janeiro, que completa um século de notável existência.

Vivo e atuante por força do vigor intelectual de seus membros, o Cenáculo chega ao seu Centenário merecendo o louvor e a homenagem dos que aqui se reúnem para celebrar suas significativas realizações, entre convidados e representantes de instituições irmãs que junto com ele sustentam o movimento cultural no território fluminense – como a Academia Fluminense de Letras, da qual sou humilde membro.

No propósito de obter dados para esta saudação, revi edições da primorosa Revista do Cenáculo, organizadas pelas ilustres Acadêmicas Márcia Pessanha, Presidente da AFL, e Liane Arêas, com as quais congratulo pelo belo trabalho.

Ambas ressaltam como o Cenáculo mantém até hoje a tradição de agregar membros de valor, atuando nas mais diversas áreas de conhecimento: historiadores, escritores de diferentes estilos, intelectuais que compartilham saberes, experiências e emoções, em espaço fraterno de convivência – aos quais se junta, nesta noite memorável, por seu indiscutível mérito, a nossa querida Magda Belloti.

Lembra Liane que “No ideal da criação desse grêmio literário uniram-se intelectuais somando entusiasmo, sonhos, saberes”. Vamos recordar:

Fundado em 1º de setembro de 1923, o Cenáculo Fluminense de História e Letras teve origem no lendário Café Paris, local de encontro de boêmios e intelectuais de Niterói. Consta que a ideia surgiu a partir de um grupo que projetou a fundação de uma instituição de linha “menos conservadora” do que a Academia Fluminense de Letras, criada em 1917, 6 anos antes.

Em artigo comemorativo ao 70º aniversário, o então Presidente da AFL Edmo Rodrigues Lutterbach, de saudosa memória, destacou, entre os idealistas fundadores, o jornalista carioca Jacques Frederico de Beaurepaire Rohan – filho do Visconde de Beaurepaire Rohan, ilustre militar e político brasileiro – e o poeta niteroiense Lourenço de Araújo Souto, como principais articuladores da nova entidade.

Jacques de Beaurepaire Rohan foi o primeiro presidente do Cenáculo, permanecendo no cargo por 29 anos – marcando indelevelmente sua passagem na história da instituição, como seu principal baluarte. A ele se seguiram: Maurílio de Gouveia, em quatro mandatos; Anníbal Burlamaqui; Benjamim Sodré, também por quatro períodos; Nemécio Calazans, por 21 anos; Aloysio Picanço; Márcia Pessanha; Júlio Cezar Vanni; e Matilde Slaibi Conti.

Através dos anos o Cenáculo reuniu entre seus membros intelectuais de renome nacional, como: Alberto de Oliveira, o Príncipe dos Poetas Brasileiros; José Venturelli Sobrinho; o Monsenhor Mello Lula; D. Sebastião Leme; D. Antônio de Almeida Moraes Júnior; Brígido Tinoco; Paulino Jacques; Petrarca Maranhão; Martins Torres; Catulo da Paixão Cearense; Lili Leitão; Lyad de Almeida; Alaôr Eduardo Scisínio; Latour Aroeira; Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes... para citar apenas alguns.

Não poderia deixar de homenagear, aqui, a memória da jornalista e escritora gaúcha Hecilda Clark, primeira mulher a ingressar no Cenáculo Fluminense de História e Letras, precedendo a Rachel de Queiroz em seu ingresso na ABL como primeira representante feminina.

Ressalto também, o pioneirismo da Acadêmica Márcia Pessanha, como 1ª mulher a presidir o Cenáculo, eleita em 2003. Ela dá continuidade à sua trajetória de bandeirante cultural como 2ª mulher presidente da AFL, após Albertina Fortuna Barros, outra ilustre cenaculista.

Na celebração de seu centenário, nos unimos para ressaltar a relevância do Cenáculo como uma das mais destacadas instituições culturais em plena atividade no Estado do Rio de Janeiro, resultado dos esforços dos ilustres cenaculistas, merecedores de nosso reconhecimento pelo seu trabalho e dedicação.

Como não poderia deixar de ser, presto, também, homenagem à atual Presidente Matilde Carone Slaibi Conti, mais um exemplo de mulher pioneira, múltipla em suas capacidades e realizações – Odontóloga, Advogada, Psicanalista, Professora, Historiadora, possuidora de talentos exponenciais nas Letras, nas Ciências, nas Artes.

Para tanto, peço emprestadas as palavras da Acadêmica Márcia Pessanha, que de maneira inspirada descreve Matilde como “uma mulher guerreira, atuante em várias frentes de trabalho, que não se isola em uma torre de marfim, mas vive com intensidade, compartilhando saberes e experiências; não engaveta seus conhecimentos, prefere distribuí-los generosamente”.

Filha de Helena e Nagib Slaibi; irmã do desembargador Nagib Filho, que honra o Tribunal de Justiça de nosso Estado; esposa do saudoso José França Conti; mãe de Carlos Eduardo, Ricardo Augusto e Rodrigo Otávio; e avó de nove netos que têm a felicidade de contar com seu exemplo para orientá-los na caminhada da vida, Matilde demonstra sua capacidade de dedicação na vida familiar, como na vida profissional e na vida intelectual.

Em todas as áreas, deixa marcas profundas de sua passagem. Educadora, ajuda a formar novas gerações. Defensora da Justiça, oferece seu notável conhecimento em atividades voluntárias; Intelectual do Ano 2016, integrante de diversas entidades culturais, atualmente preside, além do Cenáculo, o Instituto Histórico e Geográfico de Niterói – que sob sua liderança acaba de celebrar seu Jubileu de Ouro, com significativa programação cultural; e a Academia Brasileira Rotária de Letras / Seção do Estado do Rio de Janeiro, da qual é Fundadora. É, ainda, Governadora do Distrito 8 do Elos Internacional, entidade dedicada à preservação e valorização da Língua Portuguesa.

E nesta noite de celebração, mostra-se legítima representante do melhor que o Cenáculo tem a oferecer, como nobre intelectual a somar seus sonhos, seu saberes, seu entusiasmo, suas experiências e suas emoções neste espaço de convivência fraternal. Por tudo que representa, que realizou e continua realizando, Presidente Matilde Slaibi Conti, receba minha saudação de admiração e respeito.

Diz Waldenir de Bragança, cuja vida é um hino à Memória e à Cultura do Estado do Rio de Janeiro, e que hoje nos honra com sua presença: “Há muitas razões para a existência de uma Academia. Congregar o pensamento acadêmico, dar honras, preservar a memória, integrar e ressaltar valores, experiências, sabedoria, cultura acumulada. Elas constituem, e são, a memória de quantos deram suas vidas, inteligência, conhecimento, cultura, renúncia, trabalho e serviços para escrever a história regional, nacional e mundial”.

Hoje celebramos todas as vidas que, em seu conjunto de valores, conhecimentos e experiências, se somaram para a construção do Cenáculo Fluminense de História e Letras em seus 100 anos de trajetória.

Estou convicto de que o Cenáculo permanecerá fiel a seu lema, Ad Aeternum – pela eternidade, e prosseguirá em sua caminhada em favor da História e das Letras, ao lado das outras instituições aqui representadas, irmanadas na nobre missão de preservar e valorizar a Memória e a Cultura.

Parabéns ao Cenáculo Fluminense de História e Letras e à sua insigne Presidente Matilde Carone Slaibi Conti!

Tenho dito. Obrigado.          

                                               Célio Erthal Rocha

Academia Fluminense de Letras


Logo após aconteceu as entregas de medalhas aos acadêmicos e às associações e academias congêneres.



Acadêmicos presentes e receberam a medalha comemorativa dos 100 anos: Levy Pinto de Castro Filho; Nagib Slaibi Filho; Licia Lucas;  Mimi Lück; Matilde Carone Slaibi Conti; Alberto Araújo; Liane Arêas; Leda Mendes Jorge; Márcia Pessanha; Uyara Schiefer; Irma Lasmar e a neoacadêmica Magda Belloti.

Logo em seguida foram chamadas as instituições que estavam presentes: Representantes de instituições congêneres que receberam a medalha: Joel Coelho dos Santos – Presidente do Rotary Clube de Niterói; Leda Mendes Jorge- Presidente da ANE;  Marcia Pessanha – Presidente do Elos Clube e AFL; (Márcia Pessanha dividiu a insígnia com Liane Arêas em representação do Elos Clube, já que Márcia havia recebido pela AFL).; Jadir Zanardi – representando o IHGN; Ricardo Fonseca de Pinto – Governador do DE 4751-RI; Pedro Gomes de Oliveira Presidente da OAB-Niterói; e o Reitor da UFF professor Antônio Claudio Lucas da Nóbrega foi representado pelo professor Mario Augusto Ronconi - Superintendente de Operações e Manutenção da UFF e Dr. Waldenir de Bragança representando a UBT-Niterói.


A Loja Maçônica Alexandre Brasil de Araújo nº 191 representada pelo Jadir Zanardi entrega um bonito Troféu em homenagem aos 100 anos da instituição.

E a presidente Matilde fez um sorteio de uma tela pintada por ela e a sorteada foi a acadêmica Márcia Pessanha.



A presidente da Academia Fluminense de Letras
homenageou a presidente Matilde com um lindo Troféu.


E para abrilhantar a noite uma apresentação musical com a soprano Magda Belloti que convidou sua filha Lorena Belloti para um dueto. A artista que agora é a mais nova imortal do Cenáculo foi acompanhada por Talitha Perez ao piano. 





Aos convidados foi oferecido um delicioso jantar que ficou a cargo da Beth Schueler e a mesa de Chá coordenado pela Valéria Gervásio. O banner  de celebração dos 100 anos do Cenáculo foi produzido pelo designer gráfico Will Martins, que junto a esposa Liane Arêas doou para ornamentar o salão.



Esta revista cultural fez a cobertura cinematográfica e fotográfica. Assista ao vídeo completo, com as imagens da solenidade no canal do Focus Portal Cultural, no Youtube. Portanto, foi uma noite memorável!

Minuta de Alberto Araújo – Focus Portal Cultural


IMAGENS DOS MELHORES MOMENTOS

 



















































































LABOURÉ LIMA disse: Obrigada Alberto por seu trabalho sempre primoroso na divulgação dos eventos culturais de Niterói.

Congratulações a todos os Cenaculistas pelo Centenário de tâo louvável instituição!

Parabéns para a Presidente Matilde Carone Slaibi Conti amiga querida, Confreira pela ANL e Companheira Elista no Elos Clube de Niterói, por seu imenso empenho na liderança dessa festividade histórica!
 
🏅👏👏👏

Labouré Lima




SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música? São Paulo, Cortez  Editora, 5ª edição, 2008, p.115). 


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