Segundo
Antônio Candido, o poeta Cruz e Sousa era o "único escritor eminente de
pura raça negra na literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços".
Filho
dos escravos alforriados Guilherme da Cruz, mestre-pedreiro, e Carolina Eva da
Conceição, João da Cruz desde pequeno recebeu uma educação refinada do
ex-senhor dos seus pais, o marechal Guilherme Xavier de Sousa. Aprendeu
francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com
quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.
Os
seus poemas são marcados pela musicalidade com uso constante de aliterações,
pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo
apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca.
Nasceu
dia 24 de novembro de 1861, filho dos escravos alforriados Guilherme da Cruz,
mestre-pedreiro, e Carolina Eva da Conceição.
João
da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada do ex-senhor de
seus pais, o marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de
família, Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, Dona Clarinda Fagundes
Xavier de Sousa, não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de
João.
Em
1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o
preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser
negro. Em 1885, lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com
Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou
como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com
diversos jornais. Em fevereiro de 1893, publicou Missal (prosa poética
baudelairiana) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao simbolismo no Brasil
que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita
Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos
prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.
Morreu
no dia 19 de março de 1898 em Minas Gerais, na localidade de Curral Novo, então
pertencente ao município de Barbacena. Em 1948, a localidade se emancipou e
passou a se chamar Antônio Carlos. Cruz e Sousa estava em Curral Novo, pois,
fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo
transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de
cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus
amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus
restos mortais foram então acolhidos no Palácio Cruz e Sousa, antigo palácio de
governo do estado de Santa Catarina e atual Museu Histórico de Santa Catarina,
no centro de Florianópolis.
Cruz
e Sousa é um dos Patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a Cadeira
número 15.
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