AMOR
Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minh’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
Álvares
de Azevedo foi um proeminente representante da segunda geração do romantismo,
também conhecida como ultrarromantismo ou "mal do século". Em sua
breve vida, de apenas 20 anos, deixou um legado que alcançou grande relevância
no cenário literário nacional. Com um vocabulário sombrio e melancólico,
Azevedo retratou a complexidade dos relacionamentos humanos e um universo em
que dor e paixão estão entrelaçadas.
O escritor Álvares de Azevedo é o
nosso Patrono na Cadeira 17 no Cenáculo Fluminense de História e Letras –
Presidente Dra. Matilde Slaibi Conti. Fomos empossados, em 16 de agosto de 2013.
Minuta Alberto Araújo – Focus Portal
Cultural
UM POUCO SOBRE ÁLVARES DE AZEVEDO
Manuel Antônio Álvares de Azevedo
nasceu em São Paulo SP, 12 de setembro de 1831 e faleceu no Rio de Janeiro RJ,
25 de abril de 1852. Poeta, contista e dramaturgo. Filho de Inácio Manuel
Álvares de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo. Com 2 anos, encontra-se
instalado com a família no Rio de Janeiro, onde passa a infância. Inicia os
estudos num colégio de Niterói, Rio de Janeiro, onde é tido como incapaz para a
aprendizagem. Transfere-se então, em 1840, para o colégio do professor Stoll,
no Rio de Janeiro, destacando-se em todas as matérias, menos ginástica. Em
1847, aluno do poeta Gonçalves de Magalhães (1811 - 1882), torna-se bacharel em
letras no Colégio Pedro II. No ano seguinte, muda-se para São Paulo e
matricula-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e forma, com o
poeta Aureliano Lessa (1828 - 1861) e o romancista Bernardo Guimarães (1825 -
1884), a Sociedade Epicuréia, que escandaliza a cidade com suas histórias,
verídica ou não, de orgias e cultos a satã. É dessa época toda a sua produção,
englobando os poemas, os contos de A Noite na Taverna, o drama Macário, suas
traduções e ensaios literários. Por conta de seus outros interesses, abandona o
curso de Direito. Em 1852, tuberculoso, ao passear a cavalo durante as férias
pelas ruas do Rio de Janeiro, sofre uma queda, que resulta em tumor na fossa
ilíaca. Sofrendo dores terríveis, é operado, sem anestesia, segundo familiares,
e não resiste à cirurgia. Embora toda a sua obra tenha sido publicada
postumamente (incluindo a Lira dos Vinte Anos, única preparada em vida),
Álvares de Azevedo é um dos nomes mais representativos da chamada segunda
geração do romantismo brasileiro. Seus poemas, influenciados pelos poetas Lord
Byron (1788 - 1824) e Alfred Musset (1810 - 1857), tematizam a morte e o amor, frequentemente
idealizados. É Patrono da Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras –
ABL e Patrono da Cadeira nº 17 do Cenáculo Fluminense de História e Letras.
OBRAS DE ÁLVARES DE AZEVEDO -
PRIMEIRAS EDIÇÕES
POESIA
Lira dos Vinte Anos [única obra
preparada para publicação pelo autor] e poesias diversas. [antologia poética],
1853.
O Conde Lopo: poema.
(inédito)1886.
O poema do frade: com uma noticia biographica
do autor. 1890.
CONTOS
Noite na Taverna: contos phantasticos.1878.
PEÇA DE TEATRO
Macário. 1855.
OBRAS COMPLETAS
Obras. Vol. I. 1853
Obras. Vol. II. [inclui os contos de A
Noite na Taverna], 1855.
Obras. Vol. I. (2ª edição).
[Acrescentada com as obras inéditas, e um apêndice contendo discursos, poesias
e artigos feitos à ocasião da morte do autor], 1862.
Obras. Vol. II. (2ª edição).
[Acrescentada com as obras inéditas, e um apêndice contendo discursos, poesias
e artigos feitos à ocasião da morte do autor], 1862.
Obras. [inclui O Conde Lopo], 1866.
Obras Completas. [inclui poemas
inéditos e o drama Macário], 1941.
Melhores Poemas. (org.). CÂNDIDO,
Antônio. 1985.
DISCURSO
Discurso. 1849.
CARTA
Cartas de Álvares de Azevedo. 1976.
TRADUÇÕES DE ÁLVARES DE AZEVEDO PARA
PORTUGUÊS
Parisina. [Poema], de Lorde Byron
Otelo. [quinto ato], de William
Shakespeare.
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