A conversão de São Paulo, uma pintura de 1600 de Caravaggio
No
Novo Testamento, a experiência da conversão de Paulo é discutida nas próprias
cartas de Paulo e nos Atos dos Apóstolos. De acordo com ambas as fontes, Paulo
não era um seguidor de Jesus e não o conheceu antes da crucificação. Por
conseguinte, sua conversão miraculosa ocorreu após esse evento. A conversão do
apóstolo Paulo, chamada também de conversão de São Paulo, é, de acordo com o
Novo Testamento, um acontecimento na vida de Paulo de Tarso que o levou a
deixar de perseguir os primeiros cristãos e tornar-se um seguidor de Jesus. É
normalmente datado pelos pesquisadores para 33-36 d.C.
Em
missão para prender os cristãos de Damasco e levá-los a julgamento em
Jerusalém, Saulo foi surpreendido por uma luz vinda do céu que o envolveu, e
uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” Desta intervenção
direta de Deus (cf. At 9,4-18) seguiu-se a conversão e batismo de Saulo em
Damasco, por intermédio de Santo Ananias (cuja festa também é hoje). Tomando o
nome de Paulo, o agora apóstolo inciou sua imensa obra de viagens de
evangelização, particularmente junto aos gentios. Perseguido incansavelmente,
foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma.
Por ser cidadão romano, teve o privilégio de ser decapitado e não crucificado,
a pena usual para os cristãos.
Antes
de sua conversão, Paulo, então conhecido como Saulo, era um fariseu
"observador da lei", que "intensamente perseguiu" os
seguidores de Jesus. Alguns estudiosos afirmam que, segundo a Epístola aos
Gálatas, Paulo era um zelota.
O
livro Atos dos Apóstolos discute a experiência de conversão de Paulo em três
pontos diferentes no texto, com mais detalhes nas cartas de Paulo. O livro dos
Atos registra que Paulo estava saindo de Jerusalém a caminho de Damasco para
prender os seguidores de Jesus, com a intenção de voltar a Jerusalém com
prisioneiros para interrogatório e possível execução. A viagem é interrompida
quando Paulo vê uma luz ofuscante, e se comunica diretamente com uma voz
divina. A partir de então, ele fica cego.
O
capítulo nove conta a história da conversão de Paulo como uma narrativa em
terceira pessoa. O relato continua com uma descrição de Ananias de Damasco
recebendo uma revelação divina instruindo-o a visitar Saulo na casa de Judas e
colocar as mãos sobre ele para restaurar a vista de Paulo. Ananias fica,
inicialmente, relutante, depois de ter ouvido falar sobre a perseguição que
Saulo movia contra os cristãos, mas, finalmente, decide obedecer ao mandamento
divino. Nos Atos dos Apóstolos, a conversão de Paulo ocorre em um discurso que
Paulo dá quando é preso em Jerusalém. [Atos 22:6-21] Paulo se dirige à multidão
e diz-lhes de sua conversão, com uma descrição essencialmente igual à do
capítulo nove de Atos dos Apóstolos, mas com ligeiras diferenças. Essa profissão
de fé foi quase que integralmente em aramaico, pois estava claramente sob
audiência judaica.
O
dia próprio de São Paulo é 29 de junho, junto com São Pedro, e assim, de certa
forma, a gigantesca figura de Paulo fica em segundo plano diante da primazia do
Príncipe dos Apóstolos. Mas a pessoa de Paulo é tão importante para a Igreja
que o dia da sua conversão é também celebrado. (Para nós brasileiros, esta data
também marca a fundação da maior cidade do país, São Paulo, em 1554).
Saulo,
seu nome antes da conversão, nasceu na cidade de Tarso, região da Cilícia, na
Turquia. Seu pai era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim. Por
causa da fidelidade ao imperador, a família de Saulo tinha recebido a cidadania
romana. Logo, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem
situado financeiramente, religioso, inteligente e culto. Estudou na conhecida
Escola de Gamaliel, mestre judeu distinguido pelo saber e integridade de vida.
O
sincero zelo religioso de Saulo o levou a perseguir furiosamente os cristãos,
que considerava traidores da pátria e do judaísmo. É citado na Bíblia pela
primeira vez no martírio de Santo Estêvão, quando guardava as roupas dos
apedrejadores. As orações deste mártir em favor dos seus algozes certamente
favoreceram a sua conversão.
Reflexão:
Espetacular foi a conversão de São Paulo, bem como a sua ação missionária, que inclui 14 cartas integrantes do cânon da Bíblia – a escrita é uma pregação continuada ao longo do tempo. Apesar de suas atitudes um tanto fanáticas pelo judaísmo, que levaram à morte de cristãos, é importante lembrar que sua radicalidade, ainda que mal orientada no início, é uma grande virtude na vivência da Fé, e Deus quis aproveitá-la para salvar não apenas o próprio Saulo, mas inúmeras outras almas, naquela época, hoje e certamente no futuro. E para nós importante é o questionamento de termos claro até onde somos radicais no seguimento de Cristo: porque disto depende toda a nossa vida. Ou chegaremos a dizer como Paulo, “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20), ou seremos cortados da Cabeça do Corpo Místico, que é Jesus, num martírio infinito.
Oração:
Deus
Todo-Poderoso, cuja misericórdia é capaz de quaisquer prodígios em nosso favor,
concedei-nos pela intercessão de São Paulo a irrefreável coragem de tudo
enfrentar na Vossa busca e na realização das Vossas boas obras, para
permanecermos sempre em comunhão Convosco, já na Terra e infinitamente no Céu.
Por Jesus Cristo Vosso Filho, que nunca deixa de nos chamar para o Vosso amor,
e Nossa Senhora, cujas súplicas por nós não podeis deixar de atender. Amém.
Colaboração: Padre Evaldo César de
Souza, CssR;
Revisão e acréscimos: José Duarte de
Barros Filho
MENSAGEM DE HISTORIADORES
O que Dra. Matilde Carone Slaibi Conti disse após postagem: DE PERSEGUIDOR A TESTEMUNHA – CONVERSÃO DO APÓSTOLO PAULO.
MATILDE CARONE SLAIBI CONTI disse:
“A família de Paulo tinha muito recurso, pois eram eles, grandes comerciantes e que detinham a primazia e o domínio na confecção de tendas, naquela época. Portanto seu avô pode comprar a cidadania romana. Paulo foi um pilar de sustentação e muitos teólogos acreditam que se não fosse ele, a igreja cristã, talvez não fosse da forma que ela é hoje. A sua Carta aos Corintos faz o nosso coração transbordar de fraternidade e muito amor. É considerada uma das mais belas passagens do Novo Testamento. Aleluia. Aleluia.”
A postagem completa no link:
RAILSON BARBOZA disse: Estive em 2013 na igreja de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, no dia da conversão de São Paulo. Tem o costume do santo padre, na época Bento XVI, ir até a basílica e presidir as chamadas “Vésperas”. O clero de Roma, seminários (lá há diversos), fiéis e clérigos do mundo todo participam na basílica, que tem por curiosidade ser o templo mais parecido com a antiga basílica de São Pedro (antes da parcial destruição, no jubileu de 1500). São Paulo, assim como São João Batista, tem duas comemorações litúrgicas na Igreja Católica: São Paulo - Conversão e Martírio , São João Batista - Martírio e Nascimento.
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O que disse a acadêmica e jornalista
Gabriela Nasser
“Que riqueza essa história para a humanidade, queridos Matilde e Alberto! Que o Espírito Santo os conduza a mais pesquisas neste segmento tão precioso e, como creio, eternamente predicado e reputado por Deus. Prossigam dando frutos tão tenros!!!! Contem comigo!!! Gabriela.
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SEQUENCIAL DAS FOTOS:
01 – Pintura: Ananias restabelecendo a visão de São Paulo (c.1631) por Pietro da Cortona.
02 – A conversão de São Paulo, uma pintura de 1600 de Caravaggio.
03 – Conversão de São Paulo, do livro d'Heures d'Étienne Chevalier (c. 1450–1460), o Livro das Horas, por Jean Fouquet, agora no Castelo de Chantilly.
04 - A Conversão de São Paulo, 1675 - 1682 - Bartolomé Esteban Murillo - WikiArt.org.
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