José Bento Renato Monteiro Lobato foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel "Contos da Carochinha" da literatura infantil brasileira, ficou, popularmente, conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui, aproximadamente, a metade da sua produção literária.
A outra metade, consistindo de contos, geralmente, sobre temas brasileiros, artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, livros sobre a importância do ferro, Ferro, 1931 e do petróleo O Escândalo do Petróleo, 1936. Escreveu um único romance, O Presidente Negro, que não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destacam-se Reinações de Narizinho, 1931, Caçadas de Pedrinho, 1933 e O Picapau Amarelo 1939. "O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina.
Ao lado da literatura infantil, Monteiro Lobato também deixou extensa obra voltada para o público adulto. Retratou os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café.
Lobato situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna. Lobato foi também jornalista, tradutor e empresário. Fundou a Companhia Petróleo do Brasil, à qual se dedicou por dez anos.
Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé.
Monteiro Lobato fez seus primeiros estudos em sua cidade natal. Em 1896, com 14 anos, foi estudar em São Paulo no Instituto de Ciências e Letras. Em 1898 ficou órfão de pai e logo em seguida, perdeu sua mãe, ficando aos cuidados do avô.
Em 1900, Lobato ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, embora preferisse estudar Belas Artes. Nesse período, morava em uma república de estudantes localizada no centro de São Paulo, junto com os amigos Godofredo Rangel, Lino Moreira e Raul de Freitas.
O grupo se reunia para cuidar da vida literária e escrevia para um jornal publicado em Pindamonhangaba, de propriedade de Benjamin Pinheiros. Usando vários pseudônimos faziam oposição ao prefeito da cidade.
Monteiro Lobato manteve uma amizade duradoura com Godofredo Rangel e trocaram correspondência por 40 anos, que mais tarde foram reunidas em um livro chamado “A Barca de Gleyre”.
Lobato escrevia também para o jornal da faculdade, quando já mostrava sua preocupação com as causas nacionalistas. Na festa de formatura, em 1904, fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala.
Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Paraíba, no ano de 1907.
Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade em 28 de março de 1908. Com ela teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916).
Em 1911 perdeu seu avô, herdando a fazenda Buquira para onde se mudou pretendendo ser fazendeiro. Começou a escrever o conto “O Boca Torta” que seria o primeiro de uma série que mais tarde foram reunidos sob o nome de "Urupês".
Em 1917 vendeu a fazenda e foi morar em Caçapava, quando fundou a revista "Paraíba". Nos 12 números publicados, teve como colaboradores Coelho Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura.
Em 1918, Monteiro Lobato publicou sua primeira coletânea de contos, Urupês, quando traçou a paisagem das cidades por onde passou e o perfil do Jeca Tatu um caipira apontado pela pobreza, pelo marasmo e pela indolência, que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura.
A figura do Jeca Tatu, descrita por Monteiro Lobato, chamou a atenção de Rui Barbosa que o citou em um discurso na campanha presidencial de 1918, como um protótipo do caipira brasileiro, abandonado à miséria pelos poderes públicos.
Entusiasmado com o sucesso de Urupês, em 1919, Monteiro Lobato fundou a Editora Monteiro Lobato, a primeira editora nacional, através da qual publicou seus primeiros livros infantis.
Em 1921 publicou "Narizinho Arrebitado", que depois passaria a chamar-se “Reinações de Narizinho”. Em seguida publicou “Saci” (1921) e “O Marquês de Rabicó” (1922).
As obras infantis fizeram grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seus personagens em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Pica-pau Amarelo".
Em 1924, a Revolução Paulista levou sua editora à falência. Depois de vender tudo, Lobato e o amigo Octalles fundaram outra editora só para imprimir livros didáticos: a “Companhia Editora Nacional". Mudou-se então para o Rio de Janeiro.
Em 1960, a obra de Monteiro Lobato foi levada para a televisão no seriado “O Sítio do Pica-Pau Amarelo” onde as bonecas falam e as crianças convivem com mitos e fábulas.
Entre os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, criados por Lobato, destacam-se: A boneca Emília, Narizinho, Pedrinho, Dona Benta, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa, Tio Barnabé, o Saci e a Cuca.
ENTRE
OS LIVROS DE LITERATURA INFANTIL DESTACAM-SE
O
Saci, 1921
Fábulas
de Narizinho,1921
Narizinho
Arrebitado, 1921
O
Marquês de Rabicó,1922
Peter
Pan,1930
Reinações
de Narizinho, 1931
Viagem
ao Céu,1931
As
Caçadas de Pedrinho, 1933
Emília
no País da Gramática, 1934
História
das Invenções, 1935
Geografia
de Dona Benta,1935
Memórias
da Emília, 1936
Histórias
de Tia Nastácia, 1937
Serões
de Dona Benta, 1937
O
Poço do Visconde, 1937
O
Pica-pau Amarelo, 1939
FÁBULAS
DE MONTEIRO LOBATO
O
Cavalo e o Burro
A
Coruja e a Águia
O
Lobo e o Cordeiro
O
Corvo e o Pavão
A
Formiga Má
A
Garça Velha
As
Duas Cachorras
O
Jaboti e a Peúva
O
Macaco e o Coelho
O
Rabo do Macaco
Os
Dois Burrinhos
Os
Dois Ladrões
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