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Hora da Estrela é um romance da escritora Clarice Lispector, publicado
primeiramente em 1977, meses antes de sua morte, aos 56 anos.
A
HORA DA ESTRELA é uma novela da escritora brasileira Clarice Lispector. É a
obra mais famosa da autora e foi publicada pela primeira vez em 1977, no ano da
morte de Clarice. Nesse livro, o narrador Rodrigo S. M. mostra a criação da
personagem Macabéa, a pobre e resignada nordestina que protagoniza a história.
A
datilógrafa Macabéa vive no Rio de Janeiro e namora com o ambicioso nordestino
Olímpico. Ele abandona a moça para namorar com Glória, colega de trabalho de
Macabéa. Após sair da casa da cartomante madama Carlota, a protagonista é
atropelada e tem a sua hora da estrela, isto é, a morte.
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Pouco
antes de falecer, em 1977, Clarice Lispector decide se afastar da inflexão
intimista que caracteriza sua escrita para desafiar a realidade. O resultado
desse salto na extroversão é A hora da estrela, o livro mais surpreendente que
escreveu. Se desde Perto do coração selvagem, seu romance de estreia, Clarice
estava de corpo inteiro, todo o tempo, no centro de seus relatos, agora a cena
é ocupada por personagens que em nada se parecem com ela.
A
nordestina Macabéa, a protagonista de A hora da estrela, é uma mulher
miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo
com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se
emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio.
Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo
a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma
cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera.
Clarice
cria até um falso autor para seu livro, o narrador Rodrigo S.M., mas nem assim
consegue se esconder. O desejo de desaparecimento, que a morte real logo depois
consolidaria, se frustra.
Entre
a realidade e o delírio, buscando social enquanto sua alma a engolfava, Clarice
escreveu um livro singular. A hora da estrela é um romance sobre o desamparo a
que, apesar do consolo da linguagem, todos estamos entregues.
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JOSÉ CASTELLO, Jornalista, escritor e Mestre em Comunicação pela UFRJ
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