É 17 de julho, quinta-feira, e o sol se despede com delicadeza sobre Icaraí. Lá fora, o trânsito dança seu balé apressado: carros que cruzam a avenida, ciclistas que deslizam junto ao calçadão, passos ligeiros que seguem seus destinos. Tudo isso sob o manto suave de um céu que lentamente se tinge de ouro, lavanda e saudade.
As árvores, silenciosas guardiãs, filtram a claridade que se espalha sobre a baía, onde o mar repousa tranquilo, quase orante. Ao longe, o contorno do Corcovado e do Dois Irmãos se ergue, lembrando-nos que há algo maior, sempre acima das urgências humanas.
Hoje, nesta quinta-feira, não apenas caminhamos pela cidade, mas peregrinamos com o coração. Vamos adorar Cristo Jesus na Paróquia São Judas Tadeu, levando na alma o peso e a leveza dos dias, as preces sussurradas e os agradecimentos guardados.
E enquanto os faróis se acendem e a noite anuncia sua chegada, algo permanece inabalável: a luz de Cristo, que ilumina não apenas o entardecer de Icaraí, mas toda a terra inteira. Uma luz que aquece, guia e nos lembra de que, mesmo em meio ao ruído das ruas, há um silêncio profundo onde Deus nos encontra.
É nesse instante, entre a pressa da cidade e a calma do sagrado, que compreendemos: a verdadeira viagem não é apenas pelas ruas, mas até o altar do nosso próprio coração.
© Alberto Araújo
17 de julho de 2025
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