Baseado
em listagem da renomada Editora Companhia das Letras, o Focus Portal Cultural repassa a indicação de 6 livros de poesia, que são os sugeridos pela importante editora para
sua leitura habitual em seu dia-a-dia.
Poema sujo é um
clássico contemporâneo. Escrito por Ferreira Gullar durante seu exílio na
Argentina e publicado originalmente em 1976, o poema transformou a
paisagem da poesia brasileira com sua torrente arrebatadora de versos,
expressão máxima de uma subjetividade convulsa pela atmosfera sufocante da
ditadura. Esta edição é a primeira publicada pela Companhia das Letras, que
também lançará novas edições da obra poética de Ferreira Gullar.
2. Um amor feliz, de Wislawa Szymborska.
Wislawa Szymborska ganhou o Prêmio Nobel de
literatura em 1996. Sua primeira coletânea de poemas lançada aqui, Poemas,
conquistou os leitores brasileiros. A segunda reunião de seus escritos, Um
amor feliz, equilibra-se entre o rigor e a observação dos fatos,
sempre num tom levemente informal – a despeito da cuidadosa construção dos
versos. Falando de amores e da vida cotidiana, a escritora ergueu uma obra que
toca os leitores e influencia novas gerações. Regina Przybycien, tradutora
deste volume, venceu o Prêmio APCA 2016 na categoria Tradução.
3. O livro das semelhanças, de Ana Martins Marques.
O livro das semelhanças está
entre os melhores lançamentos de poesia deste ano, tanto que ficou com o
terceiro lugar do Prêmio Oceanos. Terceiro livro de Ana Martins Marques, seus
versos comunicam e são certeiros, a nota lírica vem sempre acompanhada de uma
visão irônica — e delicada — da realidade. Dividido em quatro seções, os poemas
despertam o leitor para o prazer iluminador e sensível de uma voz forte e
original. Do amor à percepção de que há um espaço para o lugar-comum, do
entendimento da precariedade do nosso tempo à graça proporcionada pela memória:
eis uma poeta que nos fala diretamente. Ou, como diz em um de seus versos:
"Ainda que não te fossem dedicadas / todas as palavras nos livros /
pareciam escritas para você".
4. Escuta, de Eucanaã Ferraz.
Escuta também foi um dos
grandes lançamentos de 2016, que estava entre os dez finalistas do Prêmio
Oceanos. A morte é o principal tema do livro de Eucanaã Ferraz. Suicídios,
assassinatos e guerras surgem por vezes em cenas que parecem saídas de
noticiários. É também significativo que uma das seções do livro tenha por
título “Memórias póstumas”, dedicada “à memória de todos os amantes/ mortos em
combate”. Para equilibrar esse quadro, uma das partes do livro se chama
“Alegria”. O leitor vê-se então arrastado por um feixe intenso de cores,
vibrações e desejos. Há ternura e lirismo, mas também ironia e humor.
Decididamente urbanos, os poemas percorrem uma vasta geografia, que tanto podem
remeter ao extermínio e ao aniquilamento - Ruanda, Congo ou Líbano - quanto se
voltar para um Brasil distante das capitais - Cruzeiro do Oeste, Nova Friburgo,
Campos Altos, Leopoldina, Dores do Turvo. Neste livro, tomamos parte numa
penetrante escuta do mundo.
5. A teus pés, de Ana Cristina Cesar.
Autora homenageada da Flip 2016, livros há anos
esgotados de Ana Cristina Cesar voltaram às livrarias. Depois de reunir toda a
sua obra em Poética, a
Companhia das Letras lançou pela coleção Poesia de Bolso A teus pés,
único livro de Ana Cristina lançado por uma editora enquanto estava viva. Além
de material inédito, a obra reunia os três breves volumes que a autora havia
publicado entre 1979 e 1980 em edições caseiras: Cenas de abril, Correspondência
completa e Luvas de pelica. Esta edição inclui também uma
cronologia da autora.
6. Livro sobre nada, de Manoel de Barros.
Em 2016, comemoramos o centenário de um dos
grandes nomes da poesia brasileira: Manoel de Barros. O poeta está ganhando
reedições de toda a sua obra, e uma delas é a de Livro sobre nada,
uma poesia vibrante que desacata as normas e convenções sociais e um dos livros
mais conhecidos do autor. Dividido em quatro partes, Livro sobre
nada traz poemas curtos em que desconstrói a linguagem para
reorganizar um mundo singular, em que expressa de forma contundente sua adesão
a tudo que não tem importância, é solitário ou vazio. Como ele mesmo explica ao
leitor, “o ‘nada’ do meu livro é nada mesmo”.
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As seis obras indicadas pela Companhia das Letras, são, sem a menor dúvida, grandes clássicos da literatura contemporânea que merecem o olhar atento de todos os leitores dos tempos de agora. No mínimo, como insuspeito alimento para a nutrição do espírito.
ResponderExcluirO carro chefe, de Ferreira Gullar, é um testemunho poético da ""subjetividade convulsa pela atmosfera sufocante da ditadura". Um poderoso clamor da arte contra a amargura dos anos de chumbo.
Quem não os leu, ainda, privou-se de momentos mágicos de vida, paixão e realidade.