segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

QUARTA E ÚLTIMA POSTAGEM DA OBRA “A REPÚBLICA DOS SONHOS” DE NÉLIDA PINÕN. TEXTO DA PROFESSORA DALMA NASCIMENTO, GRANDE ESPECIALISTA NA OBRA DA AUTORA




 

O tema do homem que deixa a pátria para aventurar-se em terras estrangeiras, por diferentes motivos, atravessa a literatura universal. Desde a “Odisseia” de Homero, com Ulisses, partindo e retornando a Ítaca dos seus sonhos, até a saudade  dos poetas românticos com as “Canções do exílio” de Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu, e, no Modernismo, com as recriações de Oswald de Andrade, Murilo Mendes, Mário Quintana,  Vinicius de Moraes, Moacyr Félix, Drummond e outros, o tema do exilado, paralelo ao do imigrante - apenas diferente na causa do afastamento da pátria - desliza, normalmente, na obra de grandes escritores.

 

De igual modo,  Nélida Piñon, representada no livro “A República dos Sonhos’’  pela escritora Beta, transformou a Galícia e a vida do imigrante num dos motivos centrais de sua ficção. Isso,  graças à intensa ligação com avô Daniel, inspirador do personagem Madruga, ao viver a experiência do imigrante em terras brasileiras e aqui triunfar.

 

Num extenso painel narrativo de memórias, travessia marítima, estilos, cruzamentos culturais, jogo de espaço, de tempos conjugados e bem construídos, a obra “A República dos Sonhos” transita da arqueologia das origens galegas, berço familiar da autora, à realidade brasileira da época do  terrível AI5.

 

No adensamento de situações dramáticas com signos políticos embutidos nas situações narrativas – pois a escrita plural, poliédrica de Piñon  circula em múltiplos horizontes – o livro traz um caudal de reminiscências, de sonhos, mas também um pequenino toque de certo desencanto, inclusive em Eulália, a matriarca do clã. É  ao mesmo tempo traça uma reflexão do Brasil da época, das mazelas sociais descritas em compasso com questões humanas atemporais.

 

No brilho da palavra bem colocada, a  eloquente exposição de memórias pessoais, ancestrais de marcas psicológicas e políticas do  mundo do clã  dos Madruga, simboliza também  nossa humana condição e “o sentido teatral do mundo”.

 

Como acontece ao término de um livro e também em vários outros, a narrativa de Nélida Piñon, semelhante ao Proteu da lenda, sempre passa  por metamorfoses e retorna  reabastecida de inovadoras cintilações, sem, contudo, perder as marcas do passado.   Também igual a um camaleão, sua arte absorve inusitadas cores, viaja por desconhecidas trilhas, capta o que pulsa nos movimentos artísticos e culturais do mundo e estabelece a ligação interativa  com áreas afins de sua literatura.

 

Além disso, a escrita de Nélida  é mercurial. Possui   a química fluida  daquele elemento que forma criativos compostos e se adapta, com mobilidade e ligeireza, a diversos envoltórios, a  deslizar por diversificadas  formulações estéticas. O termo mercurial logo lembra Mercúrio, o deus dos romanos, o Hermes dos gregos, responsável pela eloquência,  pelo comércio, pelas viagens, além de possuir o caduceu, a vara dos arautos e dos emissários.

 

Com asas nos pés para as grandes travessias, o mensageiro dos deuses liga-se ao argentum vivum que os alquimistas representam como símbolo do planeta. Implicitamente, todos esses símbolos gravitam no verbo da escritora, ao construir “A república dos Sonhos’’ em philia dialógica com tantos saberes.

 

Transformando sentimentos em letras, há passagens de “A república dos sonhos” em que o leitor pressupõe estar “vendo” a cena desenrolar. Já em outras é o sentimento humano que nela  palpita  a conhecida asserção do poeta latino Terêncio(190-159 a.C.): “Homo sum: humani mihi a me alienum puto”. (Sou homem: julgo que tudo que  seja do humano não é a mim indiferente).

           

Em verdade, tudo é importante nessa obra de tantos matizes. Com signos e emblemas  humanos e imagens vindas à escritora pelo navio do afeto, “A República dos  Sonhos  tornou Nélida a embaixatriz de  dois espaços culturais tão  distantes, mas para ela tão próximo: o Brasil e a Galícia. Ao cumprir  à altura a missão que lhe foi confiada  por Daniel, seu verdadeiro avô, Nélida retirou acanhadas aldeias galegas da obscuridade e deu-lhes a  devida dignidade nesta  magistral obra épica, lírica e dramática.

 

Hoje é o quarto encontro, término da  sequência proposta  por Alberto Araújo  para que eu escrevesse  sobre  “A República dos Sonhos”. Impossível  me  foi transmitir a força da linguagem poética que extravasa das letras da autora, bem como tentar detalhar as filigranas da complexa  e tão bem articulada trama composta   com 761 páginas da minha primeira edição.  Apenas alinhavei alguns aspectos, bem aligeirados desse livro, que eu conheci antes de sair publicado, e que volto a ele, descobrindo sempre e sempre algo novo, que me fascina  e  me  conduz  a  proclamar ser Nélida Piñon, uma das vozes significativas da cultura literária da atualidade.

 

Dalma Nascimento

Texto publicado em 31 de janeiro de 2022,

postagem ao Focus Portal Cultural do editor Alberto Araújo




(Trilha sonora para essa postagem)



domingo, 30 de janeiro de 2022

RELAÇÃO DOS 10 IMPORTANTES CRONISTAS BRASILEIROS. OS ESCRITORES QUE SE DESTACARAM PELA VARIADA PRODUÇÃO LITERÁRIA









MACHADO DE ASSIS

 

O Bruxo de Cosme Velho tem lugar garantido em uma seleção dos cronistas brasileiros. Ele molhava a sua pena na tinha da melancolia e na tinta da galhofa. Tido, equivocadamente, como alienado das questões sociais de seu tempo, ele abordou, ironicamente, os descalabros da política, a infâmia da escravidão e as mazelas sociais do século 19, com um olhar oblíquo e dissimulado.



 

CLARICE LISPECTOR

 

Ao comentar as crônicas de Clarice Lispector, Rubem Braga dizia que ela "só era boa em livro". Mas o mestre do gênero se equivocou. Não percebeu que ela inventou uma espécie de subgênero dentro do gênero: a crônica metafísica. A partir de situações triviais, Clarice pode lançar o leitor a grandes voos de lirismo. Como ela mesma disse, a beleza é o nosso elo com o infinito.

 



 

CECÍLIA MEIRELES

 

A poesia de Cecília é pura música. E ela imprimiu as qualidades de sua poesia na vasta obra de cronista espalhada pelos jornais. A sua prosa é marcada pelo ritmo, a musicalidade e o lirismo delicado.

 





RUBEM BRAGA

 

Despretensiosamente, ele promoveu sozinho uma espécie de Semana de Arte Moderna na crônica ao radicalizar na subjetividade e inventar novas maneiras de cultivar o gênero: a carta, a divagação vagamente filosófica, o poema em prosa. Guimarães Rosa dizia que os escritores deviam construir catedrais e não fazer biscoitos, mas se rendeu aos biscoitos finos produzidos por Rubem Braga para os jornais, em dramática contagem regressiva contra o ponteiros dos relógios.





 

LIMA BARRETO

 

Ele é, em certo sentido, o anti-Machado de Assis, a quem recriminava como "autor para moças prendadas". Lima Barreto assumia a condição de "mulato, pobre e livre". Com um estilo direto e coloquial, ele criticou, com observações de senso crítico agudo, as desigualdades sociais do século 19. Exercitava o artigo leve na forma, mas incisivo no conteúdo.

 





NELSON RODRIGUES

 

Reconhecido na condição de mais importante autores do teatro brasileiro, Nelson é, também, um dos mais inspirados cronistas tanto no campo dos costumes, da cultura quanto do futebol. Dramaturgo da cabeça aos sapatos, ele promove uma mistura desconcertante de drama e humor contundente. Ele inovou o gênero ao inventar personagens célebres tais como O Idiota da objetividade, O Cretino Fundamental, A Granfina com Narinas de Cadáver, o Sobrenatural de Almeida e o Gravatinha.


 

PAULO MENDES DE CAMPOS

 

Ele tinha pretensões de ser poeta, considerava a crônica um ofício menor, mas acabou se transformando em um dos melhores cronistas brasileiros, com um texto elegante, fluído e lírico.



 

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 

O mais importante poeta brasileiro também merece figurar na seleção dos cronistas. A sua produção é vasta e desigual. Drummond guardava o essencial para a poesia, mas escreveu belíssimas crônicas, em um estilo, ao mesmo tempo, moderno e clássico, quase machadiano. Inovou no gênero ao fazer crônicas em versos, reunidas na série Versiprosa.



 

VINICIUS DE MORAES

 

Poeta, compositor e cronista Vinicius de Moraes como tantos outros nomes de primeira linha do modernismo brasileiro, Vinicius de Moraes escreveu crônicas para garantir a sobrevivência. Sem chegar a ser um cronista original, ele desfilou a condição de craque com um estilo impecável, combinando leveza, senso de humor e lirismo.






 

JOÃO DO RIO

 

O nome verdadeiro dele era João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto. Esquadrinhou o Rio de Janeiro, com instinto de repórter, a errância do boêmio e o instinto do repórter. As suas crônicas são carregadas de finas observações e lirismo requintado.




FONTE:

https://www.correiobraziliense.com.br/ 



sábado, 29 de janeiro de 2022

O CASAL ZENEIDA APOLÔNIO SEIXAS E PAULO SEIXAS EM VIAGEM CULTURAL: I FESTIVAL DE VERÃO DE CAMPOS DO JORDÃO EM 13 DE JANEIRO DE 2022

 


Amigos, o BLOG de hoje, 29 de janeiro de 2022 é muito especial! Sabem por quê? Nele está inserido todo o nosso carinho e ternura, sim, através da graciosidade, simpatia e consideração a nós atribuídos. Trata-se da viagem cultural ao I Festival de Verão de Campos do Jordão feita pela nossa CE ZENEIDA APOLÔNIO SEIXAS e seu esposo PAULO SEIXAS. Os companheiros chegaram recentemente da memorável viagem, onde passaram praticamente uma semana e tão logo nos cederam às fotos, (vejam estão inseridas dentro do post). Certamente, alguém vai perguntar, mas são somente, fotos? Qualquer pessoa em uma viagem pode fazer fotos. No entanto, responderei, o que nos comoveu não são as fotos em si, o que nos impressionou foi a sua simpática graciosidade em nos contar do seu passeio, em estima, o carinho, que estava por trás da sua generosidade e consideração. Tudo começou assim: A companheira Zeneida postou humildemente, as fotos e a mensagem, no Foculistas, grupo de administro, eram 18h06min. “Alberto Araújo estava desde o dia 13 até ontem 27-01-22 em Campos do Jordão. Parando num lindo comércio de móveis e cristais, Paulinho me mostrou um monumento. Dizendo que Monteiro Lobato morou por vários anos naquele imóvel. Fiquei surpresa por ser uma pessoa importante na vida das crianças. Abraços, amigo. Zeneida.”

Pelo valor de sua afeição, estou aqui, comovido e feliz por ter em nosso convívio uma pessoa que está sempre participando de nossas interações. Podem observar que todos os dias, claro, quando tem uma disponibilidade, mas ela está lá com o seu coração enorme, junto, toda a sua bondade e carisma. Aos que não a conhecem, através deste “post” posso até tentar falar alguma coisa, sim, vou fazer isso, agora mesmo. ZENEIDA APOLÔNIO SEIXAS é uma personalidade importantíssima em nosso meio cultural. Há anos labuta em todas as esferas culturais, tem registrado a sua participação de inúmeros projetos culturais e sociais. Faz parte dos quadros acadêmicos como primeira secretária do Elos Clube de Niterói, instituição presidida, brilhantemente, pela doutora Márcia Maria de Jesus Pessanha. Também, Zeneida, em sua bagagem cultural já foi presidente da Casa da Amizade das Senhoras Rotarianas, por um ano, essa instituição é reconhecida pela sua qualidade em distribuir afetividades no lado social de nossa cidade. São muitas as rotarianas, todas têm feito trabalhos magníficos, acredito, que nem o corona vírus as fez pararem com as suas ações de altruísmo, por certo, sou sabedor que em plena pandemia, estavam lá, levando consolo e afetividade aos contaminados pela infame peste chinesa. O que mais posso falar sobre a CE Zeneida, é membro da UBT (União Brasileira dos Trovadores), UNIVERTI (Universidade da Terceira Idade), essas duas instituições são presididas pelo intelectual Dr. Waldenir de Bragança e com excelência tem as suas assinaturas em todos os umbrais das iminentes instituições, pois com toda a sua força administrativa foi o sócio fundador de ambas. Zeneida também é membro da ANE (Associação Niteroiense de Escritores). Ah! Na área profissional administrativa é formada em ENFERMAGEM e por muitos anos dirigiu instituições como Enfermeira Chefe, é daí que ficou “gravado” o seu amor e carinho no atendimento às pessoas. Também, tem um lado muito bonito de Zeneida com os colegas de labutas na cultura. Pode escrever aí em letras garrafais, pois, sempre que a diva Neide Barros Rêgo – (diretora do Centro Cultural Maria Sabina, instituição que tem o seu nome plasmado no panorama da cultura fluminense, há 60 anos) a convida para declamar poesias em seus projetos de Recitais de poesias, está pronta para atender ao chamado de Neide. Por inúmeras vezes já a vi declamando poesias. Recentemente, fiz um recorte da sua interpretação da poesia: A ENFERMEIRA de autoria de J. G. DE ARAÚJO JORGE, aos que quiserem assistir, está aí o link de sua apresentação. https://youtu.be/8B39jTupQeI

Pois é, a companheira Zeneida Apolônio Seixas tem um histórico lindo! Tem uma alegria constante e imensurável.  Pessoa de nossa estima, amamos e a respeitamos muito! Por vezes, durante as Lives em que está participando, ela sempre me cumprimenta, e ainda manda uma mensagem de carinho, à minha musa. Talvez, nunca soube, é aí que ela me “quebra” todo, pois quem tem simpatia pela minha esposa Shirley, tem o meu coração inteiro nas mãos, certamente, todo o amor e dedicação que tenho proferido todos esses anos através da cultura, está por trás todo o amor que dedico a esse ser humano. Outra coisa relacionada em amizade algo deste post, a Shirley Araújo, a musa de o meu caminhar e a Zeneida Seixas são amigas há anos, trabalharam juntas, na área médica administrativa.  Então dedico essa postagem a essas simpáticas companheiras.

 


SOBRE O I FESTIVAL DE VERÃO DE CAMPOS DO JORDÃO


O Festival de Campos do Jordão, reconhecido como o maior evento de música clássica da América Latina, passa, a partir de 2022, a acontecer também no Verão — além de manter a tradicional agenda artístico-pedagógica no Inverno, em julho — e terá um novo formato. Ao longo de três semanas, entre 22 de janeiro e 13 de fevereiro, o 1º Festival de Verão de Campos do Jordão oferecerá mais de 50 apresentações musicais divididas em dois eixos (Música Popular Instrumental e Música Erudita Contemporânea), além de contar com um núcleo pedagógico em formato original, pensado para contemplar as particularidades destes diferentes campos artísticos.

Os concertos acontecerão em três palcos: no recém-criado Parque Capivari (onde ocorrem a abertura e o encerramento do Festival), no Palácio Boa Vista e no tradicional Auditório Claudio Santoro, localizado no Museu Felícia Leirner. Depois do sucesso das transmissões ao vivo inauguradas no 51º Festival de Inverno, em julho de 2021, a edição de Verão seguirá com os concertos exibidos no YouTube do evento e também na plataforma #CulturaEmCasa, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Serão ao todo 22 apresentações, que poderão ser acompanhadas gratuitamente pelos canais digitais.

O 1º Festival de Verão de tem direção executiva de Marcelo Lopes, direção artística de Arthur Nestrovski, curadoria artística de Mônica Salmaso (Música Popular Instrumental) e Clarice Assad (Música Erudita Contemporânea), e coordenação artístico-pedagógica de Daniel D’Alcantara (Música Popular Instrumental) e Ricardo Bologna (Música Erudita Contemporânea).

Com este novo formato, o Governo do Estado de São Paulo busca ampliar este já tradicional evento — tanto no que diz respeito à época de sua realização, potencializando a capacidade turística do Vale do Paraíba, quanto a seu aspecto conceitual, abraçando linguagens e formatos musicais explorados com menor frequência no Festival de Inverno (que em 2022 chegará à 52º edição).

O eixo de Música Popular Instrumental tem curadoria da cantora paulistana Mônica Salmaso, reconhecida como uma das grandes intérpretes da MPB. Nomes como Paula Lima (que abre o evento ao lado da SP Big Band, dia 22/01), João Bosco, Sujeito a Guincho, Mestrinho, Guinga, João Camarero, Cristóvão Bastos, Thiago Amud, Dori Caymmi e André Mehmari (com participação da própria Mônica Salmaso) estão entre as apresentações programadas para o Auditório Claudio Santoro e o Parque Capivari.

A cantora, compositora e instrumentista carioca Clarice Assad (radicada em Chicago), um dos grandes expoentes da música de concerto dos dias de hoje, é a responsável pelo eixo de Música Erudita Contemporânea do Festival. Entre as atrações escaladas por ela estão a cantora indiana Varijashree Venugopal; o norte-americano Derek Bermel (compositor convidado desta edição) com o Trio Arquè; os conjuntos Percorso Ensemble, Desvio, Martelo e São Paulo Chamber Soloists; o violonista Fábio Zanon; e Arrigo Barnabé, que apresenta no Festival um show comemorativo de seus 70 anos de idade.

A SP Big Band e o Percorso Ensemble serão os grupos residentes deste 1º Festival de Verão de Campos do Jordão, com atuação distribuída entre concertos, aulas e masterclasses. Todas as apresentações seguirão respeitando rigorosamente os protocolos de segurança e saúde, bem como as restrições em vigor na cidade.

MÓDULO PEDAGÓGICO

O 1º Festival de Verão receberá ao todo 70 alunos de 16 a 30 anos, divididos em três modalidades: Instrumento, Canto Popular e Composição. Serão oferecidas também seis masterclasses na cidade de Campos do Jordão, onde os bolsistas irão se hospedar e estudar. As aulas para os estudantes selecionados serão distribuídas entre os cursos de Big Band, Ensemble Popular e Ensemble Contemporâneo. O músico Daniel D’Alcantara é o responsável pela Coordenação Pedagógica de Música Popular Instrumental, e Ricardo Bologna (Timpanista Solista da Osesp e regente) fica a cargo da Coordenação Pedagógica de Música Erudita Contemporânea. Dentre os professores desta edição, destacam-se, no eixo Erudito Contemporâneo: integrantes da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, como Peter Pas (viola), Pedro Gadelha (contrabaixo), Rubén Zúñiga (percussão) e Liuba Klevtsova (harpa); o violonista Fabio Zanon; e o pianista Horácio Gouvêa, entre outros. No eixo dedicado às Big Bands e ao Ensemble Popular, teremos nomes como Nelson Ayres (regência), Nailor Proveta (clarinete/saxofone), Tatiana Parra (canto), Paulo Malheiros (trombone), Toninho Carrasqueira (flauta) e Vanessa Moreno (canto), só para citar alguns.











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JOÃO BOSCO QUARTETO | Festival de Verão de Campos do Jordão 2022








AH QUEREM UMA LUZ MELHOR QUE A DO SOL! | POEMA DE FERNANDO PESSOA COM NARRAÇÃO DE MUNDO DOS POEMAS





AH QUEREM UMA LUZ MELHOR QUE A DO SOL! | POEMA DE FERNANDO PESSOA COM NARRAÇÃO DE MUNDO DOS POEMAS

 

 

Ah querem uma luz melhor que a do sol!

Querem campos mais verdes que estes!

Querem flores mais belas que estas que vejo!

A mim este sol, estes campos, estas flores contentam-me.

Mas, se acaso me descontento,

O que quero é um sol mais sol que o sol,

O que quero é campos mais campos que estes prados,

O que quero é flores mais estas flores que estas flores —

Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!

Aquela coisa que está ali estava mais ali que ali está!

Sim, choro às vezes o corpo perfeito que não existe.

Mas o corpo perfeito é o corpo mais corpo que pode haver,

E o resto são os sonhos dos homens,

A miopia de quem vê pouco,

E o desejo de estar sentado de quem não sabe estar de pé.

Todo o cristianismo é um sonho de cadeiras.

E como a alma é aquilo que não aparece,

A alma mais perfeita é aquela que não apareça nunca —

A alma que está feita com o corpo

O absoluto corpo das coisas,

A existência absolutamente real sem sombras nem erros

A coincidência exata (e inteira) de uma coisa consigo mesma.

 

12-4-1919

“Poemas Inconjuntos”. Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994.  - 145.

1ª versão inc.: Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luís de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946.

 

 

POSTAGEM ORIGINAL

https://youtu.be/hQ7YEDwoOFI

 

 

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS COMEMORA 125 ANOS E ENTREGA PRÊMIO MACHADO DE ASSIS

 



A Academia Brasileira de Letras é uma das mais antigas entidades culturais do Brasil. Foi fundada há 125 anos por grandes nomes da literatura nacional. E, neste artigo, falo um pouco sobre a origem, ocupantes das 40 cadeiras e curiosidades da ABL.

 

O QUE É A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

 

A Academia Brasileira de Letras é uma instituição literária centenária, fundada em 20 de julho de 1897 pelos escritores de maior renome na época. São os fundadores: Machado de Assis, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Ruy Barbosa.

 

O objetivo da Academia Brasileira de Letras, ou simplesmente ABL, é o cultivo da língua portuguesa e da literatura brasileira. Possui um total de 40 titulares efetivos perpétuos - que ocupam as famosas cadeira-, além de 20 estrangeiros (membros correspondentes). Desse total de efetivos, 25% devem morar na cidade onde é residida a ABL e a sede é na cidade do Rio de Janeiro.

 

ORIGEM E PRIMEIROS MEMBROS DA ABL

 

O surgimento da Academia Brasileira de Letras deu-se à partir da iniciativa de Lúcio de Mendonça, em 1896. Junto com Lúcio, demais fundadores e outros membros, as 40 cadeiras foram ocupadas.

 

Inicialmente, por falta de recursos financeiros, as reuniões da ABL ocorriam em alguns lugares provisórios, como no antigo Ginásio Nacional, no Salão Nobre do Ministério do Interior e no salão do Real Gabinete Português de Leitura.

 

Somente em 1904 passou a ter um espaço próprio, a ala esquerda do Silogeu Brasileiro, um prédio governamental.

 

OS MEMBROS FUNDADORES DA ACADEMIA E SUAS RESPECTIVAS CADEIRAS SÃO:

 

Luís Murat - Cadeira 1;

Coelho Neto - Cadeira 2;

Filinto de Almeida - Cadeira 3;

Aluísio de Azevedo - Cadeira 4;

Raimundo Correia - Cadeira 5;

Teixeira de Melo - Cadeira 6;

Valentim Magalhães - Cadeira 7;

Alberto de Oliveira - Cadeira 8;

Carlos Magalhães de Azeredo - Cadeira 9;

Ruy Barbosa - Cadeira 10;

Lúcio de Mendonça - Cadeira 11;

Urbano Duarte - Cadeira 12;

Visconde de Taunay - Cadeira 13;

Clóvis Beviláqua - Cadeira 14;

Olavo Bilac - Cadeira 15;

Araripe Júnior - Cadeira 16;

Sílvio Romero - Cadeira 17;

José Veríssimo - Cadeira 18;

Alcindo Guanabara - Cadeira 19;

Salvador de Mendonça - Cadeira 20;

José do Patrocínio - Cadeira 21;

Medeiros e Albuquerque - Cadeira 22;

Machado de Assis - Cadeira 23;

Garcia Redondo - Cadeira 24;

Franklin Dória - Cadeira 25;

Guimarães Passos - Cadeira 26;

Joaquim Nabuco - Cadeira 27;

Inglês de Souza - Cadeira 28;

Artur Azevedo - Cadeira 29;

Pedro Rabelo - Cadeira 30;

Guimarães Júnior - Cadeira 31;

Carlos de Laet - Cadeira 32;

Domício da Gama - Cadeira 33;

Pereira da Silva - Cadeira 34;

Rodrigo Otávio - Cadeira 35;

Afonso Celso - Cadeira 36;

Sílva Ramos - Cadeira 37;

Graça Aranha - Cadeira 38;

Oliveira Lima - Cadeira 39;

Eduardo Prado - Cadeira 40

 

COMO SER UM MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

 

Na teoria, para se tornar membro da Academia, de acordo com o estatuto, é estabelecido que "para alguém candidatar-se é preciso ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da literatura, obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livros de valor literário".

 

Todavia, não é tão fácil como parece. Em primeiro lugar, o cargo ocupado pelos atuais membros é vitalício, inspiração vinda da Academia Francesa. Além do mais, são selecionados aqueles que possuem vasta carreira literária ou influência/importância política. Não obstante, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney ocupam as Cadeiras 36 e 38, respectivamente. Este último, por sinal, é o membro mais antigo da Academia, posição ocupada desde 1980.

 

GRANDES NOMES QUE FORAM "ESQUECIDOS"

 

Apesar de ser recheada de grandes nomes ao longo dos mais de 125 anos, grandes nomes da literatura brasileira nunca ocuparam uma cadeira da Academia, tais como: Lima Barreto, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Graciliano Ramos, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, Erico Verissimo, Mário Quintana e Paulo Leminski.

 

O QUE A ABL FAZ NA ATUALIDADE

 

Recheada de controvérsias e críticas, atualmente, a Academia ainda preza pelos mesmos valores da época de sua fundação: uma instituição cultural com o objetivo de cultuar a língua e literatura nacional.

 

De acordo com a própria Academia, a função de cada um dos imortais é preservar a língua e a literatura brasileiras. Isso acontece por meio de reuniões recorrentes, nas quais os escritores discutem as atividades a serem realizadas pela ABL durante o ano, como palestras, oficinas e círculos literários.

 

Prêmios entregues pela entidade

Desde 1909 a ABL agracia personalidades com prêmios literários. E, desde 1998, a partir da aprovação da reforma regimental, a Academia passou a conceder, todos os anos os prêmios:

 

Prêmio Machado de Assis, para conjunto de obras;

Prêmio ABL de Poesia;

Prêmio ABL de Ficção;

Prêmio ABL de Ensaio e

Prêmio ABL de Literatura Infanto-juvenil.

 

Recentemente foram criados os Prêmios ABL de Tradução e ABL de História e Ciências Sociais. Com outras periodicidades, há a distribuição de outras premiações.


CLICAR NO LINK PARA LER A POSTAGEM

https://focusportalcultural.blogspot.com/2017/07/academia-brasileira-de-letras-comemora.html

 


 


III SEMANA DAS LETRAS DE 07 DE FEVEREIRO A 11 DE FEVEREIRO DE 2022. IMPERDÍVEL!

 




 III Semana de Letras 07 a 11/02 - das 20h às 22h

Lista de presença e certificado:

Link da inscrição no final da programação.

07/02  - 20h às 21h - Renato Cardoso -Centenário da Semana de Arte Moderna (1922/2022)

07/02  - 21h às 22h -   Kátia Rodrigues - Escrever e Ler: um Direito de Todos

08/02  - 20h às 21h -  Cláudia Almeida - Políticas públicas para educação: Uma crítica às falhas desse processo.

08/02 - 21h às 22 - Barbara Santos -  Políticas públicas para educação e qual o processo para criação eficaz.

09/02 - 20h às 21h - Jordão Pablo de Pão: Afinal, o que fazem as Academias de Letras?

09/02  - 21h às 22 - Ligia Helena Carvalho - A importância do incentivo à escrita e à leitura na escola.

10/02  - 20h às 21h - Carlos Henrique - Educomunicação no século XXI - Google Docs na prática

10/02  - 21h às 22h- Alberto Rodrigues -  Literatura Preto Brasileira

11/02  - 20h às 21 - Alan Dalles - SAM1922/100 anos: uma reflexão

11/02  - 21h às 22h - Rita Macedo - Pedagogia: OE um grande desafio para 2022.

Sua inscrição aqui

https://forms.gle/YTF8L3wTUWg44BkM7

[19:15, 28/01/2022] Pablo Jordão Acadêmico: Gente querida, estou com muita alegria fazendo parte da Semana de Letras. Vem assistir às falas tão necessárias! #academiasdeletras