quinta-feira, 20 de julho de 2017

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS COMEMORA 120 ANOS E ENTREGA PRÊMIO MACHADO DE ASSIS.

 
 
Academia Brasileira de Letras
Foto: Focus Portal Cultural (acervo)
 
 
 
 
Fundada em 20 de julho de 1897 por um grupo de escritores, tendo à frente o mais importante deles na época, Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras (ABL) comemorou hoje (20) 120 anos, com uma solenidade no salão nobre do Petit Trianon, sede histórica da instituição, no centro do Rio. A secretária-geral da ABL, Nélida Piñon, oradora oficial do evento, destacou a história da Casa, fazendo referência aos objetos que contam sua trajetória desde 1897.
 
Cumprindo a tradição da ABL nas comemorações de seus aniversários, o atual presidente, Domício Proença Filho, leu o discurso pronunciado por Machado de Assis na sessão inaugural da Casa.
 
 
Na mesma solenidade, a ABL fez a entrega do Prêmio Machado de Assis 2017 ao historiador baiano João José Reis, considerado uma referência mundial para o estudo da história e da escravidão no século 19 no Brasil.

Reis, de 65 anos, tem diversos livros publicados, entre eles Liberdade por um Fio: História dos Quilombos no Brasil; Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês e A Morte é uma Festa, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura.
 
A comemoração dos 120 anos da ABL foi encerrada com uma apresentação do Quarteto de Cordas Rio de Janeiro, formado pelos músicos Ricardo Amado, violino; Andrea Moniz, violino; Dhyan Toffolo, viola; e Ricardo Santoro, violoncelo, seguida de um coquetel.
 
Atualmente, com uma de suas 40 Cadeiras vaga, a Academia já tem data marcada para a próxima eleição: 10 de agosto.
 
O favorito para a Cadeira 27, vaga desde a morte do professor, crítico literário e ex-ministro Eduardo Portella, em 2 de maio deste ano, é o poeta Antonio Cícero.
 
No dia seguinte (11) tomará posse o historiador Arno Wehling, que em março venceu Cícero por 18 votos a 15 na disputa pela Cadeira 37, vaga com o falecimento do poeta Ferreira Gullar, em dezembro do ano passado.
 
 
 
Acadêmicos da Academia Brasileira de Letras
 
 
ATUAL DIRETORIA
 
 
 
Presidente - Domício Proença Filho
Secretária-Geral - Nélida Piñon
Primeira-Secretária - Ana Maria Machado
Segundo-Secretário - Merval Pereira
Tesoureiro - Marco Lucchesi
 
 
 
ACADÊMICOS ATUAIS
1 - Ana Maria Machado
2 - Tarcísio Padilha
3 - Carlos Heitor Cony
4 - Carlos Nejar
5 - José Murilo de Carvalho
6 - Cícero Sandroni
7 - Nelson Pereira dos Santos
8 - Cleonice Berardinelli
9 - Alberto da Costa e Silva
10 - Rosiska Darcy de Oliveira
11 - Hélio Jaguaribe
12 - Alfredo Bosi
13 - Sérgio Paulo Rouanet
14 - Celso Lafer
15 - Marco Lucchesi
16 - Lygia Fagundes Telles
17 - Affonso Arinos de Mello Franco
18 - Arnaldo Niskier
19 - Antonio Carlos Secchin
20 - Murilo Melo Filho
21 - Paulo Coelho
22 - João Almino
23 - Antônio Torres
24 - Geraldo Carneiro
25 - Alberto Venancio Filho
26 - Marcos Vilaça
27 -
28 - Domício Proença Filho
29 - Geraldo Holanda Cavalcanti
30 - Nélida Piñon
31 - Merval Pereira
32 - Zuenir Ventura
33 - Evanildo Cavalcante Bechara
34 - Evaldo Cabral de Mello
35 - Cândido Mendes
36 - Fernando Henrique Cardoso
37 - Arno Wehling
38 - José Sarney
39 - Marco Maciel
40 - Edmar Bacha

 
Academia Brasileira de Letras
 

A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição cultural inaugurada em 20 de julho de 1897
 
e sediada no Rio de Janeiro, cujo objetivo é o cultivo da língua e da literatura nacionais.
 
Compõe-se a ABL de 40 membros efetivos e perpétuos, e 20 sócios correspondentes estrangeiros.
 
 
No fim do século XIX, Afonso Celso Júnior, ainda no Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República, manifestaram-se a favor da criação de uma academia literária nacional, nos moldes da Academia Francesa. O êxito social e cultural da Revista Brasileira, de José Veríssimo, daria coesão a um grupo de escritores e, assim, possibilidade à ideia.
 
Lúcio de Mendonça teve, então, a iniciativa de propor uma Academia de Letras, sob a égide do Estado, que, à última hora, se escusaria a tal aventura de letrados. Constituiu-se então, como instituição privada independente, a Academia Brasileira de Letras.
 
As primeiras notícias relativas à fundação da ABL foram divulgadas a 10 de novembro de 1896, pela Gazeta de Notícias, e, no dia imediato, pelo Jornal do Commercio. Teriam início as sessões preparatórias: na primeira, às três da tarde de 15 de dezembro, na sala de redação da Revista Brasileira, na Travessa do Ouvidor, nº 31, Machado de Assis foi desde logo aclamado presidente.
 
A 28 de janeiro do ano seguinte, teria lugar a sétima e última sessão preparatória, à qual compareceram, instituindo a Academia: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay. Também Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães, também presentes às sessões anteriores, e ainda Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte, que aceitaram o convite e a honra.
 
Eram trinta membros. Havia mister completar os quarenta, como na Academia Francesa. Assim fizeram os presentes, elegendo os dez seguintes: Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Os Estatutos foram assinados por Machado de Assis, presidente; Joaquim Nabuco, secretário-geral; Rodrigo Otávio, 1º secretário; Silva Ramos, 2º secretário; e Inglês de Sousa, tesoureiro.
 
A 20 de julho de 1897, numa sala do museu Pedagogium, à Rua do Passeio, realizou-se a sessão inaugural, com a presença de dezesseis acadêmicos. Fez uma alocução preliminar o presidente Machado de Assis. Rodrigo Otávio, 1º secretário, leu a memória histórica dos atos preparatórios, e o secretário-geral, Joaquim Nabuco, pronunciou o discurso inaugural.

 
 
 
 
Discurso de Machado de Assis
 
 
 
 
 
20 de julho de 1897
 
Senhores,
 
Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.
 
Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância.
 
A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloquência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure.
 
Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta a sessão.
 
 
 
 
SOBRE O PRÊMIO MACHADO DE ASSIS 2017
 

 
 
 
 
 
 
A Academia Brasileira de Letras anunciou no dia 29 de junho, quinta-feira, logo após sua reunião ordinária, o vencedor do Prêmio Machado de Assis de 2017, o historiador baiano João José Reis, considerado uma referência mundial para o estudo da História e da escravidão no século XIX no Brasil.
 
O Presidente da ABL, Acadêmico e professor Domício Proença Filho, logo após a divulgação do nome do vencedor, informou que João José Reis recebeu o prêmio em solenidade no Salão Nobre do Petit Trianon, no dia 20 de julho, quinta-feira, quando a Academia esteve comemorando seus 120 anos de fundação.
 
 
Saiba mais
 
 
João José Reis é um dos mais importantes historiadores do Brasil e autor de diversos livros publicados, dentre eles A morte é uma festa, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura.
 
 
Graduado em História pela Universidade Católica de Salvador, João José Reis tem mestrado e doutorado pela Universidade de Minnesota e diversos pós-doutorados, que incluem a Universidade de Londres, o Center for Advanced Studies in the Behavioral Sciences, da Universidade de Stanford, e o National Humanities Center.
 
Também foi professor visitante das seguintes universidades: Universidade de Michigan, Universidade Brandeis, Universidade de Princeton, Universidade do Texas e Universidade de Harvard. Atualmente é professor titular do departamento de História da Universidade Federal da Bahia.
 
 
 
APOIO NA DIVULGAÇÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE:
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário