Alberto Araújo, Lênio Araújo e Antônio Soares
Homenagem
do Focus Portal Cultural ao Recanto Musical do Lênio Araújo, espaço harmonioso
que, pela sua dedicação e entusiasmo vem mantendo acesa a chama da verdadeira
música popular brasileira. Esta revista cultural parabeniza a todos os artistas
intérpretes e compositores que se apresentam no fervoroso recinto, com isso fazendo
da modesta casa um lume resistente da nossa cultura.
Lênio Araújo interpreta a música
Ontem ao Luar de Catulo da Paixão Cearense
e Pedro de Alcântara
Caros
foculistas, este post é para vocês que tem no coração um lugar reservado para a boa
música. No Fonseca, existe o RECANTO MUSICAL DO LÊNIO ARAÚJO, que vai do
excelente chorinho, passando pelo samba de raiz, acasalando-se as composições
dos artistas de alma seresteira, incluindo a poesia lírica, isso é primoroso
para enternecer o coração dos românticos enamorados. O
RECANTO MUSICAL LÊNIO ARAÚJO fica pequeno com tantos talentos. O espaço oferece a seguinte programação:
Palco do Recanto da Música do Lênio Araújo
AOS
DOMINGOS:
SERESTA
- os seresteiros fazem show para receber os
convidados especiais, o evento acontece sempre aos domingos de cada mês, a partir
das 17 horas. Esse programa promove um excelente espetáculo, com diversos
artistas interpretando o melhor da música brasileira.
Com
violas, violões, um grupo de cantores e pronto, está formado uma seresta para
as noites niteroienses do passado, com polcas, boleros e muitas, mas muitas
músicas populares mesmo carregadas por letras sentimentais. Grandes intérpretes
da música brasileira se apresentaram: Ronaldo do Bandolim, Marcílio Lopes (TANAKA),
Joel Nascimento, Manoel do Bandolim, Son Lemos do Bandolim, Toninho do
Nascimento e outros.
TODAS
AS SEGUNDAS-FEIRAS:
É a
vez do CHORINHO, o gênero de música popular e instrumental brasileira,
que surgiu no Rio de Janeiro em meados do século XIX. Aliás, é considerado como
a primeira música urbana tipicamente brasileira e ao longo dos anos se
transformou em um dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional,
reconhecido em excelência e requinte.
A
composição instrumental dos primeiros grupos de choro era baseada na trinca
flauta, violão e cavaquinho - a esse núcleo inicial do choro também se chamava
pau e corda, por serem de ébano as flautas usadas -, mas com o desenvolvimento
do gênero, outros instrumentos de corda e sopro foram incorporados.
Antônio Soares e Lênio Araújo
interpretando ao música Ontem ao Luar
O
choro é visto como o recurso do qual se utilizou o músico popular para
executar, ao seu estilo, a música importada e consumida nos salões e bailes da
alta sociedade do Império a partir da metade do século XIX. Sob o impulso
criador e improvisado dos chorões, logo a música resultante perdeu as
características dos seus países originários e adquiriu feições genuinamente
brasileiras. A improvisação é condição
básica do bom chorão, termo ao qual passou a ser conhecido ao músico integrante
do choro, bem como requer uma alta virtuosidade de seus intérpretes, cuja
técnica de composição não deve dispensar o uso de modulações imprevistas e
armadas com o propósito de desafiar e a capacidade ou o senso polifônico dos
acompanhantes. Além disso, admite uma grande variedade na composição
instrumental de cada conjunto e comporta a participação de um grande número de
participantes, sem prefixar seu número.
Os
primeiros conjuntos de choro surgiram por volta da década de 1870, nascidos nas
biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas. O
flautista e compositor Joaquim Antônio da Silva Calado, os pianistas Ernesto
Nazaré e Chiquinha Gonzaga, e o maestro Anacleto de Medeiros compuseram
quadrilhas, polcas, tangos, maxixes, xotes e marchas, estabelecendo os pilares
do choro e da música popular carioca da virada do século XIX para o século XX,
que com a difusão de bandas de música e do rádio foi ganhando todo o território
nacional. Herdeiro de toda essa tradição
musical, Pixinguinha consolidou o choro como gênero musical, levando o
virtuosismo na flauta e aperfeiçoando a linguagem do contraponto com seu
saxofone e organizou inúmeros grupos musicais, tornando-se o maior compositor
de choro.
Antônio Soares(ASO), Alberto Araújo e Lênio Araújo
UM
POUCO SOBRE SERESTA
Seresta
foi um nome surgido no século XX, no Brasil, para rebatizar a mais antiga
tradição de cantoria popular das cidades: a serenata. Ato de cantar canções de
caráter sentimental à noite, pelas ruas, com parada obrigatória diante das
casas das namoradas, a serenata já apareceria descrita em 1505 em Portugal por
Gil Vicente. No Brasil, o costume das serenatas seria referido pelo viajante
francês Le Gentil de la Barbinais, de passagem por Salvador em 1717, ao contar
em seu livro Nouveau voyage autour du
monde que “à noite só se ouviam os tristes acordes das violas”, tocadas por
portugueses (espadas escondidas sob os camisolões) a passear “debaixo dos
balcões de suas amadas” cantando, de instrumento em punho, com “voz
ridiculamente terna”.
Jean-Ferdinand Denis foi um viajante, historiador e escritor francês especialista em História do Brasil. Foi administrador da Biblioteca de Santa Genoveva em Paris.
Outro
francês, o estudioso de literatura luso-brasileira Ferdinand Denis, registraria
em livro de 1826 que “gente simples,
trabalhadores, percorrem as ruas à noite repetindo modinhas comoventes, que não
se consegue ouvir sem emoção”. Com a transformação dessa modinha, a partir
do Romantismo, em canção sentimental típica das cidades em todo o Brasil alguns
poetas românticos foram compositores, outros tiveram seus versos musicados, tal
tipo de canto, transformado desde o séc. XVIII quase em canção de câmara, volta
a popularizar-se com a voga das serenatas acompanhadas por músicos de choro, a
base de flauta, violão e cavaquinho.
Influenciadas
pelas valsas, as modinhas têm então realçado seu tom de lamento na voz dos
boêmios e mestiços capadócios cantadores de serenatas, por isso chamado:
serenatistas e serenateiros. Assim, quando no séc. XX a serenata passa por
evolução semântica a seresta (para confundir agora sob esse nome, muitas vezes,
o ato de cantar com o gênero cantado), os cantores com voz apropriada ao
sentimentalismo de serenatas ou serestas transformam-se, finalmente, em
seresteiros.
PENSAMENTO DO FILÓSOFO PLATÃO
exposto em um banner no interior do
Recanto da Música Araújo.
A música dá uma alma ao universo,
alívio à natureza,
alegria e vida a tudo.
Restabelece a ordem e conduz a tudo
que é bom, justo e belo.
Platão
MENSAGEM DE AGRADECIMENTO
DO LÊNIO C. ARAÚJO
Ao editor do Focus Portal Cultural, Alberto Araújo.
Bom dia!
Queridos amigos,
Há dias estou procurando como ter palavras para agradecer aos elogios e manifestações de carinho dadas a mim e a todos os participantes da singela programação musical que mantemos há tantos anos por aqui. Fico lisonjeado!
Agradeço imensamente, de coração, e desejo que cada vez mais a revista FOCUS seja tocada pela nossa música brasileira de qualidade e a repercuta devido aos nossos grandes talentos nacionais.
Forte abraço!
Com carinho,
Lenio da Cunha Araujo.
Lenio da Cunha Araújo
é violonista, ativista cultural
e diretor do Recanto Musical Araújo.
APOIO CULTURAL
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