A SEMANA DE ARTE MODERNA, TAMBÉM CHAMADA DE SEMANA DE 22, ENTRE OS DIAS 13 E 17 DE FEVEREIRO DE 1922, NO TEATRO MUNICIPAL DA CIDADE DE SÃO PAULO
A Semana de Arte Moderna foi
Realizada no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna contou com
a participação de vários artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Considerado
por muitos estudiosos da literatura como um divisor de águas na cultura
brasileira, o evento provocou grandes e profundas transformações nas artes de
nosso país – que, a partir daquele momento, romperiam definitivamente com a
cultura europeia ao propor o abrasileiramento nas artes plásticas, na música e
na literatura. Começava uma busca incessante pela construção de uma identidade
genuinamente nacional, distante dos moldes europeus que pouco representava o
povo brasileiro.
Concretizada entre os dias 13 e 18 de
fevereiro de 1922, foi o evento que deu visibilidade para uma das escolas
literárias mais inovadoras e importantes da história da literatura brasileira –
o modernismo. Apesar das primeiras manifestações modernistas terem surgido em
São Paulo na década de 1910, foi apenas a partir de 1922 que o movimento ganhou
visibilidade fora da capital paulista, alcançando outras partes do país. A
ampla divulgação dos ideais modernistas deveu-se, principalmente, à Semana de
Arte Moderna.
O governador do estado de São Paulo
da época, Washington Luís, apoiou o movimento, especialmente por meio de René
Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro:
Plínio Salgado e Menotti Del Picchia, membros de seu partido, o Partido
Republicano Paulista. Cada dia da semana trabalhou um aspecto cultural:
pintura, escultura, poesia, literatura e música. O evento marcou o início do
modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX.
A Semana de Arte Moderna representou
uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade
criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da
vanguarda para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e
conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só
escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem
acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas,
esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos.
O evento foi aberto ao público, que
durante toda a semana pôde visitar o saguão do teatro e conferir uma exposição
de artes plásticas com obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina
Aita, Di Cavalcanti, Harberg, Brecheret, Ferrignac e Antonio Moya. Além da
exposição, foram realizados saraus com apresentação de conferências, leitura de
poemas, dança e música, participação dos escritores Graça Aranha, Menotti del
Picchia, Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, com execução de músicas de
Ernâni Braga e Villa-Lobos.
Vale ressaltar, que a Semana em si
não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor
histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de
um ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos
movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança.
Mário de Andrade (primeiro à
esquerda, no alto), Rubens Borba de Moraes (sentado, segundo da esquerda para a
direita) e outros modernistas em 1922, dentre os quais (não identificados)
Tácito, Baby, Mário de Almeida e Guilherme de Almeida e Yan de Almeida Prado.
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