A
Academia Brasileira de Letras é uma das mais antigas entidades culturais do Brasil.
Foi fundada há 125 anos por grandes nomes da literatura nacional. E, neste
artigo, falo um pouco sobre a origem, ocupantes das 40 cadeiras e curiosidades
da ABL.
O
QUE É A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
A
Academia Brasileira de Letras é uma instituição literária centenária, fundada
em 20 de julho de 1897 pelos escritores de maior renome na época. São os
fundadores: Machado de Assis, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac,
Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de
Melo, Visconde de Taunay e Ruy Barbosa.
O
objetivo da Academia Brasileira de Letras, ou simplesmente ABL, é o cultivo da
língua portuguesa e da literatura brasileira. Possui um total de 40 titulares
efetivos perpétuos - que ocupam as famosas cadeira-, além de 20 estrangeiros
(membros correspondentes). Desse total de efetivos, 25% devem morar na cidade
onde é residida a ABL e a sede é na cidade do Rio de Janeiro.
ORIGEM
E PRIMEIROS MEMBROS DA ABL
O
surgimento da Academia Brasileira de Letras deu-se à partir da iniciativa de
Lúcio de Mendonça, em 1896. Junto com Lúcio, demais fundadores e outros
membros, as 40 cadeiras foram ocupadas.
Inicialmente,
por falta de recursos financeiros, as reuniões da ABL ocorriam em alguns
lugares provisórios, como no antigo Ginásio Nacional, no Salão Nobre do
Ministério do Interior e no salão do Real Gabinete Português de Leitura.
Somente
em 1904 passou a ter um espaço próprio, a ala esquerda do Silogeu Brasileiro,
um prédio governamental.
OS
MEMBROS FUNDADORES DA ACADEMIA E SUAS RESPECTIVAS CADEIRAS SÃO:
Luís
Murat - Cadeira 1;
Coelho
Neto - Cadeira 2;
Filinto
de Almeida - Cadeira 3;
Aluísio
de Azevedo - Cadeira 4;
Raimundo
Correia - Cadeira 5;
Teixeira
de Melo - Cadeira 6;
Valentim
Magalhães - Cadeira 7;
Alberto
de Oliveira - Cadeira 8;
Carlos
Magalhães de Azeredo - Cadeira 9;
Ruy
Barbosa - Cadeira 10;
Lúcio
de Mendonça - Cadeira 11;
Urbano
Duarte - Cadeira 12;
Visconde
de Taunay - Cadeira 13;
Clóvis
Beviláqua - Cadeira 14;
Olavo
Bilac - Cadeira 15;
Araripe
Júnior - Cadeira 16;
Sílvio
Romero - Cadeira 17;
José
Veríssimo - Cadeira 18;
Alcindo
Guanabara - Cadeira 19;
Salvador
de Mendonça - Cadeira 20;
José
do Patrocínio - Cadeira 21;
Medeiros
e Albuquerque - Cadeira 22;
Machado
de Assis - Cadeira 23;
Garcia
Redondo - Cadeira 24;
Franklin
Dória - Cadeira 25;
Guimarães
Passos - Cadeira 26;
Joaquim
Nabuco - Cadeira 27;
Inglês
de Souza - Cadeira 28;
Artur
Azevedo - Cadeira 29;
Pedro
Rabelo - Cadeira 30;
Guimarães
Júnior - Cadeira 31;
Carlos
de Laet - Cadeira 32;
Domício
da Gama - Cadeira 33;
Pereira
da Silva - Cadeira 34;
Rodrigo
Otávio - Cadeira 35;
Afonso
Celso - Cadeira 36;
Sílva
Ramos - Cadeira 37;
Graça
Aranha - Cadeira 38;
Oliveira
Lima - Cadeira 39;
Eduardo
Prado - Cadeira 40
COMO
SER UM MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Na
teoria, para se tornar membro da Academia, de acordo com o estatuto, é
estabelecido que "para alguém candidatar-se é preciso ser brasileiro nato
e ter publicado, em qualquer gênero da literatura, obras de reconhecido mérito
ou, fora desses gêneros, livros de valor literário".
Todavia,
não é tão fácil como parece. Em primeiro lugar, o cargo ocupado pelos atuais
membros é vitalício, inspiração vinda da Academia Francesa. Além do mais, são
selecionados aqueles que possuem vasta carreira literária ou
influência/importância política. Não obstante, Fernando Henrique Cardoso e José
Sarney ocupam as Cadeiras 36 e 38, respectivamente. Este último, por sinal, é o
membro mais antigo da Academia, posição ocupada desde 1980.
GRANDES
NOMES QUE FORAM "ESQUECIDOS"
Apesar
de ser recheada de grandes nomes ao longo dos mais de 125 anos, grandes nomes
da literatura brasileira nunca ocuparam uma cadeira da Academia, tais como: Lima
Barreto, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Gilberto Freyre, Sérgio
Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Graciliano Ramos, Cecília Meireles,
Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, Erico Verissimo, Mário Quintana e Paulo
Leminski.
O
QUE A ABL FAZ NA ATUALIDADE
Recheada
de controvérsias e críticas, atualmente, a Academia ainda preza pelos mesmos
valores da época de sua fundação: uma instituição cultural com o objetivo de
cultuar a língua e literatura nacional.
De
acordo com a própria Academia, a função de cada um dos imortais é preservar a
língua e a literatura brasileiras. Isso acontece por meio de reuniões
recorrentes, nas quais os escritores discutem as atividades a serem realizadas
pela ABL durante o ano, como palestras, oficinas e círculos literários.
Prêmios
entregues pela entidade
Desde
1909 a ABL agracia personalidades com prêmios literários. E, desde 1998, a
partir da aprovação da reforma regimental, a Academia passou a conceder, todos
os anos os prêmios:
Prêmio
Machado de Assis, para conjunto de obras;
Prêmio
ABL de Poesia;
Prêmio
ABL de Ficção;
Prêmio
ABL de Ensaio e
Prêmio
ABL de Literatura Infanto-juvenil.
Recentemente
foram criados os Prêmios ABL de Tradução e ABL de História e Ciências Sociais.
Com outras periodicidades, há a distribuição de outras premiações.
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