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DO FOCUS PORTAL CULTURAL
PAINEL DA SAUDADE EM LOUVOR À MEMÓRIA
DE LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL NA
ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS.
PIMENTEL TIROU O CHAPÉU PARA OS COMPANHEIROS NO CÉU...
E AGORA TIRA PARA SÁVIO SOARES DE SOUSA.
E
do seu ambiente familiar e poético-literário ele PARTIU!. Retirou-se em plena
manhã de maio. É, tinha os olhos tristes! - mesmo assim, despediu-se de todos
os que ele amara aqui na terra. Isso mesmo! Todos que ele apreciou e apreciará
para toda eternidade. Foi triste! Mas
talvez tenha sido melhor assim.
O ROMPER do luzir da sua intensa alegria e dos versos que compunha -
antecipada hora em que o ponteiro e a cortina cerraram-se e escureceram-se as nossas horas de alegrias.
Foi o FIM... São coisas da vida! - pois,
o Criador o chamara para se juntar aos seus outros companheiros no CÉU...
PIMENTEL viajou primeiro para o Parnaso para
cumprimentar os poetas da Grécia antiga.
Foi tão festejado por eles. E
continuou o trajeto até o CÉU, onde
foi recebido por São Pedro. Lá encontrou todos os amigos e
coniventes da arte ou quem sabe de afetividade que partiram antes: Julio Cezar
Vanni, Gabriel Garcia Marquez, Rubens Alves, João Ubaldo Ribeiro, Ivan
Junqueira, Ariano Suassuna, Manoel de Barros e o português Vasco Graça Moura...
Lá, risonho e olhando lá de cima a Terra, presenteou nesse instante com o seu
posto, até então vitalício, de Poeta
Fluminense ao também haicaísta Sávio Soares de Sousa, para o representar e
falar de seus atos sodalícios naquela cátedra
Ofertou-lhe
a cátedra, não para que Sávio seja o seu substituto, uma vez que Pimentel com
seu coração amoroso e artista polivalente, é e será insubstituível. Porém, para
arvorar apenas a arte haicaísta para que
ela jamais seja esquecida e se torne algo brilhante, pulsante e secular entre
seus confrades.
Triste
leveza de uma partida como às vezes advém em uma estação de trem e cais. Houve
um impacto que se rompeu ao despedir-se
e ele, o grande Pimentel foi-se embora.
Detonou-se a comum cadência do viver.
No
entanto, ao seu lado houve momentos perfeitos, que não se perderão jamais. Algo bom ficou em nossas vidas. Ele está com
a paz, o sossego e a indefinível calma.
Nós
que ficamos, foi-nos permitido guardar os momentos bons e depois aderi-los ao
coração. Essa é a melhor forma de conservar as lembranças boas e após a
plenitude da amizade pousá-los na alma.
Temos
razões para sentir saudades: da convivência feliz e aberta, das falas
camaradas, do simples apertar de mãos. Com isso, percebíamos o ecoar da sua voz modulando as palavras
conhecidas e até as banais, mas que significavam sempre a certeza da segura
amizade.
Ficaram,
em nossa memória, as últimas vezes em que nos encontramos e sorrimos muito —
valeu a pena! Sentimos o cantar de uma ave haicaísta nas manhãs de domingo.
Depois,
pusemo-nos a colar todos os instantes de amizade no mais valioso recôndito dos
nossos peitos.
Sem
dúvida, não haverá outros verões, nos quais Pimentel venha a nos sorrir. E por
falar em verão, com ele se foram as cigarras e as andorinhas — flores e cantos.
Ah,
como valeu a pena, dizer: repouse em nosso ombro amigo e como foram felizes os
momentos de sua alegria.
Portanto,
lembremo-nos dos episódios dourados e digamos apenas a palavra: ADEUS. E,
quando o sopro ventilar nosso corpo e nos despertar, perceberemos que você não
estará mais aqui... Sentiremos SAUDADE, querido amigo Pimentel, a cada segundo,
a cada minuto, a cada hora..
E
com certeza o nosso consolo será escutar
seu nome, que nos chegará brilhando
em uma gota de orvalho e veremos, para sempre, o cintilar da sua
estrela...
By
© Alberto Araújo.
Niterói
(RJ), 19 de agosto de 2015.
Texto inspirado na exposição do Painel da Saudade em louvor à memória
de Luís Antônio Pimentel. Apresentado pelo escritor e acadêmico Sávio Soares de
Sousa na Academia Niteroiense de Letras, em 19 de agosto de 2015.
ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO
Marcia Pessanha
presidente da ANL em exercício.
Momento em que inicia o evento.
Wanderlino T. Netto sec. da ANL
orienta a Zuleika Hallais (esposa do homenageado)
a colocar o quadro de Pimentel na parede
juntos com os outros imortais que faleceram.
Paulo Roberto Cecchetti
curador e poeta
faz homenagem ao Pimentel.
Público presente a evento
frisando as duas moças,
Angela Backer Pimentel e Ana Cristina Pimentel
que são sobrinhas/netas de Pimentel.
Wanderlino T. Netto - sec. da ANL
momento em que faz homenagem ao Pimentel.
Ana Regina Seixas declamadora.
Antônio Soares- Aso
escritor e poeta.
Gentil da Costa Lima jornalista.
Gilda declamadora
Neide Barros Rêgo
declamadora e poetisa.
Zuleika Hallais esposa de Pimentel,
momento em que agradece a todos as homenagens.
Zuleila Hallais, Ana Cristina Pimentel,
Angela Backer Pimentel e Sávio Soares de Sousa.
Paulo Roberto Cecchetti, Zuleila Hallais, Ana Cristina Pimentel,
Angela Backer Pimentel, Sávio Soares de Sousa e
Márcia Pessanha.
Sávio Soares de Sousa, Paulo Roberto Cecchetti, Zuleila Hallais,
Alberto Araújo, Márcia Pessanha, Ana Cristina Pimentel,
Angela Backer Pimentel.
Luís
Antônio Pimentel para sempre estará inserido na memória da cidade de Niterói.
Um dos fundadores da Sociedade Fluminense de Fotografia e membro das academias
Fluminense e Niteroiense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de
Niterói, o jornalista é antes de tudo uma figura cativante. Além de periodista
é professor, folclorista, pesquisador, historiador, fotógrafo, haicaísta, ,
poeta e, principalmente, apaixonado por Niterói escreveu cerca de 15 livros.
Faleceu em 06 de maio de 2015 aos 103 anos, completos em 29 de março de 2012.
Pimentel,
que nasceu em Miracema, mudou-se para Niterói aos 2 anos e vive desde os 5 anos
na mesma casa. Na escola, aprendeu o ofício de entalhador e marceneiro e mostra
com orgulho a placa comemorativa feita na escola, que hoje adorna a escadaria
da Biblioteca Pública de Niterói. Em 1935, foi trabalhar em jornal.
Num
plantão de carnaval na Gazeta de Notícias, viu o anúncio de uma bolsa de estudo
no Japão. Foi para lá em 1937, único brasileiro em um bairro só de japoneses.
Na volta, trouxe seu livro Namida no kito, de 1940, o primeiro de um poeta de
língua portuguesa traduzido e publicado em japonês. Trouxe também a paixão pelo
haicai, pequenos poemas típicos do país.
Formou-se
em 1952, na terceira turma do curso de Jornalismo no Brasil. Seu patrono na
formatura é o mesmo da cadeira que ocupa na Academia Niteroiense de Letras
desde 1973, José do Patrocínio.
Obras:
Contos
do velho nippon (de 1940), 14
Igrejas que contam a história de Niterói (1986) Topônimos Tupis de Niterói,
um glossário de verbetes em tupi, de 1980. Foi ainda o jornalista mais antigo
em atividade, como colunista da área de cultura fluminense do jornal A Tribuna
desde a década de 1950.
APOIO CULTURAL
Parabéns, confrade Alberto Araújo, por mais um registro acadêmico. A nossa ANL, no futuro, terá - para outras gerações de acadêmicos e pesquisadores em geral - a memória viva da nossa Academia Niteroiense de Letras! Abç, PRCecchetti
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