quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL À ARTISTA BIBI FERREIRA. ETERNAMENTE, DIVA DOS MUSICAIS BRASILEIROS.

 
 

 
 
 
A atriz, cantora, apresentadora, diretora e compositora, Bibi Ferreira, diva dos musicais brasileiros. Filha de Procópio Ferreira, artista brilhou por décadas no teatro e nas telas faleceu em 13 de fevereiro de 2019, aos 96 anos, no Rio. Um dos maiores fenômenos artísticos do país. A artista faleceu em seu apartamento, no Rio. Admirada pelo público, adorada e respeitada pelos colegas, Bibi sempre manteve uma rotina discreta, evitando a exposição de detalhes de sua vida pessoal e raras eram suas aparições em eventos sociais.


 
Segundo amigos mais próximos, quando estava fora dos palcos, Bibi preferia passar o tempo em seu apartamento, no Bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Teve vários casamentos e apenas uma filha, que se chama Teresa Cristina. Artista multimídia, Bibi ao longo da carreira fez filmes, apresentou programas de TV, gravou discos e dirigiu shows. Tudo sem nunca abandonar o teatro, uma grande paixão.
A Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa informou que o velório vai ser no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia, aberta ao público, e ocorrerá de 10 às 15h. Depois, o corpo de Bibi deve ser cremado.
 
 
 
 
 
 
 
 
UM POUCO SOBRE BIBI FERREIRA
 
 
 
Abigail Izquierdo Ferreira nasceu em 1º de julho de 1922. Filha de um dos maiores nomes das artes cênicas do Brasil, o ator Procópio Ferreira (1889-1979), e da bailarina espanhola Aída Izquierdo.

 
Bibi é um apelido que ganhou ainda na infância. Estreou nos palcos com pouco mais de 20 dias de vida. Em cena, ela apareceu no colo da madrinha, Abigail Maia, em encenação de "Manhãs de sol", de Oduvaldo Vianna (1892-1972).

 
Em 1960, Bibi inaugurou a TV Excelsior com o programa ao vivo "Brasil 60", que levou à TV os maiores nomes do teatro. A atração mudaria de nome nos anos seguintes ("Brasil 61", depois "Brasil 62" e assim por diante).

 
Na mesma emissora, também apresentou o programa "Bibi sempre aos domingos". Em 1968, estrelou o musical "Bibi ao vivo" – com direção de Eduardo Sidney, o programa era transmitido do auditório da Urca.

 
Ainda nos anos 1960, Bibi estrelou outros dois dos musicais mais marcantes de sua carreira. O primeiro foi "Minha querida dama" ("My fair lady"), de Frederich Loewe e Alan Jay Lerner, adaptação de "Pigmaleão", de George Bernard Shaw. No espetáculo, atuou ao lado de Paulo Autran (1922-2007) e Jaime Costa (1897-1967).
 
 
O outro trabalho marcante foi "Alô, Dolly!" (Hello, Dolly!), versão da obra "The matcmaker", de Thornton Wilder, com Hilton Prado e Lísia Demoro.
 
 
Já na década de 1970, Bibi foi o principal nome de "O homem de La Mancha", musical de Dale Wasserman dirigido por Flávio Rangel e com letras adaptadas para o português por Chico Buarque.
 
 
A artista deixou ainda seu nome marcado na casa de shows Canecão, no Rio, ao dirigir o espetáculo "Brasileiro, profissão esperança", de Paulo Pontes e Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), produção inspirada na obra do compositor Antonio Maria.
 
 
No início, o show foi concebido em escala menor para ser apresentado em boates, com Ítalo Rossi e Maria Bethânia nos papéis centrais. Mas depois o musical foi reformulado e ampliado. Passou, então, a ser protagonizado por Paulo Gracindo e Clara Nunes, transformando-se em um dos maiores sucessos da história do Canecão.
 
 
Em 1975, Bibi recebeu o Prêmio Molière pela interpretação da personagem Joana, de "Gota d’água", de Paulo Pontes e Chico Buarque, montagem que ambientava a tragédia "Medeia", de Eurípedes, em um morro carioca.
 
 
No início dos anos 2000, Bibi Ferreira fez mais um trabalho impressionante ao interpretar a fadista Amália Rodrigues (1920-1999) no espetáculo "Bibi vive Amália".
Em seguida, Bibi apresentou dois recitais, "Bibi in concert" e "Bibi in concert pop", nos quais se apresentou acompanhada por orquestra e coral.
 
 
Foi enredo da Viradouro no Carnaval do Rio em 2003. Recentemente, teve a vida e obra contadas no espetáculo "Bibi, uma vida em musical", escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães, com direção de Tadeu Aguiar. Na montagem, a protagonista foi interpretada por Amanda Costa.
 
 
Em março de 2018, já aos 95 anos, Bibi foi assistir a uma apresentação do musical, então em cartaz em um teatro no Rio e fez o público se emocionar ao chorar cantando, da plateia e sem microfone, uma música de Edith Piaf (1915-1963).
 
 
A própria Bibi interpretou a cantora francesa com maestria em um musical de enorme sucesso no Brasil e em Portugal. O trabalho minucioso foi considerado tão perfeito que mesmo pessoas que conheceram Piaf se espantaram com o nível de semelhança.
 
 
Com o espetáculo, Bibi conquistou os principais prêmios do teatro nacional, como Molière, Mambembe, Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), Governador do Estado e Pirandello. Foram apenas alguns dos muitos prêmios que colecionou ao longo das décadas de carreira.
 
 
Aos 96 anos, a artista se retirou voluntariamente, de cena para preservar a saúde após três sucessivas internações.
 
 

De acordo com a nota, Bibi disse que não iria mais se apresentar nos palcos como atriz e/ou cantora. Tampouco daria entrevistas, nem mesmo por e-mail, como vinha fazendo nos últimos tempos. A artista faleceu em 13 de fevereiro de 2019, em seu apartamento, no Bairro do Flamengo, Rio de Janeiro.


 
 
 
 
 
 
Amigos foculistas, com Bibi Ferreira não faleceu apenas a atriz, cantora, produtora, com a artista morreu uma instituição, um símbolo nacional e uma suntuosa parte da história do teatro nacional. Magnânima personalidade brasileira.

 


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