domingo, 11 de julho de 2021

11 DE JULHO CELEBRAMOS 185 ANOS DO NASCIMENTO DE CARLOS GOMES O COMPOSITOR

 



ANTÔNIO CARLOS GOMES  nasceu em Campinas, 11 de julho de 1836 e faleceu em Belém, 16 de setembro de 1896 foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no renomado Teatro alla Scala, em Milão, na Itália.É o autor da ópera O Guarani e Patrono da Cadeira de número 15 da Academia Brasileira de Música. Teve o nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em 26 de dezembro de 2017.

Carlos Gomes ficou conhecido por Nhô Tonico, apelido com o qual assinava até em suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira, em uma humilde casa da Rua da Matriz Nova, em Campinas - SP. Foram seus pais Manuel José Gomes (Maneco Músico) e dona Fabiana Jaguari Gomes.

A vida de Antônio Carlos Gomes foi marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles formou a Banda Musical de Campinas, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos e, posteriormente, substituiria seu pai na direção do grupo. Desde cedo revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e, depois, por seu irmão, José Pedro de Sant'Ana Gomes, fiel companheiro das horas amargas.

É na banda do pai que Carlos Gomes, em conjunto com seus irmãos, executa as primeiras apresentações em bailes e em concertos. Nessa época alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria, costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.

Aos 15 anos de idade compôs valsas, quadrilhas e polcas. Aos 18 anos, em 1854, compôs a Missa de São Sebastião, sua primeira missa, repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compôs a modinha Suspiro d'Alma, com versos do poeta romântico português Almeida Garrett.

Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos com o pai. Ainda moço lecionava piano e canto, dedicando-se também com afinco ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi. Era conhecido também em São Paulo, onde frequentemente realizava concertos. Compôs o Hino Acadêmico, ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito de São Paulo. Aqui recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo Imperial Conservatório de Música poderia aperfeiçoar-se. Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.

Sua primeira ópera

Monumento a Carlos Gomes na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal de São Paulo. Observa-se a estátua de Carlos Gomes sentado ao topo do monumento.

Em 4 de setembro de 1861, estreou-se no Teatro Lyrico Fluminense A Noite do Castelo, o primeiro trabalho de fôlego de Antônio Carlos Gomes, baseado na obra de Antônio Feliciano de Castilho. Constituiu uma grande revelação e um êxito sem precedentes nos meios musicais do país. Carlos Gomes foi levado para casa em triunfo por uma entusiástica multidão, que o aclamava sem cessar. O imperador D. Pedro II, também entusiasmado com o sucesso do jovem compositor, agraciou-o com a Imperial Ordem da Rosa.

Carlos Gomes conquistou logo a Corte. Tornou-se uma figura querida e popular. Seus cabelos compridos eram motivo de comentários e até ele ria das piadas. Certa vez, viu um anúncio que fora emendado: de "Tônico para cabelos", fizeram "Tonico, apara os cabelos!".

A saudade de sua querida Campinas e de seu velho pai atormentava lhe o coração. Pensando também na sua amada Ambrosina, com quem namorava, moça da família Correia do Lago, Carlos Gomes escreveu Quem sabe?, de uma poesia de Bittencourt Sampaio, cujos versos "Tão longe, de mim distante… " ainda são cantados pela nossa geração.

Dois anos depois desse memorável triunfo, Carlos Gomes apresentou sua segunda ópera, Joana de Flandres, com libreto de Salvador de Mendonça, levada à cena em 15 de setembro de 1863.

Como corolário do êxito, na Congregação da Academia Imperial de Belas Artes, foi lido um ofício do diretor do Conservatório de Música do Rio de Janeiro, comunicando ter sido escolhido o aluno Antônio Carlos Gomes para ir à Europa, às expensas da Empresa de Ópera Lírica Nacional, conforme contrato com o governo Imperial. Estava assim concretizada a velha aspiração do moço campineiro, que, mesmo comovido, ao ir agradecer ao Imperador a magnanimidade, ainda se lembrou do seu velho pai e solicitou para este, o lugar de mestre da Capela Imperial. Dom Pedro II, enternecido ante aquele gesto de amor filial, acedeu.




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