sábado, 3 de agosto de 2013

CONVITE PARA LANÇAMENTO LIVRO "NAS MALHAS DO DEVANEIO - O DIA EM QUE FERNANDO PESSOA NOS REINVENTOU - DA FILÓSOFA DÍLIA GOUVEIA. CONFIRA.

 
 
 
 
Nas malhas do devaneio :
o dia que Fernando Pessoa nos reinventou
Da filósofa e professora Dília Gouveia
 
 
 
 
Dília Gouveia, nasceu em 5 de agosto de 1959. É filósofa, ensaísta e professora de Literatura. Ministra cursos e palestras em torno da intemporalidade do drama humano, onde Literatura e Filosofia comunicam entre si, fazendo a descida aos subsolos da alma humana num diálogo permanente entre as inúmeras obras de vários autores como Shakespeare, Dostoievski,   Flaubert, Goethe, Kafka, Camus, Joseph Conrad, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, com o pensamento de Platão, Nietzsche, Kant, Sartre, Kierkegaard, Marx, Freud, Heidegger, Hegel, Schopenhauer, entre outros.
E tal como o Poeta que a reinventou a sua
“pátria é a língua portuguesa”.
 
 
 
 
 
“Certos encontros nos reinventam, nos encantam. À beira do fogo, tudo é comunhão, transformação. Milagres presentificam os pensamentos daqueles que já se foram e deixaram alguma luz.
É junto ao fogão de sala, ou lareira, que Dília Gouveia desenvolve interessante possibilidade sobre os caminhos de Fernando Pessoa. O diálogo travado neste encontro pode desvendar segredos.
A leitura, deliciosa, além de enriquecer, nos guia por recantos de Lisboa ao sabor do vinho e de um fogo bom.”.
 
Veronica Debellian Accetta
MESTRE EM CIÊNCIA DA ARTE
 
 
 
Prefácio
 
 
Ouvi há poucos dias atrás a seguinte pergunta: “Corpo é a mesma coisa que aparência?”. A pergunta, que suscitou sorrisos, em mim colou. E aderiu de tal forma que não a pude tirar da cabeça. Da cabeça, não, cabeça é corpo aparente. Não se desprendeu de minha alma. Naquele mesmo dia havia lido o livro escrito por Dília, poucas horas antes havia terminado, de lê-lo, não de pensá-lo. Um trecho de Tabacaria me assaltou a mente:
 
“... Fiz de mim o que não soube, / E o que podia fazer de mim não o fiz. / O dominó que vesti era errado. / Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. / Quando quis tirar a máscara, / Estava pregada à cara ...”.
 
Decerto que não somos apenas corpo, mas por vezes, somos apenas aparência. Esta última, necessária como anteparo a resguardar o universo que o corpo não contém, pode, sem que sejamos advertidos, passar a nos conter.
Ansiosa, abri junto com esse outro eu, a porta da sala iluminada por esse fogo, ao esperado convidado e, ao deixá-lo entrar, não me encontrei senão com o desejo de mim. Isso só foi possível pela surpreendente intimidade que Dília, uma invenção de Fernando, como ela própria nos confidencia, tem com tais ilustres Pessoas. Digo surpreendente, não por não intuí-lo, mas por não ter, até então, experienciado subjetivamente. E aí a questão do aparente e do oculto me impactou uma vez mais. Dília os conhece e eles a conhecem, possivelmente (e defendo essa ideia), muito mais do que qualquer um de nós do mundo aparente. E a fantasia prova ser real.
Os limites do sensível são claros, definidos, conhecidos, tocamos suas fronteiras, estamos seguros. Já a fantasia, inaparente, não conhece limites, regras ou espaço. Nela estamos suspensos, não há onde segurar-se e, por outro lado, não há o que nos segure, as possibilidades são infindas. E é para além da física que esse universo se mostra, se abre, se estende e é pelo espírito que somos cativados, ou libertados. Pautamos nossas relações com o mundo no que é manifesto, nos sinais que nossa subjetividade capta do sensível e nas correspondências internas que se seguem. Pois a criação é o oposto disso, é não provir de algo anterior, é se apossar do nada. Fernando Pessoa prescindiu da física e, na liberdade do devaneio, foi criatura e criador. 
A literatura e a filosofia nos realizam menos pela forma e conceitos e mais (muito mais) pela desconstrução que nos provocam, ainda que delas nos aproximemos desavisadamente. Aqueles que apenas transmitem um saber podem informar, deformar ou enformar, mas não são capazes de provocar a desordem, e, como Nietzsche já nos havia alertado: “É do caos que nasce uma estrela”. É preciso ser um apaixonado para acordar os adormecidos e chamar à vida, no seu sentido mais amplo, aqueles que dela não se embebedam passando ao largo. Dília é uma apaixonada. Sorte nossa.
Espero ser convidada outras vezes a me visitar. Obrigada, Dília.
 
 
Renata Candido
DOUTORA EM PSIQUIATRIA
 
 
 
 
Posfácio
 
 
As taças estão vazias.
Eu acabo de chegar.
Na garrafa, nada mais resta também.
A fogueira, ainda ardente, já queimou boa parte da lenha. Sinais que o encontro foi prazeroso. O ambiente ainda está quente e os corpos idem – pela bebida e pela conversa.
Cheguei tarde! Os eflúvios remanescentes me sobem à alma e trazem Fernando Pessoa.
Acaba-se o vinho, mas não as ideias. Ecos de um diálogo ressoam por todo canto.
Alma e corpo, real e ficção, em meio ao sonho e à existência se fundem em conversas profundas que o vinho ajuda a aflorar. É o fogo das palavras em que se queimam os questionamentos.
As reinvenções acontecem por conta das luzes que se lançam nos cérebros outrora fe-chados a possibilidades que ora se revelam.
Também me reinventei ao transcrever essas linhas. Não sou o mesmo. Sinto que aprendi mais de alma e de segredos sobre o que tão bem Fernando Pessoa discorre. Um assunto tão hermético abordado pela filosofia é poesia sobre Poesia. A leitura do Pessoa proposta por Dília Gouveia me faz absorvê-lo da maneira mais clara possível.
 
O que em mim sente está pensando. (F.P.)
 
“Nas malhas do devaneio” as verdades transparecem pelas mãos da autora.
 
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso
Tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. (F.P.)
 
E como também disse Fernando Pessoa:
 
Dá-me mais vinho porque a vida é nada.
 
Mauro Carreiro Nolasco
EDITOR
 
 
 
Texto da Quarta Capa
 
 
Quando se procura desvelar um enigma, clarear um mistério, o que provoca em nós essa constante inquietação, essa angústia inominável do improvável: o eu se desmancha, se dissolve, se desintegra. É como se o ser se tornasse ausência. É assim que eu via o Fernando. Por isso ele concebia a vida como um sonho do qual ele não queria despertar. Impossibilidade de viver a vida como um simples mortal, ele se viu e se sentiu devaneando até ao extremo possível do limite. E nessa atitude devaneante forjou uma nova realidade: a da vida como ficção.
 
 
Da autora - Trecho do livro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas malhas do devaneio : o dia que Fernando Pessoa nos reinventou
Da filósofa e professora Dília Gouveia
Editora – PARTHENON Centro de Arte e Cultura
90 páginas
Assunto: Literatura, Ensaio, Filosofia, Fernando Pessoa
 
Local do Lançamento:
Bistrô da Confeitaria Beira Mar
R. Cel. Moreira Cesar 149 – Icaraí  -  Tel.: 3602-3070
Dia 5 de agosto de 2013 às 18 horas.
 
Parthenon Centro de Arte e Cultura
Rua General Andrade Neves 40 – Centro
24210-000  -  Niterói – RJ
Tel.: 2722-2256  -  3619-8119
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário