O JORNALISTA ERTHAL ROCHA E SEU NOVO LIVRO
Pois o jornalismo é uma paixão insaciável
que só se pode digerir e torná-lo humano
por sua confrontação
descarnada com a realidade.
Ninguém que não a tenha sofrido pode imaginar
essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida.
Ninguém que não a tenha vivido pode conceber, sequer,
o que é essa palpitação sobrenatural da notícia,
o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso.
Ninguém que não tenha nascido para isso
e esteja disposto a
viver só para isso
poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz,
cuja obra se acaba depois de cada notícia
como se fora para sempre, mas que não permite
um instante de paz enquanto não se recomeça
com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.
Gabriel García Márquez.
Escritor, jornalista colombiano.
Autor de Cem anos de solidão,
O outono do Patriarca
1927-2014
A epígrafe de Gabriel García Márquez em poucas linhas descreve
a vida fascinante, mas angustiosa de quem se dedica a escrever para
jornais. Nas frases acima, o romancista colombiano narra o tumulto de
emoções por
que diariamente um verdadeiro jornalista passa. São sensações contraditórias, pois é busca de
intenso prazer, mas ao mesmo tempo representam trabalho, pesquisa, sofrimento e
muita paixão para trazer ao grande público o "furo" de uma notícia.
Mas o que era "novo" e escrito no jornal, vive
apenas poucas horas, e logo acaba. Ninguém mais fala daquilo. No dia
seguinte perdeu a novidade. O texto virou águas passadas, mas que deu paz e
alegria por momentos ao redator, ao escrever. O prazer da notícia
imediatamente se extingue e o jornalista tem que recomeçar "com mais
ardor do que nunca no minuto seguinte". Vai então procurar outro
assunto de interesse para o grande público, sempre ávido de novidade. Por isso,
somente os que militam no interior das redações dos jornais é que poderão
"sentir na pele" a verdade das afirmações de Garcia Márquez.
As palavras do autor de Cem
anos de Solidão fizeram-me lembrar dos bravos jornalistas de
Niterói, que buscam a iluminada novidade do momento, mas que deixam em livros
suas escritas para sempre.
Dentre eles, hoje quero falar de Célio Erthal Rocha, ou
profissionalmente Erthal Rocha. Com o foco narrativo em assuntos
palpitantes, em seu livro Jornalismo,
política e outras paragens, (Nitpress/2013), mergulhou nas páginas da
memória fluminense, para trazer, ao contemporâneo tempo, lembranças
revitalizadas de outro vulto consagrado do jornalismo das
terras de Arariboia: Alberto Francisco Torres. Este foi o guerreiro de
eternas lutas, também conhecido pela expressão: “O passageiro de informações
precisas, no mundo intelectual fluminense". Autor que com suas
precisas e valorosas matérias deixou marcas na cultura de Niterói.
Agora, o jornalista Erthal Rocha, um grande continuador
da bravura de Alberto Torres nos traz seu mais recente livro Um olhar sobre o Ministério
Público Fluminense, com o lançamento previsto para o dia 02 de dezembro de
2014, às 17 horas, na Associação do Ministério Público do estado do Rio de
Janeiro (AMPERJ) na Rua Rodrigo Silva,
26 – 8ª andar, Centro, Rio de Janeiro.
Com o prefácio do Promotor de Justiça Luciano de Oliveira
Mattos de Souza, Presidente da AMPERJ, o livro será vendido em benefício do
Programa Pró-Infância e Juventude Roberto Abranches.
O eminente Erthal Rocha realiza uma produção jornalística
voltada ao âmbito legislativo, na esperança de fazer renascer nos
fluminenses a consciência de que autênticas personalidades importantes não
devem ficar esquecidas.
Desde seu início nas lides jornalísticas, em textos
fluentes de simplicidade expressional, contudo, com tons combativos, Erthal
Rocha foi sempre fiel aos preceitos da imprensa. Desenvolveu relevante carreira nos jornais, dando
ênfase sempre à memória. Afirma que ela não pode acabar, porque, mesmo
submersa, ela existe, soberana, e abala o natural conhecimento humano.
A mestria formal das informações que retrata o magistrado
no século XX e XXI é, provavelmente, o que mais desperta a atenção de quem ler Olhar sobre o Ministério Público
Fluminense. Será mais um registro gráfico preciso do jornalista Célio
Erthal Rocha, que certamente repetirá o sucesso do Jornalismo, política e outras
paragens.
Apesar de excelente jornalista, muitos de suas ideias não
foram apenas "furos jornalísticos". Elas não fizeram furor apenas no
momento da publicação. Ao contrário, Erthal focalizou temas
jurídicos para guardar. Tanto é verdade que seu pensamento e muito do que
escreveu nos periódicos da cidade, agora estão nos livros para quem quiser
consultar.
Portanto, vale comparecer ao lançamento no dia 02 de dezembro, na Associação do
Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (AMPERJ).
Alberto Araújo,
Jornalista, escritor,
editor do FOCUS.
LEIA A ENTREVISTA DE ERTHAL ROCHA
À JORNALISTA BELVEDERE BRUNO,
PUBLICADA NO JORNAL SANTA ROSA, EDIÇÃO Nº 1.451
2ª QUINZENA DE
NOVEMBRO 2014 – PÁGINA 15
CLICAR NO LINK
Célio Erthal Rocha, conhecido profissionalmente como Erthal
Rocha, nasceu no município de Bom Jardim, descendente de colonos de origem
suíço-alemã, fundadores da cidade de Nova Friburgo. É jornalista, advogado e
defensor público aposentado. É casado com Mânia Alcântara. Tem três filhas e um
filho e quatro netos.
Do Ministério Público/RJ recebeu em 2002, placa e diploma em
reconhecimento pelos serviços prestados à Instituição para o bem funcionamento
de sua missão constitucional. Em julho de 2014, recebeu, em solenidade no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, colar do mérito e diploma por ocasião das
comemorações dos 60 de fundação da Defensoria Pública no Estado do Rio de
Janeiro, por serviços prestados como jornalista e defensor público pelo
engrandecimento da Instituição.
BELVEDERE BRUNO
ENTREVISTA ERTHAL ROCHA
Belvedere Bruno - Como foi o início no jornalismo?
ER- O então deputado e jornalista Alberto Torres adquiriu em
1954 o comando de O FLUMINENSE. Eu era ainda estudante de Direito e, por
intermédio de meu primo deputado José Luiz Erthal, pleiteei uma vaga de
repórter. A partir daí, Integrei a equipe do jornal e lá permaneci durante 44
anos. Fiquei longo tempo na reportagem geral, fui colunista (Homens e
Negócios), fiz publicidade e criei e chefiei o Departamento de Relações
Públicas. Até hoje ainda frequento o jornal que continua prestando serviços à
população, dirigido com correção por seu único neto Alexandre Torres.
BB- Tinha bom relacionamento com Dr. Alberto Torres?
ER- Além de seu companheiro no jornal, fomos correligionários na
política, por ele sempre exercida com ética, dignidade e espírito público,
coisa rara na atualidade. Haja vista os escândalos do mensalão e da Petrobras.
BB- Fale sobre a vivência na política.
ER- Sempre me interessei por política. Está no sangue. Fui
candidato a deputado estadual. Assumi o mandato em 1965, como suplente.
Apresentei na Assembleia Legislativa ao Ministro da Viação, Juarez Távora
indicação para a cessão gratuita pela Rede Ferroviária Federal às Prefeituras
fluminenses dos prédios desativados das Estações da Estrada de Ferro
Leopoldina, cujos ramais haviam sido extintos. A cessão foi efetivada e serviu
de sede de diversas prefeituras, inclusive a de Friburgo, que até hoje a utiliza
no belo prédio no centro da cidade. É bom ressaltar que, na época as
municipalidades viviam à míngua de recursos, situação só corrigida na
Constituição Federal de 88.
BB - Como foi sua incursão na literatura?
ER - Costumo dizer que sou um veterano jornalista e um jovem
escritor. Meu primeiro livro (de memórias) Jornalismo, Política e outras
Paragens foi lançado no ano passado. Nele relato fatos importante que marcaram
a vida de Niterói e do Estado, como o quebra-quebrada lanchas pelo povo
revoltado e o incêndio da Estação das Barcas na Praça Araribóia em 1959 pelo
péssimo serviço do transporte marítimo prestado na travessia Rio-Niterói
(situação que causa conflito até hoje). Abordo também o entrevero entre o
Governo Paulo Torres, do qual fui secretário de comunicação social e o “Grande
Jornal Fluminense” informativo radiofônico que marcou época, transmitido pela
Rádio Tamoio e Jornal do Brasil, com audiência em todo o Estado. Na época os
jornais impressos não chegavam ao interior, o que foi suprido pelo GJF, fundado
pelo jornalista João Baptista da Costa.
BB—O lançamento teve boa repercussão?
ER- O lançamento foi no Solar do Jambeiro e quase se
esgotou.Várias personalidades de Niterói e do Rio foram lá me prestigiar,
ajudando a Casa Maria de Magdala e Orfanato Santo,entidades beneficiadas com o
produto da venda do livro.A tão querida jornalista e professora Nina Rita
Torres, recém-falecida, lá esteve e fez questão de ficar durante longo tempo na
fila dos autógrafos. Seu gesto me emocionou, pois ela já não estava bem de
saúde.
BB- O livro está esgotado?
ER- Há ainda exemplares na Livraria Gutenberg, na Moreira César,
em Icaraí.
BB- Quando será lançado
seu segundo livro?
ER- Um olhar sobre o Ministério Público Fluminense editado também pela Nitpress vai ser lançado
(2/12/2014) na sede da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro, no Rio. O prefácio é do promotor de Justiça, Luciano Mattos,
presidente da AMPERJ. Nele relato fatos dramáticos decorrentes da fusão da
Guanabara com o antigo Estado Rio em 1975 e que culminou com a “Vigília
Institucional”, que o povo chamou de greve dos promotores. Foi em protesto
contra a situação de desigualdade vencimental entre os membros do MP da GB e de
nosso Estado, situação inaceitável somente resolvida oito anos mais tarde. Foi
um passo decisivo dos promotores fluminenses para a independência que hoje
caracteriza o Ministério Público
BB- Será também lançado em Niterói?
ER - Sim. Em março próximo, para atender aos amigos de nossa
cidade.
BB - Faz parte de alguma entidade cultural?
ER- Do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e do de Bom
Jardim, terra onde eu vi a luz do sol pela primeira vez.
Belvedere Bruno,
jornalista e escritora,
autora do
livro de contos e crônicas
Vinho Branco - safra especial.
***
"Se me fosse dado decidir se devemos
ter um governo sem jornais,
ou jornais sem governo,
eu não hesitaria um momento
em escolher a última alternativa"
Thomas
Jefferson
1743
- 1826
Filósofo
político,
Terceiro
presidente dos Estados Unidos,
autor
da declaração da independência.
ASSISTA AO VÍDEO COM AS IMAGENS DA ENTREVISTA
DE ERTHAL ROCHA AO JORNALISTA FABIANO GONÇALVES - CDL.
OU NO CANAL YOU TUBE
Erthal Rocha e sua esposa Mânia Alcântara
APOIO CULTURAL NA DIVULGAÇÃO
Um prazer imenso entrevistar esse ser humano maravilhoso. Grata por divulgar tudo, Alberto. Parabéns pelo seu excelente trabalho.
ResponderExcluirAlberto,
ResponderExcluirenvio meus tríplices cumprimentos.
Primeiro, à escritora/entrevistadora Belvedere que, com mestria jornalística, soube conduzir, com segurança, o diálogo-depoimento.
Segundo, a você, por montar uma página adequada ao homenageado, enfocando vários ângulos do que é "Ser jornalista" a partir da epígrafe tão expressiva de Garcia Márquez.
Terceiro, ao jornalista/jurista Célio Erthal Rocha, cuja história pessoal fiquei melhor conhecendo, e a quem desejo muito sucesso no lançamento do novo livro Um olhar sobre o Ministério Público Fluminense, anunciado neste Blog Cultural.
Dalma Nascimento.
Dalma Nascimento,
escritora e doutora em Literatura Comparada pela UFRJ.
Prezado Alberto Araújo
ResponderExcluirAbri o link.Chamei Mânia para ver também.Ela me disse que ficou a seu lado na homenagem que você recebeu na Câmara de Vereadores (Medalha José Cândido de Carvalho) e teve excelente impressão de sua pessoa.
Vou encaminhar o link p/meus quatro filhos e alguns amigos diletos.
Reitero meus agradecimentos ao amigo e colega de profissão tão bela e às vezes tão sofrida.
Um abraço do Erthal.
Erthal Rocha,
jornalista e escritor