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Olavo
Brás Martins dos Guimarães Bilac - Um dos mais notáveis poetas brasileiros, prosador exímio e orador
primoroso, nasceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1865. Aluno da
Faculdade de Medicina até o quinto ano, depois de brilhante concurso que ali
fez para interno, e apesar do esperançoso futuro que todos lhe pressagiavam, abandonou
o curso médico para tentar o de direito em São Paulo. Porém, fascinado pela
vida fluminense, voltou ao Rio estreando, com grande êxito, na imprensa
literária. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a Cadeira nº
15 da Instituição, cujo Patrono é Gonçalves Dias.
A
irradiação do seu nome foi rápida, e fulgurou com a publicação de Poesias
(incluindo Panóplias, Via Láctea e Sarças de Fogo - 1888). Foi um dos mais
ardorosos propagandistas da abolição, ligando-se estreitamente a José do
Patrocínio. Em 1900 partiu para a Europa como correspondente da publicação
Cidade do Rio. Daí em diante, raro era o ano em que não visitava Paris.
Considerado
o maior nome parnasiano brasileiro, foi bastante influenciado pelos poetas
franceses. Suas poesias revelam uma grande emoção, nada típica dos parnasianos,
um certo erotismo e influência marcante da poesia portuguesa dos séculos XVI e
XVII. A correção da linguagem, o rigor da forma e a espontaneidade são as
principais características de seus versos.
Conhecido
por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação
cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do
serviço militar obrigatório em um período em que o exército usufruía de amplas
faculdades políticas em virtude do golpe militar de 1889.
Exerceu
vários cargos públicos no estado do Rio de Janeiro e na antiga Guanabara, tendo
sido inspetor escolar, secretário do Congresso Panamericano e fundador da
Agência Americana. Foi um dos fundadores da Liga da Defesa Nacional (da qual
foi secretário geral), tendo lutado pelo serviço militar obrigatório, que
considerava uma forma de combate ao analfabetismo. Conferencista de plateias
elegantes, sua obra tornou-se leitura obrigatória, sendo declamado nos círculos
literários.
O
poeta foi o responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira, inicialmente
criado para circulação na capital federal da época o Rio de Janeiro, e mais
tarde sendo adotado em todo o Brasil.
Também
ficou famoso pelas fortes convicções políticas, sobressaindo-se a ferrenha
oposição ao governo militar do marechal Floriano Peixoto.
Em
1907 foi eleito "Príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais
populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas
parnasiano.
Além
de Poesias também publicou Crônicas e Novelas, Conferências Literárias, Ironia
e Piedade, Bocage, Crítica e Fantasia, e, em colaboração, Contos Pátrios
(infantil), Livro de Leitura, Livro de Composição, Através do Brasil (os
últimos três, pedagógicos), Teatro Infantil, Terra Fluminense, Pátria
Brasileira, Tratado de Versificação, A Defesa Nacional (coleção de discursos),
Últimas Conferências e Discursos, Dicionário Analógico (inédito) e Tarde
(póstuma, coleção de 99 sonetos).
O
volume de Poesias Infantis,
encomendado pela Livraria Francisco Alves, é uma coleção de 58 poemas
metrificados falando sobre a natureza e a virtude. Segundo suas próprias
palavras, "era preciso achar assuntos simples, humanos, naturais, que,
fugindo da banalidade, não fossem também fatigar o cérebro do pequenino leitor,
exigindo dele uma reflexão demorada e profunda". Faleceu no Rio de Janeiro
em 28 de dezembro de 1918.
DOIS POEMAS
DE OLAVO BILAC
VIA-LÁCTEA
Ora
(direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste
o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que,
para ouvi-las, muita vez desperto
E
abro as janelas, pálido de espanto...
E
conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea,
como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda
as procuro pelo céu deserto.
Direis
agora: "Tresloucado amigo!
Que
conversas com elas? Que sentido
Tem
o que dizem, quando estão contigo?"
E
eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois
só quem ama pode ter ouvido
Capaz
de ouvir e de entender estrelas.
Língua Portuguesa
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
ALGUMAS FRASES
APOIO CULTURAL
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