quarta-feira, 6 de novembro de 2024

EFEMÉRIDES: HÁ 105 ANOS, EM 06 DE NOVEMBRO DE 1919 NASCEU SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN. UMA DAS MAIS IMPORTANTES POETISAS PORTUGUESAS DO SÉCULO XX. FOI A PRIMEIRA MULHER PORTUGUESA A RECEBER O MAIS IMPORTANTE GALARDÃO LITERÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, O PRÊMIO CAMÕES, EM 1998.


No dia 06 de novembro de 1919 nasceu uma das maiores escritoras e poetisas portuguesas, que apreciava falar-nos de temas como: o mar, a infância e humanismo cristão. Foi tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa. 

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, 06 de novembro de 1919 e faleceu em Lisboa, no dia 02 de julho de 2004.  Distinguiu-se também como contista, Contos Exemplares e autora de livros infantis, A Menina do Mar, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana e outros. 

Filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu bisavô, Jan Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João Henrique, em 1895, comprado a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Como afirmou em entrevista, em 1993, essa quinta "foi um território fabuloso com uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa". A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner, é filha de Tomás de Mello Breyner, conde de Mafra, médico e amigo do rei D. Carlos. Maria Amélia é também neta do capitalista Henrique Burnay, de uma família belga radicada em Portugal, e futuro conde de Burnay. 

Iniciou os estudos no Colégio Sagrado Coração de Jesus, no número 1354 da Avenida da Boavista, onde entrou no primeiro ano de funcionamento da escola. 

Criada na velha aristocracia portuguesa, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, 1936-1939 que nunca chegou a concluir. Colaborou na revista "Cadernos de Poesia", onde fez amizades com autores influentes e reconhecidos: Ruy Cinatti e Jorge de Sena. 

Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, apoiando o movimento monárquico e denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. Ficou célebre como canção de intervenção dos Católicos Progressistas a sua "Cantata da Paz", também conhecida e chamada pelo seu refrão: "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!" 

Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, separados em 1986 e divorciados em 1988, tendo sido pais de cinco filhos: Isabel, Maria, professora universitária de Letras, Miguel, jornalista e escritor, Sofia e Xavier, pintor e ceramista. Os filhos motivaram-na a escrever contos infantis. 

Em 1964 recebeu o Grande Prêmio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro: Livro sexto. 

Desde 2005, no Oceanário de Lisboa, os seus poemas com ligação forte ao Mar foram colocados para leitura permanente nas zonas de descanso da exposição, permitindo aos visitantes absorverem a força da sua escrita enquanto estão imersos numa visão de fundo do mar. 

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu, aos 84 anos, no dia 02 de julho de 2004, em Lisboa, no Hospital Pulido Valente. O seu corpo foi sepultado no Cemitério de Carnide.

Em 20 de fevereiro de 2014, a Assembleia da República decidiu homenagear por unanimidade a poetisa com honras de Panteão. A cerimônia de trasladação aconteceu em 02 de julho de 2014. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014 e tem uma biblioteca com o seu nome em Loulé.

POESIA

Busto de Sophia de Mello Breyner no Jardim Botânico do Porto.

Poesia, 1944, Cadernos de Poesia, nº 1, Coimbra; 3.ª ed. 1975

O Dia do Mar, 1947, Lisboa, Edições Ática; 3.ª ed. 1974

Coral, 1950, Porto, Livraria Simões Lopes; 2.ª ed., ilustrada por Escada, Lisboa, Portugália, 1968

No Tempo Dividido, 1954, Lisboa, Guimarães Editores

Mar Novo, 1958, Lisboa, Guimarães Editores

Livro Sexto, 1962, Lisboa, Livraria Morais Editora; 7.ª ed. 1991

O Cristo Cigano, 1961, Lisboa, Minotauro, ilustrado por Júlio Pomar

Geografia, 1967, Lisboa, Ática

Grades, 1970

11 Poemas, 1971

Dual, 1972, Coímbra Moraes Editores; 3.ª ed., Lisboa, Salamandra, 1986

Antologia, 1975

O Nome das Coisas, 1977, Lisboa, Moraes Editores

Navegações, 1983

Ilhas, 1989

Musa, 1994

Signo, 1994

O Búzio de Cós, 1997

Mar, 2001 — antologia organizada por Maria Andresen de Sousa Tavares

Primeiro Livro de Poesia, infanto-juvenil, 1999

Orpheu e Eurydice, 2001

 

"Caminho da Índia", A Cidade Nova, suplemento dos nº 4-5, 3.ª série, Coimbra, 1958.

"A viagem" [Fragmento do poema inédito "Naufrágio"], Cidade Nova, 5.ª série, nº 6, Dezembro, 1958.

"Novembro"; "Na minha vida há sempre um silêncio morto"; "Inverno", Fevereiro - Textos de Poesia, 1972.

"Brasil 77", Loreto 13 - Revista Literária da Associação Portuguesa de Escritores, nº 8, Março, 1982.

"A veste dos fariseus", Jornal dos Poetas e Trovadores - Mensário de Divulgação Cultural, nº 5/6, 2.ª série, Março/Abril, 1983.

"Oblíquo Setembro de equinócio tarde", Portugal Socialista, Janeiro, 1984.

"Canção do Amor Primeiro", Sete Poemas para Júlio Biblioteca Nacional, cota nº L39709, 1988.

"No meu Paiz", Escritor, nº 4, 1995.

"D. António Ferreira Gomes. Bispo do Porto"; "Naquele tempo" "Dois poemas inéditos", Jornal de Letras, 16 Jun., 1999.

 

FICÇÃO

 

CONTOS

 

Contos Exemplares 1962, Lisboa, Livraria Morais Editora; 24.ª ed. 1991

Histórias da Terra e do Mar 1984, Lisboa, Edições Salamandra; 3.ª ed., Lisboa, Texto Editora, 1989

 

CONTOS INFANTIS

 

A Menina do Mar 1958

A Fada Oriana 1958

A Noite de Natal 1959

O Cavaleiro da Dinamarca 1964

O Rapaz de Bronze 1966

A Floresta 1968

O Tesouro 1970

A Árvore 1985

 

TEATRO

 

O Bojador 2000, Lisboa, Editorial Caminho

O Colar 2001, Lisboa, Editorial Caminho

O Azeiteiro 2000, Lisboa, Editorial Caminho

Filho de Alma e Sangue 1998, Lisboa, Editorial Caminho

Não chores minha Querida 1993, Lisboa, Editorial Caminho

 

 









MENSAGEM DE MÁRCIA PESSANHA

Boa noite, Alberto. Sensacional sua postagem sobre Sophia de Mello Breyner Andresen.  Estudei bastante a obra dela porque fiz minha dissertação de mestrado sobre a literatura infantil dela. Uma maravilha! Por isso aprecio muito o seu texto sobre a referida autora. Muito bom e elucidativo. A arte gráfica com as capas dos livros infantis está ótima.  Você se esmerou, Alberto. Parabéns! 

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Olá, Márcia. Sua dissertação de Mestrado deve ter sido linda! Você tem o dom da escrita excelente. Suaves e delicadas são as suas composições. Maravilhado pela sua preferência em citar a renomada escritora portuguesa em sua tese. Sophia de Mello Breyner Andresen foi um fenômeno na Literatura. Quanto mais a gente ler os seus textos, mais a gente se encanta. Muito obrigado pelo carinho de sempre. Abraços do Alberto Araújo.





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