No dia 06 de novembro de 1919 nasceu uma das maiores escritoras e poetisas portuguesas, que apreciava falar-nos de temas como: o mar, a infância e humanismo cristão. Foi tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa.
Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, 06 de novembro de 1919 e faleceu em Lisboa, no dia 02 de julho de 2004. Distinguiu-se também como contista, Contos Exemplares e autora de livros infantis, A Menina do Mar, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana e outros.
Filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu bisavô, Jan Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João Henrique, em 1895, comprado a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Como afirmou em entrevista, em 1993, essa quinta "foi um território fabuloso com uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa". A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner, é filha de Tomás de Mello Breyner, conde de Mafra, médico e amigo do rei D. Carlos. Maria Amélia é também neta do capitalista Henrique Burnay, de uma família belga radicada em Portugal, e futuro conde de Burnay.
Iniciou os estudos no Colégio Sagrado Coração de Jesus, no número 1354 da Avenida da Boavista, onde entrou no primeiro ano de funcionamento da escola.
Criada na velha aristocracia portuguesa, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, 1936-1939 que nunca chegou a concluir. Colaborou na revista "Cadernos de Poesia", onde fez amizades com autores influentes e reconhecidos: Ruy Cinatti e Jorge de Sena.
Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, apoiando o movimento monárquico e denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. Ficou célebre como canção de intervenção dos Católicos Progressistas a sua "Cantata da Paz", também conhecida e chamada pelo seu refrão: "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!"
Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, separados em 1986 e divorciados em 1988, tendo sido pais de cinco filhos: Isabel, Maria, professora universitária de Letras, Miguel, jornalista e escritor, Sofia e Xavier, pintor e ceramista. Os filhos motivaram-na a escrever contos infantis.
Em 1964 recebeu o Grande Prêmio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro: Livro sexto.
Desde 2005, no Oceanário de Lisboa, os seus poemas com ligação forte ao Mar foram colocados para leitura permanente nas zonas de descanso da exposição, permitindo aos visitantes absorverem a força da sua escrita enquanto estão imersos numa visão de fundo do mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu, aos 84 anos, no dia 02 de julho de 2004, em Lisboa, no Hospital Pulido Valente. O seu corpo foi sepultado no Cemitério de Carnide.
Em 20 de fevereiro de 2014, a Assembleia da República decidiu homenagear por unanimidade a poetisa com honras de Panteão. A cerimônia de trasladação aconteceu em 02 de julho de 2014. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014 e tem uma biblioteca com o seu nome em Loulé.
POESIA
Busto de Sophia de Mello Breyner no Jardim Botânico do
Porto.
Poesia, 1944, Cadernos de Poesia, nº 1, Coimbra; 3.ª ed.
1975
O Dia do Mar, 1947, Lisboa, Edições Ática; 3.ª ed. 1974
Coral, 1950, Porto, Livraria Simões Lopes; 2.ª ed.,
ilustrada por Escada, Lisboa, Portugália, 1968
No Tempo Dividido, 1954, Lisboa, Guimarães Editores
Mar Novo, 1958, Lisboa, Guimarães Editores
Livro Sexto, 1962, Lisboa, Livraria Morais Editora; 7.ª
ed. 1991
O Cristo Cigano, 1961, Lisboa, Minotauro, ilustrado por
Júlio Pomar
Geografia, 1967, Lisboa, Ática
Grades, 1970
11 Poemas, 1971
Dual, 1972, Coímbra Moraes Editores; 3.ª ed., Lisboa,
Salamandra, 1986
Antologia, 1975
O Nome das Coisas, 1977, Lisboa, Moraes Editores
Navegações, 1983
Ilhas, 1989
Musa, 1994
Signo, 1994
O Búzio de Cós, 1997
Mar, 2001 — antologia organizada por Maria Andresen de
Sousa Tavares
Primeiro Livro de Poesia, infanto-juvenil, 1999
Orpheu e Eurydice, 2001
"Caminho da Índia", A Cidade Nova, suplemento
dos nº 4-5, 3.ª série, Coimbra, 1958.
"A viagem" [Fragmento do poema inédito
"Naufrágio"], Cidade Nova, 5.ª série, nº 6, Dezembro, 1958.
"Novembro"; "Na minha vida há sempre um silêncio
morto"; "Inverno", Fevereiro - Textos de Poesia, 1972.
"Brasil 77", Loreto 13 - Revista Literária da
Associação Portuguesa de Escritores, nº 8, Março, 1982.
"A veste dos fariseus", Jornal dos Poetas e
Trovadores - Mensário de Divulgação Cultural, nº 5/6, 2.ª série, Março/Abril,
1983.
"Oblíquo Setembro de equinócio tarde", Portugal
Socialista, Janeiro, 1984.
"Canção do Amor Primeiro", Sete Poemas para
Júlio Biblioteca Nacional, cota nº L39709, 1988.
"No meu Paiz", Escritor, nº 4, 1995.
"D. António Ferreira Gomes. Bispo do Porto";
"Naquele tempo" "Dois poemas inéditos", Jornal de Letras,
16 Jun., 1999.
FICÇÃO
CONTOS
Contos Exemplares 1962, Lisboa, Livraria Morais Editora;
24.ª ed. 1991
Histórias da Terra e do Mar 1984, Lisboa, Edições Salamandra;
3.ª ed., Lisboa, Texto Editora, 1989
CONTOS INFANTIS
A Menina do Mar 1958
A Fada Oriana 1958
A Noite de Natal 1959
O Cavaleiro da Dinamarca 1964
O Rapaz de Bronze 1966
A Floresta 1968
O Tesouro 1970
A Árvore 1985
TEATRO
O Bojador 2000, Lisboa, Editorial Caminho
O Colar 2001, Lisboa, Editorial Caminho
O Azeiteiro 2000, Lisboa, Editorial Caminho
Filho de Alma e Sangue 1998, Lisboa, Editorial Caminho
Não chores minha Querida 1993, Lisboa, Editorial Caminho
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