O Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, professor e escritor Eduardo Portella faz a palestra de abertura do Fórum Carioca de Cultura, na celebração dos 90 anos da Academia Carioca de Letras.
Portella falará sobre o tema “José de Anchieta, patrono da Academia Carioca de Letras, e o projeto cultural brasileiro”.
O evento será no dia 7 de março, segunda-feira, às 17h30min, na Rua Teixeira de Freitas, nº 5 – sala 306, Lapa, Rio de Janeiro.
UM POUCO SOBRE JOSÉ DE ANCHIETA
José de Anchieta - padre jesuíta.
José de Anchieta, nascido em San
Cristóbal de La Laguna, na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, Espanha
em 19 de Março de 1534 em 19 de março de 1534. Foi um padre jesuíta espanhol,
santo da Igreja Católica e um dos fundadores da cidade brasileira de São Paulo.
Beatificado em 1980 pelo papa
João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco, é conhecido como o
Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo
no país. Em abril de 2015 foi declarado copadroeiro do Brasil na 53ª Assembleia
Geral da CNBB.
Dedicatória de José de Anchieta
Foi o primeiro dramaturgo, o
primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Foi o autor
da primeira gramática da língua tupi, e um dos primeiros autores da literatura
brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor
religioso e uma epopeia.
Filho de João López de Anchieta
(natural de Urrestilla, bairro da localidade de Azpeitia, em Guipúscoa, País
Basco) e de Mência Diaz de Clavijo y Llarena, descendente da nobreza canária.
Foi batizado em 7 abril de 1534
na Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios (atual Catedral de San Cristóbal de
La Laguna), onde ainda existe a pia de calcário vermelho onde, segundo a
tradição, o santo teria sido batizado. Sua certidão de batismo, inscrita no
Livro I da Igreja dos Remédios, está preservada no Arquivo Histórico Diocesano
de Tenerife, onde se lê: José, filho de Juan de Anchieta e sua esposa, foi
batizado no dia 7 de abril por Juan Gutiérrez, vigário e seus padrinhos foram
Domenigo Riso e Don Alonso.
Seu pai foi um revolucionário
basco que tomou parte na revolta dos Comuneros contra o Imperador Carlos V na
Espanha e um grande devoto da Virgem Maria. Era aparentado dos Loyola, daí o
parentesco de Anchieta com o fundador da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola.
Sua mãe era natural das Ilhas Canárias, filha de judeus cristãos-novos. O avô
materno, Sebastião de Llarena, era um judeu convertido do Reino de Castela. Dos
doze irmãos, além dele abraçaram o sacerdócio Pedro Nuñez e Melchor. Faleceu
aos 63 anos em Reritiba, Brasil-Colônia em 9 de junho de 1597. Beatificação 22
de junho de 1980, Vaticano por João Paulo II - Canonização 3 de abril de 2014
por Papa Francisco - Festa Litúrgica 09 de junho.
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UM POUCO SOBRE O PALESTRANTE
Eduardo Portella - escritor e acadêmico
Eduardo Portella nasceu em Salvador (BA), em 8 de outubro de 1932.
Filho de Enrique Portella e de Maria Diva Mattos Portella. Fez os primeiros
estudos em Feira de Santana e os secundários no Recife. Bacharel em Ciências
Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de
Pernambuco, em 1955.
Sexto ocupante da Cadeira nº 27, eleito em 19 de março de 1981, na
sucessão de Otávio de Faria e recebido em 18 de agosto de 1981 pelo Acadêmico
Afrânio Coutinho. Recebeu as Acadêmicas Lygia Fagundes Telles e Zélia Gattai,
Rosiska Darcy de Oliveira e os Acadêmicos Carlos Nejar, Celso Furtado, Candido
Mendes de Almeida, João Ubaldo Ribeiro, Ivan Junqueira , Alfredo Bosi, Geraldo Holanda Cavalcanti e Evaldo Cabral de
Mello.
No primeiro ano do curso de Direito iniciou-se na crítica literária no
Jornal Universitário, colaboração única, mas que positivou o início de uma
vocação. Começou sua colaboração regular de crítico no Diário de Pernambuco,
pela mão de Mauro Mota. Entrou no convívio de Gilberto Freyre, Aníbal
Fernandes, Lucilo Varejão, Moacyr de Albuquerque. Fez parte do grupo de jovens
intelectuais que fundou a Editorial Sagitário. É considerado o introdutor, no Brasil, na crítica militante, da “nova crítica de
base estilística” (registro de Afrânio Coutinho) e, no ensino universitário de
Letras, da “compreensão ontológico-hermenêutica” (conforme Emmanuel Carneiro
Leão).
De 1952 a 1954, concomitante — como permitia a lei educacional vigente
naquele período — ao curso de Direito, fez estudos em instituições europeias de
ensino superior. Em Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária e
Estilística com Damaso Alonso e Carlos Bousoño, e Filosofia com Xavier Zubiri e
Julián Marías. Em Paris, frequentou as aulas de Bataillon, no Collège de
France, e aulas na Sorbonne. Em Roma, na Faculdade de Letras, assistiu a aulas
de Giuseppe Ungaretti, sobre Literatura Italiana.
Estreou em livro, em 1953, com
Aspectos de la poesía brasileña contemporânea, tese apresentada nas I Jornadas
de Lengua y Literatura Hispanoamericana, em Salamanca.
Desde 1953 fez opção pela docência universitária: inicialmente em
Madri, na Faculdade de Letras da Universidade Central de Madri; seguida em
Recife, na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Federal de
Pernambuco; prosseguindo no Rio de Janeiro, na Faculdade de Letras da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde permaneceu conquistando todas as
titulações, por concursos públicos de provas e títulos, até receber o título de
Professor Emérito. Outras atividades de magistério estão registradas mais
adiante nesse curriculum.
Eduardo
Portella tem um pensamento notadamente avançado: a) concebe a realidade numa
recusa da tripartição linear do tempo (presente, passado, futuro), propondo a
compreensão simultânea do tempo; b) define literatura e arte como dimensões
constitutivas do homem; e c) assinala a Liberdade como destino do Ser.
FORMAÇÃO
ACADÊMICA
1970 Doutor
em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
1955
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de
Pernambuco.
1952-54
Realizou estudos de Filosofia, Filologia, Romanística, Estilística, em
diferentes centros europeus (Madri, Paris).
SOCIEDADES A
QUE PERTENCE
• Hispanic
Society of America (New York)
• Academia
Brasileira de Letras (Rio de Janeiro)
• Academia
Brasileira de Educação (Rio de Janeiro)
• Instituto
de Ciencias del Hombre (Madrid)
• Académie
Européenne des Arts, des Sciences et des Lettres (Paris)
• Casa de
América (Madrid)
• Société
Européenne de Culture (Veneza)
• Société
des Amis de Michel de Montaigne (Paris)
• EA Poe
Society of Baltimore (USA).
HONRARIAS
RECEBIDAS
Prêmio de
Crítica Literária da Academia Brasileira de Letras em 1959.
Prêmio de
Renovação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em 1959.
Recebeu o
Prêmio Golfinho de Ouro Literatura, do Museu da Imagem e do Som, em Prêmio
Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, em 1971.
Prêmio de
Ensaio para conjunto da obra, outorgado pelo PEN Clube do Brasil, em 1987.
Medalha
Joaquim Nabuco, recebida em cerimônia promovida e realizada na Assembléia
Legislativa do Estado de Pernambuco, Recife, 1999.
Medalha Rui
Barbosa, recebida na Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro.
Recebeu o
título de Professor Emérito da UFRJ, em cerimônia presidida pelo Reitor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Prof. Carlos Lessa, em 18/09/2002.
Foi homenageado na Academia Brasileira de
Letras através da mesa-redonda “ 70 anos de Eduardo Portella” . Rio de Janeiro,
10/10/2002.
Doutor Honoris-Causa pelo Instituto Brasileiro
de Medicina e Reabilitação (IBMR) (2004).
Medalha Antônio Houaiss, outorgada pelo
Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, 2004.
Eduardo Portella - escritor e acadêmico
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