sábado, 5 de março de 2016

CONVITE PARA ABERTURA DO FÓRUM CARIOCA DE CULTURA NA CELEBRAÇÃO DOS 90 ANOS DA ACADEMIA CARIOCA DE LETRAS.

 
 
 
O Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, professor e escritor Eduardo Portella faz a palestra de abertura do Fórum Carioca de Cultura, na celebração dos 90 anos da Academia Carioca de Letras.
 
Portella falará sobre o tema “José de Anchieta, patrono da Academia Carioca de Letras, e o projeto cultural brasileiro”.
 
O evento será no dia 7 de março, segunda-feira, às 17h30min, na Rua Teixeira de Freitas, nº 5 – sala 306, Lapa, Rio de Janeiro.
 
 
 
 
 
 
 UM POUCO SOBRE JOSÉ DE ANCHIETA
 
 
José de Anchieta - padre jesuíta.
 
 
José de Anchieta, nascido em San Cristóbal de La Laguna, na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, Espanha em 19 de Março de 1534 em 19 de março de 1534. Foi um padre jesuíta espanhol, santo da Igreja Católica e um dos fundadores da cidade brasileira de São Paulo.
Beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco, é conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país. Em abril de 2015 foi declarado copadroeiro do Brasil na 53ª Assembleia Geral da CNBB.
 
São José de Anchieta escreve
na areia o poema à Virgem Maria
 

Dedicatória de José de Anchieta

"Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima
Te prometi em voto,
vendo-me cercado de feros inimigos.
Enquanto a minha presença
amansava os Tamoios conjurados
e os levava com jeito à suspirada paz,
tua graça me acolheu
em teu materno colo
e teu poder me protegeu intactos corpo e alma.
A inspirações do céu,
eu muitas vezes desejei penar,
cruelmente expirar em duros ferros.
Mas sofreram merecida repulsa os meus desejos
só a heróis
compete tanta glória!"
 
 
 
Foi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Foi o autor da primeira gramática da língua tupi, e um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor religioso e uma epopeia.
Filho de João López de Anchieta (natural de Urrestilla, bairro da localidade de Azpeitia, em Guipúscoa, País Basco) e de Mência Diaz de Clavijo y Llarena, descendente da nobreza canária.
Foi batizado em 7 abril de 1534 na Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios (atual Catedral de San Cristóbal de La Laguna), onde ainda existe a pia de calcário vermelho onde, segundo a tradição, o santo teria sido batizado. Sua certidão de batismo, inscrita no Livro I da Igreja dos Remédios, está preservada no Arquivo Histórico Diocesano de Tenerife, onde se lê: José, filho de Juan de Anchieta e sua esposa, foi batizado no dia 7 de abril por Juan Gutiérrez, vigário e seus padrinhos foram Domenigo Riso e Don Alonso.
Seu pai foi um revolucionário basco que tomou parte na revolta dos Comuneros contra o Imperador Carlos V na Espanha e um grande devoto da Virgem Maria. Era aparentado dos Loyola, daí o parentesco de Anchieta com o fundador da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola. Sua mãe era natural das Ilhas Canárias, filha de judeus cristãos-novos. O avô materno, Sebastião de Llarena, era um judeu convertido do Reino de Castela. Dos doze irmãos, além dele abraçaram o sacerdócio Pedro Nuñez e Melchor. Faleceu aos 63 anos em Reritiba, Brasil-Colônia em 9 de junho de 1597. Beatificação 22 de junho de 1980, Vaticano por João Paulo II - Canonização 3 de abril de 2014 por Papa Francisco - Festa Litúrgica 09 de junho.
 
 
 
 
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UM POUCO SOBRE O PALESTRANTE
 
 
 
 
Eduardo Portella - escritor e acadêmico
 
 
Eduardo Portella nasceu em Salvador (BA), em 8 de outubro de 1932. Filho de Enrique Portella e de Maria Diva Mattos Portella. Fez os primeiros estudos em Feira de Santana e os secundários no Recife. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, em 1955.
 
Sexto ocupante da Cadeira nº 27, eleito em 19 de março de 1981, na sucessão de Otávio de Faria e recebido em 18 de agosto de 1981 pelo Acadêmico Afrânio Coutinho. Recebeu as Acadêmicas Lygia Fagundes Telles e Zélia Gattai, Rosiska Darcy de Oliveira e os Acadêmicos Carlos Nejar, Celso Furtado, Candido Mendes de Almeida, João Ubaldo Ribeiro, Ivan Junqueira , Alfredo Bosi,  Geraldo Holanda Cavalcanti e Evaldo Cabral de Mello.
 
No primeiro ano do curso de Direito iniciou-se na crítica literária no Jornal Universitário, colaboração única, mas que positivou o início de uma vocação. Começou sua colaboração regular de crítico no Diário de Pernambuco, pela mão de Mauro Mota. Entrou no convívio de Gilberto Freyre, Aníbal Fernandes, Lucilo Varejão, Moacyr de Albuquerque. Fez parte do grupo de jovens intelectuais que fundou a Editorial Sagitário. É considerado o introdutor, no Brasil,  na crítica militante, da “nova crítica de base estilística” (registro de Afrânio Coutinho) e, no ensino universitário de Letras, da “compreensão ontológico-hermenêutica” (conforme Emmanuel Carneiro Leão).
 
De 1952 a 1954, concomitante — como permitia a lei educacional vigente naquele período — ao curso de Direito, fez estudos em instituições europeias de ensino superior. Em Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária e Estilística com Damaso Alonso e Carlos Bousoño, e Filosofia com Xavier Zubiri e Julián Marías. Em Paris, frequentou as aulas de Bataillon, no Collège de France, e aulas na Sorbonne. Em Roma, na Faculdade de Letras, assistiu a aulas de Giuseppe Ungaretti, sobre Literatura Italiana.
 
Estreou em livro, em 1953,  com Aspectos de la poesía brasileña contemporânea, tese apresentada nas I Jornadas de Lengua y Literatura Hispanoamericana, em Salamanca.
 
Desde 1953 fez opção pela docência universitária: inicialmente em Madri, na Faculdade de Letras da Universidade Central de Madri; seguida em Recife, na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Federal de Pernambuco; prosseguindo no Rio de Janeiro, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde permaneceu conquistando todas as titulações, por concursos públicos de provas e títulos, até receber o título de Professor Emérito. Outras atividades de magistério estão registradas mais adiante nesse curriculum.
 
Eduardo Portella tem um pensamento notadamente avançado: a) concebe a realidade numa recusa da tripartição linear do tempo (presente, passado, futuro), propondo a compreensão simultânea do tempo; b) define literatura e arte como dimensões constitutivas do homem; e c) assinala a Liberdade como destino do Ser.
 
FORMAÇÃO ACADÊMICA
 
1970 Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
1955 Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco.
1952-54 Realizou estudos de Filosofia, Filologia, Romanística, Estilística, em diferentes centros europeus (Madri, Paris).
 
SOCIEDADES A QUE PERTENCE
• Hispanic Society of America (New York)
• Academia Brasileira de Letras (Rio de Janeiro)
• Academia Brasileira de Educação (Rio de Janeiro)
• Instituto de Ciencias del Hombre (Madrid)
• Académie Européenne des Arts, des Sciences et des Lettres (Paris)
• Casa de América (Madrid)
• Société Européenne de Culture (Veneza)
• Société des Amis de Michel de Montaigne (Paris)
• EA Poe Society of Baltimore (USA).
 
HONRARIAS RECEBIDAS
 
Prêmio de Crítica Literária da Academia Brasileira de Letras em 1959.
Prêmio de Renovação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em 1959.
Recebeu o Prêmio Golfinho de Ouro Literatura, do Museu da Imagem e do Som, em Prêmio Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, em 1971.
Prêmio de Ensaio para conjunto da obra, outorgado pelo PEN Clube do Brasil, em 1987.
Medalha Joaquim Nabuco, recebida em cerimônia promovida e realizada na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, Recife, 1999.
Medalha Rui Barbosa, recebida na Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro.
Recebeu o título de Professor Emérito da UFRJ, em cerimônia presidida pelo Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Prof. Carlos Lessa, em 18/09/2002.
 Foi homenageado na Academia Brasileira de Letras através da mesa-redonda “ 70 anos de Eduardo Portella” . Rio de Janeiro, 10/10/2002.
 Doutor Honoris-Causa pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR) (2004).
 Medalha Antônio Houaiss, outorgada pelo Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, 2004.
 
Eduardo Portella - escritor e acadêmico
 
 
 
 
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