sábado, 29 de outubro de 2016

CONVITE PARA PALESTRA SOBRE A POESIA DE AUTORIA FEMININA BRASILEIRA - POETAS CARIOCAS NO PEN CLUBE DO BRASIL. CONFIRA.



 
 

 

 
CONVITE
 
 
PEN Clube do Brasil e Faculdade de Letras da Universidade Federal do  Rio de Janeiro (UFRJ) Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas têm a satisfação de convidar Vossa Senhoria e família para o “Ciclo de Palestras sobre a Poesia de Autoria Feminina Brasileira”
 
Poetas Cariocas no PEN Clube do Brasil



Dia 3 de novembro, 5ª feira, às 17h30min – Gilka Machado: o fazer poético em desejo, por Anélia Montechiari Pietrani (UFRJ).

Sob a coordenação da professora Anélia Montechiari Pietrani (UFRJ), este Projeto tem por objetivo estudar a produção literária de poetas brasileiras,
 
a partir da leitura dramatizada de seus poemas, seguida de palestras e debates promovidos por professores e alunos que pesquisam sobre suas obras e o contexto em que foram produzidas. A leitura dos poemas ficará a cargo de Dília Gouveia.


 
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GILKA MACHADO
 
 
“Sonhei em ser útil à humanidade. Não consegui, mas fiz versos. Estou convicta de que a poesia é tão indispensável à existência como a água, o ar, a luz, a crença, o pão e o amor." Gilka Machado.
O mundo necessita de poesia. Cantemos, poetas, para a humanidade; que nossa voz suba aos aranhas-céus, e desça aos subterrâneos.” - Gilka Machado.
 
 
 
Gilka Machado  nasceu no Rio de Janeiro RJ em 12 de março de 1893, tinha sangue de artista nas veias: a mãe, Thereza Christina Moniz da Costa, era atriz de teatro e de rádio-teatro; e a filha, Heros, seria bailarina consagrada e pesquisadora das danças nativas brasileiras. Além disso, sua família incluía poetas e músicos famosos. E a moça se casa com um artista: o poeta, jornalista e crítico de arte Rodolfo Machado, em 1910, que morreria dali a 13 anos, deixando a esposa com dois filhos, Heros e Hélios.
Desde criança Gilka faz versos. E com 13 anos ganha concurso pelo jornal A imprensa, quando arrebata os 3 primeiros prêmios, com poemas assinados com seu próprio nome e com pseudônimos. Mas só em 1915, aos 22 anos, publica seu primeiro livro, Cristais Partidos.
 
Seguem-se outros, ao longo da década de 1920, como Estados d’Alma (1917), Mulher Nua (1922), Meu Glorioso Pecado (1928), Amores que mentiram, que passaram (1928).
No início dos anos de 1930 sua popularidade aumenta, ao ter poemas traduzidos para o espanhol, tanto em antologia quanto em volume com poemas só seus.
E no ano seguinte sua popularidade é testada: ganha, com grande margem de votos, um concurso promovido pela revista O malho, quando então é aclamada como a maior poetisa brasileira, selecionada entre 200 intelectuais. Em seguida viaja para a Argentina, onde é recebida com carinho pelo público leitor. Faz outras viagens ao longo da década de 1940, para os Estados Unidos e para a Europa, além das que faz pelo interior do Brasil.
Seus poemas foram também republicados em outros volumes: os dois primeiros livros, em Poesias, de 1918; e alguns, escolhidos, em Carne e Alma, de 1931, em Meu rosto, de 1947, e em Velha Poesia, de 1965, antes que as Poesias Completas ganhassem duas edições: em 1978 e em 1991.
Poderia ter sido a primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras quando, após mudança do estatuto que proibia o ingresso de mulheres, lhe teria sido possível candidatar-se, atendendo a convite que lhe foi dirigido por Jorge Amado e apoiado por outros acadêmicos. Mas recusou o convite.
 
Recebeu, contudo, da Academia Brasileira de Letras, em 1979, o prêmio Machado de Assis, pela publicação do volume de suas Poesias Completas. Encerra sua carreira com o poema “Meu menino”, escrito por ocasião da morte do filho Hélios, ocorrida em 1976. A poetisa faleceu no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1980.


Helios e Heros
 
Filhos meus — duas forças bem pequenas
que amo, e das quaes sustar quizera o adejo;
pequenas sempre fora meu desejo
tel-as, aconchegadas e serenas.

Filhos meus — delles vem, delles, apenas,
a humilhação servil em que me vejo;
mas, si o penar a um filho é bemfazejo,
para uma alma de mãe que valem penas ?

Eu, que feliz, toda enthusiasmo, d'antes,
via os seres tornarem-se possantes,
vejo-os crescerem com pezar, com zelos.

Vejo-os crescerem, ensaiarem threnos,
e, no emtanto, quizera-os tão pequenos
que pudesse nas mãos sempre trazel-os.
 
 
- Gilka Machado, in "Estados da alma: poesias".
Rio de Janeiro: Revista dos Tribunaes, 1917.
(ortografia original)


***
 
Incenso
(A Olavo Bilac)

Quando, dentro de um templo, a corola de prata
do turíbulo oscila e todo o ambiente incensa,
fica pairando no ar, intangível e densa,
uma escada espiral que aos poucos se desata.

Enquanto bamboleia essa escada e suspensa
paira, uma ânsia de céus o meu ser arrebata,
e por ela a subir numa fuga insensata,
vai minha alma ganhando o rumo azul da crença.

O turíbulo é uma ave a esvoaçar, quando em quando
arde o incenso ... Um rumor ondula, no ar se espalma,
sinto no meu olfato asas brancas roçando.

E, sempre que de um templo o largo umbral transponho,
logo o incenso me enleva e transporta minha alma
à presença de Deus na atmosfera do sonho.
 
- Gilka Machado, do livro Cristais partidos (1915). In: MACHADO, Gilka. Poesias completas. Apres. Eros Volúsia Machado. Rio de Janeiro: L. Christiano: FUNARJ, 1991, p.32.

 

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OBS.: Leia programação completa do
Ciclo no arquivo abaixo.
 
 
 
 
PEN CLUBE DO BRASIL
 

 
 
 
 
 
PEN CLUBE DO BRASIL
Endereço: Praia do Flamengo, 172 - 11º ANDAR
 Bairro Flamengo
Rio de Janeiro - RJ - Brasil. 
 
 
 
 
 
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O que nos fala a escritora Socorro Cavalcanti membro da ALACE - Academia de Letras e Artes do Ceará:

Que beleza amigo Alberto! Vai ser enriquecedor essa palestra. Bom proveito, sucessos para todos. 

Bjs.

Socorro Cavalcanti.


MATÉRIA POSTADA TAMBÉM NO SITE DA ALACE:

CLICAR NO LINK:

http://academia-alace.blogspot.com.br/2016/10/palestra-sobre-poesia-de-autoria.html 
 
 
 
 
 
 
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A poesia não tem gênero, todos sabemos, mas, alguns séculos de discriminação, fizeram, das mulheres que poetizam, bastiões de desafio. Gilka Machado, em pauta no PEN Clube do Brasil nesta oportunidade, é um lamento pungente que fala por si.

Sonhei em ser útil à humanidade. Não consegui, mas fiz versos. Estou convicta de que a poesia é tão indispensável à existência como a água, o ar, a luz, a crença, o pão e o amor." A indispensabilidade dos elementos é, tal como Gilka afirma, a essência da palavra poética.  
 
Luiz Lemme.
 
 
 
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Um comentário:

  1. A poesia não tem gênero, todos sabemos, mas, alguns séculos de discriminação, fizeram, das mulheres que poetizam, bastiões de desafio. Gilka Machado, em pauta no Pen Clube nesta oportunidade, é um lamento pungente que fala por si.
    “Sonhei em ser útil à humanidade. Não consegui, mas fiz versos. Estou convicta de que a poesia é tão indispensável à existência como a água, o ar, a luz, a crença, o pão e o amor." A indispensabilidade dos elementos é, tal como Gilka afirma, a essência da palavra poética.

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