quinta-feira, 16 de novembro de 2017

AS ARTES PLÁSTICAS MAIS TRISTES: MORRE O ARTISTA PLÁSTICO FRANS KRAJCBERG, AOS 96 ANOS.

 
 

 
 
 
 
Frans Krajcberg nasceu em Kozienice, em 12 de abril de 1921, foi um pintor, escultor, gravador, fotógrafo e artista plástico nascido na Polônia e naturalizado brasileiro. Em 2008 recebeu o grande prêmio da APCA. Faleceu  no Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2017.
 
 
 
Durante a Segunda Guerra Mundial (1938-1945) em 1939, Krajcberg buscou refúgio na União Soviética, onde estudou engenharia e artes na Universidade de Leningrado. Residiu na Alemanha prosseguindo seus estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart.
 
 
 
 
 
 
 
Chegou ao Brasil em 1948, vindo a participar da oitava Bienal de São Paulo, em 1951. Durante a década de 1940 o seu trabalho era abstrato.
 
De 1948 a 1954 viveu entre as cidades de Paris, Ibiza e Rio de Janeiro, onde produziu os seus primeiros trabalhos fruto do contato direto com a natureza. Na década de 1950 morou em uma caverna no Pico da Cata Branca, região de Itabirito, no interior de Minas Gerais.
 
Ali na região, à época, era conhecido como o barbudo das pedras, uma vez que vivia solitário, sem conforto, tomando banho no rio vizinho, enquanto produzia, incessantemente, gravuras e esculturas em pedra
 
Em 1956, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde dividiu o ateliê com o escultor Franz Weissmann (1911 - 2005). Naturalizou-se brasileiro no ano seguinte.
 
Em 1964, executou as suas primeiras esculturas com madeiras de cedros mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal Matogrossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados. Na década de 1970 ganhou projeção internacional com as suas esculturas de madeira calcinada.
A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente. Atualmente, o artista tem se dedicado à fotografia.
 
 
 
 
 

O sítio Natura

 
Krajcberg radicou-se no Brasil desde 1972 vivendo no sul da Bahia, onde manteve o seu ateliê no Sítio Natura, no município de Nova Viçosa. Chegou ali a convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, que o ajudou a construir a habitação: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com 2,60 metros de diâmetro. À época Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em uma capital cultural e a sua utopia chegou a reunir nomes como os de Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi.
 
 
No sítio, uma área de 1,2 km², um resquício de Mata Atlântica e de manguezal, o artista plantou mais de dez mil mudas de espécies nativas. O litoral do município é procurado, anualmente, no inverno, por baleias-jubarte. No sítio, dois pavilhões projetados pelo arquiteto Jaime Cupertino, abrigam atualmente mais de trezentas obras do artista. Futuramente, com mais cinco construções projetadas, ali se constituirá o Museu que levará o nome do artista.
 
 

 
 
 

Nascido na Polônia, vivia no Brasil desde 1948 o artista plástico Frans Krajcberg, morreu aos 96 anos.
 
O artista plástico Frans Krajcberg morreu nesta quarta-feira, aos 96 anos. Ele estava internado há um mês no Hospital Samaritano, na Zona sul do Rio. O quadro de saúde do artista era considerado frágil, ele era cardíaco e ele chegou à capital fluminense com várias infecções. Na Bahia, onde vivia, ele foi hospitalizado em Teixeira de Freitas, uma cidade próxima a Nova Viçosa, onde vivia.
 
O corpo do artista será cremado no Rio. Como contou Marcia Barrozo do Amaral, galerista de Krajcberg, as cinzas serão levadas até o Sítio Natura, em Nova Viçosa.
 
Conhecido principalmente por suas esculturas feitas a partir de troncos e raízes de árvores calcinadas pelos incêndios que derrubam densas áreas verdes para transformá-las em pastos, Krajcberg sempre foi um artista engajado. Sua obra transitou pela pintura, escultura, gravura e fotografia.
 
 
 
 
 
 
 
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