No dia 12 de outubro de 2022, o Museu Histórico
Nacional completou 100 anos. É um museu com duas datas de aniversário: em 2 de
agosto de 1922, o presidente Epitácio Pessoa assinou o decreto que criou
oficialmente o museu. Em 12 de outubro daquele ano, o MHN abriu suas portas ao
público durante a Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da
Independência do Brasil – a data que tem sido celebrada a cada ano.
Foi um século de grandes transformações
sociais, políticas e culturais no Brasil – e o MHN tornou-se guardião de
milhares de objetos que contam um pouco dos diferentes momentos da nossa
história desde seus primórdios. Com o século 21, novos olhares sobre o papel
social dos museus são necessários e estamos atentos a esse novo fluxo.
No momento, é importante ampliar a
representatividade e participação dos segmentos sociais na escrita da história
produzida pelo museu. Cada vez mais povoado por novas conexões, investimos na
escuta e outras histórias, buscando pluralizar a construção do passado nacional
nas coleções, exposições, ações educativas e publicações do MHN.
Por isso, estamos investindo em ações que
ampliam a atuação do museu diante da diversidade histórica e cultural do
Brasil. Confira o vídeo que preparamos para você - também disponível em nosso
YouTube - para marcar essa data tão especial para todos nós!
E até o dia 14 teve uma programação especial
com o Seminário MHN 2022.
Viva Museu Histórico Nacional!
Numa ponta que avançava sobre o
mar, posteriormente conhecida como Ponta do Calabouço, entre as praias de
Piaçaba e Santa Luzia, no centro histórico do Rio de Janeiro (RJ), os
portugueses construíram, em 1603, a fortaleza de Santiago, origem do conjunto arquitetônico
que abriga o Museu Histórico Nacional.
Ao longo dos séculos, outras edificações somaram-se à fortaleza, como a prisão do Calabouço (1693), destinada ao castigo de escravizados; a Casa do Trem (1762), para a guarda do “trem de artilharia” (armas e munições); o Arsenal de Guerra (1764) e um quartel para abrigar tropas militares (1835).
Por sua localização estratégica
para defesa da baía da Guanabara, e da própria cidade, a região foi uma área
militar até 1908, quando o Arsenal de Guerra foi transferido para a Ponta do
Caju.
Na década de 1920, o complexo do
Calabouço foi aterrado e reurbanizado para acolher a Exposição Internacional
comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Para integrar o evento,
as edificações do antigo Arsenal de Guerra foram ampliadas e embelezadas com
decoração característica da arquitetura neocolonial.
Em 1922, foram abertas ao
público, abrigando o palácio das Grandes Indústrias, um dos mais visitados
pavilhões da exposição do centenário, e as duas primeiras galerias do Museu
Histórico Nacional, criado naquele mesmo ano, pelo presidente Epitácio Pessoa,
para dotar o Brasil de um museu dedicado à história nacional.
Atualmente, o Museu Histórico
Nacional ocupa todo o complexo arquitetônico do Calabouço e tornou-se um dos
mais importantes museus de história do país. Reunindo um acervo com mais de 300
mil itens arquivísticos, bibliográficos e museológicos, é uma instituição
federal de produção e difusão de conhecimento.
Da fortaleza de Santiago e da
prisão do Calabouço restam apenas as fundações. No entanto, permaneceram até
hoje a Casa do Trem, restaurada ao seu aspecto colonial na década de 1990; o
prédio do Arsenal de Guerra, e seu imponente pátio da Minerva; e o pavilhão da
Exposição de 1922, atual Biblioteca, formando um dos mais significativos
conjuntos arquitetônicos da cidade, com uma área de 20.000m².
O Museu Histórico Nacional mantém, em 9.000m² de área aberta ao público, galerias de exposições de longa duração e temporárias, loja de souvenirs e publicações, além de biblioteca especializada em História do Brasil, História da Arte, Museologia e Moda; do Arquivo Histórico, com importantes documentos manuscritos, aquarelas, ilustrações e fotografias, entre as quais exemplares de Juan Gutierrez, Augusto Malta e Marc Ferrez; e Arquivo Institucional, responsável pela preservação da memória institucional.
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