quarta-feira, 5 de outubro de 2022

UMA CHUVA DE PINGOS PARA VOCÊS - TEXTO DA ESCRITORA E APRESENTADORA RENATA DAL-BÓ

 



Nas últimas semanas, Verdolina, personagem da contadora de histórias Adriana Medeiros, e eu seguimos levando às escolas de Tubarão a história do meu livro infantojuvenil “Pingo, o cachorro feliz e medroso”. O livro, que fala de amor, adoção, superação e respeito aos animais, tem sido um verdadeiro sucesso entre a criançada. Mais de 1.500 crianças já ouviram a história contada pela Verdolina e, a cada dia, temos algumas gratas surpresas. O público, que por vezes varia entre pais e filhos, se encanta, não só com a história, mas também com o Pingo, de carne e osso, que de vez em quando nos acompanha nesta deliciosa peregrinação.

Hoje, quero contar sobre uma situação que foi muito engraçada e inusitada. Há alguns dias, estivemos todos (Pingo, Mariana – minha filha caçula e narradora da história no livro -, Verdolina e eu) na Biblioteca do Sesc, a convite de meu ex-aluno de inglês e hoje responsável pela biblioteca, Gabriel Cunha Marchi. O público era formado, na sua maioria, por crianças de um a quatro anos e seus pais. Não preciso nem dizer que as crianças ficaram maravilhadas com a presença do Pingo e disputaram espaço para fazer um carinho nele. Pingo, que é um fofo e muito paciente, às vezes me olhava como se estivesse dizendo: “Mãe, por que todas essas crianças estão me fazendo carinho? Vai demorar muito? A gente pode voltar para nossa casinha?”. Dentre os pequenos, havia uma menininha muito esperta, que acredito ter uns dois aninhos, que não queria sair do lado do Pingo. Inclusive, ficava meio incomodada quando outras crianças passavam à sua frente para tentar acariciá-lo.

Finalmente, a Verdolina começou a contar a história do livro. Todas as crianças ficaram imóveis, com os olhinhos e as orelhas bem abertos, prestando aquela atenção. Até o Pingo se aquietou no cantinho para ouvir a Verdolina.

Assim que terminou a contação, a menininha não se conteve e saiu correndo para fazer mais um carinho no Pingo. Enquanto isso, seus pais pegaram a fila para comprar o livro e adquirir o autógrafo.

Quando finalmente chegou a vez deles, a mãe toda feliz chamou a criança: “Olha, Maria, agora temos o livro do Pingo. Você vai poder ouvir a história dele várias vezes”. Para a surpresa de todos nós, a menina muito indignada pegou o livro, jogou longe, abraçou o Pingo e disse chorando: “Eu não quero o livro, eu quero o Pingo. Eu quero levar o Pingo pra casa”. A mãe, surpresa, ficou sem reação e todos nós caímos na gargalhada.

Que delícia poder ver o encantamento das crianças com o Pingo e sua história. Que bom seria se todas pudessem levá-lo para casa. Mas este é único e já tem uma família que o ama muito. Certamente, há muitos outros cachorrinhos por aí à procura de um lar. É só você encontrar o seu e cobri-lo de amor e carinho.





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