segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ERIBERTO LEÃO ESTRELA "JIM" SOBRE O LIDER DO THE DOORS JIM MORRISON - EM CURTA TEMPORADA NO TEATRO ABEL EM NITERÓI. CONFIRA.

 

Música, inquietação, poesia, caos, simbologia, teatro. JIM, um espetáculo-show não biográfico inspirado na obra poética de um dos maiores ícones do rock, Jim Morrison estreia no dia 6 de setembro no Teatro Abel, em Niterói, para curta temporada.
 
 
 
O espetáculo idealizado por Eriberto Leão e produzido pela Barata Comunicação se baseia no legado poético e simbólico deixado pelo vocalista do The Doors. Através do texto de Walter Daguerre, da direção de Paulo de Moraes e da interpretação de Eriberto Leão e Renata Guida, acompanhados de 3 músicos tocando ao vivo, o espetáculo mostra um homem que não conheceu Jim Morrison mas que, entretanto, teve sua vida pautada por suas ideias e ideais. Costurado por 10 canções do The Doors como “Light my fire”, “The End”, “Rides on the storm”, cantadas ao vivo por Eriberto, a trama mostra o conflito interno do personagem que busca um acerto de contas.
Com um texto que perpassa por conceitos de mitos pagãos e arquétipos, além de uma abordagem que dá enfoque ao lado poético e simbolista de Morrison, “JIM” não busca ser um espetáculo biográfico mostrando a vida do cantor ou a figura polêmica do astro de rock, a peça vai além trazendo as referências ideológicas de Morrison por meio de seus versos e percepções, e também através de seus ídolos, grandes nomes da literatura que o influenciaram como William Blake, Baudellaire, Rimbaud, Nietzsche, entre outros. “Quando comecei a pesquisar descobri um Jim Morrison que não imaginava e que muita gente não sabe quem é, então vimos que precisávamos trazer uma outra idéia do Jim para o público”, revela Daguerre complementado por Eriberto, “o Jim era acima de tudo um poeta. O rock chegou pra ele através da poesia e do cinema, então o grande objetivo da peça é ser coerente com a obra poética do Jim Morrison, a preocupação é essa”.
 
 
 
Um homem diante do túmulo de Jim Morrison com uma arma em punho. Um homem que não conheceu o vocalista do The Doors pessoalmente mas que sempre buscou ter uma vida como a de Jim, um dos maiores ícones do rock de todos os tempos. Um homem que durante anos acalentou o sonho de seguir os passos de seu ídolo, como artista e como ser humano, mas que acabou percorrendo uma existência trivial. Um homem que chegou aos 40 com o sentimento de que suas idealizações se perderam no tempo. É este homem que está agora em Paris, no cemitério Père-Lachaise com um revólver na mão para acertar as contas com Jim Morrison. Ele tem somente uma bala, uma pequena peça de chumbo com a qual pretende transformar seu destino num jogo de azar. Este seria um acontecimento relativamente simples, não fosse a aparição de uma misteriosa mulher com quem ele trava um decisivo diálogo. E da presença diabólica de JIM.
 
 
 
James "Jim" Douglas Morrison cantor, compositor, poeta e vocalista da banda The Doors. Nascido na Flórida e filhos de conservadores militares da marinha americana, Jim seguiu por outro caminho. Influenciado por poetas, filósofos e pensadores ele começou a escrever na adolescência, estudou temas como filosofia, psicologia de multidão, teatro e se formou em cinema pela Universidade da Califórnia. Após a graduação, Jim reencontrou um amigo e daí nasceu a banda The Doors. O nome do grupo foi inspirado no livro “The Doors of Perception” de Aldous Huxley, que por sua vez o buscou em um verso de um poema de William Blake que dizia: “Se as portas da percepção estiverem limpas/ Todas as coisas se apresentarão ao homem como são, infinitas”. Em 1969 Morrison publicou dois volumes de sua poesia, mas após o aumento da fama do The Doors, a partir de 67, Jim desenvolveu uma grave dependência de drogas e do álcool que terminou com sua morte em 3 de julho de 1971 em Paris, onde estava tentando se recuperar. Conhecido por performances intensas e teatrais, letras recheadas de simbolismo, referências ao xamanismo, e uma personalidade selvagem, Jim Morrison foi classificado na 47° posição na lista da revista Rolling Stone dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos".
 
 
Eriberto Leão, grande fã de Jim Morrison e do The Doors, tem esse projeto desde que conheceu a banda em 1991 e através deles descobriu sua vocação como ator. “Conheci eles com 18 anos, vendo o trailer de um filme sobre o The Doors. Depois disso vi 3 sessões seguidas e fiquei alucinado! Eu sempre souber que iria fazer essa peça. Isso me influenciou muito, inclusive na vontade de ser ator. Na época que descobri a banda fui trabalhar de contrarregra numa peça produzida pelo meu pai. Busquei ler tudo que influenciou o Jim”, conta o ator que hoje está com quase 20 anos de carreira. Sua primeira atuação no teatro foi no espetáculo “Ventania” em 96, inspirado no “Hoje é dia de rock” de Zé Vicente. Dirigido por Gabriel Vilela, Eriberto entrava em cena cantando “The End”, um clássico do The Doors.
Dividindo o palco com Renata Guida, Eriberto canta ao longo do espetáculo 10 músicas do The Doors, acompanhado pelos músicos Zé Luiz Zambianchi no teclado, Rorato na bateria e Felipe Barão na guitarra. Em “Jim” ele interpreta João Mota, e é através do conflito do personagem, fã de Morrison, que o vocalista do The Doors ganha voz. “Todos tem muitos “eus” que não demonstra. O João expressa os pensamentos, contradições, expondo toda sua fragmentação. Ele gostaria de ter uma vida tão intensa quanto a do Jim e não teve, então ele chega aos 40 anos e tem uma crise, daí toda a angústia e tormento”, explica o autor. João dialoga todo o tempo com o Jim e com a aparição misteriosa da personagem de Renata, que representa o feminino de diversas formas – Pamela Morrison (mulher de Jim), a esposa de João Mota e ainda a Mãe Terra, conceito arquetípico da força criadora universal do feminino. A presença da personagem pode ser interpretada também como uma consciência intuitiva e profunda de João.
O cenário, também assinado por Paulo de Moraes, é composto por um piano de cauda/lápide e 6 microfones. Completam a ficha técnica Maneco Quinderé, responsável pela iluminação, Rita Murtinho que assina os figurinos e Ricco Vianna na direção musical.
   
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Pedro de Luna entrevista o ator Eriberto Leão sobre a peça “JIM”, sobre o líder do The Doors, que estreou nesta sexta, às 21h, no Teatro Abel. Luna é jornalista e conheceu Leão no programa Encontros com Fátima Bernardes e descobriram que viveram a mesma época no rock independente.
1) De onde partiu o seu envolvimento com a peça?
E.L. - Eu idealizei a peça e chamei o Eduardo Barata para produzi-la. Paulo de Moraes dirigiu e Walter Daguerre escreveu, continuando uma parceria muito sólida que construímos. E estou muito feliz com o sucesso e a repercussão. Conseguimos!
2) Como Jim e o Doors lhe influenciaram como músico e como pessoa?
E.L. -Eles foram minha grande influência, não só musical, mas literária, pois passei a ler aos 18 anos, todos os mestres/escritores/poetas/filósofos que faziam a cabeça do Jim e da banda. Portanto a minha forma de ver e pensar o mundo foram totalmente influenciadas por eles.
3) O repertório muda ou são as mesmas musicas a cada apresentação?
E.L. Não. É uma peça de teatro, que tem onze músicas, mas se pedem bis com muita força podemos fazer isso.
4) Quem recrutou os músicos que tocam contigo? 
E.L. - O Ricco Viana, nosso diretor musical. Ele chamou o Rorato/Bateria e o Felipe Barão/Guitarra. O Zé Luiz Zambianchi que faz o piano elétrico e baixo juntos, exatamente como o Ray Manzareck fazia, tocou comigo no Hip Monsters entre 1997 e 1999.
A banda é perfeita. As 5.000 pessoas que já assistiram nos dois meses de temporada no Rio de Janeiro são unanimes em afirmar que estamos exatamente iguais ao original. Tanto que não temos baixista, assim como o The Doors era.
5) Qual a maior dificuldade em encarnar o Jim no palco?
E.L. - Conseguir o equilíbrio da voz dele que era influenciada por Elvis e Sinatra, com os gritos guturais e primitivos. Ele era sutil e extremamente instintivo. E poético. E sendo o Jim uma personalidade muito conhecida tive que estudar seus movimentos, expressão corporal, tom de voz ao falar também, enfim, recriar milimetricamente uma pessoa que existiu de verdade e que continua vivo na cabeça de muitos.
6) Quais as suas expectativas para tocar em Niterói e para uma plateia formada em boa parte por roqueiros da cidade?
E.L. - Muito grande. Niterói é uma cidade rock and roll, berço da rádio fluminense e que mantém viva a chama do rock como talvez o último bastião de resistência rocker do Brasil.
 
7) A sua banda na vida real toca alguma do Doors?
E.L. - Minha banda na vida real agora é o Doors.
 
 
 

SERVIÇO
Jim
Teatro Abel - Rua Mário Alves, 02
Telefone: 2195-9800
Dias  13,14 e 15
Horário: sexta e sábado 21h e domingo 20h.
Classificação etária 16 anos
60 minutos
 

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