quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

J. G. DE ARAÚJO JORGE É NOSSO HOMENAGEADO ATRAVÉS DA SUA POESIA: GOSTO QUANDO ME FALAS DE TI.







 
 
GOSTO QUANDO ME FALAS DE TI
 
 
Gosto quando me falas de ti... e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens, cenário de meus desejos
[tranquilos
Gosto quando me falas de ti... e então percebo
que antes mesmo de chegar, me adivinhavas,
que ninguém te tocou, senão o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs...
Gosto quando me falas de ti... quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombra, e eu só te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros,
mas nunca mordidos antes da minha audácia.
Gosto quando me falas de ti... e muito mais adiantas
em teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas a tua alma, sem dobras, como um lençol
distendido,
e descortino o teu destino, como um caminho certo, cuja
primeira curva
foi o nosso encontro.
Gosto quando me falas de ti... porque percebo que te
[desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que se desenrola inútil como um novelo
que nos cai no chão..."
(Do livro "Quatro Damas" 1ª Edição, 1965)
J. G. de Araújo Jorge 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM POUCO SOBRE J. G. DE ARAÚJO JORGE
 
 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE ARAÚJO JORGE nasceu em Tarauacá, no Estado do Acre, em 20 de maio de 1914, mais conhecido como J. G. de Araújo Jorge foi um poeta e político brasileiro.
 
Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araujo Jorge. Descendente, pelo lado paterno, de tradicional família alagoana: os Araújo Jorge. Sobrinho do embaixador Artur Guimarães de Araújo Jorge (autor de inúmeras obras sobre Filosofia, História e Diplomacia), sobrinho neto de Adriano de Araujo Jorge, médico, escritor, grande orador, foi presidente perpétuo da Academia Amazonense de Letras, e do professor Afrânio de Araujo Jorge, fundador do Ginásio Alagoano, de Maceió. Pelo lado materno, dos Tinocos, dos Caldas e dos Gonçalves, de Campos, Macaé, e São Fidélis, Estado do Rio.
 
Passou sua infância no Acre, em Rio Branco, onde fez o curso primário no Grupo Escolar 07 de Setembro. No Rio de Janeiro, realizou curso secundário nos colégios Anglo-Americano e Pedro II. Colaborou desde menino na imprensa estudantil. Foi fundador e presidente da Academia de Letras do Internato Pedro II, no velho casarão de São Cristovão, consumido pelas chamas muitos anos depois. Data dessa época, ainda ginasiano, sua primeira colaboração na imprensa adulta: em 1931, viu publicado seu poema "Ri Palhaço, Ri" no "Correio da Manhã", depois transcrito no "Almanaque Bertand" de 1932. Entretanto, esse como outros trabalhos desse tempo, não foram incluídos em seus livros. Colaborou também no jornal "A Nação"; nas revistas "Carioca", "Vamos Ler" etc. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.
 
Em 1932, no Externato Colégio Pedro II, em memorável certame, foi escolhido o "Príncipe dos Poetas", sendo saudado na festa por Coelho Neto, "príncipe dos prosadores brasileiros" recebendo das mãos da poetisa Ana Amélia, presidente da Casa do Estudante, como prêmio e homenagem, um livro ofertado por Adalberto Oliveira, então "Príncipe da Poesia Brasileira".
 
Orador oficial de entidades universitárias, do CACO, da União Democrática Estudantil, precursora da UNE, da Associação Universitária etc. Ainda estudante, venceu concursos de oratória. Em Coimbra recebeu no título de "estudante honorário" e fez Curso de Extensão Cultural na Universidade de Berlim.
 
Foi professor do Colégio Pedro II. O poeta publicou vários livros de poesia, como "Meu Céu Interior", "Amo" e diversos outros. Escreveu também poesias político-sociais e romances, entre esses, "Um besouro na vidraça". Morou no Rio de Janeiro, na Rua Dias da Rocha, Copacabana.
 
Com irrefreável vocação política, foi candidato a vários cargos públicos. Elegeu-se deputado federal em 1970 pelo antigo Estado da Guanabara, reelegendo-se já para o seu terceiro mandato em 1978. Ocupou a vice-liderança do MDB e a presidência da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados. Em 1982, aderiu ao PDT de Leonel Brizola, e se reelegeu pela última vez por esta legenda, com 31.352 votos. Após romper com Brizola, em 1985, voltou para o PMDB, e foi derrotado nas eleições para a Constituinte, em 1986.
 
Foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, de linguagem simples, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes, dramático. Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isso mesmo, o mais combatido do Brasil.
 
Foi locutor e redator da Rádio Nacional, Cruzeiro do Sul, Tupi e Eldorado. Em 1970 foi eleito Deputado Federal pelo antigo Estado da Guanabara, quando exerceu três mandatos consecutivos. Foi vice-líder do PMDB e presidente da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados.
 
J. G. de Araújo Jorge ficou conhecido como o “Poeta do Povo e da Mocidade”. Sua poesia lírica e social fala da alma de toda gente, traduz os desejos, angústias e esperanças. Entre suas poesias destacam-se: “Os Versos Que Te Dou”, “Cantigas do Só”, “Vergonha”, “Se...” e “Orgulho e Renúncia”. Foi casado com Maria Souza de Araujo Jorge. Faleceu no Rio de Janeiro, em 27 de janeiro de 1987.
 



 






 






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