Baseado em um dos mais significativos romances modernistas, escrito por Mário de Andrade e publicado em 1928, o balé Macunaíma teve a sua estreia mundial em 22 de setembro de 2022-quinta-feira, no palco do Theatro Municipal, com Corpo de Baile e Orquestra Sinfônica da casa. O espetáculo é fruto da parceria entre o Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ) e sua Associação de Amigos, a UFRJ e a Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio dos projetos Bossa Criativa – Arte de Toda Gente e Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), com curadoria da Escola de Música da UFRJ.
Criado por encomenda do Sinos, o espetáculo tem música especialmente composta pelo premiado Ronaldo Miranda, coreografia inédita de Carlos Laerte e concepção e roteiro de André Cardoso. É composto por um ato e quatro quadros e tem como cenário inicial a selva amazônica, na região do rio Uraricoera, a terra natal de Macunaíma, onde vivem os indígenas Tapanhumas.
A Presidente da Fundação TMRJ, Clara Paulino, ressalta o ineditismo do espetáculo: “Macunaíma é um dos pontos altos da nossa temporada artística de 2022 e estamos muito felizes com a expectativa de entregar à população uma obra tão importante para a cultura nacional, feita em um formato jamais visto, que, com certeza, vai gerar impacto ao público presente.”
André Cardoso, maestro, professor da UFRJ e coordenador do Projeto Sinos, explica a escolha da data: “Macunaíma é o mais emblemático livro do modernismo brasileiro. No ano do centenário da Semana de Arte Moderna, o personagem sobe ao palco em um balé inédito, cuja produção se torna ainda mais relevante por ser decorrente de uma parceria entre três importantes instituições culturais.” Para celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna, algumas curiosidades: a maquiagem de Macunaíma será baseada nos grandes pintores da história e suas cores, como o amarelo de Anita Malfati, o azul-cobalto de Portinari, o verde de Ismael Nery, o azul-claro de John Graz, o laranja de Di Cavalcanti, o rosa de Milton da Costa e o vermelho de Tarsila do Amaral.
Os cenários são de responsabilidade de alunos da Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ), e o material utilizado em cena será praticamente todo reciclado pelo Coletivo Trouxinha da UFRJ, que criará um lixão com sacolas plásticas e tecidos. O figurinista fará uma releitura de figurinos do acervo do TMRJ, e espelhos vão servir de cenário para a confecção de arte, trazendo ao palco a parte urbana por uma equipe de grafiteiros do Museu do Grafite. “É motivo de muita alegria a viabilização dessa parceria! É fundamental a encomenda de novas obras a compositores brasileiros e, em se tratando de uma obra composta por Ronaldo Miranda, especialmente para um grupo da importância e tradição do Balé do Theatro Municipal, num ano que marca o centenário da Semana de Arte Moderna, temos todos os ingredientes para algo histórico!”, afirma o diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Eric Herrero.
Os ensaios iniciaram em junho. São quase 50 bailarinos trabalhando em um espetáculo multimídia com uma hora de duração, com direção de imagem e fotografia de Igor Correa e supervisão artística de Hélio Bejani e Jorge Texeira. “Macunaíma, obra inédita criada especialmente para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vem consolidar todo um árduo trabalho que realizamos a partir de nossa retomada pós-pandemia. Estamos, acima de tudo, comemorando a vitória da arte”, exalta Hélio Bejani, regente interino do Corpo de Baile do Theatro Municipal.
A concepção coreográfica, de Carlos Laerte, desconstrói os corpos dos bailarinos clássicos e traz a contemporaneidade da dança brasileira. Ele aguçou as características de cada um dos profissionais com base na sua identidade individual. Outra característica de Macunaíma é a narrativa contada a partir do audiovisual, já que os bailarinos contracenam com imagens e, em muitos momentos, entram e saem da cena, como se representassem o próprio o cotidiano. É uma conversa itinerante da peça: a tecnologia está o tempo inteiro falando com todos.
O projeto Sinos
Lançado em julho de 2020, o Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos) é formado por uma rede de dezenas de profissionais de música, que atuam em cursos, oficinas, concertos e festivais. As atividades se iniciaram exclusivamente on-line e, aos poucos, têm se estendido a ações presenciais, em todas as regiões do país. A ideia é capacitar regentes, instrumentistas, compositores e educadores musicais, apoiando projetos sociais de música, além de contribuir para o desenvolvimento das orquestras-escola de todo o país. Para mais detalhes sobre o projeto, visite o site.
Arte de Toda Gente, os projetos da parceria UFRJ – Funarte
O programa Arte de Toda Gente compreende três diferentes
iniciativas, desenvolvidas pela parceria entre Funarte e UFRJ, com curadoria de
sua Escola de Música, e lançadas a partir de 2020. São elas os projetos Bossa
Criativa – Arte de Toda Gente , Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos
e Um Novo Olhar .
Balé Macunaíma
Dia da Estreia aconteceu em 22 de setembro de 2022 - quinta-feira
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano, s/nº – Centro
FOTO E FONTE:
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