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Aconteceu no dia 29 de abril
(quarta-feira) às 17 horas na Academia Niteroiense de Letras, a palestra com a
acadêmica Márcia Maria de Jesus Pessanha, sobre
REALISMO FANTÁSTICO na obra do escritor J. J. Veiga autor de Os cavalinhos de platiplanto, A hora dos ruminantes, Sombra de reis
barbudos e várias outras obras, por ocasião do centenário de nascimento do
referido autor.
Um evento muito importante
por marcar o período referente ao nascimento do ficcionista goiano J. J. Veiga
(1915-1999), considerado um dos principais escritores brasileiros. Autor do
livro de contos Os Cavalinhos de
Platiplanto, publicado em 1959 pela
hoje extinta editora Nítida, do Rio de Janeiro. Um ano antes, ainda inédito, o
livro conquistou o segundo lugar no concurso ao prêmio Monteiro Lobato,
promovido pela seção paulista da Associação Brasileira de Escritores.
Publicado, obteve no Rio de Janeiro o prêmio Fábio Prado. Em 1997, Os Cavalinhos de Platiplanto chegou à
20ª edição. O ano de 2015 assinala o 100º aniversário de nascimento de J. J.
Veiga.
O nome artístico teria sido
escolhido com base em estudos numerológicos, pelo amigo João Guimarães Rosa.
Segundo essa versão, a letra J do meio, significando Jacinto, não seria nome de
batismo, mas um sobrenome da mãe, adotado por ocasião do lançamento do primeiro
livro.
Pouco conhecido pelos
jovens, mas referência entre os intelectuais, Veiga é considerado um dos
responsáveis pela introdução, no Brasil, ao lado do mineiro Murilo Rubião
(1916- 1991), do chamado "conto fantástico" ou "realismo
mágico", de inspiração kafkiana.
Foi uma tarde/noite muito
importante para todos que apreciam a literatura brasileira e universal. A
palestrante Márcia Pessanha assinalou questões sobre o realismo fantástico.
Essa grande corrente literária que surgiu na Europa (Espanha) no começo do
século XX. Movimento também dominado de
"realismo maravilhoso".
A principal característica
desta corrente literária é fundir o universo mágico à realidade, mostrando
elementos irreais ou estranhos como algo habitual e corriqueiro. Além desta
característica, o realismo fantástico apresenta os ambientes mágicos de forma
intuitiva (sem esclarecimento).
Um adequado modelo para um
melhor entendimento do "realismo fantástico" é o romance "Cem Anos de Solidão", do escritor
colombiano Gabriel García Márquez.
Na obra, determinados
personagens ficam surpresos ao se descobrirem com elementos fantásticos, mas
atuam como se aquilo pudesse acontecer naturalmente, como se fosse comum.
Algumas descrições mágicas
feitas por García Márquez são: a peste de insônia e de esquecimento que atinge
as pessoas; a morte e retorno à vida de um cigano, uma mulher que sobe aos
céus, entre outros.
Os escritores que
representam o "REALISMO FANTÁSTICO" no mundo da intelectualidade são:
Arturo Uslar Pietri (venezuelano considerado o pai do realismo fantástico),
Gabriel García Márquez (Colômbia), Manuel Scorza (Peru), J. J. Veiga (Brasil), Murilo Rubião (Brasil),
Mario Vargas Llosa (Peru), Julio Cortázar (Argentina), Jorge Luis Borges
(Argentina), Alejo Carpentier (Cuba), Miguel Angel Astúrias (Guatemala) e
Carlos Fuentes (México).
No contexto histórico, o
realismo maravilhoso surgiu em um dos períodos mais conturbados da América
Latina. Entre as décadas de 60 e 70, os países latino-americanos passavam por
processos ditatoriais. Desta forma, o realismo surge como uma forma de reação,
utilizando o elemento mágico como reforço das palavras contrárias aos regimes
dos ditadores.
Outro aspecto que
influenciou o realismo fantástico foi à aversão entre cultura da tecnologia e
cultura da superstição que havia na América Latina naquela época.
O realismo fantástico
influenciou até mesmo escritores europeus. Segundo opinião de alguns críticos,
a obra do italiano Ítalo Calvino, do tcheco Milan Kundera e do inglês Salman
Rushdie sofreram forte influência da corrente latino-americana.
Esta sua revista eletrônica
esteve presente ao evento e trouxe as imagens, vejam e comprovem. Para assistir
à palestra na íntegra, clique na imagem da Márcia Pessanha no vídeo acima.
ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO
Wanderlino T. Netto, Marcia Pessanha, Alberto Araújo
SEQUENCIAL DE IMAGENS DOS LIVROS DE J.J.VEIGA.
Liane Arêas, Luiz Antônio Barros, Marcia Pessanha,
Bruno Pessanha, Cyana Leahy, Alberto Araújo.
VEJA MAIS IMAGENS QUE FORAM
PRODUZIDAS PELO FOCUS PORTAL CULTURAL,
NO VÍDEO ACIMA.
NO VÍDEO ACIMA.
UM POUCO SOBRE J J VEIGA
José Veiga, conhecido
como José J. Veiga, (Corumbá de Goiás, 1915 – Rio de Janeiro, 1999) foi um
escritor brasileiro, considerado um dos maiores autores em língua portuguesa do
realismo fantástico. A crítica política e social em seus livros é eivada de
lirismo, mas não por isso menos incisiva.
Biografia
José J. Vieira tem
raízes rurais, ao ter nascido em 1915, numa fazendo situada entre os municípios
de Pirenópolis e Corumbá, em Goiás. A região natal, o lugar da infância, deixou
marcas indeléveis na obra de Veiga.
Estreou-se na
literatura um pouco tarde, aos 45 anos de idade, com o livro ganhador do
prêmio, Fábio Prata em 1959, Os
cavalinhos de Platiplanto, contendo doze contos.
Teve seus livros
publicados nos Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia,
Noruega e Portugal. Ganhou, pelo conjunto de sua obra, a versão 1997 do Prêmio
Machado de Assis, outorgado pela Academia Brasileira de Letras.
Hoje, a rodovia GO-225,
que liga sua cidade natal à capital goiana, tem seu nome. Ele faleceu de câncer
no pâncreas e complicações causadas por uma anemia.
A 31 de janeiro de
1999, sua obra "A Hora dos
Ruminantes" foi incluída, por um júri escolhido pelo jornal mais influente
de Goiás, O Popular, na lista dos 20 livros mais importantes de Goiás no século
XX, tornando-se assim obra canônica.
Obras
· Os
Cavalinhos de Platiplanto (1959);
· A Hora dos
Ruminantes (1966);
· A Máquina
Extraviada (1967);
· Sombras de
Reis Barbudos (1972);
· Os Pecados
da Tribo (1976);
· O
Professor Burim e as Quatro Calamidades (1978);
· De Jogos e
Festas (1980);
· Aquele
Mundo de Vasabarros (1982);
· Torvelinho
Dia e Noite (1985);
· A Casca da
Serpente (1989);
· Os
melhores contos de J. J. Veiga (1989);
· O Almanach
de Piumhy - Restaurado por José J. Veiga (1989);
· O Risonho
Cavalo do Príncipe (1993);
· O Relógio
Belizário (1995);
· Tajá e Sua
Gente (1997);
· Objetos
Turbulentos (1997);.
APOIO CULTURAL
Alberto Araújo - editor do Focus,
registrando o evento.
FONTE:
Mais uma vez, confrade Alberto, parabéns! Registrando momentos culturais importantíssimos para a Academia Niteroiense de Letras/ANL.
ResponderExcluirAtt,
PRC
Alberto, o vídeo ficou muito bom.
ResponderExcluirVale o registro para o acervo da
Academia e também para mim.
Muito obrigada pela dedicação e gentileza.
Cordial e atenciosamente.
Márcia Pessanha.